quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Notas Soltas de Ontem

1- Manuel Mota não é um bom árbitro, pois só um péssimo (e parcial) juiz guarda os cartões que devem ser mostrados pelas regras. Ontem foi fartar de entradas à margem dos convénios sobre os jogadores leoninos e o Marítimo, que mais não vinha que para sacar um empatezinho, agradeceu.

2- Ristovki. O facto de ser o titular da Macedónia pode nem ser um garante de qualidade, mas ontem provou que pode ser uma opção muito válida para defesa direito. Há ali muita coisa para JJ sacar e trabalhar...e não será tonto admitir que terá todas as condições para manter Piccini na mudança máxima.

3- O processo defensivo não foi testado verdadeiramente. O Marítimo fez pouco mais que cerrar fileiras lá atrás e puxar dos galões para exibir a folha limpa...é um exagero.

4- Doumbia começa a criar sobre si próprio o estigma de ser bom avançado em contra-ataque e para consumo em jogos fora. Ontem não foi feliz, não deu à equipa a frieza do golo e ele está lá para isso. Mas longe de mim criticar um jogador que já nos ajudou tanto.

5- A fraca comparência nos adeptos era esperada. Felizmente temos muitos outros jogos de interesse e as carteiras ou noites livres para a bola, não dão para tudo. O calendário de inserção da prova é ridículo, os preços exagerados, o histórico da prova...enfim. Confesso que existir Taça CTT ou não, só não me é indiferente porque está lá o Sporting. Mas se não estiver, não perderei um segundo com algum tipo de pesar.

6- Ontem também foi dia de revelações pessoais do Presidente. Para além da relação feita com Cristiano Ronaldo, que é de facto uma mais valia para a reputação mundial do Sporting, o que veio na sequência só me merece um comentário - se o Presidente não gosta de ver embrulhada a sua vida pessoal nas bocas de trapo da praça, não devia expor ou relacionar matérias do seu foro privado com a vida do clube. Todos lhe podemos dar os parabéns de outra forma e família leonina não é distante nem fria nesse aspecto.

7- O empate não é um bom resultado, mas mantém tudo em aberto. À partida cumprimos o jogo mais competitivo do grupo e serão os próximos resultados que ditarão o apuramento, não este. Aplaudo as poupanças e até teria ficado mais satisfeito se as substituições não tivessem colocado em jogo jogadores tão desgastados como Acuna ou Battaglia.

Saudações Leoninas

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Onze pelo Correio

Venho por este meio, fazer de JJ e dar-vos o line-up para amanhã defrontar o Marítimo, em jogo a contar para a fase de grupos da Taça Lucíli...perdão...Taça CTT, aquela enorme prova de prestígio que ninguém já se deve lembrar qual foi o vencedor do ano passado, a saber:

Salin; Ristovky, J.Silva, A.Pinto, Tobias; Petrovic, Matheus, Iuri, B.Cesar; G.Dala e Doumbia

No banco: R.Patricio, Douglas*, Palhinha, Matheus, B.Ruiz*, A.Ruiz e Jovane Cabral

Fora da convocatória: Piccini, F.Coentrão, Mathieu, Coates, William, Battaglia, B. Fernandes, Acuna, Gelson Martins e Bas Dost por opção. Podence por lesão.

Pode parecer estranho fazer alinhar um onze completamente suplente, mas o troféu (sejamos sinceros) é também ele completamente secundário e se as nossas segundas linhas não forem capazes de fazer boa figura frente ao Marítimo em casa, então não façamos de conta que há profundidade no plantel e esta será provavelmente "a" prova que convém mesmo secundarizar.

É claro que não espero um bom jogo, não espero a mesma capacidade, nem o mesmo entendimento dos titulares. O que espero é a garra e a vontade para mostrar ao clube que são jogadores para não esquecer na prateleira, que contam. Atitude é a palavra-chave. Querer mais a vitória do que os madeirenses.

