quarta-feira, 31 de maio de 2017

É hoje!

Hoje é para ganhar! Esta equipa de andebol é superior ao Benfica e provou ter tudo para se poder sagrar “a melhor”. Tem jogadores para gerir qualquer tipo de jogo e dando o máximo, não há qualquer sombra que nos deva amedrontar. 

Hoje só têm de vencer. Não podemos ter paragens cerebrais, quebras de confiança, excessos da mesma. Hoje é o dia para mostrar o que valem e mostrarem que o querem dizer a todos os sportinguistas! Hoje é o dia para Campeões.
Apenas um recado a todos os que vão fazer parte do ambiente das bancadas: giv'em hell!!


Saudações Leoninas

terça-feira, 30 de maio de 2017

Limites à indecência: Quem vota contra?

A Liga de Clubes votou ontem um valor limite para ofertas a árbitros. A frase só por si é emblemática do ponto a que o futebol português chegou. Quando se tem de submeter a votação este tipo de regras, a idoneidade dos dirigentes parece uma imposição e não um princípio. Ainda assim é melhor esta regulação do que o vazio ou o free pass legal que existia antes.

150 euros é agora o tecto. Mantenho o que disse e escrevi aquando a revelação do caso dos vouchers: não é a quantidade, valor facial ou a soma do valor das ofertas que está em causa, mas sim a atitude de quem faz a oferta. Desconfio mais de 1 euro oferecido por um dirigente corrupto do que 500 de alguém desinteressado, mas na dificuldade de encontrar essa pureza de intenções num meio como o futebol (e em especial na relação com os árbitros) o que fica mesmo bem é não oferecer.

Não sei de casos onde a "gentileza" tenha levado um arguido a oferecer vouchers refeição, camisolas ou outra porcaria qualquer a um juiz num qualquer tribunal cível. Não tenho registos, porque simplesmente não acontecem, porque um juiz de uma qualquer comarca de qualquer região ou país consideraria esse gesto (no mínimo) como atentatória à sua isenção, e entenderia...bem. Porque o é de facto e o Benfica sabia e sabe disso.

Tanto sabe que, pelos relatos de hoje, votou contra o valor de 150 euros, faltando esclarecer se considerou demasiado baixo ou não concordaria com qualquer tipo de tecto. Seja como for, valha pelo menos a coerência de ser, neste como em quase todos os casos, uma força detratora da inovação, da justiça e da independência dos reguladores do futebol. E isso, podem dar as voltas que quiserem nos painéis de tv, podem fazer os spins que quiserem nos editoriais dos jornais, é uma pele que não conseguem despir. Mais uma para descontar na comparação com o Apito Dourado, dirão os adeptos encarnados, sem conseguir discernir que o "desconto" já vai longo e que de forma inconsciente assumem que se governam por esta altura pela mesma bitola (se quiserem "cartilha") de esquemas do seu eterno ódio de estimação, Pinto da Costa.

Mas nem só o Benfica votou contra a nova regra. Foram 15 votos de rejeição e 2 abstenções. Sinal de que os "aliados" de Vieira são para as ocasiões, mas ainda assim perdedores face aos 27 votos a favor...e sim, isto também quer dizer outras coisas no mapa de poder do nosso futebol, mas isso terá de ficar para outro post, ou para a caixa de comentários se alguém achar interessante.

Saudações Leoninas


segunda-feira, 29 de maio de 2017

Quatro à Segunda



Andebol 

A relativa facilidade com que o Sporting venceu a Taça Challenge em andebol exibe aos olhos até do adepto menos informado neste desporto, que esta equipa estava preparada para outro patamar competitivo. Ainda assim é bom acumular mais um troféu europeu, sabendo que dentro de poucos dias chegará o verdadeiro momento para o qual este plantel foi idealizado. Poder ser campeão nacional, quando muita gente já desacreditava dessa possibilidade bem cedo na época, será mais do que um desejo…é uma missão. A hora é de agrupar, encher o pavilhão de Odivelas e não ceder no momento de conquistar a glória.

Formação

Esta equipa de júniores foi elogiada o ano inteiro. Justamente. A distância que exibe particularmente com as equipas do mesmo escalão dos grandes rivais, põe uma enorme pedra sobre o anátema da “crise na formação do Sporting”. Destacar alguns jogadores seria uma injustiça neste momento de celebração e tempo haverá para o fazer na altura de encaminhamento quer para a equipa B, quer para clubes do 1º escalão, quiça até o arranque da pré-temporada com a 1ª equipa (que irá perder muitos jogadores em compromisso das selecções). Parabéns a Tiago Fernandes e restante equipa técnica.

Transferências

Jonathan Silva e Teo são ambos activos do Sporting, actuam na Argentina e ao que parece vão ter destinos diferentes. O primeiro está de regresso e embora o tempo de empréstimo no Boca não tenha nota muito positiva (especialmente nos tempos mais recentes) é evidente que estamos perante um atleta com potencial e bem trabalhado mentalmente…pode ser um bom recurso, canalizando mais verbas para a contratação de um lateral, seu concorrente, de outro estatuto. 
Já Teo é uma certeza. Não cabe. E não é que não tenha argumentos para convencer qualquer treinador da sua utilidade, o problema é mesmo entender e querer jogar futebol e entregar-se ao colectivo. Mais um ano de empréstimo será a solução mais do agrado de todos, mas se a China bater à porta…(o Rosário também joga com isso).

Vídeo-árbitro

Os “velhos da Luz” bem tentam desacreditar este suporte tecnológico (apenas mais uma forma de pressão labrega e inútil) mas a cada jogo fica evidente a vantagem da sua utilização. Nada nasce perfeito e muito será melhorado nas próximas épocas, mas é um sentimento de dever cumprido aquele que muitos adeptos e responsáveis do Sporting sentem nesta altura, pois por esta inovação se bateram - muitas vezes perante o gozo e a displicência dos “sábios” da bola. Pela minha parte entendo que este é apenas um começo e que muito mais haverá por fazer, mas sobre isso falaremos outro dia, agora é tempo de destacar o primeiro passo.


Saudações Leoninas 

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Trip's na maionese

A internet acaba de entrar em modo "José Pratas" com o rumor que JJ pode seguir para o PSG pela mão do novo director desportivo, Antero Henrique. Acima de tudo o que penso ser mais saudável para todos nesta altura é esperar por alguma confirmação oficial de que há mais do que apenas mais uma sumarenta novela de vai-não vai.

Discutir quanto é a cláusula de saída, que treinador pode substituir JJ, qual é o papel de Jorge Mendes ou mesmo que jogadores podia Jesus levar para Paris é...uma especulação que pouco mais tem de que algum divertimento e fantasia. E enquanto nós podemos "brincar" às insides e outros castelos de cartas, há quem no clube esteja a ter que pensar com a cabeça fria e no sítio correcto, não embarcando em panfletos cinematográficos.

Saudações Leoninas

Novelas, novelos e noveleiros

Há muitas formas de manipular a opinião pública sobre determinado tema ou notícia. Vivemos num tempo onde as pessoas têm pouca capacidade para acompanhar as múltiplas cascatas de informação que todos os dias jorram da rádio, dos jornais, da internet ou da televisão. Muitos conseguem manter algum critério e capacidade de distinguir o trigo do joio, mas a maior parte não têm tempo para dedicar às injecções de hiperinformação, preferindo o recurso ao entretenimento que mascara opinião como informação, exagerando e sensacionalizando, acrescentando emoção e reagindo a essa, devolvendo todo o pacote com um verdadeiro espetáculo, tal qual novelas repletas de intriga, paixões, traições e o que quer que nos agarre ao seu consumo.

Estes verdadeiros infoshows, contêm narrativas sólidas, estruturas pensadas para manter o público interessado. Ou pelo menos a maior parte do público, o chamado “target”. Uma das formas mais evidentes de como se pode manietar e moldar uma notícia para reflectir aquilo que se deseja fiel ao “guião” da novela corrente é convidar para reagir à notícia alguém que sabemos ir fazê-lo de forma pouco isenta, alguém que vai ter uma resposta condicionada com as suas filiações actuais ou passadas, quiça até as suas ambições futuras. Estes “convidados” vão extrair do conteúdo (do facto que vão comentar) aquilo que querem e vão pegar nesse segmento validando ou criticando as partes que mais lhes interessam ou as partes que mais interessam ao meio que os convidou. Its just business.

Não vejo por acaso que a maior parte dos convidados a comentar a atualidade do Sporting, sejam pessoas tão “isentas” e desapaixonadas como Pedro Madeira Rodrigues, Paulo Pereira Cristovão, Carlos Severino, Delfim, Carlos Barbosa ou Abrantes Mendes…curiosamente todos eles com assumidas divergências (estou a ser comedido) com a vigência actual do clube. Quem os convida sabe o que quer que digam, quem aceita sabe como deve “inclinar” a sua opinião. Se algum dia ouvirem estes habitués a elogiar uma qualquer medida ou declaração de BdC, podem ter a certeza que o mundo, tal como o conhecem, acabará nos minutos seguintes. 

