quinta-feira, 31 de julho de 2014

Pela porta pequena, a mais pequena

Só duas notas antes de esquecer completamente que te "fizemos" desde chaval até agora:

1- Sabias que esta direcção de valorizava e tinhas até a titularidade quase na mão. Para quem se queixava que o clube não apostava no teu valor...soa demasiado a que a "aposta" residia no que te chegava à carteira no final de cada mês.
2 - Ninguém sai bem do retrato. Tu e o teu querido pai à cabeça, a direcção de Godinho Lopes (inacreditável assinar cláusulas de libertação de 5 milhões...alguém tem de dar a cara ou outra parte do corpo por isto), a direcção actual - BdC vai ter de nos explicar melhor como não foi capaz de te dar a volta para renovar e finalmente, last but not least, o Tottenham - está na cara que houve aliciamento (do pior) do clube inglês sob um jogador com contrato.

Posto isto, vai à tua vida. Desejo-te o mesmo que desejei a Bruma e a Ilori...saúdinha. Sorte e sucesso desejo aos gratos, aos que depois de todos os escalões sentem a camisola e desejam devolver ao clube algo mais que uma saída forçada com contratos e advogados na mesa.

SL

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Esperanças

Ter uma selecção sub19 apurada para uma final não é novidade. Ter vários jogadores muito promissores no plantel da mesma também não. O que é mesmo novidade é ter uma equipa por "cotas" onde alguns clubes têm uma representação acima do talento que os seus jogadores permitem.

Não sou perito em futebol de formação, mas ouvindo os que o são, um dado salta à vista: esta equipa sub19 não tem os melhores jogadores do seu escalão em competição. Braga, Guimarães e sobretudo Sporting foram "ultrapassados" na curva por algumas manobras de empresários/técnicos da FPF.

Mesmo passando por cima deste cambalacho de chico-espertice, fico à espera para ver onde vão acabar as "promessas" de alguns clubes em contraponto com outros excluídos. A subserviência da Federação com os interesses dos empresários/empresas de jogadores é um grande urso a sair da toca, acabado de hibernar da crise financeira e do "no kidding" dos bancos.

As equipas "Jorge Mendes" já não se chamam Rio Ave ou Paços de Ferreira. Agora são o Braga, benfas ou porto...levará quantos anos até ser a própria Selecção (que já dá sinais de grande permissividade)?

E depois querem que o Sporting invista na Academia? Está tudo palerma?

SL

domingo, 27 de julho de 2014

A inércia do favorito

Ninguém sabe como estará definida a tabela da Liga em Setembro, em Dezembro, em Março ou finais de Junho. Nesta altura tudo o que se escreve sobre as possibilidades de sucesso de uma equipa é futurologia. Este é o princípio da incerteza. Mas não é o fim. A nossa imprensa desportiva tem o velho hábito de querer apostar nos "cavalos que ganham". Quando a corrida é dominada numa fase prévia pelo underdog do sistema, leia-se Sporting, evaporam-se os favoritos, é tudo relativo, é demasiado cedo, falta definir muita coisa.

É como se os próprios jornalistas e cronistas estivessem a tentar ganhar tempo, até não haver mais margem para tretas. Até ser pornográfico considerar azuis ou vermelhos iguais ao estatuto que "devem" ocupar nas suas grelhas de informação. Tal como os árbitros e dirigentes, os opinion makers do nosso futebol não concebem o futebol português fora da bipolaridade de domínio benfas ou tripeira. Eu entendo porquê. De alguma forma décadas de hegemonia tripeira, pontuada com a "propaganda" de grandeza vermelha formatou a quantidade e qualidade da opinião.

Imaginem...se eu pintar uma parede todos os anos de azul e vermelho, no ano seguinte vou comprar um balde de tinta azul e vermelho. Se alguém me disser "este ano pinta de 3 cores, azul vermelho e...verde" eu vou ficar automaticamente passado dos cornos porque: primeiro não tenho tinta verde, nem sei onde se compra e depois porque, há anos que me habituei de pintar coisa a sim, "porque raio tenho de fazer este ano de forma diferente". A metáfora não é muito elaborada, mas acho que reflecte aquilo que penso.

Entra pelos olhos dentro que porto e benfica estão em degraus primários do que é ter uma equipa. Surpreendentemente primários. Jesus e Lopetegui estão claramente a ter mais dificuldades em cumprir o "programa". Nesta altura o jogo do benfas é insípido e a repelões...e ainda vai piorar. Os tripeiros simplesmente não têm jogo, pois a base que vinha do ano passado já não mora e, não era grande coisa para começar.

Todos os escribas andam a contornar as verdades como podem, uns tentam ver na casca de laranja o santo sudário, outros optaram por ver no santo sudário cascas de laranja. Ou melhor, andam a rotular Taliscas de Ramirez e Lopeteguis em Guardiolas. No meio de tanta "trip" ainda há espaço para ninguém dizer o que todos pensam: Cesar e Luis Filipe são os novos Emersons, Benito é banal, Eliseu estava bem para apresentar o "Preço Certo", Jara está a tentar rescindir dentro de campo. Lopetegui contratou, ou melhor os fundos, uma equipa nova que agora provavelmente não sabe moldar...isto de ser bom seleccionador...

Pode parecer mentira mas, as aquisições encarnadas cheiram demasiado a "flops" e a capitania de Lopetegui demasiado a "tosca". Mas isto não se fica por aqui.

O rival Sporting só joga com adversários fracos, tem a vantagem de jogar com uma equipa rotinada (isto devia ser um elogio...mas eu não sou otário...sei bem quando chega como "relativismo" de sucesso) e mais coisas que ajudem a não reconhecer o trabalho de Marco Silva ou a qualidade dos jogadores. Os reforços do Sporting é que "ainda não dão garantias". Todos se penduram na ausência de golos de Montero, na forma de Slavtchev e no complicómetro de Shikabala.

Na hora da avaliação, parece que alguém se esquece de olhar para as idades e estatuto das nossas contratações. O Sporting contratou na sua maioria, valores jovens que venham a crescer. Tanaka foge à regra e...tem mostrado porquê. Mas ser candidato, na mente de muita gente é receber jogadores "prontos"...esquecendo as provas de William, Mané, Slimani, Mauricio e outros, que bem depressa renderam o que muitos "conhecidos" não rendem.

Voltando ao ponto de partida, ninguém sabe como irá evoluir a época. Mas eu sei de uma coisa, é bem melhor começar bem, o animo e confiança são muitos "checks" ao desempenho de uma equipa.

