quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Lá por fora

Espanha
Na frente, Real Madrid junta-se a uns surpreendentes Celta e Villareal. Barça e Atl.Madrid seguem-se com 1 ponto de atraso. Valência começou mal o campeonato (é 9º classificado) e o Sevilha é o último da tabela com 2 empates e 3 derrotas em 5 jornadas.

França
Na frente nada de novo, PSG lidera, seguido de um St.Ettiene a fazer jus a outras épocas do seu historial. Mónaco e Marselha estacionaram a meio da tabela, Bordéus começa mal (outra vez) e o último classificado é o Montpellier que amealhou apenas 1 ponto em 6 jogos disputados.

Italia
Um surpreendente Inter lidera já isolado, tendo a Fiorentina a 3 pontos. A Juve está a recuperar e já anda pelo meio da tabela onde também estão os crónicos Nápoles, Milan, Roma e Lazio. Arranque impressionante do Sassuolo e Chievo que se mantêm na zona "europeia".

Alemanha
Para já o Dortmund vai acompanhando a pedalada de Bayern (que lidera), no topo apenas o Hertha é caso para destacar (segue em 5º). Péssimo arranque do promissor Monchengladbach (1 vitória em 6 partidas) e mau início do Leverkussen (já segue em 11º com 3 derrotas).

Inglaterra
O caminho perfeito do City acabou com derrota em casa frente ao fantástico West Ham, mas ainda assim lidera 2 pontos à frente do rival United. Leicester de Ranieri segue em 4º tendo atrás de si Arsenal e Everton. Chelsea e Liverpool começaram mal e seguem em 15 e 13º respectivamente.

SL


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

4 para 2

Duas posições no meio campo. William, Adrien, João Mário e Aquilani. 4 jogadores. Em princípio, dois irão para o banco. Mas terá mesmo de ser assim? No sistema de JJ de 2 médios, 2 alas e 2 avançados parece quase impossível que Adrien e João Mário estejam em campo juntos. Adaptar-se-á o modelo aos jogadores? Ou será inflexível?

Todos os analistas defendem que JJ será fundamentalista no modelo táctico e que dos 3 titulares da época passada, um terá de passar mais tempo no banco esta temporada. Eu compreendo que o histórico do treinador aponta esse cenário. Mas também sei que JJ não será capaz de retirar força ao 11 apenas porque prefere jogar só com 2 médios...e valha a verdade não têm sido as alas ou o ataque os sectores mais seguros e convincentes da equipa.

Não me espantaria nada se ao regresso de William se juntasse uma mudança no modelo, voltando a um esquema mais semelhante ao de Jardim e Marco Silva...com João Mário no vértice do triângulo ou mesmo num sistema híbrido com João Mário mais avançado ainda no terreno, principalmente em jogos com dificuldade mais elevada (guardando o modelo de 2 avançados para jogos onde as cautelas defensivas não fossem tão necessárias).

O "cérebro" terá sem dúvida trabalho para fazer.

SL

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Indisfarçável

Já não são apenas "dores passageiras". São sintomas reais. O Sporting perdeu organização, concentração e...Carrillo. O Nacional fez muito pouco para ameaçar levar 3 pontos de Alvalade, mas fez o suficiente (e com 10 homens) para empatar. Os leões entraram bem, com dinâmica e vontade de marcar cedo...e sem nada que o justificasse...enervaram-se, foram perdendo fulgor e clareza. A meio da segunda parte o estado de ansiedade de muitos jogadores eram absoluto. Pela juventude e ainda alguma inexperiência desculpa-se Esgaio e Gelson, mas já será mais complicado justificar a nulidade de Teo, Jefferson, João Mário e principalmente Ruiz.

Foram muitas unidades abaixo do exigido. Tanto assim que quem entrou salvou o jogo. Montero e Mané combinaram para um belo golo aos 86m e André Martins andou bem perto de assistir para mais um. Fora as ideias "feitas" de que tudo é difícil e que sofrer para marcar um golo durante 60 minutos de vantagem numérica é normal...o que é visível é uma falta de confiança exagerada, em todas as fases do jogo e em quase todos os elementos do 11. Jesus saberá melhor que ninguém que a manutenção deste "estado" fará o clube perder pontos mais tarde ou cedo. Urge voltar à sala de estudo e pensar em novas peças para o tabuleiro. A ausência de Carrillo e as exibição dos laterais direitos põem toda uma ala em questão. As últimas partidas foram claras, vão ter de existir adaptações.

