segunda-feira, 27 de março de 2017

Estadista de pau oco

Se há coisa que me orgulha no meu Presidente é que não "manda recados" através dos jornais, não "manda dar eco" de estados de alma dentro do clube, deixando anónima a fonte e a responsabilidade pelo conteúdo das "encomendas".


Bruno de Carvalho assume, viva voz, o que acha bem e mal. Dá o peito às críticas e assume-se responsável pelo que o clube pensa, diz e faz.
Esta lógica de presidentes-ratos, empreiteiros de notícias anónimas, donos de "fontes seguras próximas da direcção" é sinceramente uma raça da qual não sinto respeito, por mais estratégia de comunicação que se imagine ter ou reconhecer.

O meu pai dizia-me que o futebol é para "homens" e ele não se referia ao género, mas à maturidade, coragem e lealdade do desporto.
Estes "Estadistas" que se escondem atrás de estruturas e apenas surgem para dizer banalidades e fingir uma magnanimidade oca, são dejectos, não são líderes. 


SL

quinta-feira, 23 de março de 2017

A pré-época dentro da época

Sem grandes objectivos a cumprir, o Sporting estará por estas alturas a predefinir como será o plantel da próxima época. Pergunto aos leitores do blog, o que acham que deve ficar, sair, quais as posições que precisamos reforçar?

SL

terça-feira, 21 de março de 2017

Jesuísmos

Se Cancelo é uma bosta, o negócio foi genial e o mérito é da estrutura. Se Bernardo Silva é genial, o demérito é de JJ que não apostou nele. Esta é a narrativa e só não entende a estupidez quem não quer. A nação de lampiões parece apreciar as sacudidelas de capote e a culpa eterna de JJ, esquecendo-se facilmente das fortunas que foram (supostamente) ganhas com dezenas de transferências de jogadores que o ex-treinador (que defendiam até ao osso) potenciou. A gratidão não é realmente um atributo dessa agremiação e na vigência de Vieira o que sobeja é uma profunda incapacidade de reconhecer o que quer que seja para além das superlativas virtudes do seu presidente.


Costuma-se dizer que para ter o bom, há que suportar o mal…mas no benfica essa regra, que aceitamos desde crianças, parece ainda não ter sido aprendida. Jorge Jesus não “vende” ou “compra” ninguém e se o presidente desse clube é tão poderoso e sábio, tomo-o como cobarde e sem-carácter ao deixar que toda a imprensa construa a velha história do “foi por causa do mauzão do JJ que o Bernardo Silva saiu do clube”. Não. Saiu, acima de tudo porque Mendes e Vieira têm um pacto de venda a “atacado” e um rol de financiamento paralelo que exige “carne fresca” de tempos a tempos. Mas isso, ninguém é capaz de dizer ou sequer admitir.

SL

segunda-feira, 20 de março de 2017

Homens

O futebol é o momento. E o que é válido nesse momento. O que Luis Martins tem feito no comando do Sporting B é bem o exemplo que se pode ser o "homem certo" em qualquer momento ou função, desde que esse homem reúna as características certas para, entendendo o futebol, saber empregar tudo ao serviço de uma equipa e de um clube.

Isto não é uma desconsideração a João de Deus, homem que muito estimo, mas sim uma plena consideração pelo trabalho árduo que muitos profissionais têm realizado pela Academia do Sporting. Homens que vivem na invisibilidade, mas que "respiram o jogo" (parafraseando o Bocage da SportTV) e mesmo em lugares temporariamente seus, mantêm-se à margem de vedetismos ou arrogâncias.
O meu obrigado a todos eles, aqui num elogio directo e inteiramente merecido a Luis Martins. Que escolha o seu sucessor tão bem como tem sabido requalificar este grupo de enormes esperanças leoninas.

SL

segunda-feira, 13 de março de 2017

Um tridente diferente.


Um corre, o outro finta, o último esfola. Haverá poucos jogadores mais verticais e rápidos como Podence. Haverá poucos que tenham a capacidade de fazer as coisas diferentes como Matheus (às vezes tão diferentes que os colegas não entendem) e haverá muito poucos capazes de aproveitar as oportunidades como Bas Dost. 

Este não será porém um tridente para ficar. Regressando A.Ruiz, Podence voltará ao banco. Regressando Adrien, Matheus será substituído pelo outro Ruiz, mas o que me interessa particularmente é que estes jogadores, assim como Geraldes e talvez Iuri, vão conquistando minutos, vitórias e assumindo-se como soluções actuais e não projectos futuros.

