quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A competitividade interna é uma grande treta

3 equipas apuradas para a fase de grupos é sempre um sinal de sucesso, especialmente para um país como Portugal. O pior é que em 6 jogos, as mesmas equipas fizeram 5 pontos em 18 possíveis. 1 vitória, 2 empates e 3 derrotas e este não é um registo de sucesso, que só fica mais grave quando entendemos que as 3 equipas apuradas se encontram em 3º ou em 4º lugar dos seus grupos, à beira da exclusão das competições europeias e muito perto de seguirem na Liga Europa.
É só a 2ª jornada dirão alguns, mas pessoalmente vejo um padrão e mesmo que a produtividade melhore substancialmente (o que duvido) fica à vista de qualquer um que os clubes portugueses estão a distanciar-se da 1ª e 2ª linha de emblemas (Espanha, Inglaterra, Itália e Alemanha) e a ficar mais perto de um lote de 3ª categoria que incluí clubes turcos, franceses (tirar o PSG deste grupo), holandeses e russos.

A tendência para justificar o enquadramento pela capacidade financeira é óbvia, mas para mim não é satisfatória. O FC Porto podia ter feito outro resultado em Leicester e claramente melhor com o Copenhaga. O Benfica podia e devia ter feito os 3 pontos contra o Besiktas e o Sporting a vencer aos 88 minutos também ficou a dever a si próprio pelo menos mais 1 ponto. Desperdiçaram-se nestes jogos pelo menos 6 pontos...e esses a nada se deveram à falta de recursos para recrutar melhores jogadores ou técnicos...pois as equipas jogaram o suficiente para os poder conquistar. A meu ver o grande problema chama-se competitividade. Se olharmos para a nossa Liga interna, vemos que os 3 grandes estão cada vez mais afastados dos restantes 15 clubes. E se retirarmos 2 ou 3 emblemas como o Guimarães, o Braga e talvez esta época o Rio Ave, o resto é sinceramente muito pouco capaz de roubar pontos aos maiores emblemas. Pode acontecer a qualquer jogo, mas a verdade é que as probabilidades de um Arouca, Moreirense ou Belenenses sacar 3 pontos nos jogos com os grandes...são bastante pequenas. Bastante menores que os clubes de meio da tabela na Inglaterra, Itália ou Espanha têm de fazer nas suas ligas.

Ao olharmos para a Liga da última temporada, fere os olhos constatar que Sporting e Benfica quase que não perderam pontos na 2ª volta. O Sporting perdeu com o Benfica em casa e o Benfica perdeu com o Porto, também em casa. Isto não é sinónimo de competitividade, mas sim de "passeio". Isto tem uma explicação, ou melhor, tem várias, mas elenco as que acho principais e que se não forem alteradas iremos pagar uma factura elevada, especialmente numa fase em que se discute o modelo da Champions:

1/ Os clubes mais pequenos vivem sem base de apoio. A maioria não tem base de adeptos, nem expressão para adquirir um peso regional (a maioria dos emblemas estão no grande Porto e grande Lisboa).

2/ Sem sócios dedicados, não há uma gestão moderna e ambiciosa. A maioria do dirigismo nos clubes é sofrível e bastante amadora. A Liga literalmente "reboca" estes emblemas em apoios, directa ou indirectamente.

3/ As receitas de TV são quase 100% dos orçamentos. A qualidade dos plantéis vai acompanhando a falta de recursos financeiros e isso faz com que os bons jogadores que vão despontando raramente dão boas transferências para fora ou para os grandes (os clubes detêm % mínimas). A juntar a isto, a falta de centralização dos direitos faz com que o estímulo para melhorar é inexistente. Qual é a grande diferença para (por ex.) o Moreirense fazer 30 ou 45 pontos, quando nada vai mudar resultante dessa diferença pontual? Ficar em 15º ou 6º é exactamente igual e quando o grande objectivo de 70% dos clubes na nossa Liga é "não descer" acho que podemos evitar de perder tempo com a treta da "competitividade na Liga Portuguesa".

4/ Os 3 grandes têm demasiados adeptos. Sim, é verdade e isso pode parecer absurdo aos que o são...mas num país de 11 milhões de pessoas, poder afirmar que x de pessoas são de um emblema e y de outro (e provavelmente estar perto da verdade) é aterrador. A previsibilidade da preferência clubística é uma aberração. E que me desculpem a opinião, mas isso tem origem na burrice dos emblemas fora de Lisboa em nunca terem adquirido uma ligação plena aos seus conterrâneos...nunca passando de clube de bairro, para clube de cidade e depois para clube de região.
A falência de emblemas como o Barreirense, U.Leiria, Leixões, Farense, Sp. Espinho, U.Tomar, Sp.Covilhã, Ac.Viseu, Desp.Beja, Desp.Chaves só tem ajudado a que a cada criança que nasce, seja em que ponto do país for, um de 3 clubes irá ser o seu...isto é um descalabro para o futebol português e aparentemente ninguém está preocupado com isso.

5/ A maioria dos emblemas na 1ª e 2ª Liga têm como principal desígnio sobreviver e não competir. Isso tem gerado e vai continuar a gerar mais casos de "malas" e tantas outras cedências aos grandes na tentativa de receber apoios, jogadores, favores de arbitragem, etc. Isso faz com que também por aí percam o respeito dos poucos adeptos que ainda vão arranjando alma para ir ao jogos, pagar cotas e participar na vida do clube.

6/ A nossa 1ª Liga tem demasiados clubes. Para a quantidade de patrocínios, base de atletas federados, cotização de sócios...o bolo é muito pequenino e à excepção dos grandes, não têm receitas de transferências de jogadores substanciais. Não faz sentido ter 16, quanto mais 18 clubes, o ideal seria entre 12 a 14 clubes e apenas a SportTV retira vantagens de existirem 34 jornadas, uma Taça de Portugal e uma Taça da Liga. É apenas estúpido que não se altere isto, apenas porque ninguém quer fazer parte do lote que desceria numa primeira fase, escapando a visão do que melhoraria mais tarde.

