quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Football "Serious" Talks

Já se falou tanto na urgência em limitar as transferências de atletas estrangeiros para Portugal, que se torna absurdo advogar mais o assunto,  provoca até náuseas ao autor. É tão evidente que não há nem haverá qualquer critério da esmagadora maioria dos emblemas profissionais. Olhar para clubes como o Boavista ou o Olhanense no ano passado e ver planteis pré-fabricados por empresas de gestão de carreiras de atletas…é deprimente. Agora é ver toda a cangalhada internacional a chegar aos trambolhões à nossa Liga…os refugiados das ligas cipriotas, polacas ou búlgaras. Internacionais dizem os comentadores…sim…o Igor Cavaleiro também é e olha…

Portugal é um país de turismo, mas não me parece que seja bom para o nosso futebol criar esse tipo de experiência para os atletas que chegam do Levski, do Ljubliana ou do Bursaspor…que não sabem sequer o nome do clube que vão representar, nem precisam. Esta liberdade toda para aviar e despachar uma equipa inteira ao sabor dos humores de empresários e fundos só é permitida porque não houve até agora uma alminha que fosse capaz de fazer frente aos interesses destes novos "traficantes de mercadoria humana". Liga, FPF, Confederação do Desporto, Secretaria de Estado, Comité Olimpico, Sindicato dos Jogadores e Treinadores…ninguém, ninguém se atreve a pisar os calcanhares dos "cartolas" do futebol e propor a defesa do jogador português. E depois vêm pedir apoio à Selecção…

O mais curioso é que se uma qualquer regra de contenção de entrada de estrangeiros passa (puramente hipotético)…vai ser o fim do mundo em cuecas. Não para os clubes que habituados a lançar jovens na primeira equipa (Sporting, Marítimo, Varzim, Setúbal ou Guimarães), mas para os outros. Sim…onde é que vão buscar o "produto feito"? Sim, onde? O valor dos passes dos tugas sobe vertiginosamente (e bem!) que até um puto do Real Massamá passa a valer o dobro (ou triplo) e o que fazer quando a maior parte não tem dinheiro…voltar a olhar para a formação…que ideia genial, certo? Poupar dinheiro, criar mais ligações entre os escalões e equipas sénior, certo? Criar mais empatia e reconhecimento entre os atletas e os adeptos, certo? Sim…mas para muitos "senhores oportunos" isto que seria o melhor para o nosso futebol, é péssimo para as suas carteiras. E lá vamos, de janela em janela (de transferências), a vê-los chegar e partir.

E no entanto olho para o programa eleitoral do presidente da FPF e está lá..."obrigatoriedade de assegurar um nº mínimo de atletas portugueses ou formados em Portugal". E tenho a certeza que não estamos a falar de 1 ou 2, ou para fazerem estatística na reserva.


SL

1 comentário:

  1. Não é só isso...

    É tão evidente a diferença entre o CNS e a 2ª Liga... e entre a 2ª Liga e o campeonato principal. Quem tem acesso a essas empresas, tem em 10 jogadores agenciados 1 ou 2 de boa valia. Leva com os outros todos mas tem 1 ou 2 jogadores que podem decidir os seus jogos.

    A 1ª liga é tão previsível acima do 6-7º lugares que essas empresas se sentem à vontade para colocar os agenciados no nosso campeonato.

    Depois o estatuto de igualdade com os brasileiros não ajuda. Esse estatuto será impossível de retirar.

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