Idealmente nós, os espectadores e consumidores de todas estas artimanhas, saberíamos “ler” estas entrelinhas e entender o tipo de realidade que se quer ver pintado…escapando à intoxicação destas novelas. Provavelmente tu que está a ler não pertences a este espectro, nem tu nem qualquer adepto leão minimamente informado. Podemos ter a certeza absoluta que estas notícias não são criadas para nos divertir ou informar. Não. Não é para qualquer sportinguista, é sobretudo dirigido ao maior target, ao seu target fiel, os adeptos encarnados. A prova disso é a votação esmagadora que saiu das últimas eleições. As “novelas” que estão a passar, não são para nós e muitos (de nós) entendemo-lo, compreendemos a sua distorção, o ruído, a forma jocosa e insultuosa como esboçam sorrisos ao falar do Sporting, às vezes só falta mesmo piscar o olho ao espectador enquanto se imita subjectivamente o acto de beijar o símbolo da águia numa etérea camisola.

A coisa é tão fácil de descortinar que o absurdo é normal. Tão normal como convidar ex-dirigentes e reconhecidos adeptos do…Benfica, para comentar matéria do Sporting. O mesmo não vemos, nunca, em sentido contrário. Não há reciprocidade alguma, nem é pretendido que exista. A novela não compreende esses twist’s e a narrativa podia correr o risco de ser menos apelativa ao Zé Carlos, bate-chapa que no final de um dia de trabalho exaustivo, se senta de cachecol vermelho na poltrona velha e gasta, a saborear a sua mine enquanto se ri a ouvir, ler ou assistir às últimas “anedotas” provindas da análise à eterna e “saborosa” crise do Sporting.

Saudações Leoninas.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Kamikaze ou apenas coerente?

A noticia está por toda a comunicação social. “BdC ponderará sair se a próxima época não trouxer títulos”. Assumindo que a mesma tem algum fundo de verdade e que é integralmente fiel ao que o presidente pensa do seu próprio papel como líder, é pelo menos justo e alinhado com as suas posições mais recentes. A tão referida exigência e compromisso com bons resultados passam a ser completamente transversais a todos os que trabalham no clube. Do suplente menos utilizado ao presidente, todos serão medidos pela mesma meta: ser ou não campeão, ou pelo menos, convencer todo o reino do leão que foram reunidas todas as condições para tal.

É um risco. Com a imprensa e opinion makers “que nos assistem”, esta é uma fasquia que não será esquecida (como muitas outras “promessas” de outros presidentes o foram) e que será repetida ad nauseam a cada mau resultado, a cada milímetro que coloquemos de distância com essa “linha de salvação” da continuidade. Confesso que quando li as letras gordas dos artigos que davam conta deste estado de espírito, a primeira reacção foi de achar este acréscimo de pressão absolutamente desnecessário e porventura contraproducente. Mas reflectindo um pouco mais no significado global da posição, é pelo menos coerente e transparente com tudo o que sempre escutámos de BdC. 

Depois de revolucionar o clube, de fechar as torneiras a um burguesismo boçal que quase fechou o Sporting e de impor uma nova forma de posicionar o emblema face aos interesses que rodeiam (e vampirizam) todos os emblemas desportivos, é já mais que evidente que para BdC é hora de levantar a barreira e colocar toda a lenha na caldeira, trazendo os títulos que validarão a utilidade deste Conselho Directivo. Porque talvez imagine que possa existir algum conformismo instalado em todo o clube, o presidente risca do mapa essa atitude, colocando todo a governabilidade em causa, colocando todos (e sim, também nós os adeptos) a pensar se não há um pequeno esforço adicional que todos possam dispensar para nos aproximar dos tão desejados títulos.

A isto chama-se sair da “zona de conforto” e ocorre-me uma frase (batida, como diria o Sérgio): “Para chegar aonde a maioria não chega, é preciso fazer o que a maioria não faz”.
Pensemos nisto.

Saudações Leoninas

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Peixes de água doce

A participação da Selecção Portuguesa no Mundial Sub20 está a dar razão a muitos sportinguistas que questionam há muito a capacidade de muitos quadros técnicos (e não só) da FPF. Pessoalmente nada me move especialmente contra ou a favor de Peixe como pessoa. Já não posso dizer o mesmo do Peixe seleccionador, que enferma de uma clássica incapacidade de criar resultados com a excelente matéria prima que poderia ter ao seu dispor. E sublinho “poderia”, já que já não é a primeira vez que deixa fora do quadro de opções (quer em apuramentos, quer em fases finais) alguns dos mais talentosos jogadores seleccionáveis. 

Ver os últimos dois jogos deste Mundial, é só a confirmação de que não temos qualquer aproveitamento quer individual quer colectivo do valor dos nossos jogadores, o que é um lamentável desperdício de potencial e prestígio. Não sei se alguém propositadamente diminuí o espaço de opções do nosso caro Emilio ou sé o próprio que revive recalcamentos antigos aquando das escolhas, mas o que sei mesmo é que o panorama actual não favorece ninguém. Não é bom para os atletas, para o Peixe e para a Selecção. E quando eventualmente a FPF estiver à procura de um sucessor, lembrem-se sempre que dá um certo jeito eleger um “treinador” que compreenda o que é o papel de “seleccionar” os “melhores” e que não seja permeável a alinhamentos Dubaianos ou similares.

A mim não me interessa ver Selecções mais verdes, azuis ou vermelhas, mas sim equipas onde os melhores (venham de onde vierem) têm espaço assegurado. E a FPF mais do que tentar dividir favores pelos “favorecedores”, devia era tentar tornar-se um organismo supra-clubes e superior aos seus interesses individuais. É que parecendo que não, salta à vista de qualquer um a pobreza (pouco) franciscana que muitas selecções apresentam, sendo cada vez mais difícil entender também qual foi e é o trabalho efectivo dos seleccionadores. 


Saudações Leoninas

terça-feira, 23 de maio de 2017

Cirurgiões e Alfaiates

Jorge Jesus é um treinador com convicções. Disso ninguém duvida. E se essas certezas lhe trazem a capacidade de rapidamente impor um estilo de jogo e um enquadramento táctico a qualquer equipa, tem também o seu lado adverso, ao raramente conseguir adaptar estas concepções a novas leituras que seriam recomendáveis quer pelos atletas à sua disposição, quer pelas dinâmicas financeiras e desportivas do clube que o contrata.

O fato que desenha para vestir as suas equipas é “one size, fits all” e o sucesso da época depende de quão elástica é a atitude e o talento dos seus jogadores. Há anos em que a coisa corre bem e todos fazem boa figura. Há anos em que a coisa corre sinceramente mal e a equipa anda em campo com mangas a cair dos braços e aos tropeções nas bainhas. No Sporting já experimentámos ambos os cenários, e a questão que todos colocam nos dias de hoje é…o que nos calhará no 3º ano? 

A resposta ninguém sabe e muito do que vai decidir o nosso caminho terá lugar nas próximas semanas. É que se o “fato” não se ajusta ao corpo é o corpo que deve ser trabalhado para exibir a vestimenta o melhor possível. Não é fácil, mas por esta altura já todos entendemos que é mesmo a única solução. A montanha tem mesmo de vir ao encontro de Maomé. E aqui a Montanha chamada Sporting tem um papel muito importante.

Ao contrário da época que agora acaba, há muito sinais que nos dão a certeza que BdC não vai assinar por baixo as "paixões de Jesus”. São caras e muitas vezes datadas, jogadores que ficaram no rol mental de tusas do treinador por um ano de brilharetes ou aquele jogo que calhou apanhar JJ a beber a quantidade de álcool certo no lugar do sofá que prefere enquanto olhava para a tv e pensava “cum caraças pá, este gaje é uma ganda bomba!”. Digamos que há scoutings melhores que olhar para atletas em queda descendente no mercado de valores futebolísticos, dos quais só o nome ganho em tempos idos resta como cartão de visita.

Este ano a história terá de ser diferente e o nosso treinador tem de deixar os tiques de gaja que vai pegar num playboy decadente e fazer dele um homem de família. BdC idealmente traçará um caminho mais estreito e em vez de soltar a casamenteira alma de JJ por esse mundo fora, apresentará os pretendentes que acha indicados, “obrigando” a "moçoila rebelde" a descer à terra dos clubes sem Mendes e sem 234 empréstimos obrigacionistas. 

O que não significa que se irá perder a hipótese de contratar bons jogadores e alguns deles possivelmente até mais caros que na última época. Mas já lá vamos, o que interessa é mesmo que JJ aceite este quadro decisório e aceite com isso a modernidade (de que tanto apregoa ser arauto no Sporting) de suportar a decisão de escolha de alvos no departamento de scouting do Sporting, que idealmente existiria. 

Dinheiro. Também muito se vai jogar nessa palavra que tanto muda no futebol e nas ambições desportivas de clubes que querem ganhar títulos. Num ano em que não será um escândalo ficar fora do quadro de grupos da Champions (é olhar aos clubes cabeças de série…) pode até acontecer o Sporting dispor de uma verba recorde para investir. Boa notícia? Nem tanto, pois isso significará que o clube vendeu alguns dos seus melhores atletas ou que por algum passo mágico, nos livrámos de dezenas de maus castings, de entulho acumulado ao longo de várias épocas. 

