terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Mira e calibre

O esforço e amplo trabalho de divulgação, por parte dos media, do "caso" Alan Ruiz é, antes de mais nada, uma tentativa de tapar o sol com uma migalha. 
Apesar dos raios luminosos exporem à luz intensa todo um vasto e sumarento rol de escândalos benfiquistas, os jornais (sobretudo ABola e o Record) tentam encontrar a sombra reconfortante de um caso de indisciplina em Alvalade. 


Pode parecer que se justifica a atenção dada a esta tropelia do jogador argentino, pode até ser obviamente digno de ser notícia. O que está completamente desajustado é o calibre e sobretudo o espaço que está a ser ocupado.
Casos de quebra das regras disciplinares são às centenas todas as épocas e a maior parte delas nem chegam a ser merecedoras de registo (quanto mais esta saga dos últimos dois dias) e todos sabemos que há um calendário e uma metedologia para as resolver. Inquérito, nota de culpa, castigo. Ponto.

Além do mais, convém que tenhamos todos bem presentes que no momento actual da equipa do Sporting, Alan Ruiz é uma segunda linha com vista para o Aeroporto da Portela. Essa é a origem do problema e talvez o fim do mesmo. O que há para transformar este "episódio" numa "novela"? Juro-vos que não sei, mas desconfio que seja uma verdadeira lufada de ar fresco, ler supostas polémicas do outro lado da 2ª circular. O absurdo é que esta problemática tem pavio molhado à partida e não irá sequer deflagrar para muito mais longe que a preponderância que o atleta tem na época em curso.

Seja o pai, o irmão, o facebook, o Ferrari ou o cão, a mais puras das verdades é que para o universo leonino Alan Ruiz está muitos centímetros abaixo de Podence, a muitos rins de Gelson, a imensos tiros de B.Fernandes e quem sabe a muitos menos dólares de outro qualquer que venha querer "sofrer" mais para brilhar com a camisola do Sporting.

Numa escala de preocupação dos adeptos leoninos, a indisciplina de Alan Ruiz está bastante abaixo da cor de cabelo de Podence, abaixo da antipatia moderada para com o speaker Botas ou a praga dos posts de ódio de Dala-Angolanos no facebook do Sporting.

Eu sei (como já escrevi) que dá jeito, mas acho até humorístico que se dê tanta importância à birra de um dos Ruízes...quando há gigabytes de broncas épicas à disposição de um enorme furo jornalístico. Tão humorístico como elogioso. É que usando a imagem criada por Quintela há uns dias...se uma infantilidade de um suplente do Sporting tem mais atenção do que a análise de indícios que podem (podem mesmo!) levar o Benfica à descida de divisão e à prisão de vários dos seus dirigentes...então só se pode dizer que Somos Enormes!

SL

sábado, 16 de dezembro de 2017

A verdadeira questão

Entender que o futuro do futebol português está dependente da coragem do Governo para fazer cumprir as leis é fácil. O problema é mesmo responder à questão: vai mesmo fazê-lo ou irá colaborar com o varrer de mais um processo de ruptura para debaixo do tapete?

O Apito Dourado foi uma vergonha. O MP foi incauto e tudo se fez para deixar escapar o Porto do castigo que obviamente lhe era devido. Quem pagou a factura foi o nosso futebol e não mais sossegaria nenhum adepto as garantias tolas dadas pelas instituições, as mesmas que agora se prova estarem podres e decadentes, incapazes de uma reação ajustada às polémicas e escândalos do momento.

O caso dos emails é o resultado da impunidade dada, pelo Estado, ao Porto. O Benfica e LFV sentiram margem para copiar o rival nortenho e até ir vários pontos mais além. Fizeram-no e como todos os e-mails exibem, com elevado grau de empenho e ciência...numa verdadeira operação mafiosa.

Cabe agora ao Governo dar ou retirar margem ao MP e PJ para irem até às últimas consequências. Sei que tentarão que tudo se reduza o mais possível, que se use da tabela de punições mais branda ou do isolamento de culpados, protegendo o Benfica. Mas um problema se levantará se o proteccionismo for desproporcionado à gravidade das provas:

Abrir-se-á definitivamente as portas da impunidade a que todos os clubes sintam que ou fazem o mesmo que o Benfica faz ou perdem a dianteira do controle sobre a arbitragem, justiça e disciplina. E isso será o fim da nossa Liga. O definhar da nossa Seleção. A decadência dos 3 grandes portugueses. O tal "ambiente" piorará 20 vezes e nada funcionará por respeito à lei, mas sim por voto ou partição do mesmo.

Ao não seguir as leis, o futebol português passará a ser um mau exemplo social e uma estrutura que albergará todos os bandalhos de menos valia humana.

E tudo porque um Governo teve medo de uns míseros milhares de votos dos atrasados mentais que confundem o país com o seu clube ou a sua vida com uma merda de um jogo de futebol.

Se o Sporting fizesse metade do que já vi nos emails, seria dos primeiros a tentar impugnar o mandato da direcção e sei que teria muitos leões a meu lado. A irresponsabilidade dos sócios do Benfica também tem deixado evidente o grau de podridão a que parte da nossa sociedade exibe. Algo que me assusta na verdade.

SL

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Meia recta final

Não é a recta final para o fim da época, mas sim para o fim do ano, para o início de nova janela de mercado e para o derby na Luz. Até lá, falta apenas um jogo para o campeonato - recepção ao Portimonense. Segue-se o clássico e a receção ao Marítimo. São 3 jogos de graus de dificuldade bastante diferentes, mas onde temos toda a legitimidade de amealhar 9 pontos e fechar uma primeira volta muito boa, ao nível das melhores que um grande consegue fazer...numa boa temporada.

O mercado em Janeiro pode trazer algumas correcções e, espero eu, saídas de menos impacto na força da equipa. É verdade que alguns jogadores continuarão a ser alvo de abordagens de clubes com outro tipo de orçamentos. Dost, Gelson, WC e companhia, são atletas com mercado, mas por uma razão ou por outra, serão nesta altura trunfos difíceis de alienar sem que as hipóteses do título fiquem um pouco mais reduzidas.

Os acertos que imagino necessários e alcançáveis serão mais ou menos estes:

- Se Jonathan Silva sair, precisamos de uma alternativa a Fábio Coentrão (além disso o tempo de lesão do Argentino é longo e não sabemos quanto mais levará até ser realmente opção).

- Urge resolver a saída de Douglas e se somarmos a isso uma possível venda de Tobias Figueiredo...é possível a entrada de uma nova solução como central.

- Se Battaglia, Palhinha e William chegam e sobram para fazer a posição 6, a verdade é que a posição 8 depende demasiado do argentino. Nem Bruno Cesár e muito menos Bryan Ruiz se sentem confortáveis no papel de "box-to-box" e Bruno Fernandes é desperdiçado (a meu ver) nessa função. Ter uma alternativa "séria" e competitiva a Battaglia dava um certo jeito. A situação de Petrovic parece-me merecedora de uma saída digna de Alvalade.

- É certo e sabido que Iuri não teve o impacto que se esperava no Sporting. Depois de boas épocas emprestado pensou-se que a maturidade e influência revelada seria suficiente para explodir de leão ao peito. Ainda não aconteceu e a equipa precisa de um desequilibrador que renda (com qualidade) quer Gelson, quer Acuña. A sair, Iuri, abrirá vaga para um ala.

- Com a chegada de Bruno Fernandes, com a constância de exibições de Bruno César, Alan Ruiz e Mattheus Oliveira parecem cada vez mais cartas a navegar à solta no baralho. Para que não percam uma época e desvalorizem, era conveniente encontrar uma solução boa para todas as partes.

- Doumbia é um jogador útil. O problema é que custou demasiado e o seu salário é ajustado a outros adjectivos mais significativos que "útil". Fala-se numa venda com uma boa valorização para os nossos cofres e essa é a única razão para ver um jogador deste nível sair a meio da época. Sinceramente acho que, mesmo não tendo encaixado no esquema tático de JJ, é um valor a ter sempre em conta e se tiver de sair - terá que chegar algo dentro do mesmo calibre, pois Dost não pode ser a única referência na frente de um plantel com tantas soluções para outras posições.

Obviamente que não espero que todos estes cenários aconteçam, mas grande parte irá mesmo ter de ser resolvida. Não esquecer que estamos na ante-câmara de um Mundial, com muitos jogadores a precisar de minutos para entrar nas convocatórias finais. Algumas destas posições podem ser reforçadas com atletas nessa condição.

SL

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Clássicos

Adeptos do Benfica queixam-se do árbitro. Adeptos do Porto queixam-se do árbitro. Sinceramente, como adepto do Sporting dou razão (ou retiro-a) a ambos. Razões de queixa assistem a ambas as equipas, mas não me parece que Jorge Sousa tenha desequilibrado a partida em favor de qualquer um. Há claramente um fora-de-jogo mal assinalado em desfavor do Porto (atenção que não se pode falar em golo anulado, já que o apito já tinha soado anteriormente) e provavelmente um penalti de Luisão.
Do outro lado, o Benfica pode queixar-se de algumas entradas de jogadores do Porto que podiam ter tido sanções disciplinares mais graves.

No deve e no haver, com uma arbitragem que espalhou erros por toda a partida e por ambos os conjuntos, só se pode concluir que não foi pela arbitragem que o jogo terminou com um empate, mas sim pela ineficácia dos anfitriões e pela táctica à "pequeno" dos benfiquistas. E aqui merece um especial destaque a perda de "gás" que a equipa nortenha vem a demonstrar em frente à baliza, expondo um Porto com mais fragilidades do que revelou no início da época. Há cada vez mais analistas que já entenderam que a equipa de Sérgio Conceição tem pouca profundidade táctica, ou o plano A resulta, ou não há nada a fazer e o "disco riscado" repete-se pelos 90 minutos, sem capacidade para ir muito mais além de substituir peças.

O Benfica foi mais do mesmo frente aos rivais que lutam pelo título. Uma equipa escondida, remetida a 40 metros, com as linhas quase juntas...a rezar para que nenhuma bola entre na sua baliza. É a cena de Rui Vitória, que assenta as suas hipóteses de sucesso na perda de poucos pontos nos outros jogos, dando de barato que ficaria feliz com 4 empates nos "clássicos". Valha ao menos a verdade, não tremeu tanto como seria esperado, mas também não deixa de ser evidente que se o Porto tem marcado alguma das oportunidades que teve, veríamos o lado mais negro desta equipa - ou seja - a incapacidade para esticar a manta para também atacar.

