terça-feira, 24 de setembro de 2013

Cultura

Jardim e Carvalho disseram o que todos os Sportinguistas viram. Uma equipa com grandes dificuldades em dominar o jogo. Não foi falta de jeito, nem falta de táctica, foi mesmo falta de nervo.

É claro que a diferença entre o Céu e o Inferno não é um lance de bola parada. Se Tarantini não tivesse chegado mais alto, hoje estaríamos a falar de títulos e surpresas e não em “piores exibições da época”.

Mas a verdade é que se queremos mesmo uma cultura de exigência, os “ses” e os “talvezes” valem absolutamente zero. O Sporting não esteve ao nível habitual e é isso que se deve colocar na mesa de discussão.

Se Jardim sabe porque aconteceu esta quebra de rendimento, passa à fase em que um treinador é mesmo importante – a solução. Se não sabe, deve procurá-la (como aparentemente está a acontecer nos últimos treinos) não da forma mais clássica – mudar os jogadores – mas da forma mais eficaz.

O que me põe um sorriso na boca, é a resposta ao mau resultado. Não recorremos aos erros dos outros para disfarçar os nossos. Xistra esteve muito mal e tirou provavelmente 2 pontos ao Sporting. Mas do que adianta verdadeiramente iniciar uma cruzada mediática contra os palermas do apito?

No passado fizemo-lo e ao contrario de benfas e tripeiros não recebemos compensações, apenas mais erros, greves, processos disciplinares e uma equipa que não era capaz de cortar uma bola dentro da área ou fazer um passe longo com receio de penalties e foras-de-jogo.

Esta auto-critica pode funcionar muito melhor nas duas frentes que interessam: a interna – melhorando a disciplina da equipa; a externa – condicionando os árbitros a arbitrar bem, já que o Sporting “poupou” institucionalmente Xistra ao auto de fé habitual quando alguém erra como ele o fez.

O caminho, para mim, é bom e dará frutos. Pode não ser amanhã, daqui a um mês ou seis, mas a cultura para vencer é esta, sendo pública terá ainda mais eco na imprensa, chegando mais rápido às mentalidades de quem rodeia o clube, começando e acabando nos adeptos, tantas vezes os mais exigentes de todos, mas também os mais céleres a desculpabilizar os jogadores.

E no futebol são eles que tiram e põem bolas na baliza. Na maioria das vezes.


SL

3 comentários:

  1. Estou totalmente de acordo contigo. Um dos problemas do Sporting era exactamente esse, empatávamos ou perdiamos um jogo e o que é que acontecia ?
    A Culpa era do árbitro.
    Ninguem queria saber porque é que a equipa jogava a passo, sem raça, sem nervo e sem jogar a ponta de um corno. E os jogadores felizes da vida, faziam merda mas já sabiam que a culpa era do árbitro. Temos que mudar o chip e parece que o nosso Presidente tambem percebeu isso. Ainda bem

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  2. É essa a ideia. Por isso ele está no banco. O presidente não é perfeito, mas parece querer acabar com as desculpas estranhas. É para jogar futebol e querer vencer sempre.

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  3. Subscrevo inteiramente... uma coisa é as queixas da arbitragem quando jogamos bem mas o árbitro tira-nos a vitória com um erro qualquer. Outra é jogarmos mal, sem atitude e ainda culparmos o árbitro (que errou, ok) da nossa derrota. Provavelmente com aquela atitude ainda sofríamos outra vez o empate mesmo que marcássemos o penalty. Acho que é uma boa atitude e pode ser que funcione com os árbitros, já que os outros 2 clubes andam em guerra pelo poder no futebol português.

    Cumprimentos

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