Quanto a nós adeptos, não devemos "exigir" mais do que uma boa gestão e a inteligência de entender que esta Taça CTT vem na melhor altura para...descansar. Costuma-se dizer que, quem tudo quer...tudo perde e pessoalmente prefiro "perder" a Taça CTT para ser mais competitivo nas provas "a sério".

Sem mais assunto,
Saudações Leoninas

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Aviso Laranja

Há décadas que assistimos à perda de influência do jogador formado em Portugal. Uso intencionalmente esta designação. Isto nada se relaciona com raça ou nacionalidade, é uma questão desportiva e sobretudo de racionalidade de aproveitamento de recursos.
Somos dos países com seleções jovens mais promissoras, mais competitivas e não fora a "batalha campal" que um determinado clube vem a fazer há anos para conseguir depositar jovens nos vários escalões da FPF (forçando à escolha de seleccionadores de espinha dobrável) e...poderíamos mesmo ser senão a melhor, das 3 melhores - juntamente com a Espanha e a França.

Ainda assim, prova-se cabalmente que os emblemas portugueses conseguem formar jovens de inegável talento. Até com as equipas B, o nível dos estreantes no escalão profissional melhorou a olhos vistos. Os Sub19 e Sub21 conquistaram mais espaço. Mas estamos a falar em poucos emblemas no panorama nacional e logo os que têm também massas associativas mais exigentes, que exigem resultados, mais do que exigem aposta na formação. Olhamos para os plantéis dos clubes da Primeira Liga, estranhamente não vemos o reflexo nem do trabalho das equipas B, nem da subida de estatuto do jogador nacional - campeão europeu em título, nem sequer das largas centenas de escolas de futebol que têm operado por todo o pais há mais de 10 anos.

O Vitória (de Guimarães) entrou ontem em campo, em jogo a contar para a fase grupos da Liga Europa com um onze onde não figurava sequer um português. Não adianta apontar o dedo ao clube minhoto, não está sozinho, aliás...pertence à maioria. A verdade é que se olharmos aos onzes iniciais dos clubes da Liga principal em qualquer jogo da prova, vamos constatar que esta ocorrência está mais do generalizada, direi mesmo...banalizada. São brasileiros, venezuelanos, paraguaios, malianos, costa-marfinenses, chineses, marroquinos, búlgaros, enfim...tudo menos o que seria mais lógico e racional, jogadores formados em Portugal.

E porquê que isto acontece? Não podemos pensar que os gestores dos clubes profissionais são todos burros ou menos desportivamente patrióticos. Não vamos de certeza pensar que os treinadores preferem sempre atletas que não saibam ou compreendam mal a língua portuguesa. Não. Há mesmo dados que explicam o porquê desta enxorrada permanente de jogadores oriundos de outros campeonatos (na maioria muito inferiores às nossas provas ou capacidade de formação). Deixo aqui alguns exemplos:

1/ A influência dos empresários Vs Estado das finanças dos clubes

Clubes no limiar da bancarrota agradecem atletas "fornecidos" a custos muito reduzidos e "comparticipados" pelos empresários. É bom para os clubes que ficam com encargos compatíveis com o dinheiro que não têm. É excelente para os empresários, que colocam todo o mostruário em ligas de muita visibilidade, indo buscar atletas por tuta e meia a paragens onde ir para Portugal é uma oportunidade única de entrar na montra maior do futebol europeu. Muito haveria por dizer sobre estas novas Rotas da Especiarias futeboleiras, mas este post não é só sobre este problema.

2/ As regras da compensação financeira por direitos de formação

Se os clubes médios ou mais pequenos não têm dinheiro para investir, também não têm dinheiro para indemnizar os que mesmo sendo ainda mais "pequenos", têm direito a valores fixos pelo seu trabalho de formação com atletas. Isto pode parecer ínfimo à maioria dos adeptos, mas esquecem-se que o que é ínfimo para clubes com orçamentos de 70 milhões, é demasiado para a maior parte dos outros que subsistem com orçamentos virtuais que nem chegam aos 2 dígitos. Na verdade a grande maioria dos emblemas profissionais mal consegue pagar as suas despesas, o que retira margem para devolver 5, 10 ou 20 mil euros a um clube pelo seu trabalho de formação.

