quinta-feira, 30 de abril de 2015

Proibir o problema não é solução

A partir de hoje as Doyens e os Mendes estão proibidos de adquirir aos clubes percentagens de passes de jogadores. Problema resolvido? Não. Claro que não. A sabujice de ganhar dinheiro (muito) à conta do trabalho e investimento dos clubes e dos próprios jogadores vai continuar. Como? A resposta está nesta frase: "Ah não podemos comprar passes porque não somos clubes?! Então que se comprem os clubes!" 

E de facto podem, mas vão ter de contar com a ingenuidade e passividade dos sócios desses emblemas. Ao fim e ao cabo, os fundos vão ter de eleger clubes que funcionem literalmente como "casas de passe" -  como dizem os nossos irmãos do outro lado do oceano, vai ser só putaria.
E de repente olhamos para o Belenenses, Rio Ave, Estoril e outros e percebe-se que a "putaria" já se pratica. Esses clubes já estão fase 2.0 do esquema e desconfio que as amélias dos seus sócios até já entenderam, mas ecapa-lhes a extensão de pouca vergonha a que as direcções (eleitas por eles) se dedicam. Não fazem a mínima ideia até do que os seus democraticamente eleitos presidentes acordaram em troca da dignidade desportiva. Jogadores? Treinadores? A câmara disponibiliza aquele relvado extra? Quando saírem dos clubes têm aquele cargo à espera naquela empresa porreira? Os seus negócios paralelos vão levar um boost mágico? 

Quando é que estes adeptos e sócios acordam para a vida?!! Quando é que vão começar a ter vergonha de serem as bitches de chulos que só querem é mamar dinheiro e notoriedade? Quando é que vão tirar as palas do olhos e verificar que aquela dor na retaguarda são afinal dezenas de Nélios Lucas em fila à espera da sua vez para estuprar o passado, o presente e o futuro dos clubes que apoiam? 

Se conhecerem algum adepto destes clubes, expliquem-lhes por favor que existe uma diferença entre ser um clube pequeno e ser uma cadela de estimação de um chulo.

SL

quarta-feira, 29 de abril de 2015

A batalha e a guerra

Na tentativa de encontrar uma base de apoio nos restantes clubes profissionais, o Sporting propôs medidas concertas que não visavam apenas o seu interesse específico, mas a evolução do futebol interno no seu todo. É claro que mais do que interromper a hegemonia das trapaças essa demarche mexeu com o poder instituído dos nossos rivais junto dos clubes "pequenos". Infelizmente, ou melhor, felizmente o Sporting não tinha árbitros para oferecer no pacote e muito menos jogadores para abastecer a lógica paupérrima de muitos clubes profissionais de não gerar receita e logo não ter despesa.

A batalha foi perdida. A tentativa de BdC de encontrar aliados falhou. Mas ao contrário de muitos, penso ter sido mal adoptada a política "ah não querem? então que se f#dam!". O voltar de costas perante a traição política que se exibiu na eleição de Luis Duque foi o desperdiçar de talvez um ano de trabalho. O cinismo e a cobardia combatem-se com o oposto e não com o equivalente. No início não trará resultados, mas a longo prazo e contando com a segura derrocada das contas dos pequenos emblemas BdC pode recuperar terreno. A guerra não está perdida.  Bem pelo contrário. Cada dia que passa as finanças dos clubes tende a arruinar-se um pouco mais.

Mais do que propor mudanças "ao vento", o Sporting deve trabalhar nas relações directas de clube para clube e ir amealhando aos poucos a confiança das "cadelas amedrontadas" da nossa Liga Portugal. A revolta dos clubes pequenos não é evidente, mas é real. O Sporting pode liderá-la, transformando-a numa posição mais forte e sobretudo menos envergonhada e objectiva. Como em tudo na vida, um cobarde leva tempo até encontrar forças para se unir a outros para acabar com o terror de um bully. Mas um dia acontece. Nesse dia, o Sporting deve ter já a teia bem articulada para conduzir um novo poder no caminho da transparência, justiça e imparcialidade. A nossa proposta tem de ser sempre clara e concisa. Não é mudar as moscas. É limpar a merda.

SL

quarta-feira, 22 de abril de 2015

6-1 Doyen a quem?

À parte da diversão e da picardia normal (e saudável) entre adeptos de futebol, fica mais um capítulo para reflectir da jornada da Champions de ontem. Sem cair em demagogias, o Bayern está anos luz do porto. Como está a de qualquer clube português e muitos outros emblemas europeus de algum renome. Se olharmos a evolução desta competição, podemos facilmente constatar que são cada vez menos as surpresas, cada vez mais sempre os mesmos países e as suas grandes equipas a dominar (e arrecadar) a maior competição de clubes do mundo.

