A palhaçada

Não sou grande apreciador desta arte circense, o que ainda eleva o meu desprazer quando essa arte digna do palhaço é feita fora de uma tenda e com outro tipo de "animais",  "ilusionistas" ou "equilibristas" à mistura.

Já toda a gente entendeu que a situação dos empréstimos de porto e benfica é um problema. Já toda a gente entendeu que a legislação não é aplicada. Já toda a gente entendeu que há a mínima vontade da FPF e Liga em acabar com esta palhaçada. Apesar de não ser o pior atentado que se pode cometer à verdade desportiva, este é por estas alturas o mais pornográfico. E no entanto, a passividade com que a imprensa relata as lesões de circunstância, as "opções" dos treinadores ou os "cuidados" dos presidentes é assustadora. Além de acrítica, quando deveria ser o oposto, é colaborante...ou seja a esmagadora maioria da nossa imprensa que cobre o desporto...é inútil.

Quantos jogadores emprestados ou cedidos por porto e benfica actuaram contra os mesmos? Mas porque carga de água um jogador que já não pertence aos quadros de um clube há 4 anos deve ser "protegido" de actuar contra o próprio? Mas qual é a moralidade de um "acordo de cavalheiros" (conceito mais mafioso era impossível) quando há lei específica que é contra esses pactos? Quem nos diz a nós que emprestar jogadores a um clube, neste momento, não é a melhor forma de o desfalcar quando chega a hora do confronto directo? Todas estas perguntas seriam interessantes de colocar a alguns responsáveis, mas onde estão os jornalistas para isso?

Já para não falar dos sócios e adeptos dos emblemas em causa, que apesar de alguns protestos da claque do belenenses, na sua maioria estão a borrifar-se para o facto dos seus clubes serem os parceiros de crime, parceiros de crime onde eles próprios são agressor e vítima. Todos têm um preço, mas no caso do futebol português, todos têm o mesmo preço e é...tão baixo.

SL