Já no outro clássico, o de Lisboa, o Sporting fez serviços mínimos para levar de vencida o Belenenses. E, diga-se, que devia ter sido mais que o suficiente. Várias ocasiões de golo desperdiçadas e um nervosismo (mais nas bancadas do que no rectângulo de jogo) desnecessário são lados da mesma moeda e convém que todos os adeptos se vão consciencializando que há muitos jogos onde é preciso sofrer. Nem todas as vitórias são "à vontadinha", nem todos os 3 pontos são "na descontra". O Belenenses também joga, e mesmo que pouco, joga.

A própria equipa do Sporting também tem de adquirir mais pragmatismo, não se podem perder golos em fases decisivas dos jogos, mesmo que o adversário pareça não vir a constituir ameaça à nossa baliza. Coisa que por exemplo não aconteceu em Paços de Ferreira, equipa que repetidas vezes ameaçou perigar a nossa vitória. Mais foco e concentração na decisão é fundamental, entendendo que golos perdidos podem ser o caminho para a perda de pontos. Mais do que por vezes avançar no marcador, é decisivo retirar confiança ao adversário...afastando-o de vislumbrar a obtenção de pontos.

SL

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Boas surpresas

Tantas e tantas épocas somamos por surpresas negativas algumas vedetas que são contratadas pelo Sporting, que se torna justo fazer o exercício contrário, quando ele existe para ser feito.
Ristovksy e Piccini são dois jogadores, curiosamente contratados para a mesma posição, que têm vindo a constituir-se em surpresas, pela positiva.

Apesar da demasiada descrição com que entrou na titularidade, o italiano vinha a ganhar espaço e sobretudo confiança no seu jogo. O pessimismo inicial dos adeptos, que enfermaram das dores dos "analistas", foi sendo ultrapassado e o mérito das boas exibições de Piccini foi devidamente reconhecido. Parece-me claramente um excelente defensor que assim que ultrapasse alguma contenção ofensiva, assegurará o lugar com elevada distinção.

O caso do macedónio Ristovsky é bem diferente. Ao contrário de Piccini, não veio de um clube que havia feito uma má época (Bétis), mas sim do Rjeka, campeão croata. Era e é o titular da sua selecção e desde o primeiro minuto de atuação que mostrou ao que vinha. É aguerrido, lutador, atleticamemte possante e faz questão de mostrar que não guarda reservas em qualquer dos momentos das partidas. De certa forma, não é um protótipo de jogador que estejamos habituados, mas encaixa perfeitamente no estilo de jogadores que costumamos gabar quando vemos jogos da Bundesliga ou Premier League, desejando ter qualquer coisa parecida.

Embora sendo jogadores completamente diferentes, que dão coisas completamente diferentes à equipa, são na minha opinião dois jogadores com qualidade, com margem de crescimento e com atitude muito profissional. E são também boas surpresas, pois não é fácil que pelo investimento que representaram, que se constituíssem em duas boas aquisições, claramente para manter e apostar agora e no futuro. Dois bons investimentos.

SL

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

A podridão

Os últimos factos trazidos a público sobre as manobras de bastidores do Benfica adensam o argumento da Operação Emails ao nível não de comportamentos pontuais, mas sim de modus operandi válidos desde há muitas épocas atrás até ao dia de hoje.

Não querer observar esta ilação, além do apadrinhamento tácito por parte de altos quadros na FPF, Liga e Governo é não querer entender que este Benfica é um verdadeiro crime em modo repeat. E não querendo ler este quadro é pactuar com a imensa podridão instalada. Não posso deixar de ver toda esta passividade como um prenúncio de ruína do futebol português. Porquê?

Simplesmente porque ao não punir os infratores, estamos a validar a sua ação e mais...estamos a validar os seus expedientes. Se nada for efectivamente punido com exemplar severidade, tudo será repetido e tudo se instalará como procedimentos normais. O crime será admitido como processo, será considerado opção. Morrem as leis e nascem as seitas, acaba a justiça e a igualdade e começa o reinado dos criminosos. O Brasil ainda hoje tenta sair desse estado de sítio e convém olhar para a força dos grandes emblemas brasileiros nos anos 60, 70 e 80...e o que são agora.

A longo prazo até os clubes que dominam o sistema acabam a definhar com o descrédito das competições, mas isso nada inibe personagens como Vieira, o que lhe preocupará o futuro, podendo tirar todas as vantagens que o "manto protector" lhe dá agora? E esse é o verdadeiro problema do futebol português: os infiltrados que o usam para tirar proveitos secundários, criando danos que demorarão décadas a reparar. Alguém nos dias de hoje porá as mãos no fogo por algum resultado, algum árbitro, algum dirigente ou instituição no nosso futebol? E de quem é a culpa? Dos adeptos? Do desporto em abstracto? Da relva ou das camisolas?

SL

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Tempo de criticar? Sempre.

Com os maus resultados regressa a velha polémica no universo leonino: ao criticar JJ, os jogadores ou a Direcção, estaremos a manifestar desunião e quebra de apoio à equipa de futebol ou ao clube num todo?

A minha resposta é: depende. E depende só do tipo de crítica. Dou exemplos.

Crítica destrutiva: "cambada de anormais, para mim chega! Não ponho mais os pés em Alvalade!"
Crítica construtiva: "acho que o plantel devia ter mais rotação, aí JJ pode fazer bem melhor."

Crítica destrutiva: "o Gelson não está a jogar nada, é só mais um deslumbrado!"
Crítica construtiva: "Gelson está a atravessar um período menos bom, oxalá regresse ao seu normal"

Crítica destrutiva: "enquanto JJ estiver no Sporting, vamos ganhar...bola!"
Crítica construtiva: "JJ tem de rever a velocidade de jogo da equipa, não podemos atacar a 5kms/h"

Atenção que não nego direito a ninguém de se expressar como quer e lhe apetece. Mas também está no direito de todos os outros responder à mesma, observando a sua qualidade e sobretudo objectivo. O direito à crítica funciona para todos os lados, até para o lado de quem...crítica. E não pensem que é bom não existir crítica. É péssimo. Sobretudo nos momentos menos bons, o facto de existir este meio de descarregar frustração é fundamental, até quem produz as observações mais descabidas e histéricas está sobretudo a "limpar o cesto", a arrumar espaço para existir uma renovação de crença, que seria de todo impossível se não existisse a purga de sentimentos negativos.

Tempo de criticar? É todos os dias. Ajuda todos se a ideia for colocar o foco na opinião como melhorar. Ajuda o próprio se apenas tiver como intenção descarregar frustrações. Tudo faz parte de um enorme puzzle emocional e que é do Sporting sabe que não vale a pena fingir que não existe.

SL




quinta-feira, 26 de outubro de 2017

3 pontos de máxima importância

Amanhã joga-se uma partida fundamental para a carreira do Sporting nesta Liga. A distância de 2 pontos para o 1º lugar e de 3 para o 3º recomendam vivamente que não se cedam pontos aos rivais. É de uma importância fundamental não perder a colagem à liderança e bastante conveniente não dar "moral" a um Benfica a tentar desesperadamente encontrar tábuas para se conseguir elevar do pântano exibicional em que se encontra.

Convém também salientar que o Rio Ave, apesar de não parecer estar na sua melhor forma, é uma equipa com futebol mais do que suficiente para nos fazer passar por apertos. Amanhã não iremos ver um opositor atrevido a tentar jogar olhos nos olhos, como por exemplo fez na temporada passada, mas isso não significa que deva ser menos difícil de ultrapassar. Ainda me está na memória o verdadeiro atropelamento que sofremos na temporada passada, um 3-1 complicado de explicar, sobretudo complicado de entender como foram tão superiores a nós (especialmente na 1ª parte).

Avisados de que repetir o "apagão" do último jogo disputado não é uma hipótese, resta à equipa do Sporting encarar com máxima responsabilidade a conquista de mais 3 pontos. O conjunto leonino parece estar de boas relações com o golo e sublinhar essa capacidade desde o 1º minuto de jogo é o ideal para não deixar o Rio Ave assentar o seu jogo. O Benfica bem que nos mostrou o que pode acontecer a quem desconsidera estes vilacondenses e, tendo em linha de conta o que fizemos na última deslocação a norte (Moreirense), há muito onde encontrar motivos para exibir o melhor Sporting, na melhor das atitudes, no máximo de concentração que formos capazes.

Um Sporting focado e exigente ultrapassará o Rio Ave com naturalidade. Menos do que isso e estaremos a facilitar as azias da dupla Jorge Sousa - Capela, a recuperação do ânimo do Rio Ave ou o estatuto de Miguel Cardoso no mercado dos treinadores.

Saudações Leoninas

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Muitas notas artísticas

- Dost voltou. Hat trick à "moda antiga", três golos de matador e uma assistência. Já tínhamos saudades destes jogos e o holandês...também. Bem na flash a destacar colegas e a afirmar que podem contar com ele.

- Gelson também pareceu acordar da letargia dos últimos jogos, não marcou mas tantas vezes infernizou os defesas do Chaves que lá encontrou espaços para servir colegas que viriam a decidir a partida. Um pouco mais de foco a "seguir" o lateral adversário e estaria perfeito taticamente.

- Acuña é gajo para dar muitas alegrias aos adeptos, mais do que os golos ficou-me na retina um par de recepções e bypass's aos defesas contrários...jogador importante.

- Bruno Fernandes teve novas missões e o melhor elogio que se pode dar é que a equipa esteve sempre ligada e ligada por ele, primeiro a "pensar", primeiro a distribuir, primeiro a recuar quando perdíamos a posse de bola.

- William, só não foi o "monstro" que nos tem habituado porque...não era preciso. Ainda assim dois ou três "abafanços" que tiraram ideias aos flavienses de atacar pelo meio.

- Piccini. Quem diria? Sobe de nível de jogo para jogo. Confiança, essa pedra de toque miraculosa. Nunca será um "predestinado", mas a jogar como tem jogado, ninguém vai ligar muito a isso.

- Coentrão, o problema não está mesmo dentro de campo. Lá, onde se joga, é um poço de boas decisões e muitos equilíbrios. Se pudesse fazer 10 jogos seguidos...

- Last, but not least...Podence. O Chaves nunca soube bem o que fazer com ele e o puto aproveitou para entre os pingos de Gelson levar as "cartas" bem legíveis a Dost. Não foi um jogo brilhante, mas foi mais do que o suficiente para fazer pensar JJ.