3/ O efeito "Ronaldo, Figo ou Rui Costa"

Não são só os empresários e as regras de transferências que destroem a capacidade de ascensão do futebolista formado localmente. Os próprios jogadores e envolventes familiares também não ajudam.
Quem já viu um jogo de escalões mais baixos de clubes menos mediáticos saberá do que estou a falar. A promessa de milhões, de uma possível vida milionária, a pressa e avidez de desafogo financeiro destrói completamente a capacidade de muitos jovens em afirmarem-se na fase final das suas formações.
A pressão é esmagadora e quanto mais perto da "grande porta" do profissionalismo, mais sufocante se tornam os contextos sociais à volta dos jovens atletas. Muito poucos resistem, afirmando-se na plenitude, pondo os dois pés dentro da galeria principal. Ninguém o admite, mas entre os 17 e os 19 anos, a maioria dos nossos jovens cede e perde a alegria de jogar. Entra na sua fase final da juventude com sérias dificuldades de corresponder a todas as inúmeras exigências à sua volta. O insucesso, que deveria ser normal e até forma de aprendizagem, não é uma opção e às vezes são mesmo os que os deveriam apoiar em qualquer contexto, os portadores desses ultimatos.

4/ A ausência de regras incontornáveis de defesa do atleta formado em Portugal

Todos sabemos que sem regras (sem buracos ou omissões) nada deste panorama mudará. Tudo continuará na mesma até que não se possa regularmente fazer. Há opções para todos os gostos. Continuo a achar que limitar a contratação de jogadores estrangeiros é uma obrigação, tal como acho essencial a limitação de jogadores sob contrato dos clubes, tal como penso ser evidente que deve existir uma regra de número mínimo de atletas formados em Portugal na composição dos plantéis dos clubes profissionais, incluíndo as equipas B's.

Só mudando muito do que foi aqui apontado (e haverá muitas outras razões) poderemos evoluir para ultrapassar este verdadeiro aviso laranja que nos foi mostrado no jogo em Guimarães. E será muito importante que o façamos, pode não parecer mas estes problemas têm (como se diz agora) muitos vasos comunicantes com os maiores problemas da sustentabilidade do futebol nacional e isso ninguém da FPF ou Liga poderá desmentir. Pena que não tenham qualquer acção na sua correção, mas infelizmente é esse o modus operandi do status quo...zero acção.

Saudações Leoninas

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Gerir

A palavra é mesmo esta. Depois de um bom resultado no início da LC, há que "descer à terra" e como diz JJ, mudar o chip. O próximo freguês chama-se Tondela e temos demasiados dissabores no passado frente a esta equipa, para que não estejamos avisados quanto as eventuais poupanças ou descansos de jogadores.

Não é que devamos evitar as normais rotações na equipa, para diminuir a carga de esforço num ou noutro atleta, faz bastante todo o sentido até, mas o que não pode acontecer mesmo é a diminuição do foco e da vontade de dar tudo para vencer a partida, prevendo todas as dificuldades que temos encontrado...até em Alvalade.

Um aviso aos adeptos também, não podemos "embandeirar" os bons resultados recentes e esquecer que não há jogos iguais. Vamos todos ao estádio para apoiar, para puxar pela equipa e...sofrer com ela se for necessário. O mindset de todos deverá ser só um: apoiar. Quer seja uma exibição de gala, ou de fato de macaco.

Saudações Leoninas


terça-feira, 12 de setembro de 2017

Escrever uma nova história

A Liga dos Campeões é uma competição com um grau de dificuldade acima do normal. É uma prova onde as distrações, a falta de entrega ou acerto na estratégia se pagam duramente. Escusado será dizer que o Sporting versão europeia que dá hoje o seu primeiro passo, terá obrigatoriamente de ser um Sporting pleno de coragem, acerto e astúcia. Só assim se conquistarão os pontos, ranking, milhões e prestígio que tanta falta nos fazem.