SL

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Renovação sem Mendes?

Muito se discute sobre a justiça de Ruben Semedo e Gélson Martins serem chamados aos próximos encontros da Selecção Nacional. Muito poucos parecem entender qual é a verdadeira razão porque ainda não o foram e provavelmente não serão tão cedo. Não é porque são demasiado jovens, porque existe muita concorrência ou porque lhes falte algo que impeça essa chamada. 

Meus caros, vamos lá se a gente se entende…Semedo e Gélson são jogadores do Sporting e não têm Jorge Mendes a representá-los (quer directamente, quer indirectamente) e esse é o ponto de maior resistência. Há algum central ou ala Português no estado de forma dos dois citados? Não serão estes dois dos principais jogadores da “tal” renovação da Equipa das Quinas? Os nossos centrais têm todos mais de 31 anos, os nossos alas para lá caminham…mas para Mendes tornar a próxima geração da Selecção em mais uma fornada da Academia do Sporting tem desta vez uma nuance invulgar: os jogadores não são “seus”…e perder o predomínio dos jogadores na equipa nacional é algo que este “senhor” não vai dar de barato. 

Além do mais, potenciar e valorizar atletas do Sporting é dar espaço, visibilidade e muito dinheiro a ganhar a um clube que o Jorge não quer que passe da cepa torta. Semedo e Gélson são só dois dos clientes mais recentes neste “tampão” de Mendes, que conseguiu um dia pôr em campo Cavaleiro ao mesmo tempo que “barrava” Adrien, a prova que um jogador da equipa B do Benfica tem mais facilidade em ser convocado que um capitão do Sporting. Ou vocês pensam que se o Eliseu jogasse no Sporting era convocado?


SL

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O Interessismo Lampião

Poucos fenómenos noticiosos revelarão mais o dito “Nacional Benfiquismo” que a torrente de “interesses” que os grandes emblemas europeus têm pela quase totalidade dos jogadores do Benfica. Há nestas sucessivas e multidiárias noticias tanto sumo por espremer, que vou tentar resumir em alguns pontos toda a incoerência que este fenómeno revela:

1 / Não é difícil saber quais os clubes que observam jogos de determinado clube. Qualquer jogo da nossa Liga tem pedidos de bilhetes realizados atempadamente pelos clubes observadores, mas como é óbvio esse pedido não revela quais os jogadores…podendo até estar em determinado estádio para ver in loco jogadores do clube visitante. A forma como os media noticiam tantas certezas quanto ao que cada clube vem ver…é completamente especulativa.

2 / Observar um jogador não é a mesma coisa que estar muito interessado em adquirir o seu passe. Um grande emblema europeu pode observar um jogador mais de 100 jogos antes de dar o aval para uma negociação. Quanto maior o investimento, maior o nº de observações. Qualquer departamento de scouting faz imensas avaliações de imensos jogadores, 99% dessas observações são apenas actualizações à base de dados ou em alguns casos apenas mais uma das inúmeras vezes que um scout vem detalhar o “mapa” de um jogador que o clube ou treinador do mesmo acha interessante acompanhar…o que é um pouco diferente de “contratar”.
É claro que também há interesses súbitos e contratações contra-relógio, mas vamos deixar este parâmetro para mais à frente.

3/ A predilecção dos media portugueses quanto ao interesse sobre jogadores do Benfica envolve sempre um eixo muito declarado, é sempre M.City, Man Utd, B.Munich, Juventus, Barcelona…ou seja é sempre um top10 dos clubes com maiores orçamentos. O curioso é que raramente incluem os principais compradores de jogadores ao Benfica - o Atl.Madrid, o Zenit e mais recentemente…o Wolverhampton. Não seria de esperar que estes fossem quem mais observa jogadores do Benfica?
Esta selecção do pedigree financeiro do clube que está “interessado” é duplamente vantajosa: a) os adeptos passam a olhar para o jogador de outra forma; b) os próprios jogadores passam a olhar para os seus jogos de outra forma - saber que se está a ser observado pelo Barcelona ou pelo Norwich são “motivações” bem diferentes.

4 / É claro que dizer que os media agem apenas para beneficiar os interesses do Benfica é injusto. Fazem-no para proveito próprio. Estes “interesses” são mesmo das novelas mais rentáveis e mais “baratas” para os media. São folhetins intermináveis de contos de fada, onde o sapo está prestes a virar princípe, onde os tostões estão a dias de virar milhões, onde resta dizer que a fada é quase sempre Vieira e a magia é quase sempre a “estrutura”…posicionar a tríade Vieira-Estrutura-Seixal na rota dos milagres financeiros é também algo que qualquer jornalista entende que o vai favorecer aos olhos dos chefes de redação e directores (ou sub) de qualquer jornal. Na verdade…todos ganham, menos a verdade.

5/ O recente caso do “Guardiola esteve disfarçado na Luz” é apenas mais uma anedota de tantas que se têm escrito e relatado. Juntar-lhe ia num top 3, os interesses do R.Madrid (quando se sabe que desde a venda de Garay…o clube merengue nem pintado quer ver a cara de Vieira) ou as supostas ofertas de 25 milhões por Talisca, sendo que uma delas fora feita pelo Wolves na altura à venda por…50 milhões (!). A imaginação delirante e a necessidade de inovar nos “interesses” tem dado pérolas sucessivas a quem gosta de uma boa risada e só não tem mais piada se imaginarmos os atropelos deontológicos que são feitos e a falência da dignidade profissional que isto releva dos jornalistas portugueses.

6/ Num tempo em que para existir, tem de estar nas notícias ou a ser falado, mesmo que sejam puras anedotas…estes interesses completamente especulativos e 95% das vezes falsos, favorecem e beneficiam o Benfica. Muita gente não entende isto desta forma e acha que tudo é subjectivo e relativizado. Mas não é. Tudo é objectivo e contabilizado. Por mais irrealista ou inverdade que seja, onde há mediatização…há valorização. Ao longo de uma época constroem-se milhões nos treinos, nos jogos e na imprensa.


