17 JAN | 15h00 | MD de Alvalade

Quando foi pré-anunciada a próxima AG do Sporting, por coincidir com o pico da novela "Marco-Bruno"(disse-o aqui e na página de facebook) pareceu-me algo injustificada. A meu ver, mesmo que tivesse rescindido com o treinador, um presidente e uma direcção estão mandatados pelos sócios para agir em prol dos interesses do clube em todas as situações. Isso não significa provocar dano à instituição sem consequências, significa ter poder efectivo para agir, mesmo que seja na direcção contrária à opinião da maioria dos sócios.

Adoptar medidas impopulares faz parte do cardápio de uma direcção consciente e responsável. Se houvesse razão concreta e lógica para despedir Marco Silva, ela teria de ser comunicada aos sócios...mas sem prejuízo de acção correspondente. Chama-se a isso legitimidade democrática e penso que errar num campo ou outro (mesmo numa matéria tão delicada como é a escolha do treinador da equipa de futebol) não pode nunca ser o suficiente para a eliminar.

Custar-me-ia horrores ir a uma AG discutir "treinadores". Não é, não deve ser nunca matéria de plebiscito. É para isso que elegi os que lá estão e penso mesmo que no caso desta direcção há crédito suficiente para tal...BdC escolheu 2 treinadores até agora....ambos a meu ver, muito competentes. Hoje, mantendo-se a AG e retirada a polémica (ou quase) da agenda diária, penso de forma diferente.
Nas palavras do PMAG, Marta Soares, anuncia-se uma vontade de "escutar o clube" quanto ao programa da Direcção e sendo essa a razão principal, não podia ser mais a favor da mesma. "Ouvir" os sócios e debater com eles o futuro não é uma razão menor, é de todas a maior e melhor, fazem-se regularmente em qualquer empresa, família ou organização.

Pode servir para muito mais que discutir a actualidade, pode servir para falar sobre o futuro. Um clube que se projecta continuamente no dia seguinte não se "afoga" facilmente nas polémicas e guerras passadas, não vive de histórias, nem trabalha para justificar o que já fez...para mal dos nossos pecados esse tem sido o guião dos nossos últimos 20 anos e penso ser suficiente a auditoria em curso (e as suas consequências legais) para enterrar definitivamente o "croquete" na memória e aprender com os erros desse tipo de alimentação.

Por isso, no dia 17 de Janeiro, a partir das 15h00, no Multidesportivo de Alvalade lá estarei. Não quero votar em nada. Quero apenas ouvir, se achar que tenho algo relevante para acrescentar à conversa, quero falar. O que eu não quero, tenho a certeza, é ir "lavar roupa suja". Faço isso com os meus amigos sportinguistas, não o faço aos microfones ou perante as câmaras...mas seria curioso que os iluminados que passaram as últimas 3 semanas nesse tipo de actividade, se dessem ao trabalho de no local apropriado, este é o mais democrático de todos, colocar todas as dúvidas e ansiedades que a acção desta direcção lhes tem provocado.

SL