Todos os jogadores, toda a equipa, todos...terão de estar ao seu melhor pois do outro lado do campo estará um adversário que não dará menos que isso. Realço, e sei porquê, a palavra coragem - essa faceta que tantas vezes tem faltado na hora de saber sofrer, na hora de saber gerir resultados ou vantagens. A última partida da Liga é bem o exemplo de tudo o que se deverá evitar, pois que na LC há muito menos hipóteses de sacar um resultado recorrendo à sorte ou ao erro do adversário.

Confio que uma versão leonina a 100%, carregada de ambição e confiança em si própria pode de facto escrever uma história diferente da narrativa que todos esperam "natural". E é isso que deve estar dentro da cabeça dos jogadores assim que o árbitro apite para o início do jogo e...até que o repita para assinalar o seu fim. Só depende de nós. Só mesmo.

Saudações Leoninas.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Justiça? Porra...

Vi com atenção o Especial Informação na SportingTV com o Presidente Bruno de Carvalho na passada Terça-Feira. Foram aproximadamente duas horas cheias de informação transmitidas pelo máximo responsável do clube e…que duas horas! À parte da questão da “forma e conteúdo” que já comentei, sobrou tanta matéria para reflectir, que se torna insuficiente qualquer menção em meia-dúzia de linhas. Sugiro então aos “lençóis-haters” alguma paciência, que isto não vai ser rápido, nem curto.
O que BdC fez ao comentar os vários relatórios de instrução do Conselho de Disciplina é, antes de mais nada, um verdadeiro serviço público. O que foi lido em directo, nem sequer precisava dos ad-ons de humor do Presidente, mas de certa forma tornou o que seria uma análise e opinião exaustiva, em puro entretenimento. A realidade é que os excertos lidos das redações dos acordãos, não deixam dúvidas a ninguém sobre a intenção primária dos juristas que realizaram quer os processos quer a sua explicação: aquilo não é “querer” fazer justiça, é somente “querer” castigar o nosso Presidente. Ponto.

E a minha pergunta é bastante óbvia: porquê? Porque se mandam às malvas tudo que se aprendeu no Curso de Direito e se é capaz daqueles exercícios de distorcer a análise das provas, de estabelecer raciocínios ilógicos e tendenciosos contra uma das partes, de passar por cima de argumentos evidentes (alguns com imagens reais dos acontecimentos), de valorizar interpretações impossíveis de ligar à mostra disponível de factos ou probatório? Eu não sei, mas posso ter um excelente e rigoroso palpite. O Conselho de Disciplina ou de Justiça da FPF só têm duas justificações para ter conseguido produzir aquelas obras-primas da narrativa pós-moderna:

1/ Tem péssimos instrutores, pessoas de parca experiência jurídica que por insegurança ou amadorismo tendem a despachar os processos como quem coça uma comichão no escroto;

2/ Tem bons instrutores, mas indivíduos incapazes ou de despir a camisola de água ao peito ou de enfrentar os que tendo, lhes ordenam a intenção de culpa antecipadamente à análise do processo.

Só existem estas explicações. Mais nenhuma conseguirá tornar sequer racional o que nos foi relatado na tv por BdC. Não é preciso ter lido o Código Civil ou sequer frequentado sequer uma aula de Direito para perceber que aquilo que está naqueles acordãos não é “justiça” e muito menos é “boa justiça”. É um processo com muito mais parecenças com os autos de fé da Santa Inquisição, recheado de interpretações unilaterais, que obedecem sempre a um prepósito inicial enfermado até ao osso de “culpa etérea e incondicional”. A antipatia, a desconsideração, a hostilidade e até ridicularização do juiz em relação ao julgado salta aos olhos como letras em neon vermelho numa noite escura e isso, meus caros amigos, é também por si própria uma prova de que às vezes não é preciso ler “e-mails” para entender que há corredores nesta justiça que não são conhecidos, nem acessíveis. E foi nesses corredores que o nosso Presidente foi condenado, muito antes de qualquer processo ter sido sequer aberto.