SL

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

O Campeonato da Comunicação

Quando tantos opinadores da praça desdenham do “campeonato da comunicação” afirmando que não vencem títulos, expõem uma coisa: ou não entendem o actual fenómeno do futebol industria ou voluntariamente tentam escamotear os resultados práticos dessa contenda mediática.
Em 2 ou 3 minutos passei por 5 ou 6 sites (ditos “isentos”) e fiz 10 recortes de notícias que enaltecem a valia da academia do Seixal. A efeméride dos 10 anos de funcionamento do empreendimento podia servir para uma referência ao futebol de formação e ao simbolismo que essa vertente tem no futuro do clube. Mas não, os artigos vão muito para além do factual, fazendo contas de merceeiro ao que já rendeu e ao que pode vir a render no futuro. Quem não entender nada disto vai achar que fica bem esse destaque e é de bom tom realçar o investimento (e o suposto retorno) feito e a importância que a infraestrutura tem no desenvolvimento do futebol nacional. Inocente análise…os artigos são fotocópia das frases feitas da “comunicação” benfiquista, que sublinham o futuro como uma espécie de euromilhões periódico, uma garantia absoluta de fortunas, uma supremacia na formação, os campões da inovação e blá, blá, blá, blá….

O que os artigos não mencionam é a dependência absoluta de Mendes para fazer todos os tais “grandes encaixes” com o que sai do Seixal e especialmente a exclusividade deste agente em explorar os recursos que aí são produzidos. Seja qual for o empresário de qualquer jogador da formação do Seixal, será Mendes a vendê-lo e em caso de aperto pode mesmo fazê-lo antes de atingir a 1ª equipa, desde que garanta os tais “15 milhões” da tabela fixada para noticiar os media. O que quem publica estes panfletos de campanha não nos conta é que em 10 anos, repito, 10 anos do Seixal para a Luz apenas 1 ou 2 jogadores tiveram rentabilidade desportiva: Renato Sanches e Miguel Vitor. Espantados? Pois é. Em 10 anos, o Benfica aproveitou quase zero dos jogadores que fizeram todos os escalões de formação, vendendo uma mão cheia através da “roda do Mendes” e dispensando ou emprestando (ad eternum) todos os restantes. Pode-se chamar a isto um caso de sucesso? Para mim, especialmente quando Vieira apregoa época após época o seu desafogo financeiro - e logo, uma não necessidade de vender - não pode chamar-se bom ou sequer promissor um desenvolvimento de várias centenas de atletas quando acabam vendidos antes do tempo, cedidos até acabarem os contratos ou puramente dispensados. Mas o leitor mais atento poderá argumentar que os rivais fazem o mesmo. E sim, é verdade, embora a taxa de aproveitamento do Sporting seja hiperbolicamenta mais evidente, a verdade é que mesmo com a Academia de Alcochete o aproveitamento também não apresenta números fabulosos…o problema é que embora o mereça 500 vezes, na imprensa Portuguesa é raro encontrar esse destaque.

A campanha para fazer o Seixal “passar de nível” é a última grande cavalgada de Vieira. É a chave da sua campanha e o seu trunfo para convencer os sócios encarnados que a mega-operação financeira da Luz, com super-movimentações de capitais da SAD e um buraco por descobrir no clube tem uma rede de proteção, uma garantia, um “seguro” chamado Seixal. E os jornais têm feito o eco desejado, com incessantes artigos onde a palavra Seixal surge sempre acompanhada de adjectivos como Sucesso, Futuro, Garantia ou Segurança. É este serviço, esta “utilidade”, esta prontidão que se consegue através do tal “campeonato da comunicação”. Embora muitos tentem ignorar, o Sporting olha à sua volta e vê uma imprensa hostil e uma vassalagem ao rival absurda, intencional e panfletária…que atenta directamente contra o seu próprio espaço de afirmação desportiva e financeira. No “campeonato da comunicação” tenta diminuir esse impacto, muitas vezes fazendo o trabalho e as notícias que os profissionais “isentos” deveriam ter feito. Os opinadores chama-lhe ruído, críticas e provocação…eu chamo-lhe uma forma de se afirmar igual entre os demais, não cedendo ao Nacional Benfiquismo, não aceitando que os seus próprios adeptos sejam manobrados por cortinas de fumo, ou cortinas de “sucesso” como as que publico na foto. O “campeonato da comunicação” pode realmente não vencer jogos…mas garanto-vos que não atrapalha mesmo nada ter 2 jornais desportivos, alguns generalistas, rádios e canais de tv a difundir os briefings que se quer, manobrando a opinião pública “à la volonté”


SL

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

De génio a arrogante

Ao contrário de outros sonsos que nos enrolam frases feitas e discursos assépticos, JJ comete o pecado singular de dizer aquilo que pensa e sem receio das interpretações. Enquanto esteve do outro lado da 2ª circular era genuíno, transparente e um génio da táctica...agora que veste outras cores, passou a arrogante, fala-barato e conflituoso. Os mesmos jornalistas que lhe mendigam entrevistas, trucidam-no porque as dá e não raras vezes até chegam ao ponto de afirmar que as não devia ter dado. 

Nesta altura, é fácil de entender que se está a criar uma espécie de movimento mediático de "tiro ao JJ", onde vale tudo e o seu contrário, onde vale esquecer o seu passado e sobretudo o estatuto que fez por merecer como o "melhor treinador em Portugal". Como treinador do Sporting, perdeu todas as qualidades e ganhou todos os defeitos, perdeu as vestes de anjo táctico, sobrando-lhe apenas uma sunga de gaffes, deixou de ser afavelmente popular para se ter transformado num sociopata convencido. Infelizmente JJ não pode contra-argumentar todas as acusações, todas as insinuações, todas as desconsiderações...e os que as fazem sabem disso. Mas a verdade é que se o nome Jorge Jesus "vende", um Jorge Jesus quando perde vende ainda mais. Os ressabiados, despeitados e ingratos (algumas das qualidades dos nossos rivais) digerem estes conteúdos como quem se afoga num mar de dopamina e pedem mais, mais, mais. 

