Numa altura onde o Sporting pouco justifica o seu estatuto no futebol, haverá muitas inseguranças pessoais que são revestidas finamente por uma camada de “opiniões pessoais” que me fazem nojo à noite e azia no dia seguinte.
Eu sou um anónimo adepto. A minha voz é de
burro e raramente passa do chão, mas pelo menos digo o que quero, quando quero,
mas sempre coloco o interesse do clube à frente do meu. Ficaria muito bem
espalhar boatos, informações privilegiadas, criticas populistas ao meu ego de
blogger, mas ficaria muito mal na minha consciência de adepto o resultado (por
insignificante que seja) que isso teria para o clube.
Nada disto impede os “achantes” mediáticos de
leão ao peito de dizer as maiores barbaridades, em espaços de suposta
competência na análise desportiva. Desde defender treinadores medíocres até à
exaustão, até “querer” vender jogadores que não lhes caíram no goto, há de tudo
para todos os gostos.
Não vou ao ponto de ver com bons olhos
impor-lhes uma “mordaça”, vivemos em liberdade e cada um diz o que lhe apetece,
mas pelo amor da santa, tenham um pouco mais de juízo na hora de desbocar
opiniões controversas. É muito apetitoso nesta altura apontar o dedo a
Wolfswinkel, é também muito tonto. Para o bom e para o mau é o melhor avançado
que temos e apesar de nos últimos jogos ter feito zero, a verdade é que está
por chegar alguém que lhe faça sombra.
Mas seja o Wolfs (quando já foi Patrício
recentemente e agora é o ai Jesus de todos) o Ínsua, o Elias ou outro qualquer
o problema é que estas opiniões a única coisa que fazem mesmo é influenciar os
adeptos (os que forem mesmo tontos) quanto à qualidade individual de cada
jogador. Isso é uma tremenda imbecilidade. O problema do Sporting é colectivo e
vaga atrás de vaga de jogadores novos, tem sido sempre o mesmo.
Não há uma gestão conhecedora e contínua no
futebol do Sporting. A coisa é um entra e sai danado, onde é normal ter 3 ou 4
treinadores por época, onde é normal fazer e desfazer equipas todas as épocas.
Esta histeria desmesurada começa sempre assim...este não serve, aquele também
não, a defesa é uma merda, não temos um avançado de jeito....e pronto...fim da
época e chega uma romaria de rescisões e entram jogadores com fundo ou sem
fundo.
Começar do zero é o lema do Sporting. Regra
geral falso, porque de tantos anos zero consecutivos....penso que já vamos no
ano -6 ou -7...e mesmo assim ainda há gente que é “escutada” a pedir cabeças de
jogadores e a querer “prendas novas”. É caso para dizer “foda-se” mas que é que
vos disse que sabem alguma cosa de futebol?!
Posso não ser o Mourinho ou Guardiola, mas
tenho olhos na cara para ver que o Wolfs nunca será um bola de ouro, mas para o
nosso campeonato é mais que capaz de (com uma boa equipa por detrás) ser o melhor
marcador durante muitas épocas.
Isso e que Elias é um médio fantástico (que
ninguém ainda soube por no sitio certo com o papel à sua medida), ou que Ínsua
precisa de um ala que “saia da frente” a atacar e que feche bem atrás a
defender, ou que Viola precisa de arrancar mais perto da área, ou que Carrilho
seria um 2º avançado fantástico (sem ter de vir das alas), ou que Xandão
precisa de perder medo de fazer faltas, que Boulahrouz precisa do contrario do
Brasileiro, etc...
O que estes bigodes poderiam ter dito (e aí
sim veria conhecimento e coragem) era que Izmailov, Bojinov e Jeffren têm de
sair já em Janeiro e que talvez não se perca nada em convocar eleições, mas
não...
O que posso dizer ao senhor Oliveira e Costa e
aos outros todos que têm (curiosamente) dado tantas opiniões sobre a qualidade
de vários jogadores, é que se o Sporting vender o Wolfs por 10M ou menos (valor
ridículo) e se por acaso o holandês em um ano valorize o dobro...vou fazer
questão de mandar todos os meses uma carta ao senhor sempre com e apenas uma
frase “Burro do Caralho! Muito Obrigado!”
Desculpem-me os leitores do blog que tenham
mais uns anitos, mas...foda-se há uma geração de sportinguistas entre os 45 e
os 65 anos que enterraram o clube em “estabilidades”, “seguranças”, “à Portos”,
espero que arrumem as botas “desportivas” e que deixem uma nova geração mais
aguerrida, informada, sim...mais disposta a arriscar no que não é óbvio, mas
muito mais combativa e sem tentação a “copiar os vizinhos” dar ao clube um novo
rumo. Ou melhor um rumo qualquer, porque já todo vimos que GL é mais um dos muitos
“marinheiros” de costa que temos tido no leme.
Precisamos de ir ao mar alto, ir mais longe,
mais fundo, para descobrir terras novas. Este continente de problemas, dividas e
humilhações desportivas não vale a pena sustentar ou ter medo de destabilizar.
Este barco está a ir ao fundo e a coisa já não vai lá com as rolhas de vitórias
em derbys como antigamente.
SL