Os devaneios por contratações de
internacionais estrangeiros de selecções que jogam de facto à bola e outros
craques emergentes do mercado, parecem mesmo coisas do passado e pelo menos de
um futuro próximo – pelo menos enquanto o clube viver à beira da carteira
vazia.
Então, de pés bem assentes na terra, como apetrechar
esta equipa?
Não há muitas variantes, tal como as verbas
disponíveis, mas penso que duas são mais evidentes:
1/ Tentar manter o plantel actual intacto, só
deixando sair quem menos constrói dentro de campo e fora dele. Recorrer
essencialmente aos miúdos da equipa B para preencher os “espaços” e se o
mercado assim o permitir contratar 1 ou 2 jogadores que estejam em final de
contrato.
2/ Tentar manter a maioria do plantel, mas
optar por fazer 2 encaixes com jogadores com bom “mercado” e de elevado patamar
salarial (Patrício, Capel ou Rojo serão os mais óbvios). Essas verbas serviriam
para adquirir jogadores com estatuto mais confirmado, mas bem menos onerosos
que os citados. Alguns da equipa B seriam chamados como segundas opções (como
já vimos no caso de Mané...às vezes não é preciso mais) mas a maioria das
opções seriam externas.
Os media têm batido na segunda opção
claramente. E não é de estranhar. Todos os analistas imaginam que a única forma
deste plantel actual crescer e ambicionar a mais será somar valores externos,
alem do mais é entendível que o clube queira realizar receitas extraordinárias
com vendas. Será também o cenário mais racional quando olhamos à vontade,
respeitosamente para como o clube, assumida de alguns jogadores irem para outras
paragens (Capel ou Patrício).
Eu tenho outra opinião. Jardim sabe que tem um
conjunto bastante jovem, que ganha a cada jornada mais confiança e espírito de
equipa. Sabe também que tem muito valor para ser trabalhado na B. Preferirá
cedências a clubes onde muitas vezes não é apreciado o valor e potencial dos
jogadores? Vai optar por chamá-lo ao plantel principal mesmo que isso implique
repetidas jornadas sem actuar e estagnar o desenvolvimento?
Já começa a sair alguma informação que indica
uma solução para os emergentes da B na base de uma terceira via. Alguns
transitarão para o plantel principal, outros serão mesmo votados a empréstimo.
Repetir as boas experiências de Adrien + Cedric na Académica e João Mário no
Setúbal estará na mente do departamento. Não esquecer que na próxima época
alguns emblemas como o Boavista ou Moreirense serão sérios candidatos a receber
bastantes jogadores emprestados e as boas relações de Inácio neste campo serão
fundamentais para colocar jogadores com algumas “garantias” de tempo de jogo.
Aliás, o Sporting devia adoptar como regra
de empréstimo a solução muito em voga em alguns países de existir uma clausula
de empréstimo em que no caso de o jogador não realizar x de minutos em campo, o
clube que recebe o jogador tem de indemnizar uma verba,
digamos...desaconselhável. No caso do Sporting serviria para anular a vontade
de muitos treinadores da I liga em agradar a outros não valorizando os
jogadores do Sporting sob os seus comandos.
Se considerarmos que João Mário, Esgaio, Viola,
Wallyson, Dramé e Rinaudo vão ter entrada pelo menos para a pré-época, veremos
que sobram poucos lugares (sem contar com eventuais saídas).
Patrício e Boeck / Cedric, Esgaio, Jefferson,
Maurício, Rojo e Dier / William, Rinaudo, Adrien, João Mário, A.Martins e
Wallyson / Capel, Helton, Mané e Carrillo / Drame, Montero, Viola e Slimani
Parece mais ou menos óbvio onde falta mesmo
alguém (lateral esquerdo e central) e penso que serão essas as contratações
mais seguras (nem King ou Mica, nem Semedo são soluções e Nuno Reis parece
votado a sair do clube, sem nunca ter merecido uma verdadeira oportunidade na
equipa principal)
Há ainda que contar com Matheus Pereira que
estará pouco tempo mais no anonimato. Ainda não o vi jogar, mas os avisos de
craque já andam a disparar por todo o lado.
De todas as vistas possíveis, uma coisa é
garantida. Pode não haver dinheiro, mas há talento. Agora ou no futuro dará os
seus frutos, seja em títulos ou dinheiro.
SL