Racionalmente sabemos que o mercado não pagará mais do que peaners pelos excedentários (e será muito suadinho encontrar quem nos tome conta deles partilhando o salário) e sabemos também que alguns jogadores como Adrien, William ou Patrício atingiram o zénite da sua valorização interna. Podendo não haver Champions para dar montra, o price tag destes três, não subirá por aí além e a SAD Leonina pode antecipar uma boa venda, sabendo que manter os jogadores reféns do seu estatuto no clube também não é a melhor forma de fazer crescer uma equipa.

É certo que o mercado também vai atacar outro tipo de jogadores, talvez até com maior apetite. Gelson Martins e Dost andam nas bocas dos directores desportivos de muitos clubes e pode ser até que um deles convença o seu board a cometer uma loucura. Não será surpresa para ninguém que Gelson seja visto e valorizado com um dos valores emergentes mais prontos a rebentar num grande emblema europeu ou que Dost seja a garantia de golos que muitos clubes carregados de libras ou euros precisam para convencer as suas massas associativas. 

De uma forma ou de outra é bastante provável que o Sporting acabe por ter alguma verba para investir e é sobre esse pote de moedas de ouro que o tal corpo para vestir o fato decidirá a nossa época. Mais do que nomes ou glórias passadas, o plantel precisa de jogadores com talento e motivação para ganhar. Isso paga-se. Paga-se muito mais do que tentar trabalhar valores como Geraldes, Palhinha, Dala ou Podence, mas na visão de JJ essa é tentar fazer da 3ª linha a linha principal de soluções e sabemos o que está disposto a fazer para o provar.

Palavra a BdC, ao “reforço” do departamento de scouting que está inscrito no seu programa de 2º mandato e a uma sagacidade de acção no mercado que ainda não vimos sob a égide desta direcção. Os actos cirúrgicos têm deixado o paciente em penosas convalescenças, obrigando a intervenções correctivas em Janeiro. Espero que o cirurgião tenha mais acerto este Verão.


Saudações Leoninas

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Epílogo

O fim
E lá chegamos ao fim de mais uma época de futebol profissional. Ontem foi o ponto final de uma temporada típica do Sporting. Sem troféus, com desvalorização da maior parte dos atletas, com a promessa de um início de competição que vai ser árduo para a relação entre treinador e adeptos, admitindo como um facto que vai cumprir mais um ano do seu contrato. A chegada de mais um verão de transferências, traz mais dúvidas que certezas e nem as entradas de 3 atletas (André Pinto, Mattheus e Puccini) dão para fazer previsões quanto ao tipo de mercado que vamos atacar. 

Mesmo fechando a Liga com uma boa vitória frente a um Chaves meio coxo de soluções e ambições, foi fácil ontem olhar para o nosso jogo com um gigante ponto de interrogação. Quantos destes estarão cá na próxima época? Patrício? Jefferson? Esgaio? Ruben? William? Adrien? Palhinha? Geraldes? Dost? Gelson Martins? 

Os próximos meses serão intensos e é bom que nos preparemos para alguns capítulos mais de Academia Vs Contratações…pois o aviso tanto de BdC (através de Saraiva no Facebook) como de JJ na CI do final do jogo só prometem mais sequelas nas próximas semanas. 

Notas finais para:
1) a estatística de Dost. Termina a época com 50% dos golos da equipa o que revela a sua excelência e a pobreza de finalização que o acompanhou.
2) Beto - fez de Patrício como um titular faria. Espero que continue. 

As despedidas
A tarja da JuveLeo dando as despedidas a Ruben Semedo incomodou-me. Quer seja honesto ou irónico o desejo de boa viagem dado ao jogador, aquela mensagem é sempre um tiro ao lado na função de uma claque. A saída de um jogador, não estando confirmada é um mau assunto para uma claque tornar público e se é uma crítica (seja ao jogador ou ao clube) deveria ser feita noutros locais e fora dos olhares das câmaras (coisa a que os responsáveis das claques tem mais acesso do que o adepto vulgar).

O gesto
As demonstrações de afecto num estádio não devem chocar ninguém e o presidente não fez nada que alguém não possa fazer ao pé de uma criança, mas convém não ser ingénuo ao ponto de achar que o acto não teve segundos destinatários. E essa intenção eu critico. Com mais gala ou menos gala, BdC não deve fazer da sua vida pessoal, das suas manifestações de afecto algo com significado politico-desportivo. É um mau princípio que não o vai favorecer em nada. Nada.

O início
Não deu para saborear, nem sequer sentir o aroma, mas foi um marco que no futuro ficará para a história. Aos 90 minutos Gelson deu a Gelson. Martins a Dala. Quem sabe…a passagem do ceptro de coqueluche de Alvalade.


Saudações Leoninas

sábado, 20 de maio de 2017

Campeãs. Campeões!

Parabéns às nossas leoas que fizeram uma época brilhante e ao departamento que, no primeiro ano de actividade conquistam o campeonato, confirmando as expectativas com que o projecto foi desenhado e porque não a ambição do clube, manifestada desde a primeira hora.
Hoje é dia e noite de festa, que é merecida de todos, especialmente os adeptos, pois além de precisarem urgentemente de alegrias...é justo que celebrem agora todo o carinho que souberam dar a esta equipa, que está antes de mais nada, recheada de jogadoras de um coração é uma entrega totais.
Somos campeões e por agora o resto é conversa.

Saudações Leoninas

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Casa onde não há pão (troféus)

BdC e direcção (a restante) estão sob ataque cerrado. Ponto. A cartilha sentiu o cheiro a sangue e motivada por uma profunda desilusão dos adeptos leoninos (uma série de resultados negativos em várias modalidades não são fáceis de gerir e havia…muitas expectativas) colocou em marcha uma ofensiva total. Não consigo olhar uma capa de jornal, escutar rádio ou ligar uma tv…sem que exista um qualquer novo ângulo a explorar um dos vários focos de incêndio que lavra por Alvalade.

Como é óbvio, é nestas alturas que se separam as águas, que se distinguem os carácteres, que se mostra o compromisso com o clube e os sócios. Os que se preocupam, acima de tudo, com a imagem perante uma opinião pública “lavada” pelas cartilhas, vão ceder. Vão quebrar. Vão escolher “limpar” a face à custa de uma deslealdade com o projecto do qual sempre nos quiseram fazer acreditar que faziam parte.

Se pensam que estou apenas a falar de dirigentes, desenganem-se. Muitos adeptos, primeiro desiludidos com as promessas falhadas e depois emprenhados pelos ouvidos dos eternamente descrentes, decidiram que era hora de retirarem o seu apoio a BdC. Vestiram o fato da indignação e as luvas de Pilatos…e cai vai disto. Li nas últimas semanas vários depoimentos de várias pessoas (da qual não ponho em causa o sportinguismo) que sem repararem assumiram que deixaram de apoiar BdC porque já não têm com ele aquele feeling de que estão perante um vencedor.

Os fantasmas de Alvalade, das assombrações de mau dirigismo e pesadelos de má gestão voltaram em barda, acordaram muita gente do sono e ainda a destilar suores frios, correram aos facebooks a levantar a bandeira da sua distância para com a actual gestão do clube. Nem por um momento se atreveram a questionar como chegámos todos a esta situação. É claro que têm sido cometidos erros e pior que isso, não tem sido feita uma gestão da crise que resultou da incompreensão que se errou. 

Erro nº1
Bons treinadores, boas condições de trabalho e bons atletas não significam necessariamente vitórias (exemplos não faltam). E não vencer nem sempre significa que se fez algo de errado. No desporto há demasiados factores aleatórios. Se o projecto é bom, se os profissionais são bons, é manter o rumo e sobretudo a confiança e auto-estima elevadas. O sucesso nem sempre é imediato, os projectos antes de consolidados precisam de…consolidação.

Erro nº2
Deixar a pele em campo, não advém da exigência de terceiros, imposição de modelos de disciplina ou as chamadas “piçadas” depois de maus resultados. Hoje em dia, os atletas profissionais relacionam-se pouco com o emblema e reagem mal a imposições…é preferível criar uma forte vertente de trabalho psicológico e motivacional e várias oportunidades para conviverem com os adeptos (a proximidade e familiaridade normalmente ajuda a criar empatia). Um jogador crente no seu talento e confiante no espaço natural para errar, valerá muito mais do que um atleta em permanente stress competitivo.

Erro nº 3
Tornar pública a insatisfação perante maus resultados. Entendo que é necessário a clube como o Sporting (demasiado habituado a perder) ganhar uma auto-estima colectiva e um sentido de exigência condizente com as condições que o clube oferece às suas equipas. Mas não é com declarações, tomadas de posição mais ou menos mediáticas, que isso é conseguido. Há um processo, um trabalho de raiz que deve ser feito antes de se pensar que os comportamentos e atitude da liderança deve ser geminada nos adeptos. É quase o mesmo que tentar exigir atitudes de dominância a quem cresceu na sombra de outros vencedores. Leva tempo e sobretudo…conquistas. Ocorre-me a frase “lead the way…they will eventually follow you”.

Erro nº4
Escolher companheiros de luta, que não são propriamente bons para lutar. A composição de uma direcção não é uma tarefa fácil e no Sporting de BdC muitas vezes parece existir demasiada pacificação com o papel de “faz-tudo” do Presidente. Rever este estatuto era bastante ajuizado, pois muitas das vezes e nas alturas onde era importante exibir que o líder não está por “conta e risco”, há apenas um vazio…que BdC tenta ocupar…sozinho. Não pode. 