Os media têm alegremente satisfeito este apetite e quando não tem stock, inventam-no...indo a pouco e pouco mudando a face e a personalidade do treinador do Sporting ao ponto de neste momento, ser difícil distinguir JJ de um Hitler, um Bin Laden ou um Jack o Estripador. E infelizmente alguns Sportinguistas vão na conversa desavisados que muito deste vendaval de criticismo tem uma agenda bem clara: diminuir o espaço e a confiança dos adeptos leoninos quanto às hipóteses de vencer títulos este ano. 

Os mesmos "encarniçados" que agora enchem o peito para dizer "ainda bem que ficaram com ele" são os mesmos que na época passada andavam de recto apertadinho a rezar para que a sua equipa não perdesse os tais 2 pontos que lhes deram o título.

SL

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Gestão de Risco

Já no passado havia mencionado aqui o risco que JJ corria em apostar em Bruno César na lateral esquerda, particularmente nos jogos fora de casa, onde os adversários naturalmente dividem mais o jogo e as linhas defensivas são mais testadas. O modelo da última época sempre apresentou um JJ a colocar Marvin neste tipo de partidas, mas na última partida em Vila do Conde, essa opção foi preterida pelo...risco. Correu mal, podia ter corrido bem, o futebol tem muitas coisas imprevisíveis...mas é natural que JJ se engane, afinal todos nós o fazemos diariamente, arriscando na ideia que o Rio Ave iria jogar recuado e pouco atrevido a subir no terreno, pouco apostado em dominar o meio-campo. 
Capucho, há que admitir, surpreendeu JJ tacticamente...e também ele arriscou muito e tudo poderia desvendar uma história muito diferente se na jogada em que André se isola tivesse conseguido desviar o remate do centro da baliza. A sorte sorriu a uns e fechou-se a outros, ainda por mais quando 3 remates em 15 minutos vão direitinhos à baliza, sem que Dost de cabeça, Adrien num pontapé de ressaca, Ruiz ou Coates num canto tenham conseguido igual proeza.
O risco táctico correu bem a Capucho, mas também é preciso compreender que a eficácia também jogou o seu papel nesse jogo. Em ambas deve agora reflectir JJ, sobretudo nas alternativas à colocação de Bruno César a defender uma ala. As saudades do Jefferson em boa forma são mais que muitas e talvez um grande treinador consiga esse desígnio. As soluções às vezes estão mesmo debaixo do nosso nariz e seria preferível recuperar em vez de riscar.

SL

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Onde acaba uma derrota

Quando não somos a melhor equipa no campo é normal perdermos. Quando não sabemos jogar tudo o que o nosso talento permite, perdemos. Quando caímos na arrogância de pensar que qualquer coisa que coloquemos em campo serve, perdemos. Quando não respeitamos o valor de quem teoricamente é mais pequeno, perdemos. E perdemos bem, sendo que a verdadeira derrota só chegará se não usarmos o que sucedeu ontem à noite como grande motivo de reflexão e motivação para mais uma enorme série de jogos a vencer.

É que podemos perder sem sermos perdedores. Basta que interiorizemos as lições a tempo e horas.
O futebol está cheio de campeões que cresceram e aprenderam com derrotas.

SL

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Dores de decrescimento

Bem sei que dói ser o parente pobre dos 3 grandes. Dói ainda mais por ser o que mais dinheiro gasta. Sofre-se ainda pior porque à frente do clube está uma sombra em vez de um líder, um espectro que está a correr com a “massa útil” para fora do clube, tal e qual uma qualquer história de sucessão mal gerida. É especialmente tortuoso ver que os “amigos” coleccionados durante décadas de benesses a terceiros não comparecem e declaram-se comprometidos com os “reis do podre” do momento. É atroz o ressentimento quando se olha para as mensagens que o clube faz passar e todas elas fazem parte dos manuais escritos por Pedroto nos anos 80, numa época em que havia um jogo televisionado por semana e as repetições de lances polémicos passavam por colocar a mesma imagem no ar, mas 4 vezes mais lenta. 

Compreendo a dor dos portistas, a sua desilusão. Não entendo como, sem qualquer critério e de palas bem aceites nos olhos, dirigem a angústia contra o Sporting, entrando em completa fase de negação. É tão absurda a culpabilização do Sporting pelo que não são capazes de fazer que começo a perder o respeito pela afamada “fibra” e “resiliência” dos seus adeptos quando “enfiam o barrete” primário que os ordena a marchar contra os canhões de um centralismo de supostos favoritismos dos árbitros. Esta malta quer mesmo criar a ideia que os mesmos “players” que andaram a enterrar o Sporting durante décadas, com inúmeras faltas de respeito, provocações ou greves, decidiram por artes mágicas largar o andor do nosso vizinho, esquecer o colinho, ignorar os vouchers e cair redondos no regaço de Bruno de Carvalho? A sério mesmo?

Conheço alguns adeptos do Porto e normalmente reconhecia-os como bons “decifradores” de “palha de direções aflitas”, mas nas últimas semanas…um após outro vão entrando pela porta do “conto do vigário” e a ver ajudas dos árbitros até nas nuvens que passam pelo céu de Alvalade. À pergunta: “Diz-me um lance, um só, em que o Sporting tenha sido beneficiado?” reviram as pedras e procuram buracos argumentativos, mas nunca, nunca, são capazes de dar uma resposta concreta. Na verdade acho que sabem que estão em negação colectiva, tem perfeita consciência disso, mas “compram” esse estado de espírito completamente falido de razão ou verdade. Preferem a falência de razão e seriedade do que assumir a falência do clube, do tal super clube que limpava tudo e todos e que fazia deles uma espécie de adeptos sempre-em-festa. 