Já poucos questionarão a sua manutenção no plantel da próxima temporada e ainda menos conceberão a ideia de voltar a contratar jogadores de valia incerta para as suas posições. E isto tem uma importância dupla. Ganham-se certezas e podem canalizar-se e concentrar-se recursos para outro tipo de contratações (poucas), que à semelhança de Dost, tragam uma qualidade superior. 

SL

sexta-feira, 10 de março de 2017

Great Expectations

João Palhinha. Matheus Pereira. Daniel Podence. Domingos Duarte. Francisco Geraldes. Cinco jovens à procura de espaço, cinco talentos que prometem aventuras fantásticas num futuro que só pode ser de leão ao peito. Todos lhes reconhecem muita qualidade, profissionalismo e características que os tornam únicos e bandeiras da nossa formação. 

Não se enganem e não deixem que ninguém vos engane, estes vão mesmo brilhar. O tempo, a concorrência e outros factores podem atrasar pontualmente a afirmação de algum deles, mas tal como Adrien ou João Mário será tudo uma questão de oportunidade e maturidade até que conquistem o seu lugar ao sol em Alvalade. 

Haverá muitos outros que podem acompanhar este fantástico elenco, mas é nestes que acredito para se tornarem os próximos herdeiros do nosso estatuto destacado de melhor clube formador em Portugal.


SL

quinta-feira, 9 de março de 2017

Tempo de decisões

Com a época merecer poucas preocupações não competitivas, é hora de BdC e o departamento de futebol começarem a preparar a próxima época. O orçamento vai ter de ser encurtado (a participação na CL não estará garantida até aos últimos dias do mercado) e há muitas lacunas na equipa. O trabalho de reforçar o plantel não será pois nada fácil. Há menos dinheiro, há menos margem de erro e muitos jogadores por colocar.
Que os meses que distam até Junho sejam bem aproveitados e garantida uma abordagem de mercado muito mais criativa e eficaz. Não podemos trazer mais uma fornada de aquisições com a taxa de aproveitamento tão curta como nesta época e o melhor é comprar menos e bem melhor. Espero que as medidas de reforço do scouting sejam para cumprir e que já esteja a ser montada essa estrutura, quase tão vital como a qualidade dos reforços em si. É que para ter os ovos, é preciso encontrar a galinha primeiro.

SL

segunda-feira, 6 de março de 2017

O Futuro

Se há coisa que resultou deste fim de semana e que deve ser analisado com atenção é o mandato conferido a BdC pelos Sportinguistas. Ao contrário do que nos tentaram fazer acreditar, a esmagadora maioria está, de facto, com o seu presidente. Isto confere-lhe tanto responsabilidade como autoridade para fazer o que tem de ser feito para dar ao Sporting o que lhe falta para voltar a ser campeão em qualquer modalidade.

E BdC deve começar pelo óbvio. Este ano foi e está a ser para esquecer no futebol sénior masculino. Há responsabilidades de todos e todos devem aceitar que fizeram ou ainda estão a fazer opções erradas. Sei que muitos defendem a estabilidade da estrutura actual para o futebol, ou seja, estender o mandato de JJ, Octávio e BdC no topo da gestão da equipa. Eu penso diferente. Acho que se deve fazer uma avaliação passada, presente e sobretudo futura do enquadramento de JJ ao comando da equipa. Acho que Octavio é útil, pode ser até fundamental como elemento de suporte, mas como director acrescenta pouco ao departamento e às exigências da função. Precisamos de competência e não de nomes. Precisamos de gestão desportiva e não gestão de polémicas.

Ouvir JJ a advogar o atraso da estrutura do Sporting face aos rivais não faz sentido absolutamente nenhum quando não nos conseguimos impor a um Guimarães. Não faz sentido quando a estamos a menos pontos do Braga do que do Porto. Não faz sentido quando investimos valores incomportáveis nesta época. Podemos desvalorizar as declarações ou levá-las a sério…e deixem-me que vos diga, eu concordo absolutamente com JJ, com a pequena diferença de que, ao contrário do que ele acha…eu incluo JJ nessa “tal” estrutura e ele, aparentemente, imagina a estrutura ao seu serviço.