Problema 1
Esgaio e Gelson provaram estar demasiado verdes para resolver partidas difíceis. Evoluirão no futuro? Sim. Dão segurança para grandes embates no presente? Não. Jesus vai assumir o risco? Claro que não. Não me espantaria que nos próximos dias comece a ensaiar uma adaptação a lateral e a repensar um novo ala para a direita.

Problema 2
Ruiz. Tem muita técnica, mas encostado à linha dá pouco ao jogo, muito pouco. Não tem velocidade para "rasgar" a defesa. Não tem cruzamento para servir Slimani. Toca muito bem a bola...combina com Jefferson de forma muito elegante, mas...falta muito mais ainda. Pode-se dizer que Gelson, mesmo fazendo uma partida a coleccionar erros...foi mais preponderante que o costa-riquenho. Cansaço? Não me parece. Inadaptação ao papel de extremo? Sim.

Problema 3
A disfunção de Adrien. Este jogador não pode ser o alicerce defensivo do meio-campo. É o motor e não os travões. A equipa com Adrien a 6...estará sempre destapada. O médio simplesmente não pára quieto e em transição defensiva anda de espaço em espaço a tentar "morder" o portador de bola. Basta uma mudança de flanco e Adrien já não está no sítio certo...que venha William depressa...ou o Paulista, porque frente a uma equipa que ataque ou contra-ataque (a sério) vamos continuar a sofrer.

Problema 4
Teo está "roto". Salta à vista que está sem velocidade, repentismo, agarra-se à bola como um pugilista ao seu adversário e dá-se à marcação de forma fácil. É um estupendo jogador, mas já começa cansado as partidas. Se Ruiz dura 40m, Teo dura 25m. Mesmo um Montero em baixa de confiança vai conquistar-lhe o lugar. Eu dava-lhe 2 semanas de férias (com regime de treinos) e provavelmente tinhamos jogador a sério a partir de Novembro. Assim vai continuar a arrastar-se até à lesão.

Problema 5
Não está Carrillo. Nem vai voltar a estar. O pai do jogador já disse o adeus da praxe e parece-me que do lado do jogador está tudo resolvido. Família e empresários perfeitamente orquestrados para criar conflito e justificar a "revolta" do jogador. Há uma clara tentativa de colocar as coisas como um caso de prepotência de BdC..,é uma estratégia como outra qualquer e uma "desculpa" para não assinar a renovação. O problema agora nem é tanto o que fazer com Carrillo, mas como superar a sua falta. A equipa perde um flanco sem ele. E para mim a solução nunca será o seu regresso (o clube é muito mais importante que ele). Mas algo terá de ser feito, Jesus parece andar a experimentar...e Gelson ontem não deve ter recebido boa nota. Próximo: Mané.  Será suficiente?

SL

PS - A expulsão foi correcta atendendo ao critério. O critério é que foi exagerado. Juntando isso aos 3 penaltis por marcar (sobre Ruiz e duas bolas nas mãos em lances com Slimani e Jefferson) dá uma arbitragem horrível. E não acho que o Nacional tenha sido tão mais prejudicado. Uma coisa o árbitro fez bem...amarelou o anti-jogo. Nisso, os meus parabéns.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Provas

Hoje é dia de provar que o que aconteceu com o Lokomotiv foi apenas um acidente de percurso. Provar que a novela dramática de Carrillo não afecta a equipa. De provar que em casa, sabemos mandar e derrotar adversários sejam eles o Nacional ou CSKA ou qualquer outro. De provar que a cabeça está no sítio e que este não é apenas mais um jogo, mas o mais importante que existe para disputar.
Depois de um rival ter perdido 3 pontos, é hora de provar que aproveitamos as oportunidades para criar uma distância que pode perturbar as mentalidades lampiãs mais sensíveis.

SL

Já agora, convém também provar que nem que marquem jogos para a 24h00, nós vamos lá estar!

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Igualdades

A partir de hoje os adversários do Sporting passam a estar em igualdade de circunstâncias. Todos têm jogos europeus, não há supertaças. Veremos como serão as suas segundas-partes.