Agora já não há festas e a distância mental que os separa de acreditarem nos actuais líderes é sensivelmente a mesma que dedicam a tentar entender como podem sair desta crise. Todos eles sabem o mesmo que qualquer pessoa em Portugal está careca de saber: o Porto precisa de gente nova, ideias novas, métodos novos e sobretudo um novo discurso. Marrar contra o Terreiro do Paço, os árbitros ou contra os Presidentes dos rivais não vai colocar a equipa a jogar melhor, não fazer de NES um treinador genial, não vai encher os cofres vazios da SAD e muito menos colocar adeptos nas bancadas. Sinceramente acho que o Porto está a “marrar” contra o seu próprio passado e a ser conduzido desesperadamente para um clico viciado de desaires. Eu também sei o que isso é. O Sporting também lá andou e só inverteu essa tendência quando os seus adeptos acordaram para a realidade e deixaram de acreditar nas “boas vontades” de sucessivas direções sem ideias e apenas preocupadas em manter o status quo. Lembrem-se…gente nova, ideias novas. Já agora parem de se juntar ao coro de calimeros dos lampiões, tenham ao menos um pouco de orgulho no vosso passado, quando foram de facto os únicos que se opuseram declaradamente à ganância de Vieira. Ao menos isso.


SL

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Inícios

4  jogos, 4 vitórias. Melhor ataque e melhor defesa da prova. Talvez seja cedo para entender o que isto pode dizer da nossa época, mas de uma coisa eu tenho a certeza, para começo…está ótimo.
Olhando friamente para o que mudou do último ano para este, destaca-se a perda de Slimani (talvez o melhor ponta de lança a actuar em Portugal) e João Mário (o melhor jogador da Liga a par com Jonas), mas em compensação o Sporting garantiu Beto (uma alternativa segura a Patrício), Douglas (uma paixão antiga de JJ), Elias (uma peça útil para render Adrien e/ou experimentar outras tácticas com 3 médios), Markovic e Joel Campbell (dois "agitadores" que podem jogar na ala ou no apoio ao avançado), A.Ruiz (talvez o único com capacidade para jogar a 10 puro), Bas Dost (um avançado com créditos na Europa) e André e Castaignos (como salvaguardas de qualquer eventualidade). Foram 2 peças chaves perdidas, mas muitas e promissoras chegadas. Vão levar tempo a colocar no seu potencial mais elevado, algumas podem nem vir a ser tão influentes, mas existe uma certeza…dão muita profundidade ao plantel.

Para já as grandes vedetas são Gélson Martins, Semedo e Bruno César…3 dos maiores candidatos a perder os seus lugares, mas que para já vão garantindo pontos e estabilidade à equipa juntamente com os consagradíssimos Patrício, William e Adrien. Estes 6 jogadores são a base, ninguém sabe por quanto tempo, mas por agora são eles que ditam as regras, elevando a fasquia directamente para Douglas, Markovic e Campbell. Este ano, ninguém terá "direito" a más exibições de forma continuada e isso é onde deposito mais esperanças para fazer uma boa temporada.

Segue-se Madrid, um jogo em que os mais ambiciosos quererão brilhar (será dos embates com mais audiência mundial, o 1º jogo europeu do Campeão em título) sem que tenham especial obrigação de ganhar ou pontuar. Tudo o que vier a mais do que uma derrota vendida de forma cara será lucro para nós e eu como qualquer adepto de qualquer equipa, seja o Real Madrid outro adversário qualquer…quero é que o meu clube vença. O que é bem diferente de achar que tem essa obrigação. Deixar uma boa imagem é importante para mim, passar para o resto do mundo que somos uma boa equipa. Isso é a única coisa que exijo. 

SL  

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

A verdade nua e crua

Já saiu o Relatório & Contas da época 15/16. Aviso desde já que não tenho skills de contabilidade e governo as minhas contas com relativa dificuldade. A este nível sugiro-vos futuras análises de outros bloggers, onde confio especialmente em "O Mister do Café" ou "O Artista do Dia":

http://misterdocafe.blogspot.pt/
http://oartistadodia.blogspot.pt/

Assim à minha vista, as grandes conclusões financeiras desta época serão:

1/ O impacto brutal da decisão do TAS quanto ao caso Doyen (mais de metade do prejuízo deste exercício) que convém que ninguém se esqueça ainda está em fase de recurso.

2/ O aumento de gastos com pessoal. Aumentámos sensivelmente para o dobro da época anterior, valor expresso no aumento da equipa técnica e jogadores.

3/ A resistência à venda de activos importantes nas janelas do Verão e Janeiro, a saída de Montero equilibrou pouco a balança, face às contratações e especialmente...as renovações.

4/ O não apuramento para a fase de grupos Liga dos Campeões. Um pouco menos de metade do resultado negativo seria absorvido só por este item.

Podemos ver os resultados do relatório de muitas formas, mas para mim a mais significativa é esta: não há retorno sem investimento, ou seja, para ter qualquer tipo de receita extraordinária é preciso investir. O público não compra Gameboxes, bilhetes ou merchandising sem resultados desportivos, os patrocinadores e parceiros estratégicos não surgem sem resultados desportivos, os operadores de tv e investidores não surgem sem resultados desportivos. E para existirem resultados desportivos há que investir e, até onde for possível, resistir ao desinvestimento.

Para os que ficarem chocados com os números do Sporting, sugiro que aguardem pelo dos nossos rivais (onde não encontrarão a transparência deste relatório...era bom, era...) e pensem. As utópicas ideias de que é possível enfrentar tanques com canivetes suíços são muito giras e animam serões de gin e whisky, mas no terreno a conversa é outra e olhando para a nossa história temos demasiadas provas do que custa querer ser "o lírico" dos grandes.

SL

Nos próximos relatórios não existirão Doyens, mas aparecerão as vendas de João Mário e Slimani. Entrarão os prémios da Champions e será previsível que as contas voltem a patamares mais equilibrados ou até lucrativos.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

O vendedor de gelados

Vi algumas partes da entrevista de Vieira e do que vi, confirmo sempre a ideia de que o presidente do Carnide é um dos maiores vendedores de gelados para a testa que já existiram. Entende-se a linha de comunicação a milhas e é sempre a mesma: o seu clube desde que é presidido por si é um superclube, uma máquina de fazer dinheiro e ganhar títulos. Não há dúvidas, não há erros (há uns equívocos menores que servem de piada de caserna), não há problemas.