SL

sexta-feira, 25 de julho de 2014

All in Mendes










Se há heranças estúpidas do mandato de Godinho Lopes, o uso absurdo dos fundos foi uma delas. Ainda não consegui entender se era um salto para o abismo ou a tentativa de devorar um abismo. Seja como for, foi o abismo que o devorou a ele. Ao ganhar as eleições e sem dúvida sem saber onde se ia meter (coisa onde aliás é um expert) o nosso ex-presidente assina por baixo no célebre cheque e vassoura. Os adeptos aplaudiram (quase todos) o passo de mágica. Na propaganda de Duque a ideia era simples: corremos com o que não presta e compramos do bom e do melhor. Como é que se paga? Isso não interessava, como podiam contratações como Jeffren, Elias ou Schaars alguma vez correr mal?  

Podiam e correram. Muito mal mesmo. A ideia base de todo um mandato (construir uma grande equipa para ganhar e vendê-la para se pagar a si própria) caiu por terra com muita incompetência à mistura. Assim que se levantou o tapete para onde foram varridas as facturas do erro…descobriu-se um baú cheio de vendas de passes aos fundos. Algumas delas, verdadeiros atestados de estupidez, mas na sua maioria apenas actos de desespero.

Ano e meio depois, os adeptos bentas vêem a sua "melhor equipa dos últimos 30 anos", vendida ao desbarato. Aquilo parece um eBay para gestores de fundos. O plantel maravilha afinal tinha prazo de validade e a podridão do BES só veio acelerar a decomposição dos negócios que permitiam ter tantos craques sob contrato. A suposta brilhante tesouraria encarniçada afinal era mais uma das muitas tangas com que o mandato do Orelhas se suporta para "vender" um novo bentas…o tal que vai acabar com a hegemonia dos tripeiros. Como está à vista, a festa durou pouco. O desarmar da tenda já vai quase no final, assim que Enzo e Gaitan derem de frosques, os lampiões entram definitivamente em pré-campanha eleitoral.

Se alguém se interrogava porque é que o Orelhas andava a vender as acções que tinha do bentas…ora cá está a razão. Ele sabe, melhor que ninguém que as vendas milionárias de metade do plantel (a metade que jogava) vai quase direitinha para os fundos e comissões de empresários. O que sobra dá para meter Eliseus, Bebés e Luis Filipes…(se achavam que o Emerson era mau…). Toda a gente já está a ver o que vai acontecer, mas ninguém sabe como parar o processo. Os adeptos estão em negação e os que já passaram essa fase, bloquearam. Muitos inclusive já andam a ver para onde atiraram os comandos de televisão. Vai ser preciso fazer muito zapping na próxima época. Quanto mais não seja para não ouvir os comentários sebosos e gordurentos do Calado.

Com este cenário, e porque o futebol português é mesmo assim, depois de ver dois modelos de fracasso (um total e imediato e o outro parcial e à posteriori) o que fazem os tripeiros? Pois é. Atiram-se de cabeça, com uma violência tremenda para o mesmo charco. Toda a gente com meio palmo de testa e sem os bolsos cheios de "sistema" já disse e redisse que o caminho que o Sporting está a percorrer é o único possível. Mas parece que pelas ruas do porto, respira-se confiança em espanhol. Confiança em que o rótulo monumental de estupidez que estão a passar aos seus adeptos corra tão bem como o que a congénere vermelhusca aplicou em Lisboa. "Querem ganhar? Querem ter uma grande equipa? Então tomem lá!" 

A vassoura mais do que o cheque (mesmo assim Antero não é tão gebo como Duque, ou tão ganancioso pelo menos) saiu da dispensa de Alvalade e está a entrar em acção no dragão. Mangala e Fernando já foram…Carlos Eduardo, Defour, Licá e Varela estão na calha…e a coisa não vai ficar por aí. Chegará a Jackson? Realmente interessa? A Lopetegui que ainda ninguém percebeu ser um "virgem aos 40 anos" nestas coisas de ligas a sério aos comandos de equipas a sério, tem o mesmo desafio de JJ - montar uma equipa num mês, do zero, com entradas e saídas a toda a hora…faz-vos lembrar alguma coisa? O Domingos de certeza que se lembra.

Quer tenha sucesso desportivo ou não. Os tripeiros têm o destino marcado. Lá para Junho do próximo ano, a super-equipa (ou não) vai ser vendida. Resta saber se em alta - onde os tripeiros ganham zero, ou em baixa - onde os tripeiros perdem tudo. Ganhar a todo custo. É a frase que resume os mandatos dos presidentes vermelhos e azuis. E cada vez mais isso passa completamente ao lado das suas massas associativas. Eles estão-se a cagar para elas. "Eles" querem ganhar para "eles", ponto final. E quem é o melhor amigo de ambos? Jorge Mendes pois claro. Sempre pronto a dar uma ajuda a estes planos de "all in". Também ele foi um amigalhaço das operações de Godinho lembram-se? Eu lembro-me. Não-me vou esquecer tão depressa.


SL

quinta-feira, 24 de julho de 2014

O Verão Verde

Podia estar a fazer Sudokus ou a arquivar facturas dos Serviços Municipalizados da minha zona, mas não. Nesta altura do ano só há um entretém digno de ser feito, pelo menos para “pacientes ingleses” como eu. O passatempo é muito fácil de por em prática. Só precisamos de uma cabeça, não precisa de estar descansada nem ser especialmente funcional. Só precisa de estar 72% ocupada com bola.

Enquanto finjo ouvir uma conversa super-interessante sobre as causas do aumento do défice e a relação da “bronca” com as primárias do PS, a parte racional do meu cérebro está a vaguear pela base de dados interna e orgânica que tenho em busca de quantas opções existem no plantel do Sporting para o lugar de médio ofensivo. Não há forma de parar isto...até ao dia do 1º jogo oficial...a minha existência no planeta terra resume-se a um enorme puzzle de hipóteses para inverter o triângulo do meio-campo ou como fazer com que o Tanaka seja compatível com Slimani e todas as derivações para o caso de o argelino sair.

Para os que estão assustados com o nível de “bolite” de que padeço, asseguro-vos que apesar de tudo sou um ser funcional, sou capaz de sentir tristeza, dor e até sou capaz de sentir ambas em simultâneo quando reconheço a matricula do meu carro numa multa de trânsito. Mas é puramente passageiro. Enquanto o chip passa no multibanco móvel do sor guarda...há uns segundos que podem ser dedicados à comparação entre Iuri Medeiros e Capel. Assim que volto a entrar na “biatura” já o puto sentou o andaluz e enquanto a chave dá a volta já o Inácio está a receber um relatório através do meu serviço de telepatia wireless, aliás todas as boas decisões desportivas do Sporting, passaram por esta capacidade inovadora que tenho. Se a Alexandra Solnado tem conversas com Jesus...

