segunda-feira, 12 de junho de 2017

O que esperar deste mercado leonino?

Não ficaria espantado se o Sporting vendesse bastantes jogadores até ao final deste mês. O primeiro dado relevante foi anunciado pelo próprio presidente BdC e JJ - o Sporting vai ter um plantel de 25 ou 26 jogadores. Logo aqui existem 4 ou 5 saídas programadas. Segundo dado - existe um consenso generalizado de que alguns jogadores do plantel, apesar do seu valor “comercial”, estão abaixo do rendimento pretendido. Terceiro dado - Não estando a participação na fase de grupos da CL minimamente garantida, seria estrategicamente saudável realizar o “mercado” sem contar com esse encaixe, fazendo das vendas a única fonte de receita para a construção do plantel da próxima época, e assim sendo, urge vender para mais tarde adquirir…tanto o que se alienou e o que dará mais capacidade à equipa.

Analisando por sectores, as balizas estarão perfeitamente bem entregues quer a Patricio, quer a Beto, mas com um regresso tardio será sobre Pedro Silva ou Max que estará o peso do início de época, até que pelo menos Beto (segunda linha de Patricio na Selecção) goze um período de férias decente. Tudo isto remete Azbe Jug claramente para fora das escolhas.

Na lateral direita chegou Piccini, o que imagino poder querer dizer que Schelotto (jogador muito semelhante) pode estar na calha para uma transferência. Esgaio, ao que parece poderá rumar a Braga, o que abre não uma, mas duas vagas no plantel - não será nenhuma surpresa se nos próximos dias chegarem reforços para esta posição, ou pelo menos, assim que Schelotto seja transferido. Miguel Lopes será mais uma vez carta fora do baralho ou a aproximação com a SAD do Porto, poderá resolver algumas extravagâncias do seu contrato, tornando possível a sua repescagem?

Na lateral esquerda, considerada por muito o “calcanhar de Aquiles” da equipa, o cenário é muito semelhante ao extremo oposto. Jefferson fará companhia a Esgaio na cidade dos ArceBispos e Zeegelar (que vai figurando aqui e ali nas escolhas da selecção Holandesa) tem mercado. Duas vagas abertas que podem ser supridas em parte por Jonathan Silva…que não estou ainda seguro que seja uma certeza. E por falar em certezas e dúvidas, a entrada de Coentrão, essa novela do momento, está longe de estar terminada e abre uma série de dúvidas suplementares. A primeira desde logo, se deve o Sporting “contar” com a efectividade deste jogador ou precaver-se para “males maiores” tendo no plantel não duas soluções, mas três, caso o caxineiro repita as habituais sagas de enfermaria. Será André Geraldes ou Pedro Empis? 

No centro da defesa, as certezas são ínfimas. Depois da saída de Ruben Semedo, fala-se no interesse sobre Coates (alguns meios coincidem em dar eco no trabalho do seu empresário em procurar clubes interessados, o que é um dado revelador) e não será loucura nenhuma imaginar que André Pinto e Paulo Oliveira acabem por ser os que permanecem, afinal, de uma época para a outra. Pessoalmente deposito algumas esperanças que Douglas seja o primeiro a sair e que Coates só saia se a proposta seja muito compensadora, permitindo ao clube a contratação (com essa verba) de dois jogadores de valia imediata. Difícil, mas não impossível. 
Alimento até alguma ilusão que Domingos Duarte ou Demiral tenham lugar neste plantel e que se faça um empréstimo decente de Tobias Figueiredo…quem sabe algures no Championship ou Premier inglesa ou Liga alemã. Receita extraordinária será a venda de Ewerton, que pelos vistos agradou a muitos treinadores por terras germânicas. 

A mais expectável venda deste defeso ainda não aconteceu e William tem sido o rei da posição de trinco no Sporting. Acho mesmo que estaremos prestes a despedir-nos deste jogador tão preponderante na equipa, mas a visibilidade na Selecção e o atingir do auge da sua valorização poderá levar a SAD a achar que esta é a hora de abrir mão do Campeão da Europa. A entrada de uma verba compatível com o seu valor poderá permitir a reformulação de todo o meio campo da equipa, onde faltam soluções quer principais quer de segunda linha. Palhinha precisa de crescer e não pode ainda ser considerado um sucessor natural. Petrovic (apesar da época interessante no Rio Ave, não será muito mais do que mais um empréstimo e Bruno Paulista acaba de se despedir para o Vasco da Gama. Muito irá acontecer para que descubramos quem será o “trinco” desta equipa.

Outra despedida expectável (e importante) será a de Adrien. Quer queiramos quer não, o seu valor de mercado estagnou e embora alto, não será difícil que um qualquer clube inglês dê ao Sporting a quantia certa para que saia do clube. Aos 28 anos será até lógico que ambas as partes decidam por esse caminho. Não há nenhum sucessor no plantel e apesar de muitos (como eu) vermos em Geraldes alguns atributos recomendáveis, JJ já avisou as hostes que para ele, Francisco não é um homem do miolo e sendo assim há que procurar lá fora o que poderá render Adrien. Fala-se em Bradaric, mas penso que esse estará mais vocacionado para render William do que como médio “box2box”. Battaglia do Braga? Bom, veremos. Não estou convencido das valências deste jogador em missões defensivas, o que repito na avaliação de Mattheus Oliveira. Não. Nenhum dos dois encaixa no modelo de JJ como puro 8 e se há um nome por aí para este lugar ainda não o conhecemos. 
As minhas qualidades como treinador de bancada levam-me a dizer que gostava muito que JJ perdesse umas horas a imaginar Gauld como um possível Modric (não falo obviamente do valor, mas sim da missão táctica) dentro do Sporting. O que a meu ver, estabilizaria muito a equipa, principalmente em jogos de profunda necessidade de furar as defesas à procura do primeiro golo. 

Imaginando que este será mais um ano de mínimas variações ao 4-4-2, não será necessário imaginar mais atletas para o miolo, dispensando os tais médios criativos que operem pelo centro. Alan Ruiz serve perfeitamente como âncora e caso este papel venha mesmo a ser considerado e eu colocaria Francisco Geraldes no mesmo quadro de soluções.

Vamos às alas. Fracasso rotundo com Markovic e Campbell. Sobraram sempre Bruno César e Gelson Martins e embora o brasileiro não tenha nem o drible, nem a explosão recomendáveis, tem remate e golo…o que é uma obrigação na visão de JJ. Ainda assim, é mais do que necessário encontrar colocação para um descrente Bryan Ruiz e definir, uma vez por todas, se Matheus Pereira é para levar a sério. Caso a resposta seja não (erro crasso e uma das coisas onde verdadeiramente culpo JJ como maior responsável ) e mesmo considerando Geraldes como uma opção a figurar no plantel (garantida por JJ) é evidente que falta ao plantel um ou dois jogadores desiquilibradores nesta posição. Consideração que só será reforçada se algum tubarão perder a cabeça e investir 60 (ou mais) milhões para levar Gelson. Iuri Medeiros tem de ser um must na construção do plantel e eu se fosse o português, colocaria um pouco mais de empenho nos treinos, de forma a mandar as interrogações de JJ pelo cano. Heldon e Ary Papel serão casos mais complicados de resolver e eu trocava-os facilmente pela chegada de (por exemplo) Fábio Martins do Braga (emprestado ao Chaves).

Na frente, tendo como garantida a permanência de Bas Dost (talvez tenha sido bom não se ter sagrado como Bota de Ouro europeu, pois o pouco que faltava poderia não faltar para que alguém abrisse inesperadamente os cordões à bolsa) resta compor uma alternativa credível (que Spalvis ou Castaignos não são) e encontrar um ou dois side-kicks para a tão importante missão de avançado móvel que JJ incessantemente procurou na época passada. A tal missão de 2ª linha de Dost terá de vir de fora, mas tendo Gelson Dala, Podence e até Mané ou Teo como integrações possíveis, não anseio por contratações nesta outra posição. Ainda há Leonardo Ruiz na calha, mas isso ficará para outras análises. 

Deixei muitos jogadores, actualmente sob contrato profissional, à margem deste “apanhado”. Mas se já difícil adivinhar o destino de jogadores mais influentes, é muito mais complexo destrinçar o que sucederá a atletas como os que constam na equipa B ou foram emprestados com pouco sucesso a clubes de menor dimensão.
Acima de tudo salta à vista o quanto ainda está por fazer em ambos os sentidos, entradas e saídas. Sairá gente importante, entrará muita gente com missões de elevado grau de dificuldade. Espero que se use de uma astúcia e uma precisão mais efectivas no scouting e que, de facto, na próxima época o plantel surja mais sólido e sobretudo mais ajustado às ideias de JJ.


Saudações Leoninas

8 comentários:

  1. Simples, 3 vendas não mendilhonas ainda que se use o mesmo canal ou outros mas neste caso sem dúvidas, 12 entradas , que são os mínimos jota jotianos . Reis do defeso as usual

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  2. No plantel da próxima época tem de haver espaço para Francisco Geraldes, Daniel Podence, Iuri Medeiros, João Palhinha, Ryan Gauld e Gelson Dala.

    Matheus Pereira podia rodar um ano na 1ª Liga.

    De grandes vendas diria que William e Adrien podem mesmo sair para Inglaterra.

    Deviamos vender Bryan Ruiz, Schellotto, Marvin, Douglas, Petrovic, Teo e Heldon.

    Vindo Battaglia (confesso que preferia Krovinovic) fica a faltar:
    um defesa direito, um defesa esquerdo, um 6 e um ponta de lança suplente para Bas Dost.

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  3. Boas,

    Concordando com quase tudo gostaria de deixar aqui os meus bitaties para a discussão:

    - Spalvis não é opção? Porquê? Faz-me um pouco de confusão descartar um jogador que ainda não teve oportunidade de se mostrar e que até vinha rotulado como goleador e bom jogador. Puto novo com hipóteses de evoluir mesmo estando parado 1 ano. Penso que devia ter pelo menos a hipótese de se mostar

    - O Braga nunca vai deixar sair o Fábio Martins (pelo menos para nós!). Infelizmente porque nota-se que ali está um bom jogador.

    - WC, Gauld e Geraldes. Este era o meu meio-campo a jogar em 4-3-3 com Gelson, Podence e Bas. Uma menor capacidade defensiva mas com bola nos pés (e com este trio era certo) também não é preciso defender. Sim, um pouco à imagem do RM.

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    1. Como eu gostava de ver um pouco desse meio campo do último ponto....

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  4. faria o plantel do Sporting assim:

    gr: Rui, Pedro Silva - gosto muito do Beto, mas é caro para suplente e já não é opção de futuro (o Pedro é o sucessor natural do Rui por isso é integrar o mais depressa possível)
    dd: Esgaio, Piccini
    de: Jonathan, Geraldes (ou Empis)
    dc: Coates, Oliveira, André Pinto, Domingos
    md: Palhinha, Petrovic - o Petrovic até fez uma boa 2ª metade no Rio Ave, sempre a titular, acho que para suplente é muito bom pelo que o vi fazer lá
    mc: Xico, Gauld - "No Brainer", estou farto de tiros no escuro (o Geraldes é a fotocópia do Adrien pré-Jardim, mas melhor com bola e o Gauld fez uma época excelente a médio centro no Setúbal)
    ext: Iuri, Matheus, Gelson, Mattheus Oliveira, Mané - Aqui há muitas opções, visto que até o Podense pode jogar na ala e o Iuri atrás do avançado, tal como os Matheuses
    mo: Podence, Alan
    pl: Bas, Contratação, Dala/Leo Ruiz (um fica e o outro é emprestado)

    vender/dispensar: Jug, Beto, Douglas, Schelotto, Marvin, Jefferson, William, Adrien, Bruno Cesar, Bryan, Castaignos, Teo - Aqui estão 80/85M
    emprestar: Stojkovic, Empis (se não for para ficar na A), Wallyson, Ary, Leo Ruiz, Spalvis
    comprar: avançado e talvez um defesa esquerdo.

    Tínhamos um grande plantel sem gastar muito dinheiro em potencial lixo como este ano (o Spalvis foi azar e vamos esperar para ver)

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    1. laterais e meio campo fraco

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    2. fraco era aquele meio campo do elias e do meli. Se só apostarmos em merda com mais de 30 anos não vão aparecer mais João Mários, Adriens e Williams (nisso bem podemos agradecer ao Leonardo Jardim)

      O Jonathan é melhor que qualquer lateral que temos hoje em dia no plantel e o Esgaio quando jogou à esquerda funcionou.
      Quanto aos laterais direitos concordo que são ambos fracos, mas é o que há

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  5. Com esse plantel ficavas em 4ºlugar o o Jesus recusava-se a treinar

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