SL

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

A Helenização das Quinas

O prometido é devido. Muitos de nós ficamos desiludidos com o tipo de jogo (não consigo chamar aquilo de táctica) que Portugal exibe na era de Fernando Santos. O problema é que muitos “fecham os olhos” à qualidade de jogo considerando que se os resultados aparecem alguma coisa estará a ser bem feita. Confunde-se o acaso com o estratégico. Se duas bolas paradas não tivessem entrado em duas partidas diferentes quase em cima do apito final, a Selecção estaria em risco de ficar em 3º lugar e não em primeiro, dando pontos aos seus rivais de apuramento directo Albânia e Dinamarca e retirando a si própria 4 pontos. É esta a distância do fracasso desta versão do Engenheiro. Dois cantos.

Acima de tudo, a “equipa de todos nós” tem uma falta de velocidade impensável, a bola e os jogadores demoram uma eternidade a “pensar” um lance ofensivo e não fora Ronaldo ter um processador 10x mais rápido e as defesas contrarias podiam ir beber cafés enquanto entravam em transição defensiva. Será falta de qualidade do elenco? A minha resposta e a minha opinião é...sim. E não.
Sim, neste momento (que já dura há vários meses diga-se) as escolhas das convocatórias e 11 titular não estão a ajudar a que esta “forma” de jogar se ultrapasse.
Não, muitos dos jogadores que participaram nas últimas partidas têm qualidade mais que suficiente para o terem feito...o problema é existir uma enorme coincidência de atletas numa fase “down” da carreira.

Vamos posição a posição para se entender melhor a coisa. Na baliza Rui Patrício não tem comprometido, bem pelo contrário...é raro (aconteceu numa partida é certo) o jogo que não salva a equipa de um ou dois intensos apuros. À direita na defesa, compreendo a adaptação de Vierinha, mas salta à vista as dificuldades defensivas do jogador, que está, ainda por cima, com peso a mais...problema que não é incomum nesta selecção. Não entendo o que dá mais à equipa que Cedric. Nos centrais, e leiam com atenção antes de me acusarem de sacrilégio...Pepe, Bruno Alves e Ricardo Carvalho serão em teoria os melhores, mas meus caros...não é no centro da defesa que reside o problema e como tal, sabendo que será muito difícil que mantenham o nível (já muito em queda...especialmente física) em clubes como o Madrid ou Mónaco...seria de todo inteligente que por exemplo Paulo Oliveira e José Fonte ou Ruben Vezo tivessem ganho muitos minutos de experiência ao mais alto nível...pois serão os que no futuro terão mesmo de jogar. Na esquerda, começa a ser doentio colocar Eliseu em jogo. O aproveitamento em qualquer fase do jogo é quase nulo, o que pesa em cima da performance do ala e do central do seu lado. Mais uma vez, não sei o que dá a mais que Guerreiro e não sabendo em que século voltará Coentrão a competir a sério...talvez não fosse má ideia optar por Antunes como segunda solução.

No centro do meio-campo, ter William como primeira opção e Danilo como suplente é um luxo, por aqui só existirá algum problema se o Tiago voltar a aparecer nas contas (sem força nem velocidade para ocupar mais de 30m de terreno). Raul Meireles há 6 anos era seleccionável e até uma boa solução, mas hoje em dia é apenas um fantasma do jogador que á foi e não é mais uma tatuagem ou mais uns cortes de cabelo que o vão recuperar para a alta-roda. Adrien e Moutinho podem fazer a melhor companhia ao 6, mas porque não jogarem ambos, avançando Moutinho? Miguel Veloso é bom de bola, mas...é mais um jogador “congelado” numa lentidão de processos, a liga ucraniana a mais não deve obrigar e compará-lo a João Mário é quase criminoso. É uma pena Sérgio Oliveira ter sido despachado para o banco no Porto, pois penso ser um médio que podia ascender à Selecção A rapidamente. Mas como em tantos momentos na vida de um seleccionador, os bons, os independentes “ajudam” à titularidade dos jogadores nos clubes chamando-os à selecção numa espécie de “wild card” quase que forçando a uma mudança de estatuto no seu clube de origem. Na alas o problema é vasto. Nani, Dani, Varela e Quaresma têm sido os escolhidos...nenhum está numa boa fase desportiva da carreira. De todos eles apenas Nani manteria como solução, mas para já não no 11 titular. É preciso ideias novas, frescas, fulgor, velocidade. Mané, Bernardo Silva e Rony Lopes são os melhores candidatos e se jogar com regularidade até Bruma e Gelson Martins podiam ser boas soluções. O problema é ter alguém que arrisque neles enquanto não se transformam em titulares absolutos nos clubes. É um risco? Claro que é. Será menor mesmo assim que andar a carregar às costas jogadores fora de forma em ciclos depressivos de valor e competência no terreno de jogo. O nome...sempre o nome.

