Verbo ganhar

Comecemos pelo princípio. Era o verbo...ganhar. E ganhámos. Depois era o verbo recuperar...a imagem. E recuperámos, este Sporting é o que não foi a Guimarães. A seguir era o verbo vingar. E vingámo-nos, desde logo com uma vaia monumental ao hino da Champions, mas mais importante que isso deixámos bem claro que damos menos casas que o Shalke na defesa e atacamos bem melhor.

Seguiu-se o verbo encerrar e falo claro da polémica à volta das criticas de BdC no facebook. Marco Silva e todos os jogadores estiveram exemplares nas entrevistas pós jogo e (com mais ou menos vocabulário e originalidade no léxico) em colocar 3 pontos sobre o assunto. Não era um verbo, mas conjugou-se bem vivo em Alvalade – a desconfiança pela nomeação do árbitro. Como já se adivinhava houve mais vergonha, mas ainda assim Fuchs já com amarelo tudo fez para ir tomar banho mais cedo (acabou por ir mas por castigo do treinador depois de ser papado no mesmo lance do 3-1) e um penalti que desta vez o árbitro de baliza “escolheu” não ver.

Podem dizer (e vão fazê-lo) que Jefferson também fez penalti e que Nabi Sarr pôs-se a jeito com Meyer dentro da área...mas só por maldade ou estupidez (as duas se fores o Pedro Guerra) se pode advogar que o árbitro esteve mal nesses lances. Jeff não viu a bola sequer partir e o contacto é completamente casual, Sarr só pode ter feito penalti se tiver poderes sobre o vento.

O resultado da noite de ontem é 3x bom para o Sporting. Ganhamos 3 pontos, 1 milhão de euros - já dá para dar a entrada num rapaz que eu cá sei (isto saiu um pouco estranho...) e o “comboio” da Onda Verde voltou aos carris dos bons jogos. A esquizofrenia de criar 8 oportunidades de golo frente ao 3º ou 4º classificado alemão (tanto fora como em casa) e nenhuma com o Guimarães deve ter sido uma “temporary madness” inimputável lá para os tribunais de contas de fim de época.

Na contabilidade convém também inserir lá um campo para o trabalho que este plantel e Marco Silva vão ter ainda de fazer para melhorar os posicionamentos e apoios defensivos da equipa. Nem sequer são as oportunidades de golos que permitimos que me chateiam mais...mas a forma como o meio campo pelo centro deixa evoluir o adversário é um pavor para quem olha mais largo do que os 4 metros onde está a bola.

William recua, Adrien descai demasiado e abre-se um buraco no meio que nem sempre o João Mário recupera para tapar...era porreiro que o Marco (que deve ter visto isto 12 minutos antes de eu sequer pestanejar) pensasse melhor na articulação defensiva entre os dois médios mais defensivos...julgo que muitas vezes hesitam entre roubar bola e tapar linhas de passe...coisa que não sucedia na época passada (Jardim punha William a limpar atrás do que Adrien não roubava). Culpar os centrais por todos os erros é nem sequer pensar porque é que têm de intervir tantas vezes durante um jogo.

Mas deixo as preciosidades tácticas para os entendidos, a mim interessou-me mais a coragem e garra da equipa. Essa sim era fundamental para voltar a acreditar nesta equipa e agora é começar já a preparar o próximo jogo...que há que recuperar terreno (ou não perdê-lo) noutras realidades.

SL

PS1 – O tal plantel curto teve Mané, Jefferson e Sarr a entrar na equipa titular, dois deles fizeram golos e o terceiro teve oportunidade clara para isso...só para ir lembrando

PS2 – O director do Jornal do Benfica disse apenas isto:

Bruno de Carvalho é um "palerma" que só diz "disparates"

Aguardo o editorial no próximo jornal do Sporting...