Falhar a Champions depois de tantos golpes de sorte (estatuto de cabeça de série e sorteio) seria um crime lesa confiança e se há clube que tem sido capaz de deixar os seus créditos por mãos alheias nas competições europeias...o Sporting é um deles.
O resultado de Alvalade foi tudo menos bom. Principalmente porque o Steua não fez quase nada para merecer regressar à Roménia com essa vantagem psicológica de ter ido a casa de um adversário bem melhor e não sofrer golos. Esperava-se uma subida de rendimento dos romenos e maiores dificuldades para o Sporting em impor o seu jogo.
Graças aos deuses do futebol, o treinador do Steua convenceu-se que tinha uma fórmula mágica para conter o Sporting e obrigá-lo a mais uma partida sensaborona, onde podia confiar na sorte de num contra-ataque fechar a eliminatória a seu favor. O que o tal "Dica" não entendeu (e ignorou completamente a exibição de Guimarães) é que o jogo leonino na 1ª mão foi muito mais engasgado que o normal e que tendo a obrigação de marcar na 2ª, dar-nos a condução de jogo e permitir-nos mais pendor atacante seria um erro. E foi.
A partir do momento que Doumbia inaugurou o marcador, a principal mossa estava feita. Já não haveria prolongamento nem penaltis e essa circunstância obrigava o Steua a também ter de marcar. Fê-lo com muita sorte e erros defensivos dos centrais leoninos. Chegava a segunda oportunidade de Dica entender a "big picture" e emendar a estratégia. Não o fez, bem pelo contrário...voltou a devolver a condução de jogo ao Sporting, tentando ganhar tempo para estudar a melhor forma de procurar o 2º golo. Foi a fase mais dividida do jogo ainda assim e onde os romenos (empolgados com a reposição de igualdade e deslumbrados com a atrapalhação sportinguista) mais interrogações colocaram na eliminatória.
O intervalo foi-se aproximando e Dica, deixando assentar os nervos da equipa leonina, perderia a única janela que teve realmente para mudar o destino da sua equipa. No início da 2ª parte mudaria um médio de ataque por outro e daria instruções claras para pressionar o último reduto do adversário. Demorou ao Sporting entender a nuance táctica e a mudança de paradigma do jogo, mas depois disso foi um festival de contra-ataque...algo para o qual o Steua não estava definitivamente preparado. O resto foi arte e engenho dos jogadores leoninos.
Pode ter chamado a atenção a nervoseira que muitos dos jogadores do Sporting evidenciaram nas alturas que o Steua mais acreditou, mas quem vê futebol há muitos anos sabe que por vezes há circunstâncias psicológicas que podem afectar os destinos das partidas. O Steua não tinha nada a perder e o Sporting tinha...tudo. Esta decalage de risco foi mais que óbvia em algumas partes do jogo e sejamos claros...foi mais o "medo do cão" que a ferocidade do mesmo.
E agora, como disse JJ é mesmo "desfrutar" da principal competição internacional de clubes, tentando fazer os brilharetes possíveis contra adversários bem longe do valor deste Steua. Há que acreditar sempre e fazer o melhor que se sabe...e ao contrário do treinador adversário ontem, arriscar o possível, pois sem ambição e apenas com cautelas, não vale a pena disputar este tipo de provas. Sabe JJ e sabemos todos nós que o forte desta nossa equipa não está (mais uma vez) na solidez defensiva. E quanto à estatística de 13-1 no rácio de golos em jogos oficiais...é bom, mas olhemos aos adversários e à sua qualidade atacante.
Saudações Leoninas.
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