(Des)Liga Portugal

A incompetência é sempre impressionante.

"Deyverson e Miguel Rosa? Quem tiver dúvidas pode fazer participação."
Luis Duque

E a Liga não tem? Porquê? Questão menor? Esta arrogância dos iluminados que "comandam" ou fingem que comandam o nosso futebol é despropositada e completamente contraproducente. Primeiro, toda e qualquer questão que possa influir directamente ou indirectamente na decisão de um jogo de futebol é sempre importante. Merece sempre intervenção e apuramento total da origem e consequência do problema.

Duque é como todos os outros que têm passado na FPF e na Liga...uma inutilidade como gestor e um monte de esterco como amante do futebol. Na verdade o que estes gajos querem, e são lá colocados com essa agenda, é aumentar lucros. Mas como dá muito trabalho resolver os problemas de base do nosso futebol (equilíbrio orçamental, competitividade, profissionalismo, transparência) nada melhor que ignorá-los e tratá-los como se fossem "polémicas" entre adeptos.

O problema não desaparece, mas como "quem não vê é como quem não sente", soma-se mais uma pedra dentro do sapato. À custa de tantas pedras qualquer dia o pé já não entra, nem pé nem patrocinadores. O futebol é cada vez menos um exemplo positivo e cada vez mais mato perfeito para todo e qualquer mafioso ou incompetente se esconder pela erva alta. Precisamos de dinheiro e estamos dispostos a tudo para o receber. Isso incluirá lavagem de dinheiro, subserviência a fundos e empresários, viciação de resultados, ingerência de empresas e patrocinadores.

Luis Duque é mais um porteiro desta podridão que poderá entrar, primeiro financiando a Liga...e depois os clubes. A promiscuidade já é total e o Estado não tem moral para intervir (também ele atolado em suspeitas e escândalos). O número de espectadores continua a cair e as TVs a encarar os encargos de ligação ao futebol como proibitivos. As empresas portuguesas têm cada vez menos apetência em ligar-se ao futebol e a nossa liga não é propriamente um produto reconhecível fora do espaço da nossa língua.

O argumento para a bancarrota parece perfeito. O "produto" tem perdido qualidade e a gestão navega entre o lascismo e a corrupção. À parte das rivalidades entre grandes, o mercado afunila-se, os clubes médios estão a caminhar para pequenos, e os pequenos a resvalar para a inexistência. E o que faz a Liga e a FPF? Fecha-se aos requisitos de 2 clubes e à intermediação da luta entre ambos pelo poder e dinheiro.

Não consigo imaginar como pode o futebol português dar um passo correcto com uma classe de dirigentes que está no "futebol" sem que entenda o mínimo da sua essência e que faz vista grossa a todos os bons exemplos de outras ligas. Promove-se a "esperteza" e o compadrio como se o desporto-rei fosse uma arte de conspiração palaciana. Esquece-se o espectáculo e a emoção...como coisas menores, o que interessa é o dinheiro, sempre o dinheiro. Enriquecem-se os dirigentes e os agentes paralelos. Empobrecem-se os clubes. 

Há 20 anos ninguém via jogos da Liga Inglesa. Há 10 anos já muitos assumiam que preferiam ver a Liga Inglesa ou Italiana. Há 4 anos que Real Madrid e Barcelona rivalizam com os nossos jogos em matéria de audiência. Hoje com o streaming e canais dedicados, é fácil descobrir que a nossa Liga está na idade da pedra e pouco faltará para que muitas crianças e jovens descubram os próximos ídolos e clubes pela televisão ou computador nas Ligas onde clubes não "mandam" outros jogar sem os seus 2 melhores atletas. 

SL