Volto à questão principal: porquê? Porque se calar BdC? Porque se tenta de forma tão absurda e ridícula retirar crédito e poluir a imagem do Presidente do Sporting? As respostas são inúmeras, mas a origem é constante e óbvia. O consórcio Vieira. 
Escolho não apontar o dedo ao Benfica e faço-o conscientemente. Quem deseja eliminar ou desacreditar o líder máximo do meu clube não é o clube nosso rival, mas sim uma linhagem de bandidos e seus acólitos que tomaram de assalto esse emblema. Paulo Gonçalves, Pedro Guerra, Rui Gomes da Silva, são só alguns exemplos da categoria de gente que rodeia o Mastermind da verdadeira podridão que é o seu presidente. Isto passou há muito a barreira da rivalidade e as normais diatribes da bola, isto é guerra suja do pior, em que um conjunto de bandalhos sem escrúpulos, recorre a todo e qualquer expediente para eliminar os seus opositores, especialmente os que não os temem nem estão dispostos a enfrentá-los.

Se pensarmos bem, usar os juízes das instâncias federativas para provocar danos nos adversários não é sequer novidade para o Consórcio Vieira. Já o fizeram como é público e nada leva a supor que se tenham arrependido ou cessado essa “relação”. Aliás, acrescento um facto. Ao terem sido revelados dados que apontam para um grave conluio entre responsáveis do Benfica e os membros do Conselho de Disciplina da FPF e ao ter existido  zero de punição ou retração da instituição ou dos visados, só podemos imaginar o sentimento de impunidade gerado e todos somos capazes de nos lembrar do ditado “gato escaldado de água fria tem medo”, não é uma perda de tempo virar o dito ao contrário para afirmar que estes senhores juízes cada vez têm menos medo de água fria, já que façam o que fizerem, estão a salvo de qualquer escaldão. O poder de corromper serve ambas as funções: protege os corruptos e corrompe o que os que os protegem. Olhando para o que leu BdC nos relatórios, fico com a sensação que aquilo não são de verdade, processos de justiça ou disciplina - são apenas uma coisa - exercícios de exibição de profunda corrupção moral e profissional e não são provas de culpa do Presidente do Sporting, mas provas de incapacidade para exercer funções por quem os redigiu. 


E isto tenho pena que não tenha sido dito por Bruno de Carvalho. Pois é a única forma de verdadeiramente corrigir o erro. Eliminar a incompetência a incapacidade para praticar a isenção e equidistância devia ser a função da própria FPF, mas uma vez que parece manietada para não o conseguir fazer, alguém terá de prestar uma ajuda e, castigo por castigo (será a partir daqui irrelevante) seria o fim lógico de uma posição coerente por parte do meu clube e por parte de qualquer pessoa ou instituição que tem acompanhado as recentes revelações de como funciona verdadeiramente o futebol português. 

Saudações Leoninas.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Comunicado de um adepto


Acerca do Comunicado feito pelo nosso Presidente hoje, que podem ler no seu Facebook pessoal e daqui a algumas horas noutros locais, tenho a dizer ao meu Presidente que:

1/

A mim não me preocupa o estilo nem a forma. Preocupa-me o conteúdo. Mas como posso ignorar que existem formas e estilos dão mais impacto e seriedade ao conteúdo? Como posso mandar fora anos de aprendizagem que me ensinam que a forma é a melhor amiga do conteúdo quando não cria ruído ou dispersão e é simplesmente um veículo? Não pretendo ensinar nada a ninguém e muito menos como ser presidente a alguém que já o é, mas caro Presidente, há sempre espaço para melhorar. Ser Presidente do Sporting é uma função, um cargo e qualquer cargo necessita que o seu ocupante se molde à melhor forma para o exercício das funções. Se optar por não o fazer é apenas uma escolha sua e quem sabe pode ter até mais vantagens a longo prazo, mas o que não pode é desejar ou imaginar que isso não legitima críticas a essa opção. Como sabe, ser líder de algo é fazer escolhas, centenas e diariamente. Algumas delas serão unânimes, outras menos. É uma circunstância natural, até pelo tamanho da operação e massa crítica do Sporting. 