Não há, aliás, lavagem de dentes e micção pré-caminha que não tenha de ser concluída com um onze tipo do Sporting. O dia acaba e a prospecção também. No dia seguinte os jornais inventarão mais 1 ou 2 reforços que me obrigarão a renovado exercício, mas na boa, quem corre por gosto não cansa e há qualquer coisa de mágico e puramente inocente em acreditar que não é preciso uma alternativa credível para Jefferson ou sentir que o Boeck até pode ter uma palavra a dizer na baliza.

Enquanto há Verão, há esperança. E enquanto não há Duartes Gomes em campo é sempre possível desfrutar vitórias gloriosas sob a areia quente e pelo meio de banhos de sal...enquanto o “Winter is Coming” folgam as costas e...a imaginação.


SL

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Apostas seguras

Enquanto uns andam a vender os anéis e a comprar pulseiras, enquanto uns andam a pedir emprestado e fiado para continuar a por o caviar em cima da mesa...há outros que andam a comprar sementes para plantar o sustento dos dias por vir.

Não posso deixar de me alegrar com o investimento em jovens e, nos já não tão jovens, valores vindos da formação. Gelson Martins, Fokobo e Stojkovic são as apostas mais recentes. E bem. Podemos bem estar a falar no próximo Nani, no próximo William Carvalho e no próximo Patricio. E mesmo que não o venham a ser, é justo pensar que umas das melhores formações de jogadores mundial, é capaz de produzir material suficiente para alimentar meia equipa portuguesa. Não têm todos de ter 19 ou 20 anos. Não têm todos de estar no plantel ao mesmo tempo.

Aliás, saber colocar jogadores da Academia, por venda ou empréstimo é em si parte do sucesso da marca Sporting. Da forma como vejo as coisas. a Academia de Alcochete deve funcionar nos seguintes moldes:

Prioridade 1 - Dar à equipa A jogadores jovens, bastante valorizáveis, completamente identificados com o clube, as competições e estilo de jogo.

Prioridade 2 - Dar à equipa B valores emergentes, com potencial suficiente para ganhar colocação futura na equipa A ou outra equipa profissional portuguesa ou estrangeira

Prioridade 3 - Formar atletas com graus de aptidão física, técnica e táctica capazes de vir atingir o escalão de profissionais

Prioridade 4 - Ajudar a formar jovens com preparação extra-desportiva compatíveis com a realidade escolar e profissional do país

Sendo estes paradigmas cumpridos, podemos no futuro continuar a ouvir outros adeptos a dizer baixinho "o miudo é bom...chegou a jogar no Sporting". O selo de qualidade leonino é a maior prova que existe de competência. Vir de outra escola qualquer não diz absolutamente nada a ninguém...mas vir do Sporting deverá sempre querer dizer muito mais. Isso vale muito dinheiro também.

Se temos hoje um Dier, Esgaio ou Gelson Martins é porque no passado houve um pai ou uma mãe que, muitas vezes nem sendo sportinguista, decidiu apostar no Sporting para colocar o seu pequeno prodígio. Este capital de reconhecimento na formação vale milhões anualmente e comecem a ser colocados os excedentários da equação de forma criteriosa no mercado e veremos a fatia ainda aumentada.

Wilson Eduardo vale 500 mil euros pelo empréstimo de um ano. Se sair quase 4 milhões. Se todos os jovens formados na Academia saíssem por este valor, o Sporting nunca teria tido passivo. Todos os anos o clube dispensa à volta de 8 a 10 atletas do seu último escalão de formação. Se um dia o clube for capaz de não perder nenhum, colocando todo o contingente sob contrato profissional em várias soluções (na equipa A, na equipa B ou emprestado) apenas prescindindo do seu passe mais tarde numa venda ou acordo para dispensa com cláusulas...nesse dia...a marca Academia do Sporting será o principal financiador directo e indirecto do clube.

Então sim, o sonho de Roquette de "...não depender da bola na trave" estará assegurado. Mas não dependeu das SADs, da bolsa, de nenhum project finance...não dependeu de mais nada que não sejam bons treinadores, bons relvados, uma direcção com pensamento estratégico e claro...sócios muito pacientes.

Ao ver o Real Madrid vender um canterano por 20 milhões de euros...alguns sinos deviam tocar a rebate...principalmente para uma instituição que se orgulha de produzir os canteranos melhores do mundo.

SL

terça-feira, 22 de julho de 2014

Saída digna

"O Sporting é uma casa a que devo tudo, não posso estar frustrado com um grande clube que me deu tudo. Se tiver de voltar, não hesitarei», esclareceu."

Nunca fui um fã incondicional do talento deste rapaz, mas também nunca o achei inferior a muitas contratações que o clube tem feito. Jeito pra bola tem, capacidade atlética também…resistência à adversidade e garra competitiva é o calcanhar de Aquiles deste jogador.

Mas nem todos podem agarrar um lugar ao sol da mesma forma e Wilson Eduardo encontrou uma forma elegante e sem dúvida memorável de dizer "até já" a quem o ajudou a ser tudo na vida - neste capítulo deu 10 a 0 a muitos craques.

Que muitos putos da Academia aprendam esta lição. É assim que se faz, ouviram?


SL

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Ganhar Honra e Perdê-la

Ganhar a Honra 

Deixem-se de merdas. Preparação? Teste? Aquilo hoje foi ganhar e trazer o caneco para casa. Quem conhece JJ sabe que o "poeta da Reboleira" não joga a feijões e o Marco entendeu que não devia dar mais colinho para a campanha "vamos fazer outra equipa" e passou a mensagem interna de que era para ganhar, atacando e defendendo sempre a sério e com tudo.

A coisa podia ter sido mais penosa para os lampiões não fosse a equipa do Sporting estar a ser, tal como foi com Jardim, construída de trás para a frente. Para o último mês, Marco Silva deixou a questão dos extremos e avançados. Vamos então ao resumo do que foi esta Taça de Honra para os leões, jogador a jogador:

Boeck - o que há mais a dizer. Chega a ser injusto o Patrício mandar este gajo para o banco uma época inteira. Mas lá terá que ser.
Cedric - Dois jogos, uma certeza. O Geraldes vai ter de crescer muito, muito.
Jefferson - Ainda não é o Jef a plenos pulmões, com o Marco tem tudo para fazer uma grande época. Mica fez o descanso.
Dier - Sempre bem, tem de ter cuidado com os "toques" dentro da área, "à mulher de Cesar..." de resto, impecável, para já é o Rojo que falta.
Mauricio - Não deu nada ao Belem e ao benfas. No ar, pelo chão, bateu quando foi preciso. Boss.
Paulo Oliveira - Ok...mas agora mostra lá o que sabes fazer...é que a B é já ali ao lado.
Semedo - Com mais calma e mais cabeça até entrava nas contas...assim...
Rosell - Pois que foi quem mais gostei. Isso quer dizer muita coisa.
Adrien - Aquela máquina.
A.Martins - O tamanho é sempre o mesmo, mas parece ter "crescido" qualquer coisa. Foi o mais decisivo.
J.Mário - Se tivesse vindo do Barcelona B a imprensa delirava com ele, assim é só um puto com jeito da Academia, Saibamos nós ver aquilo que está à vista.
Slavchev - Ainda em adaptação, é cedo.
Carrillo - O que se pedia pode até acontecer. Melhor e ainda falta mais condição física. Quando houver pernas ui, ui.
Mané - Menos espaço com a chegada de reforços. Que acredite no seu talento.
Capel - igual ao que costuma dar. Nem mais, nem menos.
Heldon - Pouco tempo em campo, Dúvida para Marco Silva
Montero - Com a equipa a subir pouco em bloco é sempre difícil, a classe de sempre, falta um golito.
Tanaka - Vai dar muito jeito, em muitos jogos. Adulto e esforçado. Joga sério.
W.Eduardo - Saiu para provar lá fora aquilo que não fez cá dentro. Que seja bom para todos.

