A vantagem da guerra

Há muitos livros sobre estratégia bélica no mercado. Basta ir a uma Fnac e por cerca de 200 euros obtém-se o best of da coisa. Entre Samurais, Maquiavel, Sun Tzu, Churchill...há muito por onde aprender a gerir um conflito.

A regra principal? Saber onde e quando atacar, saber como e com quem defender. Gerir o inimigo como um adversário gere o seu oponente num jogo de xadrez é a tarefa-mor de qualquer principio estratégico.

Ilori, Elias, Bruma, Turan, são casos que se avolumam, a meu ver por uma má estratégia de defesa do clube. É verdade que em todos estes casos, há uma “agressão” não provocada aos interesses financeiros do clube. São todos casos em que o jogador e/ou o empresário tenta jogar com a ruptura dos cofres do clube, para o obrigar a aceitar negócios de rápida resolução, mas péssima compensação financeira.

A verdade em todos estes casos é o que menos pesa. O que é mais importante é provocar o outro a fazer aquilo que interessa. Ou seja, a ruptura. A desistência. Nem o Sporting, nem os jogadores terão razão completa, mas o clube procura verbas para libertar ou renovar com atletas que estes não querem...e esse é o único problema.

O Sporting deveria saber que ao emitir comunicados ou declarações sobre qualquer caso, está a abrir automaticamente um contencioso. Embora clara e inequívoca, a posição “oficiosa” não dá nenhuma vantagem, bem pelo contrario”. Dá o pretexto pretendido para afastar Clube e jogadores e esticar a relação até níveis próximos do não retorno. Chegando aí...é praticamente impossível ao Sporting assegurar os seus direitos...muito por culpa de uma direcção anterior, mas que não deixa de ser a mesma instituição.

Recomendo a quem aconselha BdC nestes processos a definir bem todos os planos de acção, tendo sempre como desígnio último a viabilidade financeira dos mesmos e não a “imagem” pura e imaculada do clube. É que os milhões que se perdem nunca mais voltam, já as “famas” disto e daquilo são tão duradouras como as vontades dos empresários.

Já agora, convém a todos reflectir se é uma atitude inteligente ou proveitosa o Sporting andar permanentemente a disputar a “verdade” dos seus contratos, contas ou relações com assalariados na praça pública. É que se por um lado dá aquela imagem de nobre cavaleiro a batalhar pela justiça e direitos assegurados, também passa uma aura de clube imerso numa guerra suja e destinada ao insucesso.

Aplaudo as boas medidas e concordo com muitos dos caminhos traçados, mas não podia deixar de salientar o que os factos provam, e a verdade é que o Sporting não está a sair ileso destas batalhas. Quando estes 4 casos chegarem a um termo, será possível entender (pelo que foi ganho e perdido) o mérito da nova direcção. Justa será sempre. Vantajosa (?)...aí é que tenho as minhas dúvidas.

SL