O Portugal do futebol é assim:
Os 3 grandes imperam. Porto e Benfica lutam pela hegemonia, tendo os tripeiros quase sempre vantagem. O Sporting depende de um fogacho por década. O Braga espreita. O Guimarães e o Marítimo já tiveram mais balanço. Paços de Ferreira e Estoril são as "sensações", como já foram Nacional, Académica ou Rio Ave agora estáveis na rotina do meio da tabela.
Os eternos aflitos Setúbal, Gil Vicente, Beira Mar, Académica e Olhanense juntam-se a Leixões, Belenenses, Desp. Aves, Portimonense e Naval como clubes que fazem ping-pong regular entre as duas ligas.
Para trás ficaram os habituais Boavista, Varzim, Farense, Chaves, Estrela da Amadora, Penafiel, U.Leiria e Salgueiros. Ainda mais para trás Famalicão, U.Madeira, Vizela e Atlético. Na pré-história perderam-se a CUF, Barreirense, Sp. Covilhã e Ac.Viseu.
Há excepção dos 3 grandes e dos 3 médios (Braga, Guimarães e Marítimo) todos os clubes são mais ou menos iguais, dependendo de mecenas pontuais (empresas, câmaras municipais, presidentes milionários) ou ocasionais coincidências desportivas (treinadores excepcionais ou conjugação feliz de jogadores) para espreitar fora do rectângulo de pequenez.
Coloca-se sempre a impossibilidade de crescer, na concentração devoradora dos 3 grandes. Conceito idiota. Os pequenos não crescem, porque não querem. Não querem desafiar, não querem ser únicos, não querem inovar. Mimetizam os 3 grandes no que podem, e no que não podem inventam, sem critério ou direcção.
Com a Lei Bosman e a globalização, Ghilas do Moreirense pode ser contratado pelo Auxerre, ou Licá pelo Légia de Varsóvia. Já ninguém precisa de Porto, Sporting ou Benfica para fazer uma boa venda. Isso mudou tudo e no fundo, não mudou nada. Os grandes continuaram a comprar muito e os pequenos a vender mal. A diferença é que o dinheiro sai e os talentos também.
Ainda ninguém avisou, mas as nossa competições aceleram brutalmente para bancarrota. Os alicerces económicos do nosso futebol estão a ruir, Sporting agora, Benfica e Porto em breve. Todos estão a perder, todos os anos, imensas receitas. Os espectáculos são cada vez mais pobres, os bilhetes mais caros, os árbitros piores e as infra-estruturas mais ao nível dos salários em atraso.
Para inverter este estado de coisas seria preciso uma revolução. Mas está-se tudo a cagar...o que interessa é quem ganha, seja limpinho ou sujinho. O que aconteceria se a Liga fosse rigorosa na prova de profissionalismo?
SL
apoiado!
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