sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Eternos reeligíveis

Quantos milhões dão Benfica e Porto aos empresários? Não falo de operações normais de representação, falo de “dar” mesmo. Quantos? E quantos regressam aos bolsos de primos, sócios e outros sub-géneros de suborno?
Quantos árbitros chegaram nos últimos 10 anos à primeira categoria, apadrinhados por figuras que são incumbidas por Benfica e Porto de fazerem tudo para que “se movam todas as pedras do caminho” e…rápido?
Quantos presidentes dos clubes (ditos pequenos) combinam com os presidentes de Benfica e Porto todo o tipo de jogadas de bastidores, que vão desde transferências que favorecem o bolso dos próprios a tráfico de influências, dando caminho a uma rede de interesses comuns, tudo a troco da “tal protecção” que envolve simpatias súbitas de alguns árbitros, simpatias súbitas do fisco e Segurança Social, simpatias súbitas de representantes de jogadores e sobretudo simpatias de muitas empresas que querem pagar favores comerciais a alguns políticos da praça?
Quantas empresas e empresários vivem à volta da mesa fartas de adjudicações suspeitas do presidente do Benfica e do Porto?
Quantos criminosos andam pelo país a extorquir, ameaçar, perseguir cidadãos honestos ao abrigo de salvos-condutos dados por pessoas com o poder de se afirmarem “próximas" dos presidentes de Benfica e do Porto? Que se afirmam próximas dos (ou são mesmo os) líderes das claques de Benfica e Porto?
Quantos problemas dos seus clubes se escondem por detrás de uma agenda própria, obsessiva e agarrada a um poder que não pode mudar de mãos, correndo o perigo de expôr movimentações financeiras e decisões desportivas dramaticamente lesivas dos interesses de Benfica e do Porto?
Quantos jogadores e as suas famílias foram ameaçadas, quantos foram efectivamente agredidos verbal e fisicamente, quando não aceitaram (ou contestaram) as decisões imperiais dos actuais presidentes do Benfica e do Porto?
Quantos jornalistas sofreram pressões, ameaças e agressões no cumprimento das suas funções, sempre que decidiram ir ao encontro de algumas verdades do futebol português, expondo "a careca” dos presidentes do Benfica e do Porto? Quantos foram aconselhados pelos seus superiores (também eles jornalistas) a cessarem as pesquisas, reportagens, perguntas incómodas?
Quantos polícias, investigadores, juízes e comissários foram trazidos para a esfera de “amigos” e “apoiantes pessoais” dos presidentes de Benfica e do Porto? Quantos já deram “um jeitinho” em algumas investigações? Quantos já deram muitos jeitinhos em muitas investigações e processos? Quantos já deram “palavrinhas” a diversos contingentes para que operassem de forma diferente aos normais procedimentos policiais?
Quantos políticos contaram com o apoio “informal” dos presidentes do Benfica e do Porto para ganharem visibilidade, posições de vantagem em eleições e altos cargos de “confiança política”? Quantos pagaram e ainda pagam esses favores?
Quantos ex-dirigentes, ex-jogadores, ex-qualquer coisas…ou familiares destes, amealharam óptimos pés-de-meia, dizendo coisas na imprensa que muito agradaram aos presidentes de Benfica e Porto?
Quantos putos e outros com mentalidade de putos, andam pela internet todo o santo dia a comentar, trolhar, baralhar, contra-informar qualquer cenário ou discussão, recebendo palmadinhas nas costas ou algo mais palpável por parte de pessoas que são “tu cá, tu lá” com os presidentes do Benfica e do Porto?

Mas o bandido, o sem carácter, o falso, o anti-cristo do futebol português não é o presidente do Benfica e do Porto. É Bruno de Carvalho, alguém que chegou ao poder de um grande (o tal com muito menos poder e influência) há 4 anos. O problema do futebol português é alguém que não consegue sequer ter qualquer tipo de “ascendente” numa imprensa que dedica a pintar a imagem descrita no início deste parágrafo. Sim esse é o “culpado”. Assunto resolvido e voltemos aos magníficos negócios, às super-estruturas, aos dotes incensuráveis e inesgotáveis de Luis Filipe Vieira e de Pinto da Costa. Porque nunca é demais limpar a desonestidade, corrupção e desconfiança que trouxeram ao futebol português, o verdadeiro património das décadas que já levam as suas vigências. Inculpáveis personas que nunca mexeram um mindinho sequer para resolver um problema que seja do nosso desporto-rei. Sim, esses é que são bons presidentes, elegíveis e sobretudo eternamente reelegíeis.


SL

2 comentários:

  1. Eu não costumo comentar, mas este post merece um AMÉN!!! Os presidentes de Porto e Benfica são uns eternos inimputáveis!! O verdadeiro cargo de poder, imunes às transições e alternâncias políticas e a coberto de quaisquer processo judicial, enquanto se mantiverem à frente dos clubes. Não lhes interessa o sucesso do clube, interessa-lhes o poder que daí advém. As vitórias dos clubes são apenas uma condição necessária à sua perpetuação no poder! E enquanto os adeptos não entenderem isto e mantiverem um comportamento autista, o triste espetáculo que é o desporto em Portugal vai continuar... mas quando se der a queda... o último que feche a porta!!

    ResponderEliminar
  2. Isto dava pano para mangas. Deve ser um fartote o que se passa nos bastidores da bola, mas ninguem sabe, ninguem viu...e se alguém quiser saber e falar sobre isso lixa-se com F grande. Impressionante. Dá-me nauseas ver aquela gente toda na TV, gente que vive nisto e sabe perfeitamente o que se passa, arrogar-se em anjinho e indignar-se quando alguem aponat o dedo a esta escumalha da bola, ajem assim porqwue sabem que ninguem tem coragem de por a boca no trombone. E é isto com que BdC tem que lidar. E é por isto que tanto atacado e insultado é por esta escumalha que vive à conta da bola e dos seus bastidores. Nojo.

    ResponderEliminar