quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

"Faltava-me um braço direito"

Diz Godinho Lopes sobre a oportunidade de ir buscar o Jesualdo. Mas não é verdade. Temo que o presidente leonino esteja a incorrer numa grave incorrecção. A parte do corpo que estava ausente não era o membro superior direito, era todo o cérebro, ou seja ambos os hemisférios.

O braço direito diz adeus ao dinheiro, marca os números dos bancos no telemóvel, segura a caneta com que se assinam contratos...portanto conclui-se que isso foi coisa que nunca lhe faltou. O que foi sempre omisso deste "corpo" directivo foi o julgamento e a ordem que se deram continuamente a todos os braços.

A não ser que existam por aqui braços ocultos que ainda se possam amputar, uns mais belgas que outros, o problema de Godinho não está na mão que amassa, mas na própria massa, a cinzenta, que por exemplo devia ter desconfiado de empresas com a profundidade literária de escolher uma designação como Businlog. 

O Sporting versão Lopes, é a reposição da história da maior parte dos filmes dos anos 50, em que um rapaz da aldeia que vem para a cidade e apaixona-se por prostitutas, entrega o pé-de-meia para ser espoliado  por burlões e claro...conta como amigos gente gananciosa que o usa e humilha sem qualquer tipo de escrúpulos.

No fim destes filmes, o "Candido" acaba por se revelar corajoso e com um arrependimento coletivo dos vilões sai por cima, conquista a beldade e descobre que está rico. Mas...para Godinho o final não será tão feliz. A coisa andará mais ao género de outros filmes com personagens com braços e pernas "emprestados". como Frankenstein, onde não se sabe bem quem é o maior "monstro"...se o criador, se a criatura.

Uma coisa é certa, enxovalhar Godinho Lopes passou a ser um campeonato à parte da época desportiva. E neste, não há lampião ou tripeiro que nos ganhe!

SL

2 comentários:

  1. Muito bem escrito. Falta apenas a referência à multidão que marcha de tocha na mão para derrubar o monstro.

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