Saudações Leoninas

PS - A decisão do árbitro quanto ao penalti por marcar e amarelo, por simulação, a Gelson é das coisas mais incompreensíveis que vi esta época. O problema não é o VAR, é mesmo a competência do(s) árbitro(s). Inacreditável como mesmo depois de ver as imagens, mantém a decisão e o amarelo. Se alguém precisar de provas para defender que a nossa arbitragem tem um nível fraco...é só ver esse lance. Continuamos a "sofrer" de uma "antipatia" monumental por parte dos árbitros e ontem foi só mais uma "provocação". Como o adversário não dava para mais, o senhor árbitro quis fazer as vezes...criando ele próprio as dificuldades. Amarelos por mostrar a médios dos Chaves...uns 4 ou 5.


sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Futebol sem lei. País sem Justiça

A justiça é um dos pilares fundamentais de uma democracia. Sem uma justiça eficaz uns prevalecem sobre outros, isto é, as vítimas serão cada vez mais espoliadas dos direitos que as deviam tornar iguais aos agressores. Não há igualdade sem justiça e sem ela emergem os mais corruptos, os mais ricos, os que se relacionam mais e melhor com as esferas de poder, sejam elas políticas ou financeiras.

No desporto e particularmente no futebol, abundam as "teorias de poder", as percepções de esquemas e sistemas que à margem dos regulamentos e leis do país manobram arbitrariedades para aplicar vantagens dispares no campo ou na secretaria. Este é um retrato que tem décadas e que cada vez mais observamos que quanto muito peca por defeito. Quantos mais e-mails são revelados, quantos mais vouchers são descobertos, quanto mais se levantam as ligações de responsáveis pelos cargos de tutela nas instituições reguladoras do nosso futebol, mais descobrimos que as teorias não só eram fumo com fogo, como são apenas a ponta do iceberg que persiste em afundar progressivamente os valores da ética desportiva.

Como será óbvio para qualquer um, este estado só foi possível com a alta contribuição de muitas pessoas e de muitas instituições que são pagas para que nada disto seja possível acontecer. IPDJ, Governo, PJ, FPF e Liga (através dos seus conselhos e juízes). O que fizeram? O que têm feito? O que estão a fazer agora? A imagem não podia ser mais trágica e a resposta terá sempre de ser uma: muito pouco. Para a gravidade dos casos revelados nem sequer uma instrução criminal e desportiva tida como séria, célere e discreta conseguimos gerar. Isto terá consequências mais graves no futuro, pois se nem com as provas de crimes a circular pela frente dos olhos da opinião pública se encontra motivação e capacidade para aplicar...justiça.

Não sei como irá terminar quer o caso dos vouchers, quer o caso dos e-mails. Mas sei uma coisa, caso não seja aplicada punição exemplar aos mentores destes esquemas de coacção e tráfico de influências, estaremos na antecâmara de uma verdadeira convulsão e hecatombe no futebol português. Nada será pacificado, bem pelo contrário, agravar-se-á drasticamente todo o clima de desconfiança e não restará nada que mantenha relação de equilíbrio ou reserva moral. Em todos os sentidos, a incapacidade de produzir justiça hoje, apadrinhará as revoltas de amanhã e justificará a propaganda feita em qualquer dos sentidos. Todos se dirão injustiçados apontando o dedo ao rival e será praticamente impossível entender quem é o réu e quem é a vítima.

A impunidade cada vez mais absoluta, levará os que nunca optaram por escolher vias paralelas e marginais a fazê-lo e ninguém poderá apontar-lhes o dedo, pois entraremos numa espécie de "terra sem lei", um enorme campo de batalha de agressões, viciações, ameaças, motins, elevar-se-á quem se revelar mais hipócrita, destacar-se-á quem coage melhor, quem suborna de forma mais eficiente, os guias de estilo serão geminados nos melhores compêndios de operacionalidade mafiosa. Isto é o que acontecerá, pois é o que acontece sempre que a Justiça é fraca e "esquece-se" da sua regra fundamental, é cega. É cega e não vê cores clubísticas, sendo-lhe indiferente a origem do crime, tratando Benfica igual a Gondomar, Sporting igual a Cucujães, Porto igual a Canelas2010.

Se o Estado temer as consequências de punir, só como exemplo, o Benfica pelo verdadeiro Polvo de tráfico de influências que criou e operou (o tempo passado será abusivo), gerará algo muito pior que a sua própria cobardia e herdará mais tarde um monstro social muito mais difícil de conter, pois este ameaçará não só o desporto como os próprios alicerces da Justiça, ou seja, da Democracia.

Para que não chegamos a este futuro, resta apenas uma opção. Apenas uma. Aplicar a lei, como se costuma dizer, doa a quem doer. Recolher as provas, levantando tudo o que tiver de ser levantado e colocando todos os culpados ou cúmplices, primeiro nos tribunais e mais tarde nas cadeias. Este não é um cenário aconselhável, é o cenário obrigatório.

Saudações Leoninas

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Mais longe

Só confundindo acasos com tendências, é que podemos achar que estamos a conseguir acompanhar a pedalada de evolução desportiva dos clubes de topo da Europa. Na verdade, todos os anos perdemos capacidade para fazer mossa ou chegar mais adiante na Liga dos Campeões.

É verdade que uma ou outra equipa, num ano de feliz congregação de bons jogadores, vedetas emergentes e orientação técnica ultra-eficaz tem conseguido romper o status quo. Mas, pondo a coisa em perspectiva, é clarividente que os grandes clubes portugueses estão cada vez mais distantes dos poderosos de Espanha, Itália ou Inglaterra.

Uma questão de dinheiro, mas não só. Há também uma décalage competitiva que nos afasta de obter resultados mais positivos nas competições europeias.
As nossas equipas não são tão rápidas, não têm tanta constância na performance atlética, perdem a concentração mais facilmente e sobretudo sentem enormes dificuldades em fazer centenas de transições defesa-ataque-defesa em cada jogo.

Na Liga dos Campões, os 3 grandes têm de defender mais e melhor para não sofrerem golos e atacar mais e melhor para os marcar. Isso nota-se cada vez mais e a culpa é a distância competitiva entre o nível Champions e o nível da nossa Liga (bem maior no nosso caso do que comparando com as ligas espanhola, italiana ou inglesa).

O dinheiro permite chegar a atletas com mais qualidade, mas mesmo imaginando que teríamos acesso ao mesmo lote de valor que os clubes mais endinheirados, se lhes dermos um padrão de exigência mais baixo ao qual se vão habituar...os resultados estarão sempre mais perto do insucesso, tal como é cada vez mais difícil para os clubes italianos em comparação com os espanhóis ou a forma como podemos explicar que os clubes britânicos têm muito mais dinheiro e menos resultados que "nuestros hermanos".

Possíveis soluções para contrariar esta tendência, entre outras:
- Diminuição do nº de clubes na I Liga;
- Diminuição da carga fiscal dos jogadores de futebol;
- Mudança na forma de apitar dos árbitros lusos, pondo fim aos eternos tempos mortos e faltas por tudo e por nada;
- Limite de jogadores profissionais inscritos por clube (30 jogadores ou 60 para clubes com equipas B);
- Limitação de contratação de jogadores fora da UE (salvo jogadores com número mínimo de internacionalizações nas camadas jovens);

De outra forma, continuaremos a pertencer, cada vez mais, à periferia do dinheiro e dos troféus em disputa na UEFA. Isso devia preocupar a FPF e a Liga, mas infelizmente, parece não haver "vontade" para mais do que contar os milhões da Selecção (que também tenderão a minguar também, a partir do momento em que os 3 grandes forem incapazes de manter altos níveis na formação de jogadores ou pelo menos tão bons como os das academias de outros países).

Saudações Leoninas

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Sinais positivos

Enquanto não entramos em Turim para um mais jogo de grau de dificuldade máximo, convido a reflectirmos sobre o que valia esta lista de jogadores há uns meses atrás e o que vale hoje:

Piccini
Ristovsky
Fabio Coentrão
Mathieu
Battaglia
Bruno Fernandes
Acuna
Doumbia

...e sim, são os reforços do mercado de Verão.

Saudações Leoninas

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Alerta CM!!!

Desde o início do seu primeiro mandato que esta direção do Sporting se tem confrontado com a profunda antipatia da generalidade da comunicação social. E são facilmente entendidas as razões para que isso tenha sucedido. Antes de mais, convém lembrar que a(s) presidência(s) que se lhe antecederam viam como “ossos do ofício” a contingência do nosso clube ser um autêntico queijo suíço quanto à manutenção de informação interna como…assuntos internos. Muitas vezes era fácil de constatar por qualquer sportinguista que havia gente fora do clube mais “por dentro” dos segredos do que os que estava “lá dentro”. Fossem contratos ou relações com fornecedores, listas de dispensas e aquisições de jogadores, entradas ou saídas de dirigentes ou treinadores…era um fartote de “inside’s” para todos os gostos e feitios.

Como é óbvio isso mudou muito aquando a entrada do actual conselho directivo e terá deixado saudades a muitos OCS a facilidade que era obter notícias suculentas do Sporting, quase sem ter de sair da cama. A segunda fractura dá-se com o travão absoluto transmitido aos empresários, agências, fundos e financiadores de transferências. Mendes, Doyen e companhia são, como se sabe, unidades que gostam de ter jornalistas bem próximos das suas folhas de pagamentos paralelos e estes muito cedo foram colocados em campo na tentativa de tirar crédito e mérito às posições do Sporting. Deu pano para mangas a autêntica propaganda suja montada com a exclusiva necessidade de vencer o braço de ferro com a intenção do clube em escorraçar alguns cabecilhas de agiotismo profundo, "amigos do peito” de muitos cronistas e editorialistas.

A terceira parte deste enorme divórcio entre o lado mais “interesseiro” e dependente da imprensa e o Sporting dá-se obviamente com a quebra de relações com o Benfica. Não que esse novo antagonismo preocupe muito a “jornalagem” (que não preocupa…até lhe é bastante lucrativa) mas o cão costuma obedecer ao dono e tomar as suas dores. Atiçados como nunca para tomar partido na “guerra”, a imprensa cor-de-avença mobilizaria um contigente espetacular para “tratar” de retratar o Sporting como o Benfica sempre quis que se fizesse. Piorou absurdamente com a passagem de JJ para o Sporting e desde então vivemos neste jogo do rato e da ratazana, com uma doentia motivação para encontrar e distorcer tudo e qualquer coisa passível de ser encontrada e distorcida.