Quantos jogadores tem o Bayern com percentagens de fundos? Quantos tem o porto? Alguém consegue ver a tal "aproximação dos pequenos clubes europeus" aos gigantes continentais, defendida pelos advogados da Doyen e afins? Sinceramente, vejo cada vez mais o contrário. A manta de retalhos táctica desenhada com jogadores completamente "estranhos" à cultura do clube não foi do clube endinheirado que tudo compra, mas sim do "pequeno" porto. Nos intervalos dos grandes negócios permanentes é difícil construir equipas. Os adeptos portistas que agradeçam os largos milhões (serão mesmo?) patrocinados pelo sr. Nélio. ao seu clube enquanto são humilhados aos olhos da Europa e do Mundo.

Na ressaca da eliminação, as únicas pessoas felizes que não falam alemão são exactamente os "senhores dos fundos". Satisfeitos da vida com as jogadas de Jackson ou Danilo. Portugal afunda-se apesar dos brilharetes ocasionais...mas há uma banda de músicos que nunca parará de tocar.

SL

terça-feira, 21 de abril de 2015

Expectativa de Queda. Queda de Expectativa.

Desde há algumas partidas que o Sporting não mostra muita saúde no seu jogo colectivo. Repetitivo, sem velocidade, errático...o tão afamado "fio de jogo" perdeu-se algures entre a derrota no dragão e a eliminação da Liga Europa.

E a queda de forma não se aplica apenas à performance do 11, individualmente a maioria dos jogadores também não se pode dizer que atravessa uma fase positiva. Jogadores como Jefferson, Tobias, Adrien, J.Mário, Nani, Carrillo ou Montero estão até a passar uma fase exibicional longe dos melhores momentos da época. Felizmente que existem outros como Patrício, M.Lopes, Ewerton, William, Mané ou Slimani para equilibrar a balança...mesmo sem atingir níveis excepcionais têm segurado aqui e ali os mínimos olímpicos para conquistar os pontos suficientes de modo a chegar à fase final da Liga sem sobressaltos quanto ao "provável" 3º lugar.

A questão não é física, Marco Silva tem gerido o esforço dos principais jogadores de forma racional e apenas Adrien dá hoje mostras de algum desgaste, mas sem dúvida será matéria para descansos futuros. O foco parece ser mesmo anímico. Todos sabem o que a direcção do clube esperava desta época e já por várias vezes as declarações de responsáveis mostram uma desilusão concreta com a não ingerência na luta pelo título. A presença na final da Taça, não é, ao contrário do que se poderia supor, um prémio de consolação para este plantel...é o menor dos males. Não trazendo o troféu para Alvalade, não tenho dúvidas será fácil designar esta temporada...como um insucesso.

A expectativa é um estado mental que se eleva quando cumpre a promessa de atingir objectivos e se afunda quando corre de forma inversa. Não estarei a falhar por muito se adivinhar que muitos jogadores caíram num estado motivacional que oscila entre o "mínimo possível" e o desligar da ficha assim que os grandes objectivos da época foram perdidos. O empate frente ao Nacional, quando tudo esteve ao alcance (a distância de 6 pontos para o porto podia depois do clássico resumir-se a 3 e com 4 jogos por disputar era legítimo ambicionar o 2º lugar) foi um duro golpe que certos jogadores e a sua contribuição para o desempenho colectivo sofreu...e quem viu o jogo....não deve ter ficado muito melhor estado.

Mas não se pagam milhões de euros a equipas técnicas extensas, nem milhões de euros a tantos jogadores para se deixarem levar por depressões desportivas. Embora compreensíveis, espera-se que tanto "reconhecimento" e valorização signifique competência para, mesmo longe dos grandes momentos, rapidamente se encontrem com o bom futebol, com a garra e desempenhos assertivos. É que não convém absolutamente nada cair nestas "fossas". Apenas as vitórias dão ânimo e largar o volante para enxugar as lágrimas do rosto pode ser o caminho mais rápido para ir de encontro a um qualquer sobreiro à beira da estrada. E mesmo que a árvore se chame Braga e mesmo "prometendo" sofrer de maleitas ainda piores que as nossas...nunca fiando.