Erro nº5
A elevadíssima exposição do responsável máximo nos media, gera cansaço. Nas fases de maior brilhantismo é excelente para afirmar créditos, para recolher louros, eleva o estatuto, carisma e preponderância no meio desportivo. Nas piores fases gera exactamente o contrário - descrédito, impaciência, ingratidão. É muito nobre a atitude de dar a cara e tentar “salvar a honra do convento”, mas quantas vezes deverá um líder ter de se afirmar com estes actos de coragem? A menos é mau, a mais…é péssimo.

Erro nº6
Antes de avançar para a guerra, contam-se se as armas primeiro. Acabarem-se as munições a meio da coisa é…trágico. BdC enfrenta de peito feito os nossos inimigos e o que imagina estar a entravar o nosso sucesso. Mas não pode fazê-lo à “Rambo”. O futebol português não é Hollywood e os combates são tudo menos leais. Antes de mais é o presidente dos Sportinguistas e deve preocupar-se também em estar alinhado com as lutas (e forma de lutar) que estes acreditam justas e no caso disso não ser uma realidade é contraproducente culpar-nos de sermos um mau exército. Ele também é parte do mesmo.

São sobretudo estes os problemas que acredito estarem na base das “broncas” mais recentes do Sporting. São felizmente reparáveis e urge o encontro dessa margem e vontade. A força de rivais que não perdoam a independência e rejeição a um papel secundário deste Sporting, o poder dos media e a desconfiança dos adeptos leoninos perante maus resultados não vão ajudar (nunca), mas acho que se todos nos concentrarmos no que o clube precisa e não nas agendas e egos pessoais, é completamente possível recuperar toda a forte ligação que existe entre esta presidência e a massa associativa, bem expressa nas urnas há poucos meses. 

Ambas as partes têm de dar passos importantes: a Direcção deve assumir erros próprios, os adeptos devem rejeitar alarmismos e motins virtuais. Algures no meio, está a virtude de servir o clube, o clube real e não um emblema imaginário. O nosso Sporting Clube de Portugal tem problemas, mas também tem uma força inacreditável - os seus adeptos. Sem a energia, união e convicção de todos nós o clube definhará. Todos somos responsáveis pela criação desse ambiente. Todos!


Saudações Leoninas.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Ainda bem que a "experiência" foi boa.

Alguém com a experiência do Cmdt. Vicente Moura, quer da idade, quer dos cargos que ocupou, sabe perfeitamente que a forma e timing que elegeu para de demitir da vice-presidência do Sporting iria desencadear uma sucessão de notícias voraz. Tanto sabia como a usou. Principalmente para num abrir e esfregar de olhos tentar retirar-se completamente da fotografia de co-responsabilidade pelos mandatos de BdC.

Um líder não abandona os seus homens no terreno de batalha e quer concorde ou não com o general, mantém-se na posição, pelo menos até a batalha acabar. As palavras que VM que disse aos microfones, poucas horas depois de comunicar a sua saída, mostram o quão pouco estava comprometido com o gabinete que chefiava, com as modalidades que tinha como tutela.

Respeito que discorde quer do discurso quer da linha de acção do presidente, respeito acima de tudo que deseje resguardar mais a sua saúde, respeito até que poucos dias depois de ser reeleito para os orgãos sociais, mude de ideias e saia. O que não respeito é que o resumo da sua acção ao serviço do clube seja catalogado como uma "experiência". Estranho também que só agora se lembre que  "tem mais do que fazer" do que ser vice-presidente para as modalidades do Sporting, já que podia tê-lo feito antes das eleições.

Vicente Moura não é culpado pelo estado do clube ou pelas polémicas mais recentes, mas sem dúvida que na hora de sair, quis agravá-las, o que não é digno da figura que soube construir em tantos anos como chefe do Comité Olímpico Português. Haverá quem venha agora lhe bater palmas e que lhe diga que em boa hora abandonou BdC. Mas o que estes "amigos" não lhe irão dizer de certeza é a desilusão que causou em muitos dos sócios e adeptos do Sporting,

Por mais que tente, o caro Comandante nunca poderá verdadeiramente justificar a razoabilidade das suas últimas declarações, tendo feito (pelo menos) igual ou pior do que acusou o presidente de ter feito. E lá está, na hierarquia são os "comandantes" que são o exemplo, os únicos que deixou, infelizmente, foram os de uma imensa pressa para "lavar as mãos" da responsabilidade que teve (ou não?) em tudo o que aconteceu, sobretudo nas modalidades.

De resto, este senhor é já passado e faço votos genuínos que tenha muita saúde e serenidade para ver ainda muitas vitórias, das muitas secções que o clube abriga, dos muitos atletas que o clube apadrinha e apoia. Tenho a certeza que isso lhe avivará ainda mais a "experiência" com que foi agraciado.

Saudações Leoninas

Fábio Coentrão, sim ou não?

Sem andar à volta de arbustos: Não!

As razões são tanto racionais como emocionais e uma vez que não tenho qualquer voto na matéria, posso manifestar o que penso, livre de quaisquer constragimentos. 
O Fábio que todos acham que podia dar à nossa lateral esquerda um elã completamente oposto às performances das nossas duas últimas épocas, na verdade não existe. 
Sim, faz parte do plantel do Real Madrid, sim teve 2 boas épocas no Benfica e talvez a primeira em Espanha tenha sido razoável, sim…com a cores das Quinas teve boas fases de apuramento e um razoável Euro 2012. Mas…há quantas épocas anda o nosso amigo Fábio a penar entre lesões e um apagamento total à sombra de um rapaz chamado Marcelo. É que mesmo na época passada no Monaco, as exibições (as poucas entre lesões) não foram suficientes para que alguém olhe para este moço como a salvação de alguma posição 3. E entretanto passou mais uma época, com restos de jogos, exibições paupérrimas e mais…lesões.

Por muito que custe aos sonhadores de grandes nomes no plantel, Fabio Coentrão será hoje mesmo só isso: um nome. Nada garante que conseguirá fazer mais do que 5 ou 6 jogos numa época, nada garante que valerá o ordenado de que certamente não abdicará (mesmo co-participado pelo Real Madrid) e, importante, nada nos garante que queira mesmo vir para o nosso clube. É que convém lembrar aos mais distraídos destas coisas, que o Fábio…à mingua de motivos porque dar entrevistas à imprensa portuguesa, foi useiro e vezeiro na arte de fazer juras de amor e lealdade ao Benfica, não fossemos esquecer que ainda era jogador de futebol.

Ainda assim respeito quem possa ter opinião diversa desta, pois se vejo um quadro cheio de dúvidas e racionalmente desaconselhável, pode haver quem, imbuído de pensamento positivo e atestado de fezada nos parcos arames que seguram os joelhos do Fábio, consiga defender o jogador como o redentor da nossa lateral esquerda.


Saudações Leoninas

Parabéns a quem os merece

Leonardo Jardim acaba de conseguir uma verdadeira façanha. Ser campeão de França, "roubando" o mais que garantido título ao PSG não é uma tarefa que fique muito abaixo de um feito épico. E para quem não tem bem a ideia da disparidade de recursos de ambas as equipas, fica só um registo: o clube de Paris tem um orçamento que faz 4 vezes o da equipa Monegasca.

Tal como o feito de Leicester na época passada, este é mais um conto de fadas no futebol europeu, mas ao contrário do caso inglês, esta história tem muito mais de talento, seriedade e trabalho do que a verdadeira one in a million chance da epopeia de acasos de Ranieri.

Com um plantel de jovens de grande futuro, ajudados por alguns jogadores já bastante experientes, Jardim criou um estilo de jogo muito semelhante ao que havia feito no Sporting, raramente espetacular, mas muito eficiente. A genialidade de Mbappé e o renascimento de Falcao fez o resto.

Até na Champions o trabalho de Leo foi comprovadamente testado e desafia muitas convenções que defendem que para ter isto e aquilo é preciso gastar este mundo e o outro. Ajuda, mas não é tudo. O que preenche o resto é uma concepção do futebol actual, da gestão de recursos humanos e táctica, da calma e descrição de quem faz o trabalho no treino e desvaloriza os mindgames e bitaites na imprensa.

Não tenho dúvidas que LJ continuará a sua afirmação como um dos grandes técnicos europeus, espero que saiba escolher bem o próximo clube, evitando sobretudo o Inter de Milão (essa casa em ruínas), que não por acaso já fez até uma oferta concreta ao treinador português.

Saudações Leoninas.

PS-Ao Carlos Carvalhal um abraço. Mais um ano sem conseguir a subida do Sheffield, mas também mais uma temporada de trabalho muito honesto, um treinador com verdadeira paixão pelo que faz.


quarta-feira, 17 de maio de 2017

Próximo alvo?


Jonathan Cafu, Avançado - 25 anos, Ludogorets - Bulgária.

"Fico muito feliz em saber que estes grandes clubes vêm atrás de mim e do meu trabalho. Todos os jogadores sonham em representar uma equipa grande e eu também. Fico feliz por o Sporting ter procurado o meu futebol", confessa o dianteiro, bicampeão búlgaro, em declarações à ESPN Brasil, evitando colocar pressão sobre os responsáveis leoninos.