2/

Quem crítica não é necessariamente seu opositor, às vezes são os mesmos que o aplaudem e até votaram em si, duas vezes. Às vezes são os mesmos que, todos os dias, dão o corpo às guerras necessárias no futebol português e que acordaram com a sua presidência para uma militância mais sólida e próxima. Às vezes são pessoas, como eu, que desejam o melhor para o clube e incluem o Presidente naquilo que querem ver sempre a crescer e a melhorar.

3/ 

Já o disse centenas de vezes e continuarei a manter a opinião, sempre que se justifique, de que o meu caro Presidente foi e é o homem certo no lugar certo e que tem todas as hipóteses de se tornar num dos melhores líderes que o meu clube já teve. Mas é apenas e somente um ser humano, com as mesmas falhas e equívocos, hesitações e inseguranças que podemos encontrar em qualquer outra pessoa. Isso nunca o diminuirá nem retirará autoridade, o que pode realmente fazê-lo é deixar de ter essa compreensão ou recusar os “lados negros” dos outros seres humanos que espelham em cima dos seus ombros as suas próprias frustrações e desilusões clubísticas ou desportivas. Bruno de Carvalho é no papel e em todos os suportes, o líder dos sócios que dizem bem e dos que dizem mal do seu Presidente e parece-me que fará todo o sentido que faça sempre a separação das críticas em duas parcelas: as que são justas e entende poderem servir de chão a uma evolução e as que não fazendo sentido, deve imediatamente desprezar, seguindo o caminho em que acredita (sem dogmas), focando-se nas metas que estão à sua frente e alcançáveis e não no entulho que está ao seu lado e que nada adianta valorizar.

4/

Acredite Presidente que ninguém ousa sequer colocar em causa o seu compromisso e a sua feroz dedicação à causa Leonina, mas infelizmente herdou um clube quase em ruínas e a auto-estima de muitos adeptos gozava (e ainda goza em muitos) da mesma saúde que se identificou às finanças, ao património, à organização ou outras áreas do clube. O Sporting que recebeu é um gigante, não adormecido, mas amputado de corporativismo e associativismo. Lentamente (e o meu caro tem sido um forte alicerce nesse sentido) está a recuperar, mas podem levar alguns anos e títulos até se poder dizer, que estamos como deveríamos estar.

5/

As massas não são fáceis de mover e as atitudes são o mais difícil de mudar e a diversidade de Sportinguismos existentes não é mais do que um vasto e complexo ladrilho de vontades e crenças que não são orquestráveis por decreto ou campanha publicitária. Aderir a um movimento e ser activista do mesmo é cada vez mais um espasmo raro da nossa sociedade que nos convida à passividade e ao consumo. E compreenda caro Presidente que, nos silêncios e estagnações que sente nos adeptos não está desacordo nem incapacidade da sua Direcção para motivar a um novo Sportinguismo, está apenas e só uma cultura enraizada do célebre “vai tu, que eu se puder acompanho”. Isso não o deve desmotivar ou perder crença na massa sportinguista, é apenas o retrato real do que somos e travessa todos os clubes de uma forma ou de outra. 

6/

As injustiças que tem sido alvo são registadas por todos e muitos (quase totalidade atrevo-me a dizer) estarão sempre solidários e cúmplices das críticas que fez, faz e fará. Esse tem sido aliás um dos pilares da ligação e carisma que criou com os adeptos. É um orgulho e um forte sentido de proximidade, acreditar que o meu Presidente acredita no que eu acredito e defende (sem hesitar) o que eu defendo. Contra o campadrio, contra os esquemas paralelos, contra a sangria do património dos clubes a favor do bolso de alguns bandidos que entraram no futebol. contra os pactos que visam distorcer a verdade do desporto e os valores humanistas do mesmo. Estaremos sempre lado a lado nestas batalhas e muitos lutam como podem, com as armas que têm, no tempo que podem. Não são esforços visíveis, não fazem capas de jornais, nem ficam registados em nenhuma rede social, mas ainda assim existem e transformam as mentalidades e assinalam as diferenças entre os que querem ganhar atropelando tudo e os que querem ganhar apenas ficando a dever ao seu trabalho e valor. Esta guerra não será ganha numa ou várias épocas, não será limpa nem indolor (muito mais para quem a lidera), mas seja qual for o estilo ou a forma do nosso apoio, estaremos sempre lá, ao lado do clube e nem que sejamos só dois ou três, continuará a existir Sportinguismo e os ideais que patrocinarmos quer com os actos, quer com as palavras.