Daqui até ao Jamor, MS e companhia terão de se reencontrar, reerguer e reabilitar. Há jogos para ganhar, há forças para recuperar e ambição para encontrar. Um Sporting em "serviços mínimos" não chega! Um 2-1 ou 0-1 de aflitos frente a outros "aflitos" chamados Setúbal ou Boavista...não chega! Ainda por cima, cresce uma onda de desamor óbvio para com o treinador, que além de expor a nu problemas há muito insanados dentro do clube...mostra que será provavelmente o freguês a pagar a maior factura da expectativa criada no Verão passado.

Marco Silva depende da Taça de Portugal? Sim. E isso dá-nos uma visão aterradora do que significam as "apostas" e os "projectos" no Sporting, que não escapa a todas as outras realidades no nosso país. Uma realidade sempre a oscilar entre a competência mágica e o drama incurável. Os mesmos sportinguistas que reclamam pelos méritos do Dortmund e adoram no altar de Klopp, assobiam a equipa em Alvalade de 4 em 4 minutos e pedem a cabeça de MS todas as segundas-feiras. Gostaria de imaginar que não são estes que contam na hora de avaliar o trabalho de profissionais e tomar decisões, mas já levo anos disto para saber que é muito mais fácil derrubar um muro e prometer outro melhor. Oxalá a palavra "desenvolver" ganhe raízes em Alvalade.

"Não presta" é tão fácil de dizer.

SL

quinta-feira, 16 de abril de 2015

A...final


A ida à Final da Liga de Andebol só poderá ser um feito menor à luz de quem não acompanha a dura realidade das modalidades principais do Sporting, onde também podemos incluir o futebol. É difícil escolher de quem será a maior parte do mérito: se a solidez da equipa, se o planeamento do sector, se a aposta possível mas determinada da direcção ou de todo um clube que se recusou teimosamente a afunilar o Sportinguismo no futebol. Vencer a competição é sempre importante, mas realço o facto de estarmos a caminhar para uma competência transversal em quase todas as modalidades que ostentam o nosso símbolo. O hóquei, o rugby, o andebol, a ginástica, o atletismo, o ténis de mesa, o futsal (e por aí fora) têm sabido manter os pergaminhos do clube plenamente saudáveis apesar da fraca participação dos adeptos ou mediatismo de cada modalidade.

Agora que chegámos lá, é lutar com garras bastante afiadas pela vitória…pois ninguém estaria a ser sério se manifestasse qualquer descrença numa equipa que têm passado por tudo e tudo tem debelado, sabendo manter-se erguida depois de duros golpes ao longo desta época. A satisfação dos atletas e equipa técnica exibida no final da partida de ontem é relevante e demonstrativa e percorreu cada um de nós de forma distinta mas igualmente saborosa.


SL

terça-feira, 14 de abril de 2015

O respeito merece-se

Quando Ewerton foi expulso na última partida fiquei incrédulo. Não com a decisão do árbitro, foi mais uma das muitas asneiradas do Sr. Benquerença,  mas sim com a incapacidade de quem relatava e comentava o jogo na TV para simplesmente dizer o que todos viram. E digamos que não era difícil. Retirar um jogador do campo daquela forma, é um erro enorme, que dispensava até ver a repetição. É uma asneira brutal e devia, pelo menos, ser apreciada como tal.

Não fica bem no profissionalismo de quem é pago para dizer o que vê, ter cometido aquela falha. Como também não foi honesto, ter esquecido, durante as 2 horas de comentários pós-jogo, o trabalho horrendo do árbitro, parcial, demasiado parcial. Pode parecer normal, atendo ao histórico e presente momento do Sporting ter que sofrer na pele estas humilhações, mas pela minha parte nunca me irei pacificar com o desrespeito dado ao meu clube, por muito mal que o sistema nos trate, por muito pouco que se exija aos profissionais dos media que analisam o nosso futebol.

Um erro é um erro. Uma má arbitragem será sempre uma má arbitragem. O erro tendencioso e repetido de um péssimo árbitro nunca irá "passar" como normal. Não devia, não deve, será perigoso que venha a passar no futuro. Os 3 pontos ficaram com quem mais os mereceu, mas o Sporting devia vincar bem a indignação, sempre (e mesmo que ganhe) que isto aconteça.

SL

sábado, 11 de abril de 2015

Reflexões que não saem na imprensa

Se o Sporting vencer a Taça de Portugal vai haver pelo menos um clube entre os dois supra sumos milionários que terá uma época pior que a do clube de Alvalade. Alguém perguntou ou pergunta a esses presidentes se a época foi ou será um insucesso?