Confesso que não consigo compreender as regras que definem a gestão de esforço do plantel do Sporting com JJ ao comando. Isso não significa que esteja a ser mal feita ou que tenha de ser feita uma rotatividade que eu entenda. Simplesmente não atinjo o racional do que faz e quando o faz.
JJ parece confiar, mais uma época, apenas num lote muito restrito de atletas e a cada oportunidade de descansar algum jogador essencial, perde-se o timing, já que há sempre um "perigo" qualquer à espreita. As cautelas são sempre bem vindas, mas de tanta previdência, escasseiam sempre os jogos onde as segundas linhas podem conquistar algum capital de confiança, provando serem peças "dentro" do baralho.
A ideia de que JJ precisa de plantéis vastos, baralha-me completamente. Para quê? Vejo os minutos de jogos oficiais de alguns jogadores e à parte das necessidades de treino, não vejo qualquer justificação para que um activo passe uma temporada a somar banco ou nem isso. Sim, o nível de exigência é elevado, mas porventura, aumentará ainda mais ao longo da época em vez de suceder o contrário.
À medida que os habitués vão somando jogos, vão adquirindo ritmo e chegando a níveis de elite. Quando precisam de repousar, os que os deviam substituir estão perros e demasiado ansiosos por provar em míseros minutos o que valem, sabendo que poderão ter de esperar meses até à próxima "aberta". Este é um problema factual, que acresce de relevância à medida que o Sporting se mantém em todas as provas e há real necessidade de dividir o esforço competitivo de jogos de 3 em 3 dias.
O dinheiro não estica e vale a pena justificar que JJ não tem provavelmente o plantel que desejaria, mas ainda assim é preciso dizer que os treinadores em Portugal têm de possuir alguma arte de fazer muito com orçamentos médios (olhando a média europeia), sendo que o Sporting tem a vantagem de ter uma massa associativa que adora que sejam lançados novos valores, acarinhando com muita paciência o crescimento da sua cantera na equipa principal.
E isto entronca directamente na política de gestão da equipa B que tem sido relevada para um papel completamente secundário e assumida como depositário de jogadores sem margem de crescimento ou experiências de mercado. Quando o plantel principal precisa de algo suplementar, deixou de ser a referência para entregar soluções e JJ tem preferido remendar com adaptações dentro do plantel principal, esvaziando a lógica da equipa B.
Rafael Leão é a excepção que confirma, mais do que a resistência de JJ a recorrer à equipa B, a ausência de jogadores jovens com potencial para fazer a transição.
Aconteça o que acontecer, estar permanentemente a ouvir JJ a queixar-se do excesso de esforço em cima dos seus ateltas, quando muitos do que estão no plantel têm tão poucos jogos, levanta-me uma questão cada vez mais importante: o problema será da qualidade dos jogadores suplentes ou da "confiança" que lhe é dada por JJ?
SL
Boa reflexão. Pergunto-me muitas vezes o mesmo. O ápice do descaramento de JJ foi quando, há umas semanas, depois da lesão do Gelson (creio), veio dizer:"Como é que não há-de rasgar, é jogo em cima de jogo sem descanso..." Como se ele não tivesse nada a ver com o assunto e a única pessoa que pode tomar a decisão de não serem sempre os mesmos a jogar.
ResponderEliminarBom artigo. Para mim aquele 4o parágrafo é mesmo o maior problema do nosso treinador. Vê-se que quando um puto novo entra na equipa ele vai mentalizado que aquele jogo é a única oportunidade que tem para mostrar o que vale e por isso jogam sobre pressão de tentar mostrar o melhor deles em 5 minutos. E nem falo daquelas substituições aos 93 minutos...
ResponderEliminarE tudo isto enquanto se queixa sempre de que o plantel é curto nem que tenha 40 jogadores
Este post até poderá ter algo de "verdadeiro". Mas também tem bastante de injusto. O JJ está Há 2 épocas e meia no SCP: além de ter potenciado e valorizado activos da oriundos formação mas que já jogavam (como João Mário, Adrien, Ruben Semedo e William Carvalho) já lançou ou deu oportunidades a jogadores como Gelson Martins, Daniel Podence, Rafael Leão, Mateus Pereira e Iuri Medeiros (sim, falo de Iuri Medeiros que acho que teve várias oportunidades que não soube aproveitar); houve ainda os lançamentos de Chico Geraldes e Gelson Dala (que, esses sim, acho que foram muito esporádicos e limitados). Mas, convenhamos que, para 2 anos e meio, não é assim tão pouco. E ou bem que querem uma equipa competitiva ou bem que querem um plantel com base em miúdos da formação.
ResponderEliminar"E ou bem que querem uma equipa competitiva ou bem que querem um plantel com base em miúdos da formação"
EliminarAlvaro, acha que foi um acaso a primeira época do Jesus? Pois aí tínhamos uma base da equipa que já vinha de há 2 ou 3 anos, e sim, aí houve mérito do Jesus a meter os jogadores a renderem mais, o problema veio quando tivemos de vender alguns dos putos e demos rédea solta para ele mexer no plantel da época seguinte. Quanto à aposta na formação, quais são os seus padrões para dizer que um jogador é aposta do Jesus? Só meteu o Leão quando não tinha outra hipótese, o Iuri falhou num jogo e foi logo encostado, o Xico nem tocou na bola e o Podence antes de entrar na equipa de ser o melhor em campo no pouco tempo que lá estava dentro, porque de outra forma levava o destino do Iuri
Entendo as interrogações... e por isso uns são treinadores e outros como nós, opinadores.
ResponderEliminarNeste momento temos um excelente 1 equipa e julgo que para o ano teremos um excelente plantel.
No entanto acredito que são os jogadores que tem de dar confiança ao treinador e não o contrário.
Eu se entender que aquele jogador não é melhor que o outro, só o meto a jogar se o principal estiver cansado ou lesionado ( ponto )
Sempre foi e sempre será assim!
Com esta podridão que vai no futebol, em que o Sporting há décadas que é prejudicado, não entendo porque é que não se faz mais publicidade para a petição pública a pedir a descida de divisão do carnide, vão aqui: http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT88324
ResponderEliminar