Não calçaram Vitor, Shikabalah e Gauld. Não sei porquê. Prevenção de lesões dos 2 primeiros, protecção no 3 caso?

Perder a Honra 

Parece que a crise no BES e as vendas dos lampiões apresentam tantas ligações que o DN e por arrasto outros media começam agora a dar alguma importância. Imaginem o que será quando alguém arranjar coragem para dizer o que todos suspeitam:
- A saúde financeira e todos os case studies de sucesso comercial encarnado não passaram de bluffs eleitorais, massagens no ego dos adeptos. Assim que o BES como patrocinador-mor fechou a torneira, os salários hiperbólicos ficaram em risco de não ser pagos e as participações no fundo conjunto expostas a quem quisesse (imagine-se os tripeiros a comprar 30% do passe de Enzo ou 40% de Gaitan). Na dúvida e sem margem de manobra (a Sonalgol não mete mais...) só resta vender enquanto alguém quer comprar. Enzo e Gaitan são os próximos, alguém que pague os ordenados milionários de Artur e Cardoso e serão mais 2. E o Sporting foi tantas vezes criticado por não ter sido capaz de fazer o que os benfas tinham feito...nota-se agora...a diferença foi a capacidade de mentir nas contas e esconder os fracassos com mais empréstimos. Triste isto. Parece que ainda vamos ver muita coisa inacreditável. E os adeptos...nada...mansinhos.

SL

sábado, 19 de julho de 2014

Notas do jogo e da pré-época

Fixei as palavras de Inácio na Gala "a abertura do mercado é muito longa e muita coisa pode acontecer, vamos ter de esperar as melhores oportunidades".

Olhando para a equipa depois do jogo com o Belenenses, fica a certeza que falta um lateral esquerdo para competir melhor com Jefferson, no caso de sair Rojo, vai fazer falta um central mais experiente (não necessariamente caro - é preciso dar a hipótese a Dier agarrar o lugar - jogando) e fará mesmo falta um extremo com outra preponderância na chegada à área. Isto sem contar com saídas.

Quanto ao que já contratámos:

Geraldes - voluntarioso, mas algo nervoso...não procurou grandes aventuras. É cedo para entender mais do que a sua velocidade em sprint
Rosell - Que bela contratação. Se manter o nível que exibiu hoje, vai dar luta a William...passe fácil e processos simples, boa cobertura de espaços e sobretudo muita procura da bola para jogar
Slavchev - Nota-se que sabe por onde anda. Algo nervoso não decidiu na perfeição a escolha de passe, mas tem escola.
Tanaka - Parece um jogador muito adulto, rápido e voluntarioso, faltou apoio para mostrar mais.

Convém lembrar aos comentadores que de fora deste jogo ainda ficaram Patricio, Rojo, M.Lopes, Tobias, William, Vitor, Rinaudo, Shikabala e Gauld, Heldon e Slimani...facilmente meia equipa da que será a titular.

De resto ficou a ideia, especialmente na primeira parte do jogo, que os jogadores mais rotinados estão a assimilar o futebol de Marco Silva, com muita posse de bola, pouco espaço no meio campo para o adversário e muita rapidez na hora de aproximação à baliza...fica a sensação que este Sporting pode vir a ser menos cauteloso e mais ofensivo que a versão de Jardim.

Ainda é cedo, mas Carrillo mostrou mais reacção depois da perda de bola. Quando aliar isso a uma maior procura do jogo...será um caso sério. Wilson Eduardo colocou mais dúvidas na sua saída...encaixará melhor na versão de ala idealizada por Marco?

No campo oposto Mané (complicou muito) e Semedo (nada confortável ao papel de 6) exageraram na vontade de se mostrarem. Geraldes e Paulo Oliveira ainda precisam de tempo e...confiança.

SL




sexta-feira, 18 de julho de 2014

Colinho de pré-época

Quase todos os dias há a confirmação do abandono de jogadores lampiões. Falando ocasionalmente com adeptos da "capela da cerveja" ficamos com a certeza que há muita cagufa quantos aos tempos futuros e um profundo sentimento de desilusão, passivo até ao ponto de admitirem como uma hipótese os milagres de JJ conseguirem fazer de Djavan um Coentrão, de Bebé um Gaitan ou de um dos novos centrais um novo Garay. Quando são confrontados com a parvoíce dessa crença, lá admitem que o grau de domesticação operado durante anos pelo Orelhas não lhes resta outra opção que "comer e calar".

Eu sei que a esperança dos nossos vizinhos é que Sporting e tripeiros vendam quase tanto como eles e que isso acabe por dar à imprensa os argumentos necessários para escrever milhares de linhas sob o chapéu de um "todos tiveram de vender" ou "é uma tendência"...ou seja...lavar os porquês desta limpeza étnica de tudo o que é bom no plantel lampião. É que se saísse Enzo (já esteve muito perto disso) e Sálvio (tem um ordenado absurdo) muito simplesmente...ficariam os velhinhos Lima e Luisão para contar a história.

O que a imprensa tem dito e analisado porém é completamente diferente. Não há porquês, não há causas, não há mais do que um leve e desincorporado registo das operações...é tudo absolutamente normal, "esperado" dizem eles. Pois. Na época passada era o melhor plantel dos últimos 30 anos. De repente essa "figura"-rótulo desapareceu. Foi substituída por outra ainda mais absurda...preparem-se...vejam e admirem a poetização...preparados? Então aqui vai:

"A equipa da época passada era boa demais. Todos sabiam que seria impossível de manter. Este ano há que nivelar, ajustar mais à realidade nacional"

Isto é chamarem todos os adeptos, não só os benfas, de burros e mentecaptos. É quase tão estúpido como vir o Ricardo Salgado dizer que o BES tinha de fazer merda, uma vez que estava a funcionar bem demais para a realidade bancária portuguesa.