Parece-me que ontem há noite fechámos um ciclo. A distância de 12 pontos para o 1º classificado e 11 para o 2º, atira-nos definitivamente para o 3º lugar como melhor meta realisticamente possível. Nem Benfica, nem Porto vão perder 4 vezes, sem que nós também evitemos esse resultado. Podemos e devemos aproximar-nos, mas não há qualquer lógica na manutenção de crença que um dos dois cairá na tabela o suficiente para que a nossa esperança seja razoável. Sendo assim, a meu ver, não faz sentido algum que jogadores que sabemos serem opção para sair no final da época ganhem os minutos que jogadores com tanto futuro como Podence, Geraldes ou Matheus, deveriam ganhar.

São estas inconsistências que me fazem acreditar que não vale a pena ter “estrutura” nenhuma, quando a decisão última de JJ contraria qualquer racionalidade e salta aos olhos de qualquer treinador de bancada que pelo menos Geraldes tem lugar no actual meio-campo do Sporting, muito mais que Bryan Ruiz (mesmo subindo ligeiramente de forma) por exemplo.

Acredito que está na hora de investir na próxima época, de rever o que tem de ser revisto e de tomar decisões que nos coloquem mais preparados para os desafios do futuro. Faltam 3 meses para o final da Liga e devem ser aproveitados para decidir quem fica, quem sai, quem entra e sobretudo como será o departamento da época 2017/18. Só isso fará com que as próximas não sejam um drama interminável de justificações e desculpas. Mais do que atribuir culpas pelo passado e presente, eu quero é ver trabalho, a pensar no futuro. A direcção eleita tem esse mandato e essa responsabilidade.


SL

sexta-feira, 3 de março de 2017

Eu também voto

Não preciso de manifestar qual será o meu voto de amanhã. Essa intenção está por todos os conteúdos que venho publicando e basta recuar uns posts para ser entendido. 
Tenho memória e gratidão e não acho, como alguns sportinguistas perigosamente acreditam, que os últimos anos possam ser resumidos como estagnação ou retrocesso. Não ter vencido um campeonato pode ser considerado como insucesso, pode até ser visto como prova de que há muito a evoluir. Mas não pode ser “lido” como argumento para diminuir o que foi feito neste mandato. O plantel valorizou-se, os sócios aumentaram e estão mais próximos do clube, as modalidades cresceram e reforçaram-se e o património foi expandido e recuperado, fizeram-se melhores acordos comerciais e conquistaram-se melhores patrocínios. Isto não é a medida de uma estagnação ou retrocesso, é sinal de evolução e crescimento. 

Conheço muitos sportinguistas que não se revêm na presidência de BdC, sou amigo de alguns e perco horas a debater com várias visões de Sporting. Nenhum deles me consegue provar em números e factos que o mandato não merece nova validação. É claro que foram cometidos erros, não há nada perfeito em lado algum e muito menos num meio tão volátil como o desportivo. Mas muito foi feito e devemos todos lembrar-nos da dedicação extrema que este corpo directivo dedicou ao clube durante os últimos anos e das batalhas duras e arriscadas que travaram, muitas vezes com grande prejuízo pessoal, muitas vezes sendo denegridos constantemente pelos opinadores “isentos” da praça pública. Não sou ingrato e vislumbro vagamente a massa planetária de decisões que obrigaram algumas pessoas a despender uma dose massiva de horas, dias e semanas para empreender, para que pequenas conquistas fossem resgatando o clube da mediocridade que o afundava.

Posso aceitar que existam hipoteticamente pessoas mais qualificadas, mais presidenciáveis, mais ponderadas ou mais sagazes que BdC. Mas pergunto-me onde estarão e porque não se candidataram. Pergunto-me se BdC também deve ser melhor que todos esses “etéreos” figurões, ser melhor que o nosso melhor arquétipo de Comandante do clube. Pergunto-me se deve reunir as qualidades de todos os seus antecessores e não possuir os defeitos de nenhum deles. A resposta é óbvia. Queremos sempre melhor, mas raras vezes sabemos o que isso significa. É fácil dizer que algo podia ser melhor, mas é muito mais difícil fazê-lo.

E se há coisa que todos sabemos, mais ou menos fãs de BdC, é que PMR não se relaciona em nada com aquilo que o Sporting Clube de Portugal precisa. Não precisamos do regresso de visões elitistas, não precisamos de retroceder no modelo de ecletismo, não imaginamos de volta o papel de “meninos bem-educados” do desporto enquanto somos riscados do mapa de poder e ignorados nas polémicas. Não precisamos, acima de tudo, que nos revisite a velha cumplicidade entre clube e meio empresarial, com o nosso emblema a ser esventrado por negociatas que lhe sugam as verbas necessárias para continuar a crescer.