Na frente do ataque temos uma enorme mais valia, chamado Ronaldo e o maior problema de todos, chamado ponta de lança. Não sei quanto mais tempo ou jogos vai precisar Éder para chegar ao segundo golo, mas para mim o que era preciso ver (ou não ver) está mais que visto. Mais uma vez, há bons avançados nos sub21 e não sei o que a selecção perderia em testar André Silva (a ganhar pó no Porto) ou Ricardo Valente do Guimarães.

Acima de tudo Fernando Santos está a adiar uma verdadeira revolução na Selecção, protelando a titularidade a muitos jovens, apegando-se à suposta segurança de jogadores mais experientes. Mas está à vista que o que se ganha em maturidade, perde-se em dinâmica e construção de jogo ofensivo. Resultado: um fio de jogo previsível, lento, com enormes dificuldades em criar oportunidades frente a boas selecções. Temo o pior no Euro de França. E o pior será pensar em muitos destes agora titulares como soluções para disputar uma prova no final de mais uma época desgastante e não tentar evitar os equívocos que expulsaram médicos e Paulo Bento do cargo.

Olho para o estado da selecção da Grécia e vejo muitas coisas que podem ser (mal) repetidas. Ainda acrescida pela luta entre a ProEleven e a Gestifute que vão até ao ponto de colocar seja o que for na titularidade de um clube ou selecção só para evitar que o concorrente o faça. O panorama não está famoso, os jogadores portugueses cada vez têm mais dificuldade em “furar” nos grandes e, mesmo que não se possa exigir ao seleccionador que faça apostas cegas, não vai restar outra opção a este ou ao próximo...é que convém ver que por exemplo Ricardo Carvalho e Pepe têm 37 e 33 anos. Ainda assim todo este problema é a ponta do iceberg do futebol nacional. Há tanta coisa a fazer nos escalões de formação, limitação de estrangeiros, controlo do poder de influência das marcas e empresários...que por vezes acho que os apuramentos da Selecção são uma novela visível que decorre enquanto os problemas estruturais vão alimentando fortunas no background.

SL

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Tantas dúvidas "seguras"

A segurança. A palavra maldita que representará o pecado de Fernando Santos. Jogadores envelhecidos, desgastados, propícios as lesões e a intenso desgaste no final das épocas. A próxima geração está hipotecada...pelo menos até que dê mais "segurança" ao seleccionador, o que acontecerá...bem provavelmente já não será este a sentir a confiança de ter de apostar num elenco renovado.

Jogadores como Cedric, R.Guerreiro, P.Oliveira, William, Danilo, Adrien ou Bernardo Silva já constam normalmente das opções...mas falta dar-lhes o tempo de jogo e isso é muito mais importante do que se imagina. Isso e colocar um ponta de lança, mesmo que inexperiente a rodar na equipa. Eder não é e nunca será um avançado condizente com o nível que se deseja da nossa selecção. 18 ou 19 jogos...1 golo. Será preciso dizer que por exemplo André Silva ou qualquer outro faria bem melhor?

Eliseu, Vieirinha, Dany...outros erros de casting, sem confiança ou completamente fora de forma, claramente a taparem soluções mais eficazes que tardam. O jogo da equipa é afectado...é muito lento, demasiado repetitivo, a soma das desinspirações chega a ser constrangedora. Acorda Fernando, deixa a "segurança". Olha para a Grécia e o resultado de uma geração à espera que a segurança dos "velhos" findasse.

SL

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

A Albânia não é a França

...mas no meu parco sentido patriota via como natural 11 jogadores a jogar a sério para despachar a qualificação já esta noite. Não sei se o Fernando vai usar a mesma táctica, mas adianto já que se o fizer, vamos perder. É que convém jogar à bola e não andar a fazer figura de corpo presente.
Dava um certo jeito também, ganhar 2 coisos entre as pernas e lançar os futuros titulares antes de ir para a Rússia, ou se calhar o seleccionador está a pensar ir com jogadores de 35 e 36 anos enfrentar as Alemanhas desta vida.