Toda esta paciência, encobrimento e ausência de explicações tem um nome: colinho.

É que ninguém consegue explicar porque é que se vende uma equipa às paletes, quando a máquina financeira encarnada é supostamente um exemplo, onde as riquezas e os lucros se empilham até ao tecto.
Colinho. É bom e saboroso, permite fazer a custo zero "lavagens cerebrais", disfarçar incompetências e até promover activos no mercado...colinho. Fiquem com ele e gozem bem o LSD com que são embalados todos os dias, viajem na trip até à terra do Talisca, onde ele se transforma num Ramirez e vos dá uma palmadinha no ombro e vos sossega com um "relaxa mano...o presidente sabe o que faz...alguma vez ele te mentiu bacano?"

SL

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Ao vivo e a cores

Hoje é um dia especial. Pode parecer uma coisa banal, óbvia até, mas inaugurar um canal de televisão não é apenas somar mais um meio...é acrescentar mais Sporting.

A partir de hoje, podemos ver e ouvir simultaneamente o que nos diz o clube. Podemos até fazer parte dessa aventura, abra o canal as vias certas para que não seja apenas emissor e se torne num espaço de diálogo com e dos adeptos. Começa pequeno, tal como andam as riquezas pelos cofres de Alvalade. Mas se os meios são diminutos e o embrulho de papel pardo, que se valorize a ideia e a mensagem para que seja gigante a sua importância.

Vivemos no tempo dos milhões imóveis, das abundâncias estéreis, da suprema arte de gastar sem saber que nos gastamos na procura utópica pela emoção, queremos sentir tudo, a toda a hora. Perdemos o sentido e celebramos a dimensão...que não se perca o Sporting pelo cronograma de uma programação. Que invista na ligação ao que pensam e desejam os sócios...que é para isso que foi criado o clube e, de certeza a sua televisão.

No campo, como na "grelha", o Sporting deve ser claro e apaixonado. Orgulhoso e insatisfeito. Isso não depende do dinheiro...depende da liderança e da escolha. Tantas vezes a extraordinária capacidade de entrega de uns supera o talento inato de outros. O que conta? O exemplo. A dignidade. A coragem.

Esqueçam as sondagens, audimetrias...o dinheiro faz girar o mundo, pois faz. Mas em que sentido? Com que sentido? Para que raio querem os adeptos de um clube um canal de televisão?

A partir de hoje podemos discutir tudo isto e o que mais os Sportinguistas puderem e quiserem, apenas ligando o canal 34. Isso não tem valor e tem todo o valor.

SL


quarta-feira, 16 de julho de 2014

Insua defesa

Já não é a primeira vez que se fala no nome do lateral esquerdo argentino Insua para reforçar o benfas. Ou alguém é muito burro ou anda a fazer-se de burro. A dona de casa mais distraída do Burkina Faso sabe que o jogador foi uma daquelas vendas à "tem de ser" e que a única coisa boa que saiu daquela coisa que chamaram transacção foi uma cláusula de salvaguarda de 10 milhões para o caso de um regresso a Portugal que não o Sporting.

Ora, então o que é que se passa com estes "rumores"? Imaginemos que o jogador é realmente do interesse do Orelhas e do seu director desportivo Jorge Mendes...se o Atlético valorizar o atleta em 5 milhões + a cláusula = 15 milhões. Além disso o Emiliano é rapaz para ter um ordenado jeitoso...portanto...15 bojardas e um ordenado elevado por um suplente que não calça à 2 épocas, que ainda por cima vai entregar de mão beijada 10 milhões de mocas a um adversário.

A única forma de isto não parecer absurdo é, e apresento 2 explicações completamente sensatas:

1/ O Jorge Mendes quer correr com o Orelhas da presidência do benfas (o amigo Bufas agradece) e numa jogada à la House of Cards...está a montar a pior equipa dos últimos 30 anos.

2/ A benfas tv dá tanto dinheiro que a SAD tem de equilibrar as contas com negócios como este ou a venda de Garay por 6 milhões.

De resto, tenho de dizer que o maior interessado nesta coisa seria mesmo o Sporting. Aliás se eu fosse o BdC já tinha ido comprar uma garrafita de espumante para abrir assim que a ABola lançasse aquela notícia do "...encara com bons olhos a ida para o benfica" que é, como todos já sabemos, a senha usada para preparar o terreno nos adeptos lampiões.

E é isto. Vamos todos então fazer figas.

SL

terça-feira, 15 de julho de 2014

Medos

À medida que os grandes valores dos nossos maiores rivais vão saindo e os cheques entrando, os "nomes" começam a encher páginas de jornais. Internacionais para todos os gostos e feitios, grandes promessas ou grandes certezas, a imaginação parece encher-se ao ritmo da negociações milionárias.

De fora deste grande circo, o Sporting parece firme no seu caminho de assegurar valores jovens com muita margem de progressão, que estão na ante-câmara dos saltos para clubes intermédios ou ligas intermédias. Nenhum dos contratados ou por contratar será alvo. neste momento, dos grandes emblemas. Nenhum suscitará 1/10 do mediatismo que irá garantir um Adrian, um Romero ou um Clasie.

O clube sabe que não tem forma de competir neste mercado, sabe que os seus reforços não chegam como XL, mas acredita que podem a médio prazo lá chegar. Se estivesse no lugar dos dirigentes da SAD leonina, faria a mesma interpretação. Olhar para o que outros fazem é útil, mas fora o campo de aprendizagem ou observação de práticas inovadoras de ataque ao mercado, tudo o resto é apenas "mais um dia no escritório".

É claro que esta paz, não serve o interesse dos media. A insegurança sempre foi um sentimento que o jornalismo cá do burgo adora injectar, recebendo na volta o feedback nervoso dos adeptos mais susceptíveis de se deixarem impressionar pelos cachets das transferências dos outros. Colocar os sportinguistas a mastigar medo pelos dream teams alheios é um clássico. Raramente se confirmaram.

Uma coisa é certa, as saídas de Markovic, Rodrigo, Garay e Oblak de um lado, Fernando e Magala (quiça Jackson mais tarde) do outro só nos pode assustar pela menor valia desportiva que isso implica. Dá medo a um tripas ou a um benfas, ter de fazer a troca de valores confirmados e seguros, fica o dinheiro como compensação e não é dado garantido que esses vão conseguir colmatar as partidas.

Mais do que assustados, os sportinguistas estão habituados. Este panorama não é novo, nem sequer original, por isso caros jornalistas, deixem-nos estar sossegados. Continuem a bater palmas aos investimentos, continuem a assinalar a diferença suposta, continuem a tentar criar a ideia que o nosso plantel será o parente pobre desta equação.

Cá estaremos para fazer as contas.

