Como não ser "pequeno"

Muito do "nosso" futebol delicia-se com a decadência do Sporting. É uma história que vende bem. A cada revés do nosso clube, constrói-se mais um capítulo da novela. Por oposição, benfas e tripeiros são enormes, indestrutíveis, colossos. Depois há os benjamins. Há uns anos era o Braga, tudo o que tocava virava ouro, inspirador, que garra, o pulso firme de Salvador...hoje Estoril e Paços, geniais, que modelos de gestão, que paradigmáticos. que poupadinhos.

O que muita gente se esquece, é que os benjamins e outros clubes da moda, vão ter de provar durante mais algumas épocas...toda a genialidade e gestão exemplar que lhes é atribuída.  O que muita gente não repara é que o Sporting tem muitas outras histórias para contar. A história de construir a base de muitas seleções nacionais, a história de passar ao lado de corrupções, a história de ser um clube acima de tudo democrático, a história do seu ecletismo, a história de milhões de adeptos espalhados pelo mundo.

Todas estas histórias provam que não estaremos perto de vir a ser um clube pequeno. Mas se começarmos a tomar outras "histórias" por factos e esquecermos a nossa, vamos abrir uma porta. Por ela vão entrar dúvidas, hesitações, conflitos...comparações com orçamentos, jogadores, troféus ganhos pelos rivais. É normal medirmos o nosso tamanho pelo dos outros. O que já não é normal é fazerem-nos crer que a realidade é imutável...que o tempo e espaço perdidos são irrecuperáveis.

Pois aceitar isso é aceitar ser pequeno.

O Sporting tem de concentrar-se no seu caminho, olhar para si mesmo e meter na cabeça que não foram os tripeiros e benfas que escolheram mal os seus jogadores, os seus treinadores, meter na cabeça que para ser "grande" tem de ser "bom" primeiro.

A maior força à direcção e a Leonardo Jardim! Sejam grandes.

SL