terça-feira, 11 de novembro de 2014

Era o que faltava

Antes de mais nada, convém esclarecer que esta é apenas uma opinião. As "madres" dos egos que vão varar a azeitona se fazem o favor. Bora lá:
1/ Baliza - A perfeição não existe. O Rui não é um robot (às vezes parece...) mas com um erro ou outro, não é por ali que nascem dores de cabeça;
2/ Defesa - Há que reconhecer que perder Dier e Rojo foram tiros no porta-aviões bem dados e que com limites orçamentais era difícil não atirar alguma coisa à água. Ainda assim acho que muitos erros têm sido imputados a este sector sem critério. Eu vejo uma equipa que deixa jogar muito e que permite demasiadas chegadas à área. Isso é um problema geral de posicionamneto e movimentação defensiva. Nas laterais nunca como este ano houve tantas solições. No centro as experiências tardam em estabilizar uma dupla. Paulo Oliveira, Mauricio e Sarr oscilam e denotam muita ansiedade, o português tem conseguido ganhar algum espaço e Rabia ainda não se mostrou. Uma nova contratação seria a solução mais prática? Cedric e Miguel Lopes, Jefferson e Jonathan são duas duplas que garantem muita qualidade.
3/ Meio-campo - A forma de William é o aspecto mais adverso. Podemos ver o copo como quisermos, mas a verdade é que o sistema de jogar de Marco Silva exige mais deste jogador e a confiança não parece ser a mesma. Apenas a "promessa" de muitos milhões está a adiar a troca por Rosell, que me parece um óptimo jogador. Adrien e João Mário estão de pedra e cal, mas em ambos os casos era recomendável descansá-los a espaços. São dos jogadores que mais notam as
"facturas" da Champions. O mistério Slavtchev e a passagem ao banco de A.Martins são factos que se desejam menos definitivos já que um está a negociar renovação e o o outro a começar a rotular-se de flop a cada semana que passa. A demora de Gauld a ser chamado pode rapidamente deixar de parecer tão inteligente.
4/ Alas - Nani num degrau, Carrillo noutro e Capel, Mané e Heldon (ainda existe?) nas horas vagas. Dezembro deve levar 1 ou 2 efetivos embora....e vou ser honesto, gostaria de ver mais oportunidades para Mané e por exemplo Iuri Medeiros. Sinceramente também não é por aqui que nascem os pesadelos do treinador
5/ Ataque - A diferença maior com o Sporting do ano passado é que marcávamos menos, mas mais que os adversários. Este ano simplesmente o ataque não chega para as exigências. Tal como a defesa, o problema não é o sector em si, mas o coletivo. Slimani e Montero são soluções a diversos problemas, mas o 3º passageiro tarda em surgir. Tanaka deu boas indicações, mas a dúvida mantém-se desde o início, será ele capaz de resolver o que os outros não conseguem?

A grande conclusão que tiro de tudo isto é que não é o desgaste das provas Europeias o grande culpado pela diferença no arranque na Liga, mas sim a operação do coletivo tanto defensiva como ofensivamente e se é fácil dizer que defendemos pior, já não