SL


segunda-feira, 14 de julho de 2014

A estranha transferência de Adrian










Eu sei que a imprensa desportiva também vive de alimentar o imaginário "cor-de-rosa" dos adeptos, mas há limites. A compra de Adrian pelos tripeiros é o caso típico da história mal contada. Mais uma.

Supostamente os tripeiros compraram um internacional espanhol e um dos melhores jogadores do Atl.Madrid, recentemente campeão de Espanha, por 11 milhões…equivalentes a 60% do passe. Ora, é tudo muito lindo, ah e tal que grande contratação dos tripeiros, ena…que compra…e coiso e tal…mas antes de começarmos todos a fazer vénias à sagacidade do scouting andrade…convém olhar para os porquês destas coisas e fazer as perguntas que ninguém parece achar pertinentes.

1- Porque raio quer o Atl.Madrid vender um jogador regular, do agrado dos fãs, que nem sequer é do meio da tabela da folha salarial no plantel?
2- Porque o vendem os colchoneros antes mesmo do Mundial acabar, Adrian é um jogador com visibilidade que ao longo de Julho e Agosto podia ir valorizando no mercado?
3- Porque escolhe Adrian o porto, quando podia facilmente ser colocado num clube inglês ou italiano (é um avançado com um boa técnica individual que encaixaria em muitas equipas) ganhando muito mais e tendo outro destaque (uma vez que procura afirmar-se na "Roja")?
4- Sendo que o Atlético vê David Villa, Diego e Diego Costa sair e apenas Mandzukic  e Correa entrar, não seria lógico manter um jogador de passaporte comunitário, experiente e capaz de fazer as alas?
5- A explicação de algumas dificuldades financeiras do clube madrileno não esbarra imediatamente com a compra de Oblak e outros que estão na calha?
6- Os tripeiros darem 11 milhões por 60% do passe de um jogador de 27 anos…equivale a mais de 18 milhões de valor final. Admitamos que faz duas épocas brilhantes… aos 29 anos valerá 25 milhões (o suficiente para pagar o passe e os ordenados)?

Depois destas questões, quem não achar este negócio, no mínimo, estranho…


SL

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Epístola de Paulo aos Tugas














"Sei bem que o último Mundial não correu de feição. Mas na minha forma de ver, temos todas as condições para continuar a ser uma selecção de topo. Senão vejamos: Temos o melhor jogador do mundo que quando chega a hora das grandes competições ou está lesionado ou fora de forma. Temos também um lote de jogadores titulares a passar os 31/32 anos. Os que não estão "velhos" estão a cair de estatuto nos grandes clubes europeus. Temos toda uma geração de jovens ignorados pelos grandes portugueses a sair para os clubes de meio da tabela da Grécia, Croácia, Turquia, Hungria e afins. 

O clube que mais jogadores dá à Selecção é continuamente ignorado, o que eu também concordo que seja feito. Era o que faltava facilitarem-me a tarefa. Eu bem sei que se tivesse Adrien, Cedric, Mané ou até mesmo A.Martins teríamos feito outra competição no Brasil, mas eu não sou como o otário do Van Gaal que chamou os miúdos do Feyenoord…onde que já se viu? Jogadores promissores a brilhar e a anunciar uma continuidade e um futuro brilhante…pfff…isso é coisa de holandeses, o que é que eles entendem de futebol?!

Todos vocês sabem que eu gosto de adversidade. Adoro. Sou louco por coisas que prometem fracasso. Visto a minha sandaloca, o meu capacete e empunhando a minha espada…sou um Espartano lindo e musculoso, de cabelo liso e lustroso a dar naifadas a torto e a direito…destruindo todas as impossibilidades com a minha teimosia e capacidade de não me comprometer com nada nem ninguém. Bom, isso até nem é verdade. O meu Jorge Mendes é a excepção. Aquele gajo leva-me sempre na cantiga. Mas o que é que vocês querem…ele tem aqueles jogadores que me põem louco…passo-me com o Eder ou o Rafa…passo-me e pronto. 

O que eu vos prometo, Portugal do meu Coração, é muita casmurrice e zero de imaginação. Não irei pelos caminhos óbvios que seriam começar já a pressionar os grandes clubes para darem espaço aos jovens mais promissores, fazendo uma protecção sem quartel à sua afirmação de modo a não ter de ir a um Europeu com os suplentes do SC Braga ou os titulares do Moreirense. Isso não. Seguirei o caminho que sempre percorri - o mais difícil. Vou convocar o Helder Postiga e o Raul Meireles até que a morte nos separe. Não me censurem. São os meus meninos. Dei-lhes de mamar quando tinham fome. Coloquei-os a jogar quando não jogavam. Recuperei-os quando estavam lesionados. Dei-lhes o meu peito para chorar e ouvi as suas lamúrias de casas de praia na Riviera por pagar e amantes de 19 anos a pedir novos Audis. Como posso falhar-lhes? Ah…e como posso recusar os pedidos do Mendes…sou apenas um homem, sou de carne e osso e que peca, peca, peca…como é que era música?

Confiem em mim tugas. O meu passado mostra-vos como será o vosso futuro. Fui para o Oviedo e pastei ovelhas naquelas serras como ninguém. Cheguei a ser o capitão dos pastores e voltei para o rival do clube do meu coração. Ganhei uns segundos lugares e uns segundos lugares. Também cheguei a ficar em segundo lugar sendo que fiquei várias vezes em segundo lugar, já para não falar dos segundos lugares que obtive. Quando todos se fartaram dos segundos lugares, os jogadores amuaram e eu fui despedido. Com todo este sucesso…era apenas óbvio que ascendesse ao maior cargo disponível para um treinador num país. O meu Jorge deu uma ajuda, mas a verdade é que era eu ou o Manuel José. Sendo que o Manuel é um chato que só ia por a jogar quem merecesse…que piada é que isso tem…a FPF (que cheguei a insultar repetidamente e agora são os meus amigos no Google +) escolheu-me a mim. 

E acredito que essa escolha continua a fazer sentido. Porque há jogadores em fim de carreira a precisar de mim. Porque há movimentações de dinheiro e jogadores que usam a Selecção a precisar de mim. Porque há um clube de 6 milhões que precisa de chamar os seus putos em toda a linha de Selecções jovens a precisar de mim. Porque toda a podridão apadrinhada pelo Godinho e o Mendes continuam a precisar de mim. Porque o excesso de rigor onde não faz falta e a ausência de criatividade continuam a precisar de mim. Eu estarei aqui. No meu posto. Com a minha espada…enorme…enorme..ó como é enorme! Aqui…dar o peito às balas…como sempre fiz. A cair fuzilado pelo talento e inovação dos outros…como sempre. A insistir numa ideia até que a própria ideia me mande um sms a desistir. 