SL

O fim de um novo princípio?

BdC decidiu fechar o facebook. Decididamente é uma boa decisão. Tenho certeza que a ideia inicial era a melhor possível: criar um canal mais próximo e informal entre a gestão do clube e os adeptos, gerando um diálogo que podia escapar ao domínio dos “ângulos” de uma imprensa que gosta de despejar areia em muitas engrenagens.
Ainda assim, a presença do presidente do facebook acabou por provocar muitas mais convulsões e polémicas do que aproximar adeptos e sobretudo uni-los dentro de uma mensagem agregadora. 

Há obviamente responsabilidade do próprio BdC, que me parece ter colocado conteúdo nos posts que não podem ser de debate numa rede social, saindo esses textos por todo a imprensa e gerando “material” para atacar o próprio clube, atletas e treinadores, dividindo os adeptos quanto à oportunidade e razoabilidade dos posts …o que é o resultado invertido da intenção inicial. Há também responsabilidades dos próprios adeptos, pois ao abrigo da anonimidade, virtualidade e distância, usaram e abusaram do canal oferecido para despejar insultos e inverdades em barda, despejando numa página de facebook uma tremenda incapacidade para lidar com frustrações próprias e muitas vezes mostrando um lado dos adeptos que não imaginamos capaz ao mais abjecto lampião.

Coube a BdC, ainda bem que o fez, terminar com a iniciativa entendendo, tal como muitas outras empresas e marcas entenderam que aquele é um espaço demasiado informal para abrir uma janela aos consumidores, pois alguns não sabem tirar partido da mesma, boicotando o que era suposto ser um diálogo e partilha e substituindo isso por agressões verbais primárias e disseminação de puro ódio.

Espero que este seja um primeiro sinal de um entendimento mais global da comunicação do clube e que seja também o ponto de partida para uma gestão mais concentrada em fortalecer e apoiar visões do clube mais transversais, acima de tudo delegando tarefas e poderes para que ninguém se atropele e que cada um saiba o que deve, pode e vai melhorar.


SL

Acaba também uma das formas mais vis da imprensa "cartilhada" e oposição "mauista" recolher material e disso já não tenho pena alguma.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Unpack de reforços

E...vão 3. André Pinto, Cristiano Piccini e Mattheus. Um central, um defesa-direito e um médio capaz de jogar a 8 e 10. Aparentemente (tenho 52% de certeza) foram escolhas avalizadas por JJ e isso só por si já pode ser um dado interessante para creditar na hipótese destes 3 atletas em significarem algo na próxima época.

André Pinto foi um central bastante utilizado em Braga e não fora uma lesão e posterior desacordo para renovação e ainda estaria como titular e provavelmente capitão da formação minhota. Não está ao nível de Coates, mas pode competir com Ruben Semedo e P.Oliveira pela vaga ao lado do Uruguaio. Se Oliveira acabar por sair numa transferência ou empréstimo (como muitos defensores da evolução deste jogador defendem) esta entrada fará todo o sentido e não é de desprezar a oportunidade de negócio que foi trazê-lo em fim de contrato.

Cristiano Piccini, embora ainda jovem, já conta com algumas épocas de futebol ao mais alto nível e embora nem sempre na condição de titular, fez bastantes minutos principalmente na La Liga aqui ao lado, o que é sempre um bom patamar de competição. Formado na Fiorentina, é um jogador a quem se lhe reconhece capacidade ofensiva, com ainda muito que compensar na missão defensiva, algo onde JJ costuma conseguir trabalhar os seus jogadores. Há partida parece ter um pouco mais de técnica que o seu futuro rival na posição, Schelotto, mas será igualmente um lateral com pouca capacidade de colocar bolas para o bom jogo de cabeça de Dost. Remata mais que o Argentino e parece mais apto nas triangulações o que na visão de jogo do actual treinador do Sporting...será sempre um ponto a favor. A parte complicada é mesmo a propensão para lesões, Piccini teve muito do crescimento sucessivamente travado por tempos de paragem algo longos, especialmente na última época. A ver vamos o que sucede num clube como o Sporting.

Mattheus Oliveira é um jogador interessante. Não terá o pace (ritmo ou intensidade no jogo) mais animador, mas tem presença física e especialmente uma capacidade para acelerar o jogo que pode ser aproveitada numa posição 8. Não faz da finta ou grandes recursos técnicos o seu cartão de visita (o que até é peculiar vindo do Brasil e sendo filho de quem é) e em muitos sentidos faz-me muito mais lembrar um jogador oriundo de países como França ou Espanha do que o protótipo de um jogador latino-americano. Ainda assim, tem uma excelente capacidade de remate e habilidade nas bolas paradas, o que nunca é de desvalorizar num clube que tem tido escasso sucesso nessa importantíssima componente do jogo. Não é, para mim, um jogador com posição ainda "fechada" e tenho quase a certeza que JJ fará por o experimentar em mais do que uma função e mais do que uma posição no terreno. O que há é algum potencial e características físicas, coisa que sabemos agradar a JJ ao ponto de poder ter mais oportunidades que os "craques" que todos idolatramos.

O que também se torna importante avaliar também é que o Sporting começa cedo a definir o seu plantel, sinal que há mais certezas que dúvidas e uma vontade evidente em fechar (o que for possível) no plantel até à interrupção para as férias. Isso é também o dado que mais consigo valorizar nestas contratações, pois em nenhum dos 3 reforços reconheço a capacidade para chegar de caras a titular. Isso custará de certo bem mais do que os 4 ou 5 milhões que foram dispendidos nesta fase e não acredito que o Sporting vá ao mercado, ao mercado de "titulares", enquanto não existirem vendas de peso...sabendo que a Champions não está garantida e que, especialmente este ano, os olhos vão estar postos na exigível melhoria das apostas do scouting, ponto que tanto foi indicado como dos maiores contribuidores para a fraca temporada presente.

SL

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Aperitivos?

Cristiano Piccini (Betis) e Mattheus Oliveira (Estoril) estão muito perto de assinar pelo Sporting. O italiano é um lateral direito com uma carreira discreta distribuída por Itália e Espanha e o brasileiro conta como grande cartão de visita o facto de ser filho de Bebeto e ter realizado alguns bons jogos nesta 2ª volta. Como é óbvio é ainda muito cedo para avaliar se são o tipo de jogadores que o Sporting precisa e antes de mais nada é preciso aguardar pela confirmação oficial.

Ainda assim, sobretudo no caso do lateral, confesso que esperava uma abordagem bem diferente, um jogador que viesse de caras colocar Schelotto em bicos dos pés, o que a julgar pela reação dos adeptos da formação bética...não será bem o caso.

A ver vamos...

SL

domingo, 14 de maio de 2017

O problema não somos nós

Vejo nas redes sociais vários movimentos para realizar uma acção de protesto dos adeptos pelas mais recentes exibições da equipa de futebol. Acho que qualquer sportinguista desejaria nesta altura juntar toda a equipa de futebol, JJ e BdC e despejar-lhes em cima toda a frustração de mais um ano sem nada ganhar, pior, com a sensação de termos falhado onde não podíamos falhar, em jogos proibidos de perder pontos em fases proibidas da época.

A prestação europeia foi fraca, a valorização de jogadores só se verificou com 2 atletas: Dost e Gelson Martis, a antipatia com JJ cresceu vertiginosamente, BdC perdeu mais base de apoio. A única coisa que cresceu mesmo foi o número de espectadores em Alvalade. Este é resumo de má época. Iremos ficar a poucos pontos do 4º lugar, quando nos posicionámos como candidatos e isso...diz quase tudo. Mas estará nas mãos dos adeptos fazer qualquer coisa que mude este panorama? Será por falta de mais notas de desagrado?

Não. Os adeptos não escolhem plantéis, não desenham orçamentos, não treinam tácticas, nem colocam objectivos para a temporada. Nós, apesar de essenciais a um clube e a um espectáculo de futebol, não iluminamos treinadores descrentes, não motivamos atletas desmotivados, não pacificamos equipas à beira da revolta. Infelizmente "esse" futebol já faz parte do passado. Hoje em dia são os orçamentos, a ambição e sagacidade dos técnicos e arte de gestão das SAD´s que conseguem marcar a diferença entre uma boa ou má época.

Não ir a Alvalade na próxima jornada, ou ir e não apoiar, vai resultar em pouco mais do que um sublinhar do nosso descontentamento e perturbação. Nós que claramente temos sido o lado mais estável, brioso e estóico desta equação. Que vá quem quer, que apoie quem tiver essa energia. Mais do que encontrar uma forma criativa de expressar a nossa incapacidade de tolerar mais egos e primadonices...o que era mesmo útil era quem de direito dar passos pró-activos para que muito do que correu mal durante todos estes anos, não nos leve a mais do mesmo na próxima temporada.

E pelo que vi das declarações de JJ no final da partida, o que podemos esperar é mesmo mais do mesmo. Desculpas, dificuldades, contrariedades, adversidades, todo um muro gigante de "coisas" que JJ prevê que podem correr mal. Taça das Confederações, Pré-eliminatória da Champions, início da Liga...a "motivação" do nosso treinador já está a todo o vapor e as lições desta última campanha na Europa valeram zero. Se a direcção do Sporting quiser apostar mais um ano em JJ, pelo amor da santa, contratem alguém capaz de lhe explicar que ser o líder de uma equipa significa que és o primeiro a acreditar no seu potencial e na sua capacidade de ultrapassar os maiores obstáculos.