A recente “proibição” de acesso às instalações do Sporting por parte do CM e da CMtv é apenas mais um capítulo de uma antipatia que já vai longa e convém não caímos de paraquedas no terreno de batalha, achando inocentemente que a coisa começou agora ou que vai ter fim próximo. Pela minha parte, acho que a tal “proibição” só peca por tardia e seja qual for o argumento para a implementar a verdade é que dificilmente encontramos no CM ou na CMtv há anos, uma notícia sobre o Sporting que a seja na plena extensão do seu significado. Veículo prioritário de “carvão” e invenções, o CM e a sua TV, não faz jornalismo algum e portanto será de um esforço sobre-humano reconhecer-lhe o abrigo da “liberdade de expressão jornalística”. E de facto pode-se argumentar perfeitamente que se o que fazem deve ser protegido, levemos essa protecção ao máximo, protegendo a sua integridade…não sendo de forma alguma bem-vindos dentro do Sporting.

Não espero que esta decisão seja apoiada pelos sindicatos de jornalistas ou direito cível e a hipocrisia que governa as instituições que deviam limitar o mau serviço ao desporto e ao Sporting do CM, será a mesma que lhe garantirá a ultrapassagem a este gesto simbólico do Sporting. Mas enquanto não se colocam em campo os advogados e as “ordenações jurídicas” esta pasquinagem de elite (de merda) não porá o pés dentro de Alvalade ou do PJR e isso…já por si…satisfaz-me muito mais do que não fazer nada. É chegada a hora dos sportinguistas entenderem que “quem não se sente, não é filho de boa gente” e que é necessário, mais do que é aplaudível, exibir aos que estão contra nós e nos difamam diariamente…que não passam impunes, pelo menos dentro dos espaços que chamamos nossos. 

É apenas mais um capítulo de uma luta obrigatória e à qual me juntarei de bom grado. Uma luta onde sei que mantenho a posição mais próxima da verdade e da decência, mesmo que nos próximos dias venham dizer exactamente o contrário, agitando a bandeira bafienta do tal “ditador” leonino. O tal que é acusado enquanto o verdadeiro bandalho e, esse sim agarrado ao poder absoluto, ditador é elogiado seja qual for a caralha*** que disser, o árbitro que fod*** ou o rombo espetacular que faça nos cofres do seu clube para dar de comer aos “compadres”. Se querem manter-se sãos e calmos, façam a vocês próprios um favor nos próximos meses (de toda a vossa vida): não comprem o CM, não leiam, não vejam a sua TV. Prometo-vos que nunca ler, ouvir ou ver personagens como Janela ou Octávio Ribeiro é um acréscimo de felicidade ao vosso dia-a-dia.


Saudações Leoninas

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

A Festa de Oleiros

Apesar da distância de valor com o adversário ser o suficiente para não existir propriamente incerteza na passagem à próxima fase da Taça, o Sporting (versão poupança de titulares) confirmou a sua superioridade e cumpriu o necessário para que ninguém se sentisse defraudado ontem à noite em Oleiros.

Salin (apesar do golo sofrido no lado do poste - que será sempre dele) fez o mínimo para manter a suplência tranquila. Jonathan e Ristovky fizeram, na maior parte do tempo o que se lhes exigia. A.Pinto e Petrovic não se pode dizer que estiveram bem, mas cada um terá mais ou menos desculpas para tal. Um porque jogou fora de posição ou outro porque o seu parceiro jogou fora de posição, não era o melhor jogo para avaliações e os 2 golos sofridos exibiram dificuldades que na verdade foram meramente fortuitas.

No meio-campo Palhinha, Bruno Cesar, Iuri e Mattheus Oliveira chegaram e sobraram para manter a equipa a produzir bom futebol, apoiado e moderadamente rápido. Tiveram ainda tempo de marcar 3 dos 4 golos da equipa e fazer sobressair Palhinha como o MVP da partida, algo que JJ (bem) evidenciou.

No ataque, Podence e Dala. Duas das melhores promessas da equipa, mas com aproveitamentos completamente diferentes. O português, apesar da falta de apoio e subidas caóticas do bloco atacante da equipa (normal para um onze completamente de recurso) conseguiu colocar em sentido o Oleiros e abrir caminho para muitas das jogadas que deram ou golos ou oportunidades. Faltou talvez um pouco mais de trabalho de desmarcação, mas desculpa-se pela facilidade evidente que transpareceu desde o início da partida. Gelson Dala esteve ainda mais desacompanhado e ainda mais desconcentrado. Nota-se que tem imenso talento, mas falta familiaridade com as exigências do futebol europeu. Não há tempo para pensar, hesitar, reagir...a decisão é feita (tem de ser) instintiva e Dala assim que dominar esse "tempo" poderá exibir o resto que tem...e que é muito. É um processo, um caminho e sobretudo uma aprendizagem.

Nota ainda para as entradas de Demiral, Rafael Leão e Jovane Cabral, três putos de enorme potencial que convém não serem esquecidos nestas oportunidades, eles precisam delas.

Destaco ainda a solidez defensiva da equipa do Oleiros. Notou-se que se esfalfaram para disfarçar as óbvias diferenças atléticas e tácticas da sua equipa e se olharmos ao marcador...isso foi muito bem conseguido. Não foram bobos da corte e, tal como fizeram tudo para se respeitarem fora do campo (no processo de definição do local do encontro) cumpriram esse objectivo dentro dele. Não elogio a CM de Oleiros na mesma medida, gastar dinheiro (tão necessário para tantas coisas mais importantes) para 90m de um jogo de futebol...não há festa que justifique.

Saudações Leoninas.

P.S. - O tal relvado de "última geração" também cumpriu os mínimos. Não lesionou ninguém...até ver. Ficou-me na retina o lance do 1º golo do Oleiros e a contribuição do "gramado"...para a desmarcação do avançado...além das linhas cor de laranja, um verdadeiro Tron de marcações sobrepostas. Enfim...


terça-feira, 10 de outubro de 2017

Para quem tiver uma p*** de uma dúvida

Não tenho paciência para discutir com lampiões doentes e retardados sobre a importância de CR7 para todo o futebol português. 

Mas uma vez que nos jogam à cara, ad nauseum, o seu histórico de vitórias (como BI da sua grandeza)...pode ser que lendo esta lista, entendam e curvem-se perante os factos. 

Depois podem ir às suas vidinhas comentar nos fóruns e bancos de jardim sobre tudo o que não interessa discutir à volta da vida pessoal do jogador. Para os mentalmente sãos, não restarão dúvidas, há muitos anos que este super-jogador atingiu um estatuto que será muito difícil de alcançar nas próximas décadas, não só por atletas portugueses, como de todo o mundo.

Só um número antes de tudo o resto: 724 jogos - 534 golos 

Época 2003/4

Distinções
FIFPro Special Young Player of the Year
UEFA Euro Team of the Tournament
UEFA Team of the Year
Sir Matt Busby Player of the Year

Troféus
FA Cup (Manchester United)

Época 2004/5

Distinções

FIFPro Special Young Player of the Year

Época 2005/6

Distinções
FA League Team of the Year

Troféus
Carling Cup (Manchester United)

Época 2006/7

DistinçõesPFA Young Player of the Year
Sir Matt Busby Player of the Year
PFA Players’ Player of the Year
PFA Fans’ Player of the Year
FWA Footballer of the Year
Barclays Player of the Year
Premier League Player of the Month (Nov. and Dec. 2006)
PFA Premier League Team of the Year
UEFA Team of the Year
ESM Team of the Year
CNID Best Portuguese Athlete Abroad

TroféusPremier League (Manchester United)
Community Shield (Manchester United)

Época 2007/8

DistinçõesSir Matt Busby Player of the Year
PFA Players’ Player of the Year
PFA Fans’ Player of the Year
FWA Footballer of the Year
Barclays Player of the Year
Premier League Golden Boot
Barclays Merit Award
Premier League Player of the Month (Jan. and Mar. 2008)
UEFA Champions League Top Scorer
UEFA Club Forward of the Year
UEFA Club Footballer of the Year
FIFA Club World Cup Silver Ball
UEFA Euro 2008 Man of the Match (Portugal)
FIFA World Player of the Year
FIFPRO World Player of the Year
World Soccer Player of the Year
PFA Premier League Team of the Year
European Golden Shoe
CNID Best Portuguese Athlete Abroad
UEFA Team of the Year
FIFA FIFPRO World XI
Goal.com Player of the Year
ESM Team of the Year

Troféus
Premier League (Manchester United)
UEFA Champions League (Manchester United)
FIFA Club World Cup

Época 2008/9

DistinçõesPFA Premier League Team of the Year
FIFA Puskás Award
UEFA Team of the Year
CNID Best Portuguese Athlete Abroad
FIFA FIFPRO World XI

TroféusPremier League (Manchester United)
Carling Cup (Manchester United)

Época 2009/10

Distinções
UEFA Team of the Year
FIFA FIFPRO World XI
FIFA World Cup Man of the Match

Troféus-

Época 2010/11

DistinçõesEuropean Golden Shoe
CNID Best Portuguese Player Abroad
UEFA Team of the Year
FIFA FIFPRO World XI
La Liga Top Scorer
Copa del Rey Top Scorer
ESM Team of the Year

TroféusCopa del Rey (Real Madrid)
Ibero-American Community Trophy

2011/12

DistinçõesUEFA Euro Team of the Tournament
Goal.com Player of the Year
ESM Team of the Year
UEFA Euro 2012 Man of the Match (Portugal)
UEFA Euro Top Scorer

TroféusLa Liga (Real Madrid)
Supercopa de España (Real Madrid)
Trofeo Alfredo Di Stéfano

Época 2012/13

DistinçõesFifa FIFpro World XI Award 2012
UEFA Champions League Topscorer
Liga de Fútbol Professional Most Valuable Player

TroféusSupercopa de España (Real Madrid)
Trofeo Alfredo Di Stéfano

Época 2013/14

DistinçõesBBC Overseas Sports Personality Award
World's Top Goalscorer 2013 (25 goals in European competitions for club and country)
Alfredo Di Stéfano Award
Pichichi Award
Best Player, Best Forward and Best Individual Goal Awards for La Liga
UEFA Best Player in Europe
Fernando Soromenho "Prestige Award",
Portuguese Sports Journalists' Association
European Golden Boot (Shared with Luis Suárez)
Fifa Ballon D'Or 2013
Fifa FIFpro World XI Award 2013
Globe Soccer Award for Best Player of the Year
Great-Officer of the Order of Infante Dom Henrique