SL

PS - Já agora, gostava, se fosse possível que nenhum jogador leonino viesse lesionado da jornada de qualificação.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Defesa do tempo

Esta equipa do Sporting é boa, mais trabalhada a nível táctico, competente na maioria das funções do jogo...mas tenho de admitir que ainda está aquém sobretudo a nível defensivo. As razões podem ser várias e mais adiante falarei sobre isso, mas a principal razão de esta ainda não ser uma defesa "à Jesus" é bem simples de entender. Leva tempo e não se pode dizer que o trabalho seja todo dos jogadores em entender as ideias do treinador, parece-me aliás que há mais trabalho para o último em entender a melhor forma deste conjunto de jogadores poder formar um bloco mais sólido na vertente defensiva.

Tenho como seguro que uma certa tremideira que a equipa sente quando o adversário coloca muitos jogadores na sua área ou perto dela, desaparecerá mais há frente...especialmente quando certos jogadores entrarem nas rotinas mais correctas por habituação de processos.

1. Ninguém poderá desprezar o facto de em alguns encontros ter restado Paulo Oliveira do elenco do ano anterior e na maior parte este e Jefferson. Se repararem nas rotações de todas as grandes equipas é na baliza e na defesa que se mexe menos...e isso tem uma explicação - as rotinas.

2. Ter Adrien ou William à frente da defesa é bem diferente. Apesar de toda a competência do capitão, não é um jogador  que entenda a transição defensiva posicionalmente, preocupa-se demais com o portador da bola...e não com a cobertura de zonas de colocação posterior de passe. Frente ao CSKA a equipa esteve defensivamente "cega" ao não entender que o esquema de soltar os alas começava precisamente pelo centro...e a não pressão desta zona (mesmo que até mais adiantada no terreno) deixava os médios russos muito tempo para poder variar o jogo. Este é só um exemplo de como a equipa crescerá muito quando William ocupar a sua posição natural.

3. As estratégias de jogo de JJ assentam (em 90% dos jogos) em conseguir uma posse de bola bastante eficaz junto à área adversária. Isso obriga a um posicionamento bastante adiantado da equipa onde principalmente os laterais funcionam muitas vezes como extremos. Quando a posse é perdida, há que recuperar muitas vezes em poucos segundos 60 ou mesmo 70 metros...este trabalho é muito duro e desgastante e só quem já jogou à bola sabe o que isto representa ao longo de 90 minutos. Pedir esta odisseia atlética a Esgaio ou João Pereira é...ter muita fé na capacidade dos mesmos. Um esteve demasiado tempo sem competição o outro nunca foi do género de grandes correrias. O primeiro a adaptar-se...ganhará a titularidade para a época. Já no lado oposto, Jonathan parece preparado para dar "dores de cabeça" ao treinador. Na Russia foi dos melhores em campo e apesar de pouco ter jogado no ano passado, está ali um bom lateral que convém não deixar "secar" à sombra de Jefferson. Mas ambos adaptar-se-ão melhor as exigências do treinador.

4. Paulo Oliveira continua a merecer toda a confiança e na minha opinião não será fácil tirá-lo da equipa. Se Naldo, que foi uma excelente adição ao plantel, não se assumir como elemento mais preponderante na linha dos 4, não dou como certo que Ewerton lhe ganhe o lugar, mas corre esse risco. Uma palavra para Tobias que fez o que pôde para colocar Ciani ao nível de um 5º central e isso é uma conquista sua. Embora não tenha chegado o tal central, patrão de caras à equipa, os lote disponível é do melhor que temos tido...faz muito tempo. Mais uma vez, a assimilação de processos (que existia já entre Ewerton e Oliveira) não está a ser tão rápida com Naldo, por uma razão evidente. O brasileiro vem de outra "escola" de posicionamento, Udinese e Getafe são equipas que defendem muito recuadas e estar com 25 metros nas costas ou 60...é bem diferente. A seu tempo e com as correcções devidas (sim, no Sporting é importante controlar a linha de fora-de-jogo) Jesus pode fazer muito mais de Naldo do que fez com Jardel no benfica.