Contratem já agora alguém capaz de explicar aos jogadores e a JJ que TODOS os jogos são importantes e a questão não é o quanto o Sporting precisa da vitória, mas sim porque raio havemos de nos satisfazer com menos do que ganhar.
BdC falou já muito de exigência. Eu penso que no próximo ano a palavra de ordem é outra: Compromisso. Vejo pouco disso no plantel, vejo zero disso dos jogadores para com JJ e ainda menos de JJ para alguns dos jovens mais talentosos que já formámos.

Se nada se alterar, se os métodos, discurso e mercado de JJ for o mesmo. Iremos obter os mesmos resultados...ou piores, pois o balão da imagem de vencedor do treinador há muito que se esvaziou ao ver "cepos de banco" a dar-lhe aulas de táctica e coxos a darem baile a Campeões Europeus.
Se és tão bom como são os teus últimos resultados, ficará bem, ao muito bem remunerado treinador do Sporting, assumir alguma humildade em vez de disparar as culpas para cima de quem quer que tenha sido o seu escolhido para provar que faria melhor com outro tipo de jogadores.

Por isso e mesmo em resumo de tudo, se encontrarem alguma forma de nós, como adeptos, conseguirmos esvaziar um pouco o ego de JJ, ao mesmo tempo que o fazemos compreender o caos que semeou na confiança dos jogadores...é só dizerem...contem comigo!

SL

sábado, 13 de maio de 2017

Bom sábado

Com tanto para ver, acompanhar ou apoiar, vamos todos tentar alhearmo-nos da possível chinfrineira que pode chegar por volta da hora de jantar. Recomendo concentração total nos vários jogos de futebol, futsal, andebol e outras modalidades onde o Sporting vai marcar presença...e nas piores alturas, nada como um bom set de headphones ligados à tv.

Quem poder deslocar-se aos jogos in loco terá mais sorte, mas ainda assim, hoje pode ser um dia de alguma perturbação especialmente sonora. Que isso não atrapalhe ninguém ao ponto de ir para as redes sociais dar os parabéns a um clube que tudo fez para que seja quase impossível manter a comida dentro do estômago enquanto se associa as palavras "Campeão" e Benfica.

SL


sexta-feira, 12 de maio de 2017

E o Benfica?

A quantidade de vezes que ouvi, vi e li os opinadores, cronistas e crónicos cronistas discursar sobre o estado de guerra total a que chegou o futebol português. A quantidade de vezes que dissertaram sobre a contribuição negativa que BdC trouxe ao panorama desportivo (o que já por si era falso, BdC só veio ajudar a uma festa que já decorria), levou-me a pensar que hoje de manhã as capas de jornais estariam repletas de regozijos e aleluias pela decisão de Porto e Sporting em reatarem relações institucionais.

Enganei-me.

Afinal, a medida foi, está e será apenas contabilizada como uma manobra estratégica e não vi qualquer menção positiva, qualquer reflexo de contentamento ou parabéns dados aos responsáveis dos dois emblemas por terem realizado este (diga-se) enorme esforço.

Não dou BdC e restante direcção do meu clube como um bando de parvos que não soubessem o quanto custará aos adeptos esta medida de "pacificação". Eles sabem muito bem o quão foram atacados, o quanto o Porto se esforçou por danificar a imagem deste presidente e a antipatia que os adeptos sentem quanto aos esquemas lendários clube do norte, as suas infames claques, o seu escroque presidente. Imagino até que para os próprios, nada disto pareça natural e muito menos fácil de realizar.

O que acredito e tenho mesmo de acreditar é que existem fortes razões muito mais racionais que o que imaginamos que "obrigam" a que este acto tenha sido encarado, mais do possível ou desejável, necessário. E entendo que nos próximos tempos vamos começar a perceber muito melhor do que o que conseguimos fazer hoje.

A própria reação mediática com que abri este post pode ser revelador do "estado das coisas". Dá-me até a sensação que se tornou mais importante para os orgãos de comunicação social retratar o que esta estabilização de relações significa para o Benfica, do que propriamente entender o que uniu os dois clubes ou o que isso melhorará o futebol português. Ou seja, interessa o que muda para o Benfica, despreza-se o que muda para todos os outros.

Alguém que me explique como é que o Benfica privatizou todo o futebol português? Toda a imprensa? Todas as instâncias?

SL

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Paz sem aliança ou Aliança sem paz?

Não tenho, como adepto do Sporting, qual sentimento de inferioridade ou superioridade em relação a qualquer outro emblema. Acho que ser do Sporting é a melhor opção, mas isso é puramente pessoal e completamente desprovido de qualquer consideração racional. Respeito quem escolhe apoiar o Porto ou o Benfica, como respeito quem escolhe algum tipo de crença religiosa ou sexualidade.

Apesar disso, acho que tanto Benfica como Porto fizeram por merecer que, institucionalmente, o Sporting tivesse cortado relações institucionais com os mesmos. Estas tomadas de decisão por parte do nosso clube,  tiveram uma razão e não deve ser esquecida até que seja, de alguma forma, reparada.

No momento em que saltam para páginas de jornais notas de um possível reatamento de diálogo "institucional" entre Sporting e Porto, considero ser útil relembrar o comunicado que esteve na origem do corte de relações:

"A Direcção do Sporting Clube de Portugal e a Administração da Sporting SAD sempre afirmaram que no âmbito dos cargos para que foram eleitos e das funções para que estão mandatados, pretendem manter relações institucionais com todos os clubes e com eles trabalhar em prol do bem comum, o desporto nacional.
Foi sempre deixado bem claro que nunca seriam toleradas posições de subserviência relativamente a nada, nem a ninguém. Foi igualmente reafirmado inúmeras vezes que todos aqueles que se relacionam ou queiram relacionar com o Sporting Clube de Portugal terão que o fazer numa base de entendimento, assente no respeito mútuo.
No passado dia 2 de Junho de 2013, nos momentos que antecederam a final da Taça de Portugal, em Andebol, no Pavilhão de Tavira, os responsáveis da organização promoveram um encontro institucional de apresentação de cumprimentos entre os membros das Direcções do Sporting Clube de Portugal, representado pelo seu Presidente Bruno de Carvalho e do Futebol Clube do Porto, pelo vice-presidente Adelino Caldeira.
Naquele encontro, quando o Presidente do Sporting Clube de Portugal, no âmbito institucional e por normais princípios de urbanidade se preparava para cumprimentar o representante máximo da delegação adversária, este assumiu uma conduta inqualificável de total desrespeito pela instituição Sporting Clube de Portugal, com cenas lamentáveis que de imediato mereceram o devido repúdio e uma resposta cabal por parte dos dirigentes do Sporting Clube de Portugal.
Face aos graves acontecimentos ocorridos, que se traduziram num total desrespeito pela Instituição Sporting Clube de Portugal e após ter decorrido o tempo suficiente para que os dirigentes do Futebol Clube do Porto se demarcassem e retratassem da inqualificável conduta do seu representante, vem a Direcção do Sporting Clube de Portugal comunicar que suspende todas as relações institucionais com o Futebol Clube do Porto até que fique claro o seu efectivo respeito pela nossa Instituição, e sua efectiva vontade de estabelecer relações normais e de respeito pela Instituição Sporting Clube de Portugal.

Lisboa, 05 Junho de 2013

A Direcção do Sporting Clube de Portugal"

Já depois deste corte de relações, houve alguns acontecimentos que convém ter bem registados:

- O processo da equipa de ciclismo W52 ;
- As contratações de Marega, Danilo e Sá ao Marítimo e Suk ao Setúbal;
- O desvio de Moreto Cassamá, Idrisa Sambé e Braima Candé da formação leonina;
- A ultrapassagem feita no resgate de João Teixeira ao Liverpool;
- O atraso na Taça da Liga, o tal do "dolo sem intenção";
- O desvio de Rui Silva no andebol;
- A queixa do Porto por suposta coação sobre árbitros pelo Sporting/Movimento Basta;
- O apoio a Luis Duque para assumir a presidência da Liga.

Enfim, haverá mais...mas não devem ser esquecidos. E não tendo especial preocupação nas consequência destes "ataques" ou "desrespeitos" a verdade é que foram feitos e todos sabemos que na maioria dos casos a grande motivação foi mesmo causar dano desportivo e reputacional à nossa direcção. Ou seja, mais do que a gravidade da acção em si, foi a motivação que se tornou claramente ofensiva. 

Mas, no futebol, como amplo campo de estratégias, as amizades e as inimizades devem ser geridas com foco máximo na vantagem do clube e não nas emoções pessoais de quem os comanda. Tal como BdC disse em tempos "aturo um filha da mãe durante 100 anos se isso for vantajoso ao Sporting" e embora contra-natura a qualquer gestão pessoal de qualquer relação, a verdade é que admito um reatar de relações institucionais desde que garantida alguma manifestação privada ou pública de assunção de erro por parte do Porto e, ainda mais importante, uma igual posição de respeito garantida para o presente e futuro. 

Ainda será cedo para antever qualquer concertação entre os dois emblemas e qual o objetivo dessa pacificação, mas fica a minha opinião sobre a matéria.