TroféusClub World Cup (Real Madrid)
UEFA Super Cup (Real Madrid)
Copa del Rey (Real Madrid)
UEFA Champions League (Real Madrid)

Época 2014/15

Distinções
Pichichi Award
European Golden Boot 2015
IFFHS Trophy for Best striker on the planet and
World’s Biggest Goalscorer First Division
Fifa Ballon D'Or 2014
Globe Soccer Best Player of the Year Award
Globe Soccer Fan's Favourite Player Award.
Cordão Autonómico de Distinção of the government of Madeira

Troféus
-

Época 2015/16

DistinçõesThe Best FIFA Men's Player 2015
France Football Ballon D'Or 2015
UEFA Best Player in Europe
Facebook FA La Liga Player of the Year: 2016
Facebook FA La Liga Best Striker: 2016

TroféusFIFA Club World Cup (Real Madrid)
UEFA Euro 2016 (Portugal)
UEFA Champions League (Real Madrid)

Época 2016/17

DistinçõesThe Best FIFA Men's Player 2016
France Football Ballon D'Or 2016
UEFA Best Player in Europe
Facebook FA La Liga Player of the Year: 2016
Facebook FA La Liga Best Striker: 2016

TroféusFIFA Club World Cup (Real Madrid)
UEFA Champions League (Real Madrid)
La Liga (Real Madrid)

Época 2017/18

Distinções-

TroféusSupercopa de España (Real Madrid)
UEFA Supercup (Real Madrid)

Saudações Leoninas


segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A irresponsabilidade

Muito se tem aplaudido o "puxão de orelhas" dado pelo presidente da FPF, Fernando Gomes, aos clubes grandes em Portugal. Não sei o que é mais hipócrita, se quem comete a hipocrisia, se quem a aplaude, conscientemente,

É que antes de analisar o mérito e a eficiência de chamar a atenção pela responsabilidade do clima de ódio e guerra instalado, teremos em consciência de entender qual é o agente a quem compete zelar pela saúde do tal "clima" competitivo no futebol. E essa entidade é claramente a organização liderada por Fernando Gomes.

Não que os clubes e quem os lidera possam ser ilibados de culpa, bem pelo contrário, mas cabe a quem tutela o futebol ir muito além do roadbook de castigos e punições como forma de conter as eternas polémicas do desporto-rei. A FPF e a Liga há muito que se demitiram de atacar os problemas epicamente insanáveis da arbitragem pela raiz. Vão colocando "paninhos" em cima de "paninhos", mordiscando soluções envergonhadas, nunca pondo fim à maior enfermidade de todas - a suspeição.

Culturalmente, o futebol português é uma espécie de campeonato de desconfianças e até ao Apito Dourado era um grande pântano de rumores e boatos que aqui e ali deixavam entrar raros raios de luz, queimando figuras menores do eco-sistema. As escutas do processo mencionado revelariam muito mais do que era conhecido e ficou claro a todos que o processo de investigação e os seus resultados foram manobrados quer para não resultar em qualquer castigo, quer para não ir além do alvo preferencial de quem, na imprensa, recebeu dados sobre a investigação.

Foi a primeira vez que ficou claro e transparente que a arbitragem não tinha qualquer tipo de proteção ou qualquer tipo de independência face aos "caciques" que dominavam o submundo da competição. Bem pelo contrário. Não só os árbitros se ofereciam para prestar "favores", como os obtiam e viviam de consciência tranquila com a troca. E o que fez a FPF ou a Liga? Nada. Pior que nada, despromoveu o Boavista e o Gondomar. Acreditou alguém que o grande DDT do nosso futebol era à data o Boavista e o Gondomar? A FPF sim. E pareceu satisfeita com a solução, a mais cobarde de todas.

O rombo da suspeição continuara intacto e pior, abriu-se oficialmente o jogo de acusações intra-clubes. O Benfica literalmente fez campanha em cima da tal filtragem de dados e conseguiu sair do processo como o impoluto competidor que era vítima do poder do rival Porto na arbitragem. Quem na altura estava "por dentro" bem que avisou que a Luz estava muito longe de ser um agente à margem dos processos do rival nortenho, o que nem sequer é racional, sabendo todos como LFV aprendeu com o seu "amigo" PdC todos os recantos obscuros do futebol, quando era "apenas" um fornecedor de jogadores e grandes negociatas entre o Alverca e o FCP.

Seria de esperar que como presidente do Benfica, LFV ficasse pacatamente a assistir de poltrona à manutenção do poder do Porto sobre a arbitragem? Ou teria começado bem cedo a disputá-lo usando os mesmos métodos (ou piores) para equilibrar o acesso a resultados desportivos que legitimassem os seus mandatos na Luz? Sabemos todos responder a esta pergunta, mas a FPF, mais uma vez ignorou o tal "clima" que agora tanto perturba o seu líder.

Anos passaram de trocas de acusações e suspeição sem que por parte das entidades reguladoras existisse sequer um espamo de preocupação. A FPF dedicou-se à operação financeira da sua selecção e o reinado de Cristiano Ronaldo prometia visibilidade e sobretudo muito dinheiro a pingar nos cofres da organização. Os dirigentes da Federação eram agora convidados para simpósios, para estudos, para entrevistas e sobretudo para cargos na UEFA, que foram melhorando conforme a camisola das Quinas ia subindo no ranking das competições e também nos contratos publicitários. A evolução das competições internas ficou para segundo ou mesmo terceiro plano.

A eterna guerra entre Porto e Benfica era vista como uma "briga" entre marido-mulher, era narrada como o espelho de uma "competição feroz", uma "disputa de grande rivalidade", os epítetos exibiam imensa falta de compreensão sobre o que realmente se passava e sobretudo o que isso reflectia na arbitragem. Bolas de golf rolavam sobre os relvados, autocarros eram apedrejados, mas o cenário era "pintado" como reflexo normal de uma guerra verbal que ninguém se atrevia a condenar. Tudo mudaria de repente com o ressurgimento do Sporting como "player" no mercado.

BdC trouxe uma imagem de um clube que não se iria silenciar face à secundarização a que estava votado há muito. E fê-lo denunciando e colocando o dedo na ferida. A FPF e a Liga não tinham alguma intenção de melhorar o futebol português e o Sporting foi o primeiro a dizê-lo com verdadeira intenção de suportar inovações que controlassem os estragos que tantos anos de "padrinhos" e "poderes alheios" fizeram sobre, só por exemplo, a arbitragem.

E foi assim que na ressaca do maior título alguma vez conquistado que estourou a II Grande Bronca do nosso futebol. Milhares de e-mails acabariam no colo de um Porto já arredado do poder na arbitragem. Emails que exibem cabalmente toda a teia que havia sido criada pelo Benfica (que tinha recrutado para o seu seio os homens certos, com currículo na ligação aos árbitros) para "roubar" o trono da arbitragem ao Porto e que de muitas formas o conseguiu sem que os rivais se apercebessem da compexidade e sucesso da operação. O "polvo" era muito maior que o suposto e os seus tentáculos estendiam-se por muito mais que o poder no futebol.

O que fez a FPF? Nada. Abriu um processo de inquérito que ao que tudo indica, tantos meses depois de ter sido iniciado, não teve um deferimento sequer. Nada. Nem um gesto. Absolutamente nada. Aliás, a polémica dos Vouchers dados por um clube a árbitros e observadores já tinha sido lidada como "incómoda" e "fait-divers"...o que mostra o quão preocupada está na verdade a FPF com o "clima" do futebol português. E considerem que, para colocar na agenda (pelo menos mediática) destes escândalos, foi preciso Porto e Sporting servirem como denunciantes e muitas vezes investigadores. A FPF (que tudo prova cabalmente que sabia de tudo) nunca se lembrou que seria errado dar Vouchers ou que havia interferências graves do Benfica na gestão da arbitragem. Nunca.

E é depois de explodir a polémica e as partes se acusarem, como é evidente subindo de tom com as revelações produzidas, que vem o salomónico Dr. Fernando Gomes falar-nos em "irresponsabilidade"? Anunciar "aqui del rei" com a pressão sobre os árbitros? Mas ele não estava vivo e dentro do futebol todos estes anos? Todos estes anos de uma FPF completamente muda e calada, imóvel e afastada de criar soluções ou punir exemplarmente os corruptos ou "vendedores" de poder? E porquê a redução da polémica ao tema arbitragem? Terá Fernando Gomes apenas acordado para a merda que são os corredores do nosso futebol, com a preocupação que a denúncia dos Padres, Ministros e Missas possam danificar a margem de influência do Benfica?

É o que me parece. Tudo isto agravado com o facto de todos sabermos que o Benfica detém centenas de sms´s privadas do Sr. Fernando Gomes e várias informações sobre a vida privada (menos conveniente) de vários árbitros. Serão só de árbitros?

A hipocrisia que falei no início está aí para que todos possam identificá-la. Quem a elogia ainda torna tudo mais deprimente. Quem é que no nosso futebol tem a moral para falar em "irresponsabilidade"? A FPF? Essa tia solteira que é somente mais um pau-mandado? Essa organização que tem como função regular todo o futebol e é hierarquicamente muito superior aos clubes? É o pai que nunca está em casa que se deve queixar da falta de educação dos filhos? Quem será o maior responsável de tudo isto senão o próprio Dr. Fernando Gomes?! Se não tem poder, se não tem tomates ou independência para os ter, se está "na mão" de alguém...que se demita! Mas antes disso, meta a irresponsabilidade no cu. Se é lá que ela se tem escondido, pois que continue.

Saudações Leoninas


sexta-feira, 6 de outubro de 2017

"Oleiros" há muitos...

Considero a Taça de Portugal um troféu especial no panorama competitivo do futebol português. A circunstância de clubes de outras divisões poderem competir, perdendo ou ganhando, com os grandes emblemas nacionais, proporciona o tal ambiente de festa que o desporto devia cultivar como essência. Não é apenas por cá que estas competições adquirem este estatuto especial, acontece um pouco por toda a Europa.
Ao contrário da Taça da Liga, esta sim tem história, carisma, promessa de prestígio e estar na final no Estádio Nacional é sempre sinónimo de celebração, seja qual for a cor das bandeiras ou a distância que os autocarros que transportam os adeptos realizam.

