sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Entre os melhores. Literalmente

Já se sabia que ficando no pote 4, o Sporting dificilmente apanharia um grupo acessível. Aliás essa nem sequer é a lógica da Liga dos Campeões para a maioria dos emblemas mais periféricos da Europa (como são os emblemas portugueses). Se os adversários já eram de monta, depois da reformulação da prova, os países com mais ranking ficaram ainda com mais acessos disponíveis retirando vagas a clubes com menos estatuto, elevando obviamente a fasquia e a dificuldade para os menos endinheirados.

Mas se as hipóteses de sair da fase de grupos com o apuramento se vão reduzindo, aumentam claramente as vantagens financeiras e aqui reside o atrativo maior da competição para nós e para 70% dos clubes na prova. E nesse aspecto não nos podemos queixar. Ter Juventus e Barcelona no grupo garante à partida muito mediatismo, bastante interesse na bilheteira e montras largas para possíveis exibições de encher o olho dos nossos jogadores. Fazer um grande jogo frente ao Guimarães é uma coisa, fazer igual prestação frente ao Barcelona é outra e no final das épocas isso...pode valer cheques bastante gordos.

Torna-se pois óbvio que o Sporting estando apto para discutir qualquer partida, terá ainda assim bastante dificuldade para rivalizar com estes dois pesos (muito) pesados quanto ao apuramento e isso só seria realidade de a equipa leonina estivesse vários furos acima do esperado e qualquer um dos outros, bastantes furos abaixo. Não é expectável, até porque é nesta prova que os grandes jogadores das maiores equipas querem afirmar o seu curriculo, mostrando a todo o continente e ao mundo o que valem.

Resta-nos provavelmente o apuramento para a Liga Europa e diga-se para os mais desconhecedores que o Olympiacos não é um parente pobre a desprezar. O "crónico" vencedor da liga grega perdeu alguma capacidade financeira (e capacidade para atrair vedetas) nos últimos anos, mas mantém plantéis muito competitivos, focadíssimos em brilhar na Europa e aproveitando a baixa competitividade da competição interna. É com eles que marcaremos o sucesso ou insucesso desta primeira fase das nossas competições Europeias.

Neste campo há que salientar que o calendário até nos foi simpatico. Abrimos na Grécia e fechamos com os mesmos em casa e se não existirem grandes surpresas, tudo dependerá de como iniciamos e acabamos a fase de grupos. Uma vitória ou empate em solo helénico garantirá uma vantagem a ter em conta.

Noutro plano ligeiramente diferente, a entrada na CL prevê imediatamente um encaixe que pode facilmente chegar às duas dezenas de milhões de euros. Uma verba que poderá assentar que nem uma luva ao equilibrio das contas deste início de época e o mais que previsível break even quanto aos investimentos realizados. Não é um dado a minorizar, sobretudo quando ainda negociamos muitos jogadores (William, Ruiz, Zeegelar, Schelotto) e já se sabe que ter trunfos na mão, permite pelo menos uma superioridade negocial que costuma ser agilizadora de maiores encaixes.

Aliás, o quadro da venda de William altera-se substancialmente e se pensarmos num West Ham, sem CL e a lutar por um lugar a meio da tabela podemos e devemos compará-lo com outra realidade que será lutar por títulos e enfrentar pelo menos duas vezes clubes como Juventus e Barça. A rivalidade com Danilo na selecção nacional pode ser ganha ou perdida por coisas destas.

SL


1 comentário:

  1. Este ano a nossa equipa é a melhor e a mais equilibrada dos últimos anos, não me recordo de tantos jogadores com qualidade a jogar ao mesmo tempo. ( só falta um DE melhor que o Argentino e um atacante mais evoluído do que o Ruiz ) ... mesmo assim e se não sair ninguém, acho que temos equipa para entrar olhos nos olhos com qualquer uma das outras do nosso grupo.

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