Por isto tudo e por muito mais que ficará sempre por agradecer ou entender, votarei na lista de Bruno de Carvalho. 


SL

Quem não se sente...

Há quem manifeste séria preocupação com o clima de ameaça e condicionamento constante sobre os árbitros. Devo dizer que me dá vontade de rir e não tenho preocupação alguma com este tema. Acima de tudo porque chegámos à hipocrisia total de chorarmos lágrimas pelos coitadinhos dos árbitros, quando os próprios são incapazes de dar um passo rumo a qualquer coisa que os defenda. Bem pelo contrário. São os primeiros a acobardar-se e a acatar as ordens dos “dirigentes”, são os primeiros a manter o status quo da arbitragem num jogo de empurra, ora mais vermelhos, ora mais azuis. São os primeiros a gritar revolta, greves e punições sempre que o nome Sporting se coloca do lado do agressor, sabendo eles muito bem que somos muito mais vezes vítimas, mas é mais fácil arranjar coragem contra quem não os “aperta”, contra quem não tem o poder de manobrar o sistema para inflingir retribuição nas suas carreiras.

Se há culpas a atribuir pelo estado de “Wild West” a que chegámos, elas vão directas aos próprios árbitros e dirigentes da arbitragem. Não se organizam, não se defendem como classe e acusam-se mutuamente de pertencerem a facções que protegem os interesses de sobretudo Porto e Benfica. Cada um sabe como chegou e as dívidas de gratidão que tem, cada um sabe a que observador deve agradar, cada um terá os padrinhos que tem nas Associações e o sistema está montado para que ninguém fique órfão de um empurrãozinho, seja para cima ou para baixo, neste jogo de faz de conta que tudo depende do mérito e da qualidade dos árbitros.

Enquanto existirem árbitros que não se indignam com as notas dos observadores que avaliam positivamente um árbitro que teve de facto uma má prestação, não há solução alguma que permita que o sistema mude. Está apenas e só nas suas mãos e pior, eles sabem-no. Sabem que não pode existir futebol sem a sua participação, têm esse poder, mas não o usam e todos nós sabemos porquê. Porque muitos sabem que têm muito a perder na hora de “limpar” o quadro de árbitros dos que não merecem lá estar. Porque muitos sabem que os “padrinhos” não vão perdoar a rebeldia. Porque sabem que se alguns esquemas vêm a público, serão humilhados e culpados por toda a opinião pública que tenderá a ter menos complacência pelo corrompido do que pelos que corromperam.

Asseguro-vos, não tenho pena alguma de nenhum árbitro e se algum teme pela sua segurança (ou familiares) que pense por alguns minutos quem tem contribuído para que seja esta a forma actual de tentar exercer pressão sobre o seu trabalho. Rapidamente chegará à conclusão de que a mão que lhe dá as migalhas é a mesma que agarra no telefone para o ameaçar às 02.00 da manhã. É que no futebol português, os cães não mordem ao dono, mas os donos fazem questão de mostrar a trela aos cães. E os nossos árbitros são cãezinhos de trela, que ladram aos outros emblemas enquanto se escondem entre as pernas de Vieira e Pinto da Costa.


SL

quinta-feira, 2 de março de 2017

Musicais trágicos

O homem dos musicais deu-nos muita “música”, mas um pobre espetáculo. Começou por apostar numa personna que se afirmava a antítese de BdC pela calma, reflexão, contenção, prometia navegar na espuma da boa educação, na pose de “estadista” que decerto agradaria aos que gostam de perfis de presidentes bons para cortar fitas, discursar uma vez por ano e dar muitos bacalhaus na tribuna dos estádios. Afirmou que trazia uma nova atitude, agregadora, que libertaria o Sporting das amarras de um tirano tresloucado recorrendo à sua elegância, estabilidade familiar e alto padrão de cidadania. 
Sem que entendesse bem porquê, o nosso Pedro Madeira Rodrigues (sim, é nosso…só nós é que conseguimos produzir disto) decidiu mudar de estilo de candidato. Eu arriscaria que entendeu que o caminho que levava a sua candidatura lhe dava pouco “tempo de antena”. O polimento e a boa educação era tanto que os jornais e tv´s não conseguiam espremer sumo algum e o candidato despiu o fraque e equipou-se à montanhista. Havia realmente uma montanha a escalar, mas PMR resolveu enfrentar o desafio da pior maneira. De picareta. Bateu tanto, mas tanto, que em vez de escalar, cavou um buraco. É verdade que conquistou alguns votos, sobretudo os que desesperam por votar em qualquer coisa que não seja BdC, mas afastou-se dos “indecisos” à mesma velocidade com que esgravatava por “material” com que pudesse chafurdar na lama, tentando vencer o opositor por gastroenterite.