Acreditem em mim Portugueses. Mais quatro anos? Sim? Bora? Ok? Vamos nessa? 
Não responderam…? Não faz mal. Estou habituado. Quando pergunto ao presidente da FPF se isso não é favorecer muito o porto e o benfica…ele também não me responde. 

Muito Obrigado,

Paulo, o sempre vosso"

SL

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Já. Aqui. Agora

Não há ser vivo no planeta que não saiba que ontem o Brasil perdeu 7-1 com a Alemanha. Mas à maior parte escapa a verdadeira razão da derrota. Não sou como muitos analistas que crucificam Scolari…isso é demasiado fácil. Para mim a culpa, se é que isso serve para alguma coisa, mora em muitas pessoas…mas aponto o dedo ao festival mediático com a maior das certezas.

O Brasil dos Sócrates, Carecas, Zicos, Pelés, Ronaldos e Garrinchas é uma memória. A fantasia, ritmo morno compensado com uma colagem da bola nos pés, a arte do futebol bonito que levada a sério fazia com que os adversários parassem para ver jogar…acabou. O Brasil de hoje é semelhante a qualquer equipa que tem os seus melhores jogadores a jogar desde os 17 ou 18 anos na Europa. Talvez 50% dos craques emergentes tenham até entrado pela porta Russa ou Ucraniana. As estepes eslavas não dão bons tubos de ensaio.

A lógica do dinheiro está a mudar os equilibros do futebol. Não defendo a estagnação nem status quo. Tudo é mutável agora, como foi no passado. Mas convém aderir à evolução e não decidir fechar os olhos e optar por uma marginalidade hipócrita, como provaram os media brasileiros e demais comentadores espalhados pelo mundo. Não houve um jogo do Brasil que alguém pudesse dizer ou apelidar de conseguido. Mas a bem da festa e do estatuto…considerou-se possível que uma equipa tão fraca e presa por arames de motivação bafienta conseguisse ou merecesse ser considerada favorita.

Como se o estatuto de favorito fosse inato apenas pelo currículo e papel de anfitrião. Na nova ordem do futebol ser candidato ou favorito conta zero. É o trabalho técnico, a preparação física, o talento e tomates dos jogadores que entram em campo que dão vitórias. Quem viu uma Costa Rica, uma Argélia ou um Chile neste campeonato percebeu uma coisa - os milhões de habitantes, as taças ganhas, as grandes vedetas valem muito pouco na hora de enfrentar jogos a doer numa fase da época mais que adiantada.

O que vale? Jogar jogo a jogo, disfarçando fraquezas e valorizando as qualidades. Não há papões…apenas adversários que se podem preparar pior ou melhor que nós. Que se podem motivar mais ou menos que nós. 

Esta volta planetária serve para falar do meu Sporting e a sua convivência com o estatuto que lhe querem dar.

No ano passado previam-nos um 5º ou 6º lugar. Ficámos em 2º e sem as cobardias alheias do costume, podíamos até ter lutado ombro a ombro pelo título. Os jogadores provaram que são bem melhores do que nos queriam convencer e o treinador provou ter a inteligência para entender que essa realidade teria de ser balançada com um compromisso faseado, jogo-a-jogo. Ele como muitos sabem que na nova ordem deste futebol, o balanço é tudo. Os jogadores não são tão diferentes uns dos outros, as equipas não são tão diferentes umas das outras…os resultados não são o consumar de algo, são o ponto de partida de tudo.

Este ano, depois de auto assumir o estatuto de candidato (que na verdade é um mero exercício linguistico) todos encaram com normalidade que desta vez, há condições para algo mais que o apuramento para a Champions. A limpeza de talento dos adversários ajuda a que este cenário seja ainda mais consensual.

Mas há um perigo: levar esse estatuto demasiado a sério. Como o Brasil, a Espanha, Portugal, a Itália puderam comprovar neste Mundial faltou talento, força e engenho para serem de facto grandes equipas. Faltou só…o tudo. São os resultados que vão ditar a ordem do futebol português e não as camisolas ou emblemas. Resultados só possíveis com os jogadores super concentrados, bem preparados fisicamente e sem "manias" que os distraiam da forte possibilidade de perder qualquer jogo se não empregarem 100% do que sabem a favor de uma táctica colectiva inteligente.


O que chocou 200 milhões de brasileiros é o mesmo que chocou uma Itália num amigável empatado em casa com o Luxemburgo…é o novo futebol. Sem lastro, sem memória, onde o agora é tudo. És candidato? Prova-o. Agora.

SL

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Merdas Soltas

Oblak, Maxi, Siquera, Garay, A.Gomes, Fejsa, Enzo, Markovic, Rodrigo, Gaitan e Cardoso. Do 11 titular sobra o Luisão, o Salvio e o Lima...porra que é muita venda! Tenho 3 teorias: 1 - O Orelhas está a arrumar a tesouraria para ir para as Caiman gozar a PPR em off-shore; 2 - O BES e a CGD desligaram a mangueira de leite eurocredito...deixando os vitelos argentinos e sérvios à mingua; 3- Ressabiado por ter o maior passivo, o Orelhas mandou aviar à dúzia para voltar a "passar" o Sporting.

Enzo venceu o prémio de melhor jogador da Liga. O seu comentário foi "Filhos de uma pu..!" Agora só falta esperar 48h até ele nos explicar o que isso queria dizer em castelhano tourette.

JJ diz que os adeptos obrigaram-no a melhorar (deve estar a falar no Cortês de certeza absoluta).

O Tanaka está a aprender Português. JJ já comentou "Pff...nã sei pakê? O portguês é muta fácile"

Os tripeiros golearam o Valadares por 9-0. Isto de jogar contra louças sanitárias já está tornar-se moda.

O jogador Oliver foi emprestado aos tripeiros sem opção de compra. Ok...então é definitivo. O fecepê é mesmo uma filial dos colchoneros.

Depois de já ter o mini-Henry "Mané", o mini-Patrick Vieira" William Carvalho e o mini-Tony Adams "Tobias Figueiredo"...chegou agora o mini-Messi "Ryan Gauld". Será que vamos ser um misto de mini - Arsenal e mini-Barcelona?

O turco Sezer Ozmen está na lista do Sporting. É um central que não precisa de fazer cara feia para impor respeito.

O avançado chileno ex-Sporting Pinilla, tatuou a sua bola ao poste no Mundial frente ao Brasil. O Raul Meireles adorou a ideia e também vai fazer o mesmo...vai tatuar a bola ao poste do Pinilla.

Os jogadores da Academia não andam lá muito felizes com as contratações do clube. O que querem estes putos? Um sistema de cotas? Ao menos no Sporting só têm de nascer uma vez.