Mas antes de chegar à desejada final, existem certas garantias que devem ser acauteladas, acima de tudo para que a tal celebração não se sobreponha ao que é o próprio futebol e as infraestruturas que existem. O caso do Oleiros Vs Sporting é um cenário diferente do que estamos habituados e merece alguma reflexão. Antes de opinar sobre o que quer que seja, preciso deixar bem claro que sempre que possível, o clube anfitrião deve sê-lo na plenitude da sua condição. Deve jogar na sua cidade, no seu estádio, o mais perto possível do estatuto de “jogar em casa”. A definição de padrões mínimos para que tal aconteça já foi feita há muito pela FPF e aqui reside o 1º problema.

Esses padrões da FPF garantem um mínimo aceitável para a grande maioria dos clubes de todas as divisões. Garantem o mínimo para um clube que dispute a I Liga? Relvados sintéticos encaixam nesse grau de qualidade? Garantem a integridade física de atletas com o rigor desejável? Ninguém parece querer responder a esta pergunta e eu adivinho porquê. Tal qual adivinho a razão porque alguns clubes que subiram à I Liga recentemente foram “obrigados” a substituir esses “sintéticos de última geração homologados pela FPF” por…relvados naturais. Compreendo até que as fracas economias dos escalões inferiores façam dos sintéticos uma bolsa de poupança essencial, mas meus caros…tem o seu preço, principalmente quando sabem que podem ter de receber, na Taça, um clube da I Liga que não se pode dar ao luxo de perder atletas com lesões do género que estes pisos costumam provocar.

Acresce a esta problemática, o papel do próprio organizador. Aceitar que possam ser disputadas eliminatórias na Taça sobre relvados de qualidade mais dúbia deve, pelo menos ter um tipo de paridade noutra regra - a obrigatoriedade de presença de titulares na ficha de jogo. Para mim é claro que existe uma ausência de equilíbrio nesta questão. Se permitem relvados inferiores, ao menos que permitam aos clubes primodivisionários a não obrigação de tantos titulares na ficha de jogo. Não se podem contemplar os problemas de uns, ignorando os dos outros, até porque a tal “festa” depende e muito dos maiores clubes e da sua capacidade de mobilização de adeptos.

Aparentemente, o Oleiros recusou as receitas de um jogo disputado num estádio melhor equipado e com mais hipótese de alargar o lucro da disputa desta eliminatória. Está no seu direito. Lamento que a Câmara Municipal tenha gasto dinheiro do bolso dos contribuintes para investir no que faltava para que o Estádio Municipal pudesse acolher a partida, mas esse gesto terá de ser contestado pelos munícipes de Oleiros e não por mim. O que eu contesto é mesmo o regulamento da competição e a avaliação que a FPF faz deste tipo de relvados, permitindo que o que não é tido por “suficiente” na I Liga, possa sê-lo na Taça de Portugal. Sem qualquer compensação (também ela regulamentar) dada às equipas que pagam por mês o valor do lucro de um jogo destes…a um jogador. O amadorismo não devia ser a bitola. Não é assim que se respeitam os clubes e por consequência, os espectadores.

Como é óbvio, principalmente depois das palavras de Bruno de Carvalho, o Sporting comparecerá em Oleiros com os jogadores que achar necessários para dignificar a competição e vencer o encontro. A polémica se existiu (e os jornais bem tentaram) acabou. Nas palavras do presidente do nosso clube morreram as desconfianças levantadas por vários títulos que nos colocavam contra o clube de Oleiros, contra a CM de Oleiros e (até vejam lá isto..:) contra as gentes daquela terra, vítimas de “uma verdadeira catástrofe chamada incêndios e a precisar de um bom motivo de festa”. Afinal parece que não somos um clube de ogres, vampiros e papões que andamos pelo país a desmembrar crianças e a empurrar velhinhos de ravinas abaixo. Afinal não só vamos a Oleiros, como vamos de boa vontade e com espírito de ajuda à tal população. 

Linhas na imprensa sobre o gesto leonino? Artigos sobre as palavras de BdC? Menções ou elogios à nossa atitude? Reflexos da nossa acção junto das “gentes de Oleiros”? Pois é…zero. Não interessa. Pintou-se o “ogre” e isso é que interessa. A paz, a fraternidade, as boas acções, a tal “festa” afinal não merecem registo. Ninguém quer saber, muitos menos os jornais e dezenas de programas de tv diários, do que há de bom no nosso futebol. O “bom” Sporting não interessa. O “bom” BdC não interessa. Só nos valorizam o “mau”…que ainda por cima é, na esmagadora maioria das vezes…inventado.


Saudações Leoninas

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Do "mal" o menos, ainda assim um "mal"

Há várias formas como podemos olhar o empate de ontem no 1º clássico da temporada:

1/ Os optimistas defendem que face ao momento da época (com a nossa equipa a acumular imenso desgaste) e perante a melhor forma (pontual e física) do adversário, não perder era satisfatório, o que até, valha a verdade, foi o resultado mais justo:

2/ Os pessimistas optam por ver uma quebra de forma física e exibicional, que concretiza uma fase de apagamento que irá retirar ainda mais pontos à classificação no futuro.

3/ Os optimistas condicionais ou pessimistas realistas, que é o lote onde me encontro de momento. Gente que, como eu, defende que este era um jogo de vitória obrigatória, a que não chegámos por óbvio mérito do adversário (e já lá vou ao que isso significa) e demérito próprio.

É que se analisarmos onde reside o nosso demérito, podemos até defender que seja por falta de fulgor físico ou apagamento de algumas figuras do nosso onze (importantes como Dost, Gelson, B.Fernandes), qualquer dos casos não será ultrapassado em outras fases da época, só porque sim. A carga de jogos só diminuirá caso sejamos arredados de alguma(s) prova(s) e isso nunca será um sinal positivo.

Muito do sucesso desta nossa época dependerá do emergir das segundas linhas como elementos competitivos que saibam ocupar os lugares dos tais titulares (quando se lesionam, são castigados ou sofrem de baixos de forma). Jogadores como Jonathan, Ristovsky, A.Pinto, B.Cesar, Ruiz, Iuri, Doumbia, Podence vão ter de conseguir entrar e...render. Ou isso ou nas fases de maior acumulação de jogos, iremos perder pontos fundamentais que farão diferença nas contas finais da temporada.

No jogo de ontem, foi evidente a superioridade do Porto quanto à capacidade de assumir as despesas físicas da partida. Na primeira parte a sua estratégia era clara, obter vantagem do marcador enquanto tivessem eles próprios a tal frescura que o Sporting já não tem. Felizmente não tiveram essa arte e Patrício tapou muito do sucesso dessa iniciativa, mas ficou a imagem e a incapacidade para superar o adversário portista.

À luz da exigência da própria direcção, a tal tolerância zero com o insucesso, não podemos ficar de forma alguma satisfeitos com o copo meio cheio e virão dias futuros onde tal será mais evidente, mas realço um dado que pode ter escapado a muitos: podíamos estar 1 ponto à frente do Porto e 5 à frente do Carnide. Não estou tão certo como muitos que oportunidades destas irão surgir tão cedo e de uma vez por todas temos de agarrar as chances de chegar ao topo da tabela, provando que nos momentos dos sins ou das sopas, não acabamos de colher e taça à frente dos olhos.

Saudações Leoninas

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Notas Soltas de Ontem

1- Manuel Mota não é um bom árbitro, pois só um péssimo (e parcial) juiz guarda os cartões que devem ser mostrados pelas regras. Ontem foi fartar de entradas à margem dos convénios sobre os jogadores leoninos e o Marítimo, que mais não vinha que para sacar um empatezinho, agradeceu.

2- Ristovki. O facto de ser o titular da Macedónia pode nem ser um garante de qualidade, mas ontem provou que pode ser uma opção muito válida para defesa direito. Há ali muita coisa para JJ sacar e trabalhar...e não será tonto admitir que terá todas as condições para manter Piccini na mudança máxima.

3- O processo defensivo não foi testado verdadeiramente. O Marítimo fez pouco mais que cerrar fileiras lá atrás e puxar dos galões para exibir a folha limpa...é um exagero.

4- Doumbia começa a criar sobre si próprio o estigma de ser bom avançado em contra-ataque e para consumo em jogos fora. Ontem não foi feliz, não deu à equipa a frieza do golo e ele está lá para isso. Mas longe de mim criticar um jogador que já nos ajudou tanto.

5- A fraca comparência nos adeptos era esperada. Felizmente temos muitos outros jogos de interesse e as carteiras ou noites livres para a bola, não dão para tudo. O calendário de inserção da prova é ridículo, os preços exagerados, o histórico da prova...enfim. Confesso que existir Taça CTT ou não, só não me é indiferente porque está lá o Sporting. Mas se não estiver, não perderei um segundo com algum tipo de pesar.

6- Ontem também foi dia de revelações pessoais do Presidente. Para além da relação feita com Cristiano Ronaldo, que é de facto uma mais valia para a reputação mundial do Sporting, o que veio na sequência só me merece um comentário - se o Presidente não gosta de ver embrulhada a sua vida pessoal nas bocas de trapo da praça, não devia expor ou relacionar matérias do seu foro privado com a vida do clube. Todos lhe podemos dar os parabéns de outra forma e família leonina não é distante nem fria nesse aspecto.

7- O empate não é um bom resultado, mas mantém tudo em aberto. À partida cumprimos o jogo mais competitivo do grupo e serão os próximos resultados que ditarão o apuramento, não este. Aplaudo as poupanças e até teria ficado mais satisfeito se as substituições não tivessem colocado em jogo jogadores tão desgastados como Acuna ou Battaglia.

Saudações Leoninas

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Onze pelo Correio

Venho por este meio, fazer de JJ e dar-vos o line-up para amanhã defrontar o Marítimo, em jogo a contar para a fase de grupos da Taça Lucíli...perdão...Taça CTT, aquela enorme prova de prestígio que ninguém já se deve lembrar qual foi o vencedor do ano passado, a saber:

Salin; Ristovky, J.Silva, A.Pinto, Tobias; Petrovic, Matheus, Iuri, B.Cesar; G.Dala e Doumbia

No banco: R.Patricio, Douglas*, Palhinha, Matheus, B.Ruiz*, A.Ruiz e Jovane Cabral

Fora da convocatória: Piccini, F.Coentrão, Mathieu, Coates, William, Battaglia, B. Fernandes, Acuna, Gelson Martins e Bas Dost por opção. Podence por lesão.