Saudações Leoninas

terça-feira, 5 de setembro de 2017

O príncipe vai. O rei fica.

Enquanto o mercado não fecha totalmente para o Sporting (falta a decisão da Fifa quanto a Adrien), de uma coisa podemos estar certos: alguém não gostou muito da nossa opção de não vender William. E isso até é fácil de "ler" através das já habituais cartilha e pazadas de carvão a circular pela imprensa. O chorrilho de títulos e artigos ligados à "suposta" azia de WC em não ter sido transferido só é superado pela aldrabice e sabujice que isto tudo revela.

Na verdade desconfio que a azia seja mais dos que viam com muito bons olhos a dupla saída dos titulares do nosso meio-campo do que do próprio jogador. William sempre mostrou apenas serenidade ao longo dos muitos anos que já leva de leão ao peito e face ao que se espera desta próxima época, confesso, ficaria muito espantado que a sua opção seja diferente de mostrar ainda de forma mais evidente que é um dos melhores médios do futebol actual e talvez um top10 na sua posição de referência.

Em matéria desportiva, a opção de vender Adrien e ficar com WC foi excelente. Na verdade não havia um 6 que desse as plenas garantias que dá este médio e Battaglia sempre se mostrou mais 8 que outra coisa. Além do mais convém salientar que sendo mais jovem, há mais tempo para valorizar o atleta e...que coincidência...esta época acaba precisamente num Mundial na Rússia, onde William estará certamente, confiando no apuramento lógico da nossa seleção.

Portanto, fim de polémicas, início de trabalho. Não vejo a hora de atestar a qualidade da nosso "nova" linha média, agora definitivamente entregue (e esta certeza beneficia os jogadores) a William + Battaglia + B. Fernandes. Algo que pode suceder já esta semana na deslocação a S.Maria da Feira.

Os dados estão (definitivamente) lançados.

Saudações Leoninas.

P.S.- A imagem de BdC, tal qual ditador, a amarrar William ao clube enquanto chovem propostas milionárias é muito emotiva e cinematográfica...mas porventura fantasiosa demais para ter algum crédito, valham as cabecinhas lampiónicas para vislumbrar estes "romances de cordel" colombiano.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

O mercado fechou, mas...

...muito da análise final dependerá da confirmação da venda do passe de Adrien. Nas mãos da UEFA está o futuro do jogador e apesar de estarmos a falar de um clube inglês (e sabemos o peso que estas coisas tem nos boards da instituição) existem todas as razões para ter algumas reservas quanto à decisão final. De qualquer forma ou entram 30 milhões ou ficamos com um óptimo jogador (que nada poderá apontar ao Sporting, que desta vez aceitou de facto a venda).

William ficou e isso só pode ser uma boa notícia. Ao que parece as propostas não chegaram ao patamar desejado pela SAD e, com a idade e estatuto já alcançado, está mesmo tudo nas mãos do atleta para que brilhe ainda mais e chegue naturalmente às listas do big money, sem acumular as reservas que parecem restar juntos dos treinadores sentados em cima de grandes orçamentos.
E se em termos de saídas não houve nada para além do expectável, em termos de entradas o cenário foi semelhante, o que só prova que o Sporting fez realmente o que queria ter feito, muito antes do fecho de mercado. Uma lição aprendida pelos vistos.

Ainda será cedo para fazer contas, mas o plantel parece ter subido de pontencial e oferecer mais soluções a JJ, o que se torna importante a vários níveis, tendo a SAD conseguido a proeza de ter mantido um equilibrio financeiro digno de registo. Era isso que se pedia e parece que foi isso que foi obtido. Veremos como cresce a equipa e como se adaptam algumas cabeças à realidade que foi construída a partir de ontem.

Saudações Leoninas.