SL




quarta-feira, 10 de maio de 2017

Até onde vai um "chega"?

Todo o circo montado quanto à possível saída de JJ do Sporting, está assente apenas num dado concreto: BdC disse "chega".
Foi o que bastou. Rapidamente os escribas de todo e qualquer pasquim retomaram as tradicionais novelas que rodeiam JJ em quase todos os finais de época.

"JJ vai para o estrangeiro", "JJ vai para o Porto", "A saída de JJ custa x milhões"...aparentemente é um guião que dá frutos e que mantém 3 grupos de adeptos ávidos de notícias (benfiquistas pelo ódio ao treinador, portistas por poder ser uma pista de qual será e se existirá já um sucessor a NES e sportinguistas pelas razões mais óbvias). Não deixa de ser impressionante o pouco que é preciso para criar uma super-novela e o tudo que os jornalistas estão dispostos, para recriarem as mais variadas situações sem que tenham sequer uma indicação concreta que suporte a narrativa da saída de JJ do Sporting.

Prefiro, nestes e em todos os casos, ser racional e pensar pela minha própria cabeça. Eis os dados "concretos" que temos em cima da mesa:

a) JJ tem mais dois anos de contrato;
b) Não chegaram propostas, nem há qualquer indício que JJ queira sair do Sporting;
c) BdC nunca afirmou outra coisa que fosse a preparação da próxima temporada com JJ;
d) Não há nenhum dado que suporte a tese que BdC quer rescindir com JJ;
e) Não há qualquer indicação clara de que JJ seja desejado pelo Porto ou que NES esteja de saída;

Como é óbvio, não haver matéria concreta e pública sobre o possível abandono de JJ do Sporting não significa que tal não venha a suceder, mas não deixa de ser engraçado que todos os jornais saibam o que se passa dentro da cabeça de BdC e JJ...e podemos concluir que nada sabem a partir do dado (esse sim evidente) que cada orgão de comunicação nos conta coisas diferentes.

Esta "história" é portanto mais uma construção, um chamariz, um "click-bait" produzido para vender jornais, aumentar audiência, gerar likes e views e podemos reagir a essa estratégia comercial, da forma que nos parecer mais inteligente. A minha será, até prova em contrário (ou a favor), a de uma absoluta tranquilidade e desconfiança. Acima de tudo, preocupa-me o futuro do plantel e quais vão ser as saídas e as contratações. Seja qual for o treinador (e BdC habituou-nos a escolhas acertadas), o que me preocupa é mesmo a matéria-prima com que vai o treinador vai trabalhar.

JJ é um bom treinador e como todos os outros terá defeitos e qualidades. Quando perde, os defeitos são ampliados, quando ganha, são as qualidades que se destacam. Saber quando deve o Sporting marcar o tal fim de ciclo, depende e muito da ponderação entre os proveitos obtidos pela qualidade e o prejuízo que advém dos seus defeitos. Avaliar tudo pelo fracasso espetacular da equipa num jogo é a medida mais absurda de gestão desportiva.

O que vimos no Domingo à tarde não é culpa exclusiva das tácticas de JJ, nem das contratações (que convém salientar que foram avalizadas pela direcção), nem tão pouco da personalidade egocêntrica deste treinador ou da inimizade que gera nos jogadores. A hecatombe do último jogo vai mais fundo, num dos grandes problemas do futebol do Sporting - a falta de compromisso, a falta de entendimento de muitos jogadores que ignoram o grau de exigência do clube e dos seus adeptos, mesmo quando não há objectivos, mesmo quando o adversário parece e é frágil.

Isso sim merece um "chega". Audível e fundo. Definitivo.

E foi esta mensagem que os media não quiseram ou não conseguiram entender...entretidos que estão em celebrar em êxtase, mais um título do Benfica. Voluntários até à exaustão em exibir todo um rol de adversários a ruir à volta de um Benfica imperial. Convém que pelo menos nós Sportinguistas não nos enganemos. Nem tudo se resume ao rolar de cabeças ou a polémicas de poder e resultados. Às vezes há algo mais importante em cima da mesa: a atitude, o compromisso, a exigência.

SL

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Hecatombe

Nenhum adepto exige que a sua equipa vença todos os jogos. Nenhum exige mais do que o valor (subjectivo) do plantel está preparado para assumir. O que todos exigem é que exista um compromisso real com a dedicação ao jogo, ao empenho máximo, ao profissionalismo que os seus salários obrigam. 
O que é inadmissível é que os atletas não respeitem o seu contrato moral, o seu próprio valor e “decidam” desistir de fazer o seu melhor, empurrando a responsabilidade como se faz um passe sem convicção. Recuso-me a apontar um ou vários jogadores como os “culpados”, o treinador ou qualquer outro agente do departamento. São uma equipa e devem assacar os prejuízos do que (não) fizeram também como colectivo. O que fizeram, com um estádio cheio, frente ao Belenenses é epicamente vergonhoso como prova da sua dedicação como equipa. 

O Belenenses não se empenhou especialmente em fazer o resultado que obteve, é das equipas mais frágeis neste momento da época e vive um momento de desnorte completo a nível do dirigismo. Entrou em Alvalade pronto a aceitar uma derrota honrosa e mesmo a perder não fez mais do que depositar todos esforços atacantes na marcação de bolas paradas ou lançamentos completamente aleatórios para as costas dos nosso laterais. O Sporting vinha de vários resultados positivos, com jogadores em boa forma e apesar dos problemas endémicos desta época (falta de uma consistência de jogo) somava confiança e sobretudo eficiência nas oportunidades que dispunha.
Portanto nada pode explicar o que aconteceu, nada pode servir de desculpa convincente. Tudo foi suficientemente mau para que ninguém fique satisfeito com a simples e pobre argumentação de que foi apenas um jogo que correu mal.

E devemos mesmo dar seriedade a este “acontecimento” pois poderão suceder-lhes mais no futuro e de certa forma são um símbolo por excesso de quase todos os problemas que a equipa evidenciou até este fim de semana. Todos devem procurar ser honestos e dialogar. Todos devem rever porque estão e o que estão a fazer no clube, pois se a equipa vive de resultados, os adeptos vivem de paixão. E no Domingo a paixão dos adeptos foi seriamente afectada. E sem nós, não há Clube, não há público, não há quotas, não há peso mediático, não há nada. Passamos os posts de facebook, as intricadas explicações tácticas de JJ, as vulgares queixas da arbitragem ou a contestação aos esquemas do nosso rival da 2ª circular. O que aconteceu no Domingo foi um verdadeiro desastre, tragicamente revelador de que algo está mal dentro da equipa e não fora dela. 


SL

sábado, 6 de maio de 2017

O plano B

Este foi uma época atípica para a equipa B do Sporting. E eu quase que aposto que só será lembrada pela estreia de Gelson Dala ou Demiral. Pouco melhor se consegue aproveitar. Foram muitos jogadores testados, muitos deles com bastantes lacunas técnicas, que se revelaram contratações...ineficazes. O scouting continua a retrair o clube e neste fantasma da extensão da formação leonina, passearam muitas aparições que esperemos não nos voltem a assombrar mais.

O gabinete de scouting do Sporting tem de começar a deixar de parecer uma barraca de tirinhos e mais um departamento com taxas de sucesso mais....razoáveis. E se tiverem dúvidas, não contratem e usem os júniores de último ano. Entulho é que não.

SL

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Prefácio de uma época

Por esta altura o mais interessante para um adepto do Sporting, para além de seguir a carreira final do Futebol feminino e as fases finais de várias modalidades e escalões de formação, é mesmo entender como vai ser montado o próximo plantel.

Aguarda-se que as lições tiradas esta época produzam efeito quanto antes, destaco apenas as principais:

1/ não podemos esperar (tanto) pelas vendas para investir. O arrastar das negociações de Slimani e João Mário foi das piores ocorrências na preparação desta época.

2/ é preciso muito mais talento nas faixas, sobretudo na defesa. Jefferson parece chegado ao fim da linha. Schelotto e Marvin precisam de alternativas bem sérias.

3/ não verdadeiramente um suplente de Dost, nem sequer um jogador que encaixe (com segurança) num modelo de dois avançados, esta época o 4-4-2 do Sporting foi inexistente.

4/ JJ parece apostado em reforçar os centrais, mas a verdade é que o quadro parece completo com a entrada de André Pinto, apenas a saída de Paulo Oliveira pode abrir uma vaga e veremos que tipo de reforço o poderá substituir.

5/ Adrien e William Carvalho estão no "ponto" para boas transferências. O mercado de ambos os jogadores pode estar a atingir os máximos e não restará ao Sporting muito que fazer além de elevar os valores de uma venda. Para os seus lugares, o Sporting não tem (na minha opinião) valores prontos a serem titulares de caras. Apostaria em Palhinha e Geraldes como 2as soluções (mas JJ não parece partilhar do meu feeling, sobretudo na posição do 2º).

6/ Gelson Martins é um ala de excepção, mas a verdade é que Bryan Ruiz não foi este ano a solução que se esperava. Adiou-se demasiado a entrada de Matheus e Geraldes (apesar das palavras de JJ) ainda não foi testado na tal missão de emular João Mário. Com a saída de Markovic e sobretudo Campbell, abre-se uma vaga para competir com Bruno César na próxima temporada.

