A grande palhaçada

Para quem vê mais no futebol do que as questões de quem vai à frente, quem ganha o derby ou se o jogo dá na tv aberta... este é um tempo de grandes mudanças. Nos bastidores dos jogos de futebol muito se passa. O fim do crédito fácil dado pêlos bancos acabou, acelerou um realismo que escapava desde o início às SADs, gastar o que se tem nunca foi uma hipótese em cima da mesa, até porque os grandes clubes portugueses gostam de se comparar com outros grandes europeus...e não com os clubes de mercado e dimensão semelhante.

Esta "megalomania" alastrou por todo o lado e salvo honradas excepções, toda a gente bateu com os queixos em dívidas que não consegue pagar. As reuniões de presidentes na Liga ou fora dela é apenas um sintoma de desespero. Não tem nada de estruturado, organizado nem sequer serve para pensar o futuro da industria do futebol nacional, é apenas uma junção de gajos arrasca, que procuram culpados para fazer fogueiras e lavar as mãos da responsabilidade na hecatombe próxima.

O Sporting e o Guimarães estão em contra ciclo com todos os outros. Já bateram no fundo. Já entenderam que o "jogo" mudou e aceitaram a nova realidade. O Sporting já aceitou a sua realidade, é um clube forte a nível nacional, com elevadas dividas, com receitas diminuídas e com forte valia na formação. Aceitar a sua condição foi o melhor que podia ter feito...e o mundo não caiu em cima da cabeça de ninguém.

Mas há infelizmente outras "ideias". Os orçamentos criativos dos nossos maiores rivais, que varrem para debaixo do tapete uma engenharia assente num constante upscale de valor que nem sempre é real criaram um status quo no topo do nosso futebol que...é uma enorme pirâmide de especulação, muito dificilmente sustentada quando não convence nos relvados... os tripas estão a quebrar por todo o lado, uma prova de que toda uma estrutura designada como híper profissional, na verdade cai ao mínimo deslize.

Enquanto uns rapam desesperadamente as ultimas migalhas do chão, recorrendo a alianças absurdas para evitar a todo o custo a descida de divisão e a segurança de obrigar a Liga e a FPF a fazer vista grossa às dificuldades crónicas para pagar ordenados... outros aproveitam este desespero para regimental compromissos, chegando mesmo a emprestar dinheiro e jogadores num financiamento que implicará muitas cedências, umas mais evidentes que outras.

No final tudo fica na mesma, um pouco mais frágil, um pouco mais corrupto, um pouco mais perto de implodir. Os sinais de derrocada são evidentes, só não vê quem não quer... mas para quê alarmismo, os benfas estão tão perto de reservar o Marquês...fechemos os olhos mais uns meses pois então.

SL