terça-feira, 4 de março de 2014

Um Leão Africano

Quase 13% dos fãs da página de Facebook do Sporting são Argelinos ou Egípcios. 13% de 1 milhão são 130 mil pessoas. 130 mil pessoas que activamente acompanham a história de Chikabala e Slimani no Sporting. Porquê?

A África magrebina + Egipto são 166 milhões de pessoas em África e cerca de 36 milhões espalhados pela Europa Central e Arábia. São fãs de futebol fervorosos e avidos de ver os seus futebolistas brilhar. Ao contrário de outros clubes, o Sporting tem um cadastro limpo junto destes adeptos. Não há ressentimentos coloniais, não há distanciamentos xenófobos, não há choques culturais ou religiosos...o Sporting é neste momento para Slimani e Chikabala uma porta dourada para a entrada da terra prometida do futebol Europeu.

Mesmo sem a importância de estar no mapa de uma Champions, o Sporting descobriu (aposto que com alguma surpresa) que havia muitos milhares de pessoas que não falando a mesma língua nem partilhando nenhuma história em comum, queriam ser um pouco mais sportinguistas.

Mas, ter pontualmente e temporariamente 2 jogadores com estas nacionalidades é uma coisa, abrir um mercado é outra. Para isso o Sporting terá de ser uma referência constante, e para o ser, isso tem de ser acolhido como opção estratégica, que não é nesta altura.

Ter pouco dinheiro fez o Sporting olhar para outros mercados, ao fazê-lo abriu portas que não costumam sê-lo...isso gerou uma curiosidade enorme pelo clube. Mas para atrair mais do que curiosidade, mais uma vez, isso terá de advir de uma estratégia de maketização da marca Sporting nessas paragens, isso é fácil? Não.

Aos que sonham com um Leão Africano - África continua a ser um "mercado" pouco lucrativo, distante e ainda imaturo...mas no entanto é vasto e acolhedor. Fará sentido um olhar mais ambicioso e atento às oportunidades, principalmente quando estas nos trazem "titulares" a baixo custo e milhares de novos fãs num continente diferente.

Bruno de Carvalho e equipa terão de saber ler estes dados e fazer uso do que já conseguiram. Garantir os melhores jogadores, as melhores promessas e os melhores negócios num mercado de tantos milhões de adeptos de futebol pode ser muito mais lucrativo do que se pensa.

Perguntem ao Mónaco, Bordéus e ao Marselha dos anos 90 quanto valeu África nos seus títulos e vendas de jogadores.

SL

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