Em resumo, são várias questões por resolver, que acredito serem centrais para a planificação de 2017/18. A forma como o Sporting as abordar e sobretudo o scouting que for implementado poderá ser decisivo para subir uma fasquia competitiva que baixou bastante este ano. Tempo, dinheiro, o playoff de acesso à CL, a limpeza de uma folha salarial repleta de jogadores que todos sabemos que JJ não vai usar, há muito trabalho a fazer e como todos sabemos, o tempo não espera.

SL

quinta-feira, 4 de maio de 2017

O que mudará com o vídeo-árbitro?

Sinceramente não estou à espera que a introdução do VA (vídeo-árbitro) já na próxima época, resolva todos os problemas da arbitragem em Portugal. São tantos, mas tantos, que seriam precisas várias intervenções divinas para colocar o apito numa situação de prestígio no nosso país.
É aliás difícil nomear uma, apenas uma, coisa que esteja bem. Desde a formação, à passagem para a profissionalização, a independência quanto às Associações e aos clubes que as dominam, desde os observadores às métricas classificativas, nada parece estar onde deveria estar, nada é como deveria ser.

A arbitragem é uma espécie de pequeno território que todos querem conquistar, que todos querem anexar e onde muitos fazem autênticas "limpezas etnicoclubisticas". Porto e Benfica habituaram-se a fazer da APAF e Conselho de Arbitragem autênticos enclaves, protectorados definindo fronteiras através do número de observadores, delegados da Liga, traçando fronteiras na escolha de quem classifica os desempenhos dos árbitros, mandando e desmandando em equilíbrios instáveis sobre quem sobe ou desce de categoria, entre quem acede à profissionalização ou não.

Os árbitros por sua vez aceitam tudo e baixam as cabeças. E quem baixa melhor a cabeça, engole o orgulho e a dignidade é quem sobrevive nesta autêntica "Bósnia" de "padrinhos". O VA não irá alterar nada destes graves problemas, apenas abrirá mais uma frente de guerra e de discussão. A verdade continuará a ser maioritariamente refém dos que querem apenas ganhar poder sobre os rivais, ganhar ainda mais capacidade para escapar às ocorrências casuais do jogo. Há apenas um ponto onde deposito algumas esperanças - na vergonha.

Acredito que mesmo o árbitro ou VA mais bandalho de todos, terá a partir da próxima época, um pouco mais de vergonha quando chegar à altura daquelas decisões onde sabem que podem mudar o rumo de um jogo. O efeito dissuasor de ter 4 árbitros em campo e alguém com acesso a repetições, parecendo que não, tornará uma má decisão em algo cada vez mais incompreensível e inaceitável.
Algo que também pode mudar é a confiança de algumas equipas, habituadas que estão a nada temer do homem do apito. Essa inadvertida superioridade de quem conta que os erros cairão sempre para o outro lado diminuirá certamente, acompanhando o maior cuidado que alguns jogadores terão de ter face às imagens que estarão disponíveis e parte do jogo e o que estas poderão revelar e interferir no decurso da partida.

É uma migalha, mas é qualquer coisa. E por mais que pequena, ainda assim parece andar a preocupar muitos dirigentes, nomeadamente dois, que levaram anos das suas vidas a orquestrar máquinas perfeitas de provocar e rentabilizar os erros dos árbitros.

SL

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Olha aí Schelotto...!

Quase todos os dias a imprensa dá este rapaz como "quase fechado" pelo Sporting. Façam vocês o julgamento. Pessoalmente gosto da mentalidade dos jogadores italianos e sei que o JJ também, mas isto no YouTube até o Tiui era craque.

Ficam os dados e uma "treila".

Andrea Rispoli (ITA), Lateral direito - Palermo (Série A)
28 anos - 1,87m - 78 kgs




SL


Nada de novo

Já todos entendemos de onde vem e para que serve toda esta polémica sobre o novo Regulamento de Disciplina. É apenas um jogo de palavras e serve apenas de manobra de pressão para o que resta desta Liga. Nenhum clube quer na verdade alterar o que quer que seja, o Benfica quer dizer que está do lado dos árbitros, o Porto quer dizer que o Benfica está do lado de alguns árbitros e queimar o Presidente actual do Conselho de Disciplina e o Sporting quer aproveitar a discussão para pôr o dedo nos operacionais da cartilha do Janela e no peso que têm sobretudo nas televisões.

Adianto-vos já que a discussão ainda agora começou e que isto só vai abrandar quando o título estiver decidido, até lá vamos poder ver a sabujice e hipocrisia encarnada a vestir a pele dos "protectores" dos árbitros ora defendendo os novos castigos ora dizendo que nada tem a ver com isso. Vamos poder ver o Porto a imputar todas e quaisquer culpas pelo seu 2º lugar a quem for possível e vamos poder observar BdC a tentar ganhar "armas" para a época seguinte, verificando como está a cobardia da Liga, FPF e Governo para continuar a esconder o gato das cartilhas debaixo das suas longas saias de negligência.

O xadrez está montado e os jogadores prontos para começar. A imprensa deleita-se com o sangue que vai escorrer e os árbitros seguram-se à paredes prevendo os safanões que vão levar nos próximos dias. Nada de novo...

SL

PS - A escolha da foto não foi por acaso. Um "cartilhado" a entrevistar o Presidente do Conselho de Disciplina...não precisamos de mais.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Sabores agridoces

A UEFA Futsal Cup voltou a escapar-nos em mais uma final onde ficámos aquém do nosso melhor. Antes de "cair" em cima da equipa e apontar dedos, convém parar um pouco e pensar onde está o Sporting no mapa do futsal europeu. Sim, temos das melhores equipas. Sim, temos alguns dos melhores jogadores, mas a verdade é que nesta final-four estão outros emblemas com expectativas e argumentos tão ou mais válidos que os nossos. Os clubes espanhóis têm a vantagem de estar numa liga interna muito mais competitiva do que a nossa e estarem mais que habituados a outros níveis de eficiência. O Sporting, mais uma vez, acusou alguma quebra de concentração e se é verdade que na nossa competição isso custa apenas uma má entrada no jogo, neste patamar, custa títulos.

Não acho que o projecto esteja em causa, nem sequer acho que deva ser repensado. Continuamos a ser uma das melhores equipas europeias e tantas vezes o cantaro vai à fonte, que um dia (continuemos a estimular o valor do departamento) o caneco vem para Portugal e para o nosso museu. Virar costas ao trabalho, como resposta ao insucesso não é algo que esteja habituado no Sporting e já vem tarde alguma posição oficial da Direcção afirmando a validade do compromisso e da meta de sermos Campeões Europeus. Se nos faltou algo para sermos campões, deve ser identificado e corrigido, salvaguardando a competência óbvia dos jogadores, do treinador e de quem chefia a secção. Perder todos perdem, mas só os que desistem são "perdedores".

Virando as agulhas para o futebol, este fim de semana foi de confirmação. Lamentavelmente o Chaves não fez estragos na pontuação do Porto (estranha exibição dos Flavienses, completamente desligados da habitual alegria de jogo) e mesmo com a vitória em Braga, o Sporting assume o 3º lugar como quase "definitivo". Faltando 3 jogos, os leões têm 5 pontos de distância para o 2º lugar e 8 pontos para o 4º. Só uma hecatombe épica mudaria este quadro e não é racional esperar esse acontecimento. Resta ao Sporting conquistar os 9 pontos em falta, colocando na tabela alguma certeza de que pertencemos ao 1º lote dos contendores ao título e não ao 2º onde se encontra Braga e Guimarães.

Nas próximas partidas, idealmente, JJ daria o espaço negado até agora a Geraldes, disfarçando um pouco o, até agora injustificado, resgate ao Moreirense, onde convém lembrar que era titular e um dos valores mais destacados. Podence tem justificado o regresso e afirma-se cada vez mais como uma solução importante para o plantel, mexe no jogo e não tem deixado passar em vão os minutos dados por JJ em campo. Aliás, a preparação da próxima época é já há algumas semanas o tema mais importante no futebol leonino e sucedem-se as movimentações necessárias para posicionar alguns atletas no mercado (Jefferson, Oliveira, Bryan Ruiz, etc).

Gelson Dala. O nome é cada vez mais falado nas bancadas de Alvalade e a esperança de ver novamente uma grande pérola africana a evoluir na equipa leonina é cada vez mais real. É já inegável que não é um atleta vulgar e que possui argumentos técnicos e mentalidade para acelerar a sua passagem da equipa B (onde é actualmente o abono de família) ao plantel principal. Não tem uma posição em campo onde o clube esteja carenciado, mas aquele faro pelo golo e a vertigem das suas movimentações são algo a que JJ não pode ficar imune.

E falando em "abonos de família" o que dizer de Bas Dost? Metade dos golos da equipa são seus e mesmo considerando que são resultado de um esforço colectivo, é impressionante a competência do holandês em aproveitar as oportunidades que dispõe. 31 golos com 3 jogos por disputar é um acumulado muito maior que a prestação da equipa deixaria supor. É preciso salientar, de forma bem vincada, que Dost teve uma época brilhante enquanto a maioria dos seus colegas se exibiu uns pontos bem abaixo das suas capacidades.

SL