5. Não depende da equipa, mas enerva-a e provoca muitas desconfianças....o erros dos árbitros têm sido à fartazana. Inventando penaltis e validando golos ilegais...não há defesa que não trema quando se tem por certo que há sempre a possibilidade de um avançado fazer o que não pode ou que eles mesmos não devem fazer o que lhes é permitido pelas leis de jogo. Nenhuma equipa adquire segurança e motivação ao ter a sombra negra do apito por cima de cada lance na área.

Por todas estar razões, acredito seriamente que, semana após semana este Sporting pode melhorar muito. Concentrei-me na vertente defensiva, mas o mesmo pensamento é válido para as diferentes zonas e funções do 11 de campo. Leva tempo....mas vai estar lá.

SL

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Comer Luisões com a testa

Confesso que me deu um meio ataque de riso, meio derrame cerebral ao ter conhecimento desta preciosidade de notícia.

1. Uma coisa é resistir a vender 1 jogador outra coisa é ser anormal. Vamos lá ver uma coisa, Luisão é um dos pilares do clube da Luz, certo. Mas com 10 milhões de euros dá para comprar 2 óptimos centrais no mercado, além de poupar provavelmente mais 1.5 no ordenado do rapaz por ano.

2. O Chelsea procura um 4º central, isso é sabido, mas...Luisão? Um gajo que não corre nem provavelmente aguenta 30 minutos do ritmo de um jogo Premier League ou Champions?

3. Luisão está quase seguramente a fazer a sua última época. Vendê-lo por 10 milhões garantiria um sucessor deste capitão que não está (nem perto disso) no plantel...já ouviram falar em gestão danosa?É que por mais que isto seja difundido para enaltecer a vontade de Vieira em dar ao treinador o melhor possível...e já que não comprou...ao menos não vendeu. Mas cuidado ao recriar o facto com tanta dose de cocaína no sangue...o tiro saiu ao lado, bastante ao lado e a ser verdade é mais matéria de gozo e crítica do que aplausos. Pelo menos para quem ainda não "come gelados com a testa."

A notícia do Martial claramente estimulou a imaginação da rapaziada.

SL

terça-feira, 1 de setembro de 2015

"O Sporting tem de vender"

Depois de ouvir isto 1.234 vezes nas últimas duas semanas...eis senão que...ninguém saiu. Pode ser até que ainda aconteça, mas não consta que os mercados ainda abertos tenham profundo interesse em alguma pérola leonina, além disso será muito difícil colmatar saídas estando a maior parte dos plantéis fechados...e ao contrário do realismo mágico dos fãs encarnados, não acredito em Jonas livres de contrato por aí à espera de um telefonema de BdC.

Cai assim por terra a teoria do endividamento descontrolado do Sporting que mais uma vez penso ter sido confundido com o modus operandi do outro lado da 2ª circular, ou seja, ter de deflaccionar depois de inflaccionar o serviço da dívida. E para quem acha que não tivemos reforços de última hora, deixem-me que vos diga que principalmente Viola e Labyad podem nas mãos de Jesus valorizar qualquer coisa e assegurar qualquer necessidade, por lesão ou castigo, de um titular. É que sendo certo que uma coisa é querer o jogador no plantel, outra é ter de ficar no plantel...no final das contas...o resultado é semelhante. Quer seja para ficar 1 dia, 1 mês ou 1 ano...o argentino e o marroquino estão lá para fazer o que os outros fazem.

Fica mesmo só Carrillo para resolver e veremos o que conseguimos salvar de uma posição junto de fundos e empresários demasiado precária para esperar grandes sucessos.
Uma coisa tenho como certa, este plantel tem muitas soluções e manteve quase tudo o que de bom tinha (apenas saíu Nani e Cedric). E tinha já muita coisa boa a que se vieram juntar 7 jogadores experientes e com nível para serem considerados reforços.

Fica uma mensagem de apoio a toda a estrutura do futebol leonino, foi sem dúvida um intenso trabalho reunir as condições para construir esta equipa e manter a anterior. Nem todos os processos foram bem sucedidos, mas terá sempre prevalecido (especialmente nesses) os superiores interesses do clube que não forma sujeitos a "despachos" sem coerência só para poder usar a vanglória de "mostrar serviço".

SL