O pior é que muito pouco do que diz é comprovado pela realidade. Adorei a passagem em que na SAD, é tudo gerido e planificado a 3 anos e que a estrutura é tão boa que só não prevê o futuro porque não lhe apetece. Foi ao ponto de afirmar que está tudo tão previsto que se Rui Vitória saísse hoje, em 24 horas outro ocuparia o lugar...e também que quando RV entrou todos os problemas se resolviam num ápice para espanto e conforto do ex-vimaranense. Pois...mas o que todos viram foi uma lentidão enorme para haver consenso à volta do nome de Rui Vitória, com LFV a hesitar bastante entre ele e Marco Silva e uma gestão da entrada do treinador tão ineficiente que muitos adeptos se manifestaram impacientes com tamanha demora a parir...um rato.

Convém também lembrar que nos primeiros tempos de RV e com os maus resultados a surgir logo numa pré-época mal planificada, a tal SAD supereficiente deixou literalmente o treinador a apanhar papéis, sozinho, a torrar na opinião pública e mais tarde a pouco mais de um mau resultado do despedimento (salvo em Guimarães e Braga da maneira que se viu). Esta contradição entre os factos e o que diz Vieira foi, nas partes que vi, constante. E sem surpresas concluo que o mérito de Vieira é o que sempre foi, a arte de se vender a si próprio.

SL

PS - O painel escolhido pela TVI para questionar Vieira foi uma inovação inútil. Como nomear uma comissão de alcoólicos para inspeccionar uma adega. Inútil.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Em defesa de

No início do Verão, andava a Seleção Nacional a penar na fase de grupos do Europeu, quando muitos sportinguistas diziam o que toda a gente podia ver: Moutinho e André Gomes completamente fora de forma. Danilo a tremer perante a responsabilidade de comandar a defesa. Alguns jornalistas depressa catalogaram estes adeptos de facciosos. 
Fernando Santos cedeu, apostou em William e Adrien e Portugal sagrou-se campeão. Hoje, depois de mais uma exibição pobre, onde nenhum jogador se exibiu quer pela positiva, quer pela negativa…caem os adeptos encarnados em cima de William e a imprensa cavalga na onda. Tudo porque num dos golos é o jogador mais próximo do suiço que haveria de rematar para o 2º golo. Duvido que a responsabilidade fosse “apenas” de William e duvido ainda mais que Fernando Santos atribua a culpa da nossa derrota a este jogador. Mas o que isso interessa, quando se pode tentar “queimar” em lume brando um dos principais jogadores Portugueses da actualidade? Como resistir ao enxovalhanço de um dos principais jogadores do Sporting? Os muitos opinadores que se afirmaram “chocados” com as críticas dirigidas a Moutinho e André Gomes, resolveram silenciar-se hoje e deixar passar o facciosismo impune. E sabem que mais? Ainda bem.
A resposta de William será dada dentro de campo e na esteira das excelentes exibições que tem feito neste princípio de época. Não tenho a menor dúvida que quer em Alvalade no Sábado quer em Madrid, veremos dois jogões do nosso “Sir”. Porque a ele não lhe deram a titularidade do Sporting porque não havia mais ninguém, a ele não lhe deram a camisola das Quinas por “apadrinhamento”, a ele não lhe fazem crónicas épicas em retorno de favores e exclusivos. A William Carvalho não lhe deram nada do que ele é hoje. Tudo foi conquistado sendo um dos mais corre, mais luta, mais apoia os colegas dentro de campo. O seu estilo discreto, a sua ausência de rastas e botas às cores, não “chama” por fama e não lhe garante os holofotes dos carnavais dos media. Por isso tantos como eu são seus fãs incondicionais. Por isso é que é um verdadeiro “Sir”.


SL

O jogador de bisca

Nuno Saraiva, o nosso Director de Comunicação estará bem longe da ambição desmedida e sanguinária de Frank Underwood, mas neste "jogo de vendas" que é o futebol português pode ser essencial ter uma astúcia fora do normal para conseguir mover as peças de xadrez ao mesmo tempo que se evitam pazadas de carvão.
A missão não é simples, nem fácil, mas a pouco e pouco começamos a distinguir uma forma de agir e reagir que suplanta tudo o que já tivemos no clube e que pela primeira vez parece estar à altura da máquina de desinformação intoxicante do Benfica.

No "Castelo" do Sporting chegou pois a hora de jogar novas "Cartas", de salvaguardar os Ases e os Reis para outro tipo de jogos, deixando o Nuno para destrunfar as cartas menores desta bisca interminável que é o espaço mediático do futebol nacional. Para já, nota 10. 