Afinal, o Calendário da Liga foi feito através de copy&paste do sorteiro anterior. O ex-presidente do Nacional vai impugnar o Calendário e Fernando Seara apresentou uma nova lista, espera-se que mais hora, menos hora, venha desistir da mesma.

Os jogadores da Argélia doaram os prémios do Mundial ao povo da Faixa de Gaza. Numa notíca paralela, os jogadores de Portugal vão doar as bananas que sobraram do LIDL aos habitantes da Faixa da Ganza no Casal Ventoso.

SL

domingo, 6 de julho de 2014

Duplo castigo

Punir com suspensão de sócio (mesmo que por um ano) é uma medida que não deve ser tomada de animo leve. Seja quem for o sócio em questão a vítima, seja quem for o sócio em questão o culpado. O facto da direcção só ter feito agora pode indicar que se seguiram todos as fases do processo sem grande urgência e todos calculamos porquê.

Não é de hoje nem de ontem que as direcções (de qualquer clube latino diga-se) tratam todos os assuntos ligados às claques com pinças. É evidente que são uma forte base de força quando coincidem e uma forte força de tracção quando divergem. A suspensão de vários sócios é um acto injusto? É feita no timing correcto? É feita usando os canais de informação ajustados? Aqui pode ter existido mais do que apenas zelo pelos estatutos do clube e crença no direito associativo. Isso é algo que está por esclarecer, mas convinha que ambas as partes o fizessem fora dos holofotes dos media.

Pior do que ter a maior claque "com os azeites" com a Direcção é isso mesmo fazer parte dos assuntos que a imprensa aborda, esmiúça, mastiga em voltas e voltas de uma digestão que tente a apresentar os sportinguistas como uma massa que não se une facilmente.

Todos sabem o historial das claques com as direcções mais recentes e não convinha nada, mesmo nada, que agora além de todas as frentes abertas para fora do clube, esta direcção tivesse de lidar com vozes dissonantes, mas para tal é urgente alguém entender se há razão da JuveLeo para esta tomada de posição. Não gosto de preconceitos. Se há razão, que lhes seja dada. Se não há, que se cumpra o castigo. Era o que desejaria para mim próprio ou algum sócio amigo.

Aplicar justiça é uma grande responsabilidade. Não há nem boa nem má justiça. Há é justiça e injustiça. Os orgãos do clube têm de servir para defender a manutenção de um clima de respeito entre todos e para todos. O clube já foi de uns, agora dizemos que é nosso, ou seja, de todos.

Agora façam-me um favor: deixem-se de comunicados e notas de imprensa. Tratem de tudo dentro do clube. Somos todos sócios do Sporting e que eu saiba os jornais ainda não fazem parte do clube.

SL

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Abel...Caim

Abel nunca teve uma missão fácil. Não é uma personalidade "da casa", não teve a sorte de pegar numa equipa estável, não teve a simpatia dos treinadores principais. Mas há que dizer que enquanto jogador e treinador teve sempre uma postura muito profissional e soube sempre colocar os interesses do clube à frente de muitas coisas.

Um Sporting que pretende ser uma referência de valores no futebol português não pode fazer outra coisa que não seja encerrar o percurso de Abel com algo mais que uma nota de imprensa. Foram 8 anos, não foram 8 meses. Além disso é o estatuto e dignidade do clube que também está em causa. Uma casa sólida que se pretende cada vez mais séria deve em qualquer momento fazer com que quem por lá passa sai de cabeça erguida.

Há dezenas de formas diferentes de mostrar gratidão e tenho a certeza que a Direcção do Sporting saberá escolher a melhor para ambas as partes. Abel, apesar de todos os erros que possa ter cometido, defendeu as nossas cores e foi líder de equipas. Os líderes não fogem por debaixo da mesa nem são empurrados para fora do barco. Há que demonstrá-lo.

Depois...bem depois é outra história. A equipa B não precisa de um tipo qualquer com o grau de habilitação mínimo e com uma experiência qualquer no passado do clube. Precisa de alguém que forme profissionais...sabe quem já lá andou que entre os júniores e os seniores há muitas dificuldades a contornar...não é um "cromo" qualquer que pode estar na base de um sucesso que já deu Melhores Jogadores do Mundo. Não é esse o modelo nem aspiração da Academia.

SL

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Um Sporting Clube

Durante anos ouvi a expressão "clube empresa"  para retratar o Sporting do Século XXI. Aquilo provocava-me cólicas. As empresas servem para dar lucro e reparti-lo pelos investidores. Um clube serve para dar condições de prática desportiva aos seus adeptos, ganhar títulos e crescer…não  há lucros…é tudo usado para continuar a crescer e a vencer. A chamada Roquetização do clube teve componentes importantes, sobretudo na profissionalização e credibilização do clube. Mas pagámos o preço por colocar aos destinos "reais" do clube, homens de negócios e não líderes desportivos.

A paixão era heresia e tentaram convencer-nos disso. A paixão era negativa, levava a actos tresloucados de má gestão. Foi banida. Durante quase 15 anos vivemos de mailings, regras de goof finance e cocktails de final de tarde. Tudo muito cerebral, muito Genebra e low profile.

Muito já se escreveu sobre o que é o mandato de Bruno de Carvalho e muito se irá escrever no futuro. Mas uma coisa é certa, não é low profile e não renega nem esconde a paixão. Falha mais ou é mais errática? Não. Falha até menos e o caminho que escolheu é mais ajustado ao futebol e muito mais ao futebol tuga. O que acontece é que se expõe muito mais ao escrutínio público. Porque se irrita e reage a quente, porque barafusta, porque dá murros na mesa e manda muita gente para os sítios onde devem ir. Porque simplesmente mostra o que todo nós somos - seres erráticos capazes de proezas enormes quando confiantes e inspirados…capazes de actos trágicos e absolutamente idiotas em fases mais negras.

A coisa de "estás do contra e estás a minar o sucesso do clube" ou "estás tão tonto que foste levado na conversas destes palhaços" é a mais pura das idiotices. Como se um diálogo tivesse de escolher lados antes de produzir conteúdo. Eliminar a trincheira é o primeiro passo para um clube unido e chegando lá a "paixão" pode correr livremente sem que haja quem se preocupe com os excessos ou falhas de discurso. Um empresário de Cascais é muito diferente de um repositor de Chelas. Mas numa coisa são iguais - são adeptos, são sportinguistas e a Paixão é a mesma. 

Este foi o factor desagregador que fez diminuir o clube. As acções e obrigações, os shares, o growth, os project financies são todos muito lindos, mas é a paixão, os craques, as goleadas, os cânticos, as massas de gente a vibrar no estádio que vão colocar o Sporting no sítio onde pertence. 

A Gala Honoris foi um exercício de emoção, memória e auto-parabenização. Faz falta. Parabéns pelo óptimo trabalho...é esse o caminho. Tenho a certeza.


SL