Quanto mais PMR disparava “realidades alternativas” para a imprensa, mais desprezo e silêncio obtia da lista contrária e isso não era saudável para que se pudesse colocar ao mesmo nível de BdC. Desesperou-se pelo confronto e pela dança de polémicas mediáticas, mas o “partner” não mordeu o isco e o que dançou foi a polémica do pseudo-despedimento de Jorge Jesus. Tão mal gerido foi esse número que muitos votantes abandonaram as cadeiras e só não pediram o dinheiro de volta porque o Candidato prometera  livrar-se de JJ sem custos e para o seu lugar teria uma nova Estrela, daquelas que brilharia tanto que ofuscaria a trapalhice (impossível de explicar) de se ofender com o treinador, mas perdoar a outros profissionais do clube, apenas por ter colocado uma assinatura num papel. PMR estaria a borrifar-se se JJ aceitou fazer parte da Comissão de Honra da candidatura de BdC. Para quem já andou na podridão hipócrita da política, sentir-se atraiçoado por uma inutilidade destas foi uma encenação fraca, somada de um acting em que toda a gente reparou que a faca era de plástico e o sangue, ketchup de marca branca do Lidl.

Por altura do debate já era um facto que a peça levada a cena, dependeria muito de uma cena apoteótica, de um acto completamente trágico, de um facto extraordinário que corresse viral e trouxesse mais espectadores à sua bilheteira. Não existiu. BdC daria muito pouco sumo ao confronto e diga-se, embora esforçado e com as linhas bem decoradas, PMR não conseguiu “tirar o coelho da toca” e muitos adormeceriam nos sofás. Para quem precisava de um knock-out, o candidato não chegou sequer a conseguir uma contagem e foram precisas todas as cantadeiras da imprensa para conseguir vislumbrar uma vitória no frente-a-frente.

A campanha aproximava-se do tempo das grandes decisões e PMR continuava sem ases para fazer vazas. Não os tendo, foi dizendo que os tinha. Prometeu tantas vezes que a ficção era realidade que se viu obrigado a deixar de pintar cartazes e a apresentar estrelas à séria. Boloni, Delfim e Juande Ramos. Um casting demasiado fraco para o grau de promessas que fez. Boloni e Juande Ramos são vedetas já em pleno declínio das suas carreiras e Delfim…ainda não tem uma. Mais do que apresentar soluções, PMR apresentou nomes, estrelas que toda a gente adivinha que abrilhantariam pouco aos espetáculos de Alvalade. O romeno nunca desempenhou o papel de coordenador de nada que se relacionasse com a formação, Delfim nunca foi sequer a um casting para um cargo técnico e o espanhol vem de várias peças canceladas, atravessando um verdadeiro shutdown na carreira.
A estrela de PMR apagava-se, mas o candidato não desistira sem que espetasse umas quantas farpas na lista contrária. Já no desespero de uma verdadeira Madame Butterfly, dispararia enredos e farsas por todo o lado. Nem sequer se podem chamar teoria de conspiração, porque de facto ninguém apresentara tese alguma para explicar as “sugestões” de vídeos, as “dicas” de lana-caprina ou os pseudo-factos de faca e alguidar. A viagem deste “Cats” arranharia a negação do figurão com que lançou a candidatura e é hoje a dois dias da eleição uma versão plena daquilo que prometeu combater. O polimento e altivez deram lugar a um burgesso rufião, que goza com o eleitoral que não o prefere e veste a capa e a espada de merda que O Jogo, o Visão de Mercado, A´Bola ou qualquer outro antro de anti-sportinguismo estão dispostos a dar-lhe.

Tenho, sinceramente, pena e vergonha alheia do rumo que seguiu esta candidatura e ainda mais certo estou que o que a alimentou foi o ódio e o desdém a um pessoa, muito mais do que o amor incondicional a um clube, aos seus sócios, ao seu património. O apoio de Godinhos, Roquettes e outros MacBeth’s  só vêm dar o "beijo da morte” a este musical desafinado e descoordenado, a esta La La Land em que PMR sonhou dançar e cantar, fazendo do fel, acidez e antipatia o holofote para o nada de caminho ou carisma com que se apresentou aos sócios. 


SL