SL

terça-feira, 6 de setembro de 2016

O retrato oposto de um desejo


Dizem que Vieira é um construtor, há quem diga que é um gestor apaixonado, outros dizem que é um exímio vendedor, mas poucos realçam a capacidade que tem em trazer ruído e tremenda especulação ao meio onde opera. Não há sequer forma de reconstituir o seu passado, de tão "corroídas" que ficam as fontes que podiam testemunhar as várias fases do passado do actual presidente do Benfica.
Se existem pessoas com arte para fazer inimigos, Luis Filipe Vieira tem um engenho especial em fazer dos seus críticos gente silenciada e até alguns, publicamente, seus defensores. E se existe uma herança do "Orelhas" no futebol, eu destaco, sem qualquer tipo de dúvida, a enorme capacidade de tornar, um dos clubes de que se fez sócio - o Benfica, numa enorme central de esquemas e negociatas. Muitos negócios são estranhos, muitos são estúpidos, e alguns são até ofensivos para quem acompanha o futebol. Mas tal como na sua vida pessoal, Vieira soube tecer uma rede de lacaios e guardas de honra, uns de gravata, outros de soqueira, mas todos prontos a saltar à mínima crítica interna, prontos a silenciar, por todas as maneiras e feitios (contam-se histórias muito graves ao longos dos mandatos em que o clube nada ganhava) algum adepto encarnado que não estivesse com vontade de "comer gelados com a testa".
Pode-se até dizer que o Entreposto de Mendes ou a Central de Carvão em que se transformou o Benfica moderno escapa a qualquer escrutínio, quer nos media, quer nos adeptos, quer nas autoridades ou entidades moderadoras.
Vieira compra, Vieira silencia, Vieira conquista. É um modelo linear, que não cria atritos, "açucarado" até, mas caro. E aqui é onde o Império do "Kaddafi dos Pneus" tem a sua face mais visível. Tanto nos seus negócios, como na presidência do clube, o "modelo" de Vieira consome rios de dinheiro. Rios que o próprio não faz intenção de pagar e que amigos nos lugares certos lhe garantiram uma imunidade peculiar e rios que o clube faz desaguar no oceano de dívidas que se reflectem num passivo que está longe sequer de estar "consolidado" (ou seja, conhecido na sua plenitude).
Todos assobiam para o ar. Uns de ignorância, que se fiam nos resultados (ai…o amigo Vítor) outros por compadrio, mas todos fazem de conta que a era de Vieira é um tempo de sol generoso e que será lembrado como um paraíso financeiro, um oásis de títulos. Eu tenho tantas, mas tantas certezas, que tal como o carvão que os seus lacaios (lembrem-se, bem pagos para isso) mandam diariamente…existe muita matéria capaz de vir no futuro a soterrar o legado do "Senhor 600" debaixo das mesmas brasas com que se dedicou a servir o Sporting, o seu grande opositor, a única instituição em que os seus euros de "compromisso" valem menos que nadas.
A "estrutura", essa grande conquista Vieirista (um copy & paste da cúpula portista) ficará para sempre ligada aos colinhos, malas, vouchers e outros expedientes de viciação clara. O modus operandi à Benfica é tão sustentável como a grandeza desta figura, que tarde ou cedo será atropelada pela derrocada inevitável de uma pirâmide de "friends in high places" que não hesitará em querer fazer-se acompanhar do Grande Líder na hora da humilhação. Nessa altura, todo o passado e presente que se glorifica sem olhar a meios, ajustará contas com um futuro bastante mais cinzento que os dourados jantares entre o "amigo" Luís e a infindável corte de avençados que agora associamos à powerhouse de sacanice e vigarice chamada Sport Lisboa e Benfica.

Peço encarecidamente aos responsáveis do meu clube, o Sporting Clube de Portugal que invistam tudo no combate a esta figura e aos seus compadres e nada na mimetização dos seus recursos ou métodos. A podridão não se combate com mais podridão, a corrupção nunca será derrotada por outro tipo de corrupção. O que não desejo é o alastramento do vírus de que enferma o nosso clube rival, pois o que não alarma os adeptos desse emblema era o suficiente para matar de desgosto o meu orgulho sportinguista.

SL

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Carvão e Paradoxos

Escolham o paradoxo mais merdoso no meio desta tentativa de carvão lampiónico:

1. As transcrições divulgadas dos emails estão mais recortadas que a pasta secreta dos submarinos que um gordo qualquer deixou no ex-Ministério do Portas;
2. O empresário do Rafa, o gajo andava a dar fruta aos árbitros em nome do Pinto da Costa, é nesta hora dos melhores aliados do Vieira;
3. As conversas são supostamente entre dois advogados, mas houve um que cagou para a confidencialidade dos assuntos do seu cliente e despachou tudo para quem? Exacto….o Correio da Manhã, que curiosamente era dado como “non grato” pelo Carrnide…(major mind fuck);
4. Nisto surge o blogueiro/estafeta do Carnide (vulgo Hugo Gil) a divulgar e-mails com confissões dadas ao próprio pelo sub-director do Record Nuno Farinha;
5. O Huguinho também aproveitou para acusar o Director de Comunicação de fazer montagens de emails no seu post de facebook, quando era exactamente esse o ponto que Nuno Saraiva queria provar;
6. Mais tarde o próprio Nuno Farinha desmente o “estafeta”, só faltando dar-lhe os parabéns pelo engano;
7. Rafa é assumidamente adepto do Sporting e já toda a gente (desde o gato do Vieira até à fruta do Araújo) veio dizer que preferiu o Carnide menos ele próprio;
8. A imprensa passou 3 dias a glorificar a compra do Rafa e no entanto o Sporting fez mal em tentar adquirir o jogador (esta é para génios do mind fuck);
9. O Porto que desistiu do jogador, que literalmente deixou PdC sentado à espera para almoçar…não reage ao valente par de cornos que lhe foi posto pelo grande amigo “fruteiro” António Araújo;
10. E assim Rafa ruma ao Carnide, aumentando as soluções nas alas que estavam tão carenciadas, já que "só" contavam com Sálvio, Pizzi, Cervi, Guedes, Carrillo e Zivkovic.

É escolher…não é fácil.
SL

RafaGate

Não faço a mínima ideia se o Sporting tentou contratar Rafa. Mas se o fez, ou melhor, se o tentou…fez muitíssimo bem. Rafa é um bom jogador que mesmo com valores super inflacionados é garantia de boas exibições e de rentabilização segura. Ao contratar Rafa, o Carnide não errou, acho mesmo que foi dos investimentos mais seguros que fez nas últimas épocas, portanto criticar o Sporting por tentar o mesmo, é absolutamente estúpido.
Convém lembrar aos mais desatentos que, deixar um clube, seja ele qual for, atingir uma posição de controle do mercado interno é contraproducente para os seus rivais. Felizmente o Sporting já entendeu isso e espero que o continue a disputar todos os “Rafas” que atinjam a maturidade e o valor para ingressar num grande. Não o ter conseguido é pena, mas com Markovic a questão foi claramente relativizada.
Até podemos discutir se Rafa será tão bom investimento para o Carnide como seria para o Porto e para o Sporting (porque a chegada de Rafa vai obrigar a um dos muitos alas a desvalorizar) mas confesso que pimenta no cu dos outros é mesmo refresco para mim e se Rafa quis tanto ir para aquele clube, que seja feliz.
Se o empresário do jogador quer lamber as botas a Vieira e publicar emails, verdadeiros ou falsos, a atitude é reveladora dos valores dessa gente e congratulo-me desde já desses representantes ficarem longe de Alvalade.


SL

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Comparar o incomparável

Para compreender melhor o que foi ganho e o que foi perdido neste mercado de Verão, nada como comparar o incomparável, ou seja, tentar encontrar paridades em coisas que são impares. O exercício é estéril e não deve ser válido para mais do que apenas compreender o potencial do plantel, o seu sucesso ou insucesso é impossível de medir, e como tal, acho uma parvoíce dizer frases como "com esta equipa vamos ser campeões" ou mesmo "ficámos muito mais fortes que o ano passado". A verdade é que o futuro ninguém sabe, só o presente.

Beto

Como suplente, Beto é um garantia. Com o seu currículo, será expectável que caso seja chamado a jogo, desempenhe bem o suficiente para um clube com as aspirações do Sporting.

Douglas

Foi eliminado o excesso de soluções da segunda metade da época anterior e ainda assim melhorada a qualidade. Douglas pode nem ser melhor que um Ewerton em grande forma, o pior é que esse estado foi coisa rara na época passada.

Petrovic

São mais as dúvidas que as certezas quanto ao que pode dar à equipa este ano. Lento e indeciso, tudo o que um 6 ou um 8 não pode ser. Pode jogar a central, mas seria mesmo para 6 que JJ o pediu e mesmo por isso, aguardamos todos o que o treino pode cultivar neste médio. Barato não foi.

Bruno Paulista

Antes da chegada de Elias e a hipótese de saída de Adrien, podíamos antever alguma margem para o brasileiro evoluir próximo da titularidade e até parece merecê-la. Poderoso, esforçado, raçudo, tem muita coisa ali para ser trabalhada. A minha dúvida é se JJ vai ter o tempo e a disponibilidade para melhorar as lacunas que tem. Excesso de impetuosidade, leituras de jogo erráticas, posicionamento...enfim. Mas está ali um diamante, muito em bruto, mas está.


Elias

Embora mais velho, Elias é hoje um jogador mais focado no jogo, mais experiente e a prova é que era o capitão fixo do Corinthians e em algumas partidas o capitão da seleção do Brasil. Menos veloz, mais fiável. Menos poderoso, mais ponderado. Não é o mesmo que o João Mário, mas num bom plano pode ser uma óptima solução. Terá a vantagem de poder substituir (e porque não dizê-lo, pressionar) Adrien.

Meli

Não era uma certeza na Argentina e terá o mesmo estatuto em Portugal. Tem bom toque de bola, bom passe e genica. O que parece estar ainda longe do ponto é a sua movimentação e sentido táctico, algo que JJ saberá trabalhar como ninguém. Perde espaço com a chegada de Elias, mas convém não perder de vista a capacidade do jogador em adaptar-se ao modelo do nosso treinador, os argentinos são reconhecidamente atletas que apreendem o modelo competitivo europeu com bastante sucesso.

Markovic

A verdade é que nem B.Ruiz, nem Gélson, nem Bruno César, nem Campbell são alas. Um jogador como este sérvio pode e deve aproveitar o regresso a Portugal para recuperar todo o tempo perdido que mediou a sua saída do Benfica até agora. Talento tem de sobra, terá mesmo que mudar a sua atitude para ganhar toda a competitividade necessária para vingar na alta roda do futebol moderno. Defender mais e sobretudo melhor, ser mais agressivo sem bola, dedicar-se mais ao jogo, este é o TPC que JJ lhe dará ao longo do ano. Se o realizar bem, temos um grande reforço. Não será fácil sentar Gélson, Ruiz ou mesmo Campbell.


Campbell

Um jogador vibrante, que abana o jogo até à raiz. Ao lado ou atrás do atacante é onde gosta de jogar, mas também dá muito a uma equipa na ala. A única pena que tenho é de não ter chegado com uma opção de compra. É que valorizar um atleta destes e vê-lo sair é bom no presente e um desgosto previsível no futuro.

A.Ruiz

Na cabeça de JJ, seria o companheiro ideal de Slimani que resolveria a saída de Teo. Poder de fogo, bom passe, capacidade para percorrer espaços diagonais na área. Ruiz tem tudo isso, mas falta-lhe capacidade de explosão e muita resistência atlética. Na argentina podia disfarçar, mas na Europa, com uma velocidade de jogo bastante diferente, a conversa é mesmo diferente. Já perdeu peso, faltará ganhar velocidade e melhorar o arranque. Com a chegada de Markovic, B.Ruiz é empurrado para outras zonas e A.Ruiz que se esmere...isso está em rota de colisão com a sua afirmação na equipa. Já para não falar de Campbell, que chegando muito mais tarde ameaça (e de que maneira) a mesma posição.

Bas Dost

A primeira coisa a entender é: não é Slimani. Quem ficar à espera de um avançado com a mesma disponibilidade e entrega do argelino que esqueça. Este holandês não é de correrias, mas compensará essa lacuna com uma capacidade de aproveitar as oportunidades bastante elevada. Se Slimani precisava de 2 oportunidades para concretizar 1 vez (embora às vezes ambas eram sacadas individualmente), Bas Dost não se atrapalha, mete-a lá dentro. Pré-Slimani era a melhor coisa que nos podia calhar como ponta de lança, mas agora é talvez um switch entre avançados com características distintas. Ainda assim, óptima solução.

Castaignos e André

É um mistério o que estes dois avançados podem valer no Sporting. Primeiro que tudo, serão à partida segundas linhas. Depois há que entender que ambos vêm de momentos de forma algo apagados. Por fim, são ambos bastante móveis, rápidos e com experiência suficiente para não temer a competição portuguesa.

Spalvis

Dificilmente poderia ter um início mais azarado. No primeiro jogo particular lesiona-se com longa paragem. Uma época perdida e dizem muitos uma pena, pois seria uma óptima solução para evoluir este ano. Avançado completo que precisará talvez até da equipa B, para ficar pronto para lutar pela permanência no plantel na temporada seguinte.

SL