Pode parecer estranho fazer alinhar um onze completamente suplente, mas o troféu (sejamos sinceros) é também ele completamente secundário e se as nossas segundas linhas não forem capazes de fazer boa figura frente ao Marítimo em casa, então não façamos de conta que há profundidade no plantel e esta será provavelmente "a" prova que convém mesmo secundarizar.

É claro que não espero um bom jogo, não espero a mesma capacidade, nem o mesmo entendimento dos titulares. O que espero é a garra e a vontade para mostrar ao clube que são jogadores para não esquecer na prateleira, que contam. Atitude é a palavra-chave. Querer mais a vitória do que os madeirenses.

Quanto a nós adeptos, não devemos "exigir" mais do que uma boa gestão e a inteligência de entender que esta Taça CTT vem na melhor altura para...descansar. Costuma-se dizer que, quem tudo quer...tudo perde e pessoalmente prefiro "perder" a Taça CTT para ser mais competitivo nas provas "a sério".

Sem mais assunto,
Saudações Leoninas

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Aviso Laranja

Há décadas que assistimos à perda de influência do jogador formado em Portugal. Uso intencionalmente esta designação. Isto nada se relaciona com raça ou nacionalidade, é uma questão desportiva e sobretudo de racionalidade de aproveitamento de recursos.
Somos dos países com seleções jovens mais promissoras, mais competitivas e não fora a "batalha campal" que um determinado clube vem a fazer há anos para conseguir depositar jovens nos vários escalões da FPF (forçando à escolha de seleccionadores de espinha dobrável) e...poderíamos mesmo ser senão a melhor, das 3 melhores - juntamente com a Espanha e a França.

Ainda assim, prova-se cabalmente que os emblemas portugueses conseguem formar jovens de inegável talento. Até com as equipas B, o nível dos estreantes no escalão profissional melhorou a olhos vistos. Os Sub19 e Sub21 conquistaram mais espaço. Mas estamos a falar em poucos emblemas no panorama nacional e logo os que têm também massas associativas mais exigentes, que exigem resultados, mais do que exigem aposta na formação. Olhamos para os plantéis dos clubes da Primeira Liga, estranhamente não vemos o reflexo nem do trabalho das equipas B, nem da subida de estatuto do jogador nacional - campeão europeu em título, nem sequer das largas centenas de escolas de futebol que têm operado por todo o pais há mais de 10 anos.

O Vitória (de Guimarães) entrou ontem em campo, em jogo a contar para a fase grupos da Liga Europa com um onze onde não figurava sequer um português. Não adianta apontar o dedo ao clube minhoto, não está sozinho, aliás...pertence à maioria. A verdade é que se olharmos aos onzes iniciais dos clubes da Liga principal em qualquer jogo da prova, vamos constatar que esta ocorrência está mais do generalizada, direi mesmo...banalizada. São brasileiros, venezuelanos, paraguaios, malianos, costa-marfinenses, chineses, marroquinos, búlgaros, enfim...tudo menos o que seria mais lógico e racional, jogadores formados em Portugal.

E porquê que isto acontece? Não podemos pensar que os gestores dos clubes profissionais são todos burros ou menos desportivamente patrióticos. Não vamos de certeza pensar que os treinadores preferem sempre atletas que não saibam ou compreendam mal a língua portuguesa. Não. Há mesmo dados que explicam o porquê desta enxorrada permanente de jogadores oriundos de outros campeonatos (na maioria muito inferiores às nossas provas ou capacidade de formação). Deixo aqui alguns exemplos:

1/ A influência dos empresários Vs Estado das finanças dos clubes

Clubes no limiar da bancarrota agradecem atletas "fornecidos" a custos muito reduzidos e "comparticipados" pelos empresários. É bom para os clubes que ficam com encargos compatíveis com o dinheiro que não têm. É excelente para os empresários, que colocam todo o mostruário em ligas de muita visibilidade, indo buscar atletas por tuta e meia a paragens onde ir para Portugal é uma oportunidade única de entrar na montra maior do futebol europeu. Muito haveria por dizer sobre estas novas Rotas da Especiarias futeboleiras, mas este post não é só sobre este problema.

2/ As regras da compensação financeira por direitos de formação

Se os clubes médios ou mais pequenos não têm dinheiro para investir, também não têm dinheiro para indemnizar os que mesmo sendo ainda mais "pequenos", têm direito a valores fixos pelo seu trabalho de formação com atletas. Isto pode parecer ínfimo à maioria dos adeptos, mas esquecem-se que o que é ínfimo para clubes com orçamentos de 70 milhões, é demasiado para a maior parte dos outros que subsistem com orçamentos virtuais que nem chegam aos 2 dígitos. Na verdade a grande maioria dos emblemas profissionais mal consegue pagar as suas despesas, o que retira margem para devolver 5, 10 ou 20 mil euros a um clube pelo seu trabalho de formação.

3/ O efeito "Ronaldo, Figo ou Rui Costa"

Não são só os empresários e as regras de transferências que destroem a capacidade de ascensão do futebolista formado localmente. Os próprios jogadores e envolventes familiares também não ajudam.
Quem já viu um jogo de escalões mais baixos de clubes menos mediáticos saberá do que estou a falar. A promessa de milhões, de uma possível vida milionária, a pressa e avidez de desafogo financeiro destrói completamente a capacidade de muitos jovens em afirmarem-se na fase final das suas formações.
A pressão é esmagadora e quanto mais perto da "grande porta" do profissionalismo, mais sufocante se tornam os contextos sociais à volta dos jovens atletas. Muito poucos resistem, afirmando-se na plenitude, pondo os dois pés dentro da galeria principal. Ninguém o admite, mas entre os 17 e os 19 anos, a maioria dos nossos jovens cede e perde a alegria de jogar. Entra na sua fase final da juventude com sérias dificuldades de corresponder a todas as inúmeras exigências à sua volta. O insucesso, que deveria ser normal e até forma de aprendizagem, não é uma opção e às vezes são mesmo os que os deveriam apoiar em qualquer contexto, os portadores desses ultimatos.

4/ A ausência de regras incontornáveis de defesa do atleta formado em Portugal

Todos sabemos que sem regras (sem buracos ou omissões) nada deste panorama mudará. Tudo continuará na mesma até que não se possa regularmente fazer. Há opções para todos os gostos. Continuo a achar que limitar a contratação de jogadores estrangeiros é uma obrigação, tal como acho essencial a limitação de jogadores sob contrato dos clubes, tal como penso ser evidente que deve existir uma regra de número mínimo de atletas formados em Portugal na composição dos plantéis dos clubes profissionais, incluíndo as equipas B's.

Só mudando muito do que foi aqui apontado (e haverá muitas outras razões) poderemos evoluir para ultrapassar este verdadeiro aviso laranja que nos foi mostrado no jogo em Guimarães. E será muito importante que o façamos, pode não parecer mas estes problemas têm (como se diz agora) muitos vasos comunicantes com os maiores problemas da sustentabilidade do futebol nacional e isso ninguém da FPF ou Liga poderá desmentir. Pena que não tenham qualquer acção na sua correção, mas infelizmente é esse o modus operandi do status quo...zero acção.

Saudações Leoninas

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Gerir

A palavra é mesmo esta. Depois de um bom resultado no início da LC, há que "descer à terra" e como diz JJ, mudar o chip. O próximo freguês chama-se Tondela e temos demasiados dissabores no passado frente a esta equipa, para que não estejamos avisados quanto as eventuais poupanças ou descansos de jogadores.

Não é que devamos evitar as normais rotações na equipa, para diminuir a carga de esforço num ou noutro atleta, faz bastante todo o sentido até, mas o que não pode acontecer mesmo é a diminuição do foco e da vontade de dar tudo para vencer a partida, prevendo todas as dificuldades que temos encontrado...até em Alvalade.

Um aviso aos adeptos também, não podemos "embandeirar" os bons resultados recentes e esquecer que não há jogos iguais. Vamos todos ao estádio para apoiar, para puxar pela equipa e...sofrer com ela se for necessário. O mindset de todos deverá ser só um: apoiar. Quer seja uma exibição de gala, ou de fato de macaco.

Saudações Leoninas


terça-feira, 12 de setembro de 2017

Escrever uma nova história

A Liga dos Campeões é uma competição com um grau de dificuldade acima do normal. É uma prova onde as distrações, a falta de entrega ou acerto na estratégia se pagam duramente. Escusado será dizer que o Sporting versão europeia que dá hoje o seu primeiro passo, terá obrigatoriamente de ser um Sporting pleno de coragem, acerto e astúcia. Só assim se conquistarão os pontos, ranking, milhões e prestígio que tanta falta nos fazem.

Todos os jogadores, toda a equipa, todos...terão de estar ao seu melhor pois do outro lado do campo estará um adversário que não dará menos que isso. Realço, e sei porquê, a palavra coragem - essa faceta que tantas vezes tem faltado na hora de saber sofrer, na hora de saber gerir resultados ou vantagens. A última partida da Liga é bem o exemplo de tudo o que se deverá evitar, pois que na LC há muito menos hipóteses de sacar um resultado recorrendo à sorte ou ao erro do adversário.

Confio que uma versão leonina a 100%, carregada de ambição e confiança em si própria pode de facto escrever uma história diferente da narrativa que todos esperam "natural". E é isso que deve estar dentro da cabeça dos jogadores assim que o árbitro apite para o início do jogo e...até que o repita para assinalar o seu fim. Só depende de nós. Só mesmo.

Saudações Leoninas.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Justiça? Porra...

Vi com atenção o Especial Informação na SportingTV com o Presidente Bruno de Carvalho na passada Terça-Feira. Foram aproximadamente duas horas cheias de informação transmitidas pelo máximo responsável do clube e…que duas horas! À parte da questão da “forma e conteúdo” que já comentei, sobrou tanta matéria para reflectir, que se torna insuficiente qualquer menção em meia-dúzia de linhas. Sugiro então aos “lençóis-haters” alguma paciência, que isto não vai ser rápido, nem curto.
O que BdC fez ao comentar os vários relatórios de instrução do Conselho de Disciplina é, antes de mais nada, um verdadeiro serviço público. O que foi lido em directo, nem sequer precisava dos ad-ons de humor do Presidente, mas de certa forma tornou o que seria uma análise e opinião exaustiva, em puro entretenimento. A realidade é que os excertos lidos das redações dos acordãos, não deixam dúvidas a ninguém sobre a intenção primária dos juristas que realizaram quer os processos quer a sua explicação: aquilo não é “querer” fazer justiça, é somente “querer” castigar o nosso Presidente. Ponto.

E a minha pergunta é bastante óbvia: porquê? Porque se mandam às malvas tudo que se aprendeu no Curso de Direito e se é capaz daqueles exercícios de distorcer a análise das provas, de estabelecer raciocínios ilógicos e tendenciosos contra uma das partes, de passar por cima de argumentos evidentes (alguns com imagens reais dos acontecimentos), de valorizar interpretações impossíveis de ligar à mostra disponível de factos ou probatório? Eu não sei, mas posso ter um excelente e rigoroso palpite. O Conselho de Disciplina ou de Justiça da FPF só têm duas justificações para ter conseguido produzir aquelas obras-primas da narrativa pós-moderna:

1/ Tem péssimos instrutores, pessoas de parca experiência jurídica que por insegurança ou amadorismo tendem a despachar os processos como quem coça uma comichão no escroto;

2/ Tem bons instrutores, mas indivíduos incapazes ou de despir a camisola de água ao peito ou de enfrentar os que tendo, lhes ordenam a intenção de culpa antecipadamente à análise do processo.

Só existem estas explicações. Mais nenhuma conseguirá tornar sequer racional o que nos foi relatado na tv por BdC. Não é preciso ter lido o Código Civil ou sequer frequentado sequer uma aula de Direito para perceber que aquilo que está naqueles acordãos não é “justiça” e muito menos é “boa justiça”. É um processo com muito mais parecenças com os autos de fé da Santa Inquisição, recheado de interpretações unilaterais, que obedecem sempre a um prepósito inicial enfermado até ao osso de “culpa etérea e incondicional”. A antipatia, a desconsideração, a hostilidade e até ridicularização do juiz em relação ao julgado salta aos olhos como letras em neon vermelho numa noite escura e isso, meus caros amigos, é também por si própria uma prova de que às vezes não é preciso ler “e-mails” para entender que há corredores nesta justiça que não são conhecidos, nem acessíveis. E foi nesses corredores que o nosso Presidente foi condenado, muito antes de qualquer processo ter sido sequer aberto.

Volto à questão principal: porquê? Porque se calar BdC? Porque se tenta de forma tão absurda e ridícula retirar crédito e poluir a imagem do Presidente do Sporting? As respostas são inúmeras, mas a origem é constante e óbvia. O consórcio Vieira. 
Escolho não apontar o dedo ao Benfica e faço-o conscientemente. Quem deseja eliminar ou desacreditar o líder máximo do meu clube não é o clube nosso rival, mas sim uma linhagem de bandidos e seus acólitos que tomaram de assalto esse emblema. Paulo Gonçalves, Pedro Guerra, Rui Gomes da Silva, são só alguns exemplos da categoria de gente que rodeia o Mastermind da verdadeira podridão que é o seu presidente. Isto passou há muito a barreira da rivalidade e as normais diatribes da bola, isto é guerra suja do pior, em que um conjunto de bandalhos sem escrúpulos, recorre a todo e qualquer expediente para eliminar os seus opositores, especialmente os que não os temem nem estão dispostos a enfrentá-los.

Se pensarmos bem, usar os juízes das instâncias federativas para provocar danos nos adversários não é sequer novidade para o Consórcio Vieira. Já o fizeram como é público e nada leva a supor que se tenham arrependido ou cessado essa “relação”. Aliás, acrescento um facto. Ao terem sido revelados dados que apontam para um grave conluio entre responsáveis do Benfica e os membros do Conselho de Disciplina da FPF e ao ter existido  zero de punição ou retração da instituição ou dos visados, só podemos imaginar o sentimento de impunidade gerado e todos somos capazes de nos lembrar do ditado “gato escaldado de água fria tem medo”, não é uma perda de tempo virar o dito ao contrário para afirmar que estes senhores juízes cada vez têm menos medo de água fria, já que façam o que fizerem, estão a salvo de qualquer escaldão. O poder de corromper serve ambas as funções: protege os corruptos e corrompe o que os que os protegem. Olhando para o que leu BdC nos relatórios, fico com a sensação que aquilo não são de verdade, processos de justiça ou disciplina - são apenas uma coisa - exercícios de exibição de profunda corrupção moral e profissional e não são provas de culpa do Presidente do Sporting, mas provas de incapacidade para exercer funções por quem os redigiu. 


E isto tenho pena que não tenha sido dito por Bruno de Carvalho. Pois é a única forma de verdadeiramente corrigir o erro. Eliminar a incompetência a incapacidade para praticar a isenção e equidistância devia ser a função da própria FPF, mas uma vez que parece manietada para não o conseguir fazer, alguém terá de prestar uma ajuda e, castigo por castigo (será a partir daqui irrelevante) seria o fim lógico de uma posição coerente por parte do meu clube e por parte de qualquer pessoa ou instituição que tem acompanhado as recentes revelações de como funciona verdadeiramente o futebol português. 

Saudações Leoninas.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Comunicado de um adepto


Acerca do Comunicado feito pelo nosso Presidente hoje, que podem ler no seu Facebook pessoal e daqui a algumas horas noutros locais, tenho a dizer ao meu Presidente que:

1/

A mim não me preocupa o estilo nem a forma. Preocupa-me o conteúdo. Mas como posso ignorar que existem formas e estilos dão mais impacto e seriedade ao conteúdo? Como posso mandar fora anos de aprendizagem que me ensinam que a forma é a melhor amiga do conteúdo quando não cria ruído ou dispersão e é simplesmente um veículo? Não pretendo ensinar nada a ninguém e muito menos como ser presidente a alguém que já o é, mas caro Presidente, há sempre espaço para melhorar. Ser Presidente do Sporting é uma função, um cargo e qualquer cargo necessita que o seu ocupante se molde à melhor forma para o exercício das funções. Se optar por não o fazer é apenas uma escolha sua e quem sabe pode ter até mais vantagens a longo prazo, mas o que não pode é desejar ou imaginar que isso não legitima críticas a essa opção. Como sabe, ser líder de algo é fazer escolhas, centenas e diariamente. Algumas delas serão unânimes, outras menos. É uma circunstância natural, até pelo tamanho da operação e massa crítica do Sporting. 

2/

Quem crítica não é necessariamente seu opositor, às vezes são os mesmos que o aplaudem e até votaram em si, duas vezes. Às vezes são os mesmos que, todos os dias, dão o corpo às guerras necessárias no futebol português e que acordaram com a sua presidência para uma militância mais sólida e próxima. Às vezes são pessoas, como eu, que desejam o melhor para o clube e incluem o Presidente naquilo que querem ver sempre a crescer e a melhorar.

3/ 

Já o disse centenas de vezes e continuarei a manter a opinião, sempre que se justifique, de que o meu caro Presidente foi e é o homem certo no lugar certo e que tem todas as hipóteses de se tornar num dos melhores líderes que o meu clube já teve. Mas é apenas e somente um ser humano, com as mesmas falhas e equívocos, hesitações e inseguranças que podemos encontrar em qualquer outra pessoa. Isso nunca o diminuirá nem retirará autoridade, o que pode realmente fazê-lo é deixar de ter essa compreensão ou recusar os “lados negros” dos outros seres humanos que espelham em cima dos seus ombros as suas próprias frustrações e desilusões clubísticas ou desportivas. Bruno de Carvalho é no papel e em todos os suportes, o líder dos sócios que dizem bem e dos que dizem mal do seu Presidente e parece-me que fará todo o sentido que faça sempre a separação das críticas em duas parcelas: as que são justas e entende poderem servir de chão a uma evolução e as que não fazendo sentido, deve imediatamente desprezar, seguindo o caminho em que acredita (sem dogmas), focando-se nas metas que estão à sua frente e alcançáveis e não no entulho que está ao seu lado e que nada adianta valorizar.

4/

Acredite Presidente que ninguém ousa sequer colocar em causa o seu compromisso e a sua feroz dedicação à causa Leonina, mas infelizmente herdou um clube quase em ruínas e a auto-estima de muitos adeptos gozava (e ainda goza em muitos) da mesma saúde que se identificou às finanças, ao património, à organização ou outras áreas do clube. O Sporting que recebeu é um gigante, não adormecido, mas amputado de corporativismo e associativismo. Lentamente (e o meu caro tem sido um forte alicerce nesse sentido) está a recuperar, mas podem levar alguns anos e títulos até se poder dizer, que estamos como deveríamos estar.

5/

As massas não são fáceis de mover e as atitudes são o mais difícil de mudar e a diversidade de Sportinguismos existentes não é mais do que um vasto e complexo ladrilho de vontades e crenças que não são orquestráveis por decreto ou campanha publicitária. Aderir a um movimento e ser activista do mesmo é cada vez mais um espasmo raro da nossa sociedade que nos convida à passividade e ao consumo. E compreenda caro Presidente que, nos silêncios e estagnações que sente nos adeptos não está desacordo nem incapacidade da sua Direcção para motivar a um novo Sportinguismo, está apenas e só uma cultura enraizada do célebre “vai tu, que eu se puder acompanho”. Isso não o deve desmotivar ou perder crença na massa sportinguista, é apenas o retrato real do que somos e travessa todos os clubes de uma forma ou de outra. 

6/

As injustiças que tem sido alvo são registadas por todos e muitos (quase totalidade atrevo-me a dizer) estarão sempre solidários e cúmplices das críticas que fez, faz e fará. Esse tem sido aliás um dos pilares da ligação e carisma que criou com os adeptos. É um orgulho e um forte sentido de proximidade, acreditar que o meu Presidente acredita no que eu acredito e defende (sem hesitar) o que eu defendo. Contra o campadrio, contra os esquemas paralelos, contra a sangria do património dos clubes a favor do bolso de alguns bandidos que entraram no futebol. contra os pactos que visam distorcer a verdade do desporto e os valores humanistas do mesmo. Estaremos sempre lado a lado nestas batalhas e muitos lutam como podem, com as armas que têm, no tempo que podem. Não são esforços visíveis, não fazem capas de jornais, nem ficam registados em nenhuma rede social, mas ainda assim existem e transformam as mentalidades e assinalam as diferenças entre os que querem ganhar atropelando tudo e os que querem ganhar apenas ficando a dever ao seu trabalho e valor. Esta guerra não será ganha numa ou várias épocas, não será limpa nem indolor (muito mais para quem a lidera), mas seja qual for o estilo ou a forma do nosso apoio, estaremos sempre lá, ao lado do clube e nem que sejamos só dois ou três, continuará a existir Sportinguismo e os ideais que patrocinarmos quer com os actos, quer com as palavras.

Saudações Leoninas