quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Não hesites

"Quando recebi o convite do Celta nem hesitei"

E é assim que se vê o porquê deste plantel, que foi (teoricamente) considerado dos melhores que o clube já teve, ter feito o pior arranque de época de sempre. Se há jogador que merece ser apelidado de "pesetero" secalhar Pranjic é um deles. Não consigo arranjar outra explicação. É que com a idade do senhor croata normalmente os clubes espetam-lhes contratos por objectivos, em que se a equipa ganha eles ganham bastante, mas se a equipa perde, eles ganham muito menos do que estavam habituados.

Talvez na ideia do Pranjic estivesse a noção de que para a carteira dele esta época seria uma catástrofe e em Espanha sempre paga menos impostos. Pensar com a carteira, sem qualquer noção do que é o Sporting, sem querer sequer pensar no que frases do género das que transcrevi no inicio do post passam para quem lhe pagou meses a fio um ordenado sem ver retorno no campo.

Mas este senhor não está (ou esteve) sozinho no plantel. De todos os defeitos que saltam à vista no jogo do Sporting, a falta de companheirismo, de conjunto, de empatia entre jogadores é talvez a mais estúpida.

Primeiro porque revela que o clube investe milhões de euros sem sequer saber o básico sobre os jogadores que vai por nas campanhas publicitárias a incentivar adeptos a gastar dinheiro que tantas vezes serviria para umas curtas férias para toda a família.

Segundo porque depois de vestirem a "verde e branca" para a fotografia com o cartão de sócio e um sorriso de trazer por casa....não há mais nada....não há no clube quem passe a cultura do clube, ninguém que lhes plante na cabeça exigência, dever, obrigação. É receber o cheque, correr 7 kms de 4 em 4 dias e esperar que o ano acabe com uma transferência para outros clubes, outras montras.

Mas é o que dá quando de 4 em 4 anos não sobra uma cara conhecida no plantel. É o que dá quando se anuncia aos 7 ventos que se tem milhões para comprar jogadores. É o que dá quando se dão chutes no cu a gente que deu tudo ao clube, para lá colocar dúzias de sebosos directores de gravatinha Massimo Dutti e diploma da Católica.

Os "filhos" da fina nata do leão, entendem tanto de futebol que desde que tomaram posse nunca mais ganhamos um título, enchemos a barriga de "jeitinhos" bancários e de dívidas pornográficas, sempre a empurrar o insucesso para debaixo do tapete.

São estes senhores que também não hesitam quando um qualquer Carlos Freitas lhes entra pela porta com um nome sonante acessível por módicas quantias e sonham com vitórias épicas e o nome gravado na história centenário do clube. Pois é...mas o Sporting não anda nisto sozinho e na escola onde anda esta gente já outros foram mestres...

Precisamos urgentemente de gente que saiba de futebol a tomar decisões dentro do Sporting. Gente que não nos traga Vercauterens, Paulos Sérgios, Pranjics, Farneruds e outras obras primas do Football Manager.

Precisamos de gente que saiba o que o clube precisa....xiça...chega de projectos, organigramas, planos a não sei quantos anos, com não sei quantas fases. No powerpoint da consultora fica bonitinho, mas no futebol tuga mais vale limpar o rabo a urtigas.

Pode ser que apareçam. Pode ser que sim. Pode até ser que haja por aí sportinguistas tão fartos disto como eu, que se cheguem à frente e ponham mão nesta pouca vergonha.

SL

3 comentários:

  1. Parti-lho com todos uns excertos de uma entrevista que Godinho lopes deu ao Expresso em Março de 2011,


    "O projeto é para ganhar, não quero ficar dependente da venda dos jogadores. Há vendas em função do projeto e não em função das necessidades - e esta é a grande diferença. Vender a qualquer preço só para permitir que se paguem salários não. Jamais venderia um jogador para um rival. Mas veja: faz sentido falar num modelo integrado."

    "A independência passa por isso, tenho de ganhar. Se baterem uma cláusula de 30 milhões é outra coisa, vender um jogador para depois aguentar uma época desportiva ou algo do género acabou. A grande mudança é essa - eu, Luís Duque e Carlos Freitas viemos aqui para ganhar, não para vender os jogadores e equilibrar o passivo."

    Cumprimentos e SL.

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  2. A verdadeira história da AG extraordinária:

    A mesa de carvalho

    Num manicómio perto de si...

    Na ala dos doentes perigosos, 5 individuos estão reunidos à volta duma mesa, uma mesa de carvalho que no manicómio todos os doentes julgam ter poderes mágicos.

    O doente, Dudu Borrousse, está amarrado à cadeira na cabeceira da mesa de carvalho com os olhos esbugalhados, o seu psiquiatra predilecto, dr. Fel Compaio, está à sua esquerda a falar sobre borboletas e comportamentos de risco, o enfermeiro Mão Compaio que entrou no manicómio puxado pelo dr. Fel Compaio está a tirar notas. O auxiliar Boi Mangalho e a dona Natália, que é quem faz a limpeza dos dejectos do Dudu Burrouse, não contam, mas estão lá para o que der e vier, pois com doentes e neste manicómio... nunca se sabe!

    De repente, uns doentes menos problemáticos que tinham vindo do lanche e que tinham andado a jogar ao Mata, põem as fronhas junto ao vidro da porta da sala, gritaram:
    “- Dudu! Dudu! Bora acabar kom o Sporting???”
    “- Dudu? Dudu? Óvistes???”

    Na sala, Dudu esbugalhou ainda mais os olhos, apagou o charuto no copo de água para os comprimidos e virando-se para o dr. Fel Compaio disse:

    “- dr. Fel, tenho já de falar ao meu filho e ao meu tio, os meus dois gurus favoritos a seguir a si, para saber o que é que eles acham desta ideia genial e grandiosa! Que belo argumento para um guião para eternizar o meu nome! Desta ninguém se lembrou! Ainda por cima sendo eu indefectível sportinguista! Tem tudo! Tem paixão! Amor! Drama! Ai o meu querido Sporting!!! Ai o meu querido Sporting! Coitadinho!!! Não vou resistir! Não me controlo! Já me apaixonei pela ideia! Agarrem-me!”

    Nisto, o dr. Fel Compaio responde:

    “- Bem, de facto, grandes homens matam por amor e matam os entes queridos que mais amam... e é preciso compreender isto, o sofrimento destas pessoas, pois estas pessoas acabam por sofrer muito mais do que os pobres coitados que perecem, mas que acabam por não sentir nada... a sociedade é terrível, a mente humana é terrível, mas tudo se trata, tudo se trata... disse em voz baixa.”

    Dudu, moralizado pelos grunhidos incessantes dos doentes da outra ala e pelo discurso pausado, calmo, do dr. Fel Compaio, vira-se para Mangalho e diz:

    “- Mangalho! Vai buscar o side-car! Vamos embora!”

    Mangalho levantou-se, deu um pontapé no balde de água com lixívia da dona Natália e foi a correr para marrar contra a porta... que estava obviamente trancada.

    Mangalho, estatelado no chão, começou a deitar sangue pelo nariz. Era sangue por todo o lado.
    A dona Natália exclamou: “Que chatice! Logo agora que já tinha apanhado os cagalhões todos! Não há direito!”
    O dr. Fel Compaio olhando para o chão, mas não se levantando da sua cadeira, vira-se para Mangalho e diz:
    “- Mangalho, imagine que está num prado verde, livre... desabrido... e à sua volta... apenas uma hippie morena, não depilada claro, mas nua... tapando a sua floresta negra com uma capa dum disco do Janita Salomé...”


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  3. (continua)


    Entretanto, o enfermeiro-chefe Alfredo Mentol, uma figura, um cromo difícil, que também tinha estado internado naquele manicómio, dispersa ao pontapé os atrasadinhos que tinham acabado por babar o vidro da porta.
    Chega à sala e abrindo a porta, grita:

    “- Mas que merda vem a ser esta!? Hum?”
    “- Tá tudo cagado! O Mangalho tá no chão todo fodido!!!”
    “- Pócaralho pá!”

    O dr. Fel Compaio, enigmático, procura justificar-se:

    “- Sabe enfermeiro-chefe, esta mesa de carvalho tem mesmo poderes misteriosos...”

    O enfermeiro-chefe responde:

    “- Oh dr. Fel Compaio, eu vou mas é buscar a moto-serra à arrecadação e isto vai mas é tudo cucaralho! A mesa de carvalho vai mais é ser a mesa do caralho, pá! E vocês metam-na pela peida acima seus mongos! Seus caralhos!”

    Entretanto, o Dudu Burrouse agarrado a um peluche do Jubas vira-se para o enfermeiro-chefe e diz:

    “- Você sabe quem eu sou? Sabe? Olhe que eu tenho muito poder por causa do tio!”

    “Tás cheio da sorte, oh badocha!” – respondeu o enfermeiro-chefe.

    O dr. Fel Compaio que não estava a gostar da linguagem do enfermeiro-chefe avisa-o:

    “- Olhe que eu também tenho muita sorte por causa de outro parente meu! Cuidado!”

    O enfermeiro-chefe primeiro responde e diz:

    “-Pois, o teu nome não engana, Compaio... sorte não deve ter faltado, pelo menos durante uns anos!”

    E farto daquilo tudo, o enfermeiro-chefe vai à arrecadação buscar a moto-serra, liga a bicha e zás! Serra a mesa em 5 bocados!
    Depois, enquanto todos olhavam atónitos para ele, saca das chaves e grita bem alto:

    “- Alto! Tudo quietinho! Esta noite ficam aqui juntinhos! O Dudu, o dr.Fel, o enfermeiro Mão, o Mangalho e até a dona Natália! Bebam lixívia, mijem pá floreira, se tiverem frio usem a lenha de carvalho para fazererem uma fogueirinha que até é moda lá para as bandas leoninas, porque hoje, ninguém vai acabar com o Sporting!”

    Lá dentro da sala, pianinho..
    Cá fora, o enfermeiro-chefe, volta a gritar... para toda a gente ouvir no manicómio:
    “- Na peida, pá! Na peida!”

    Qualquer semelhança com eventos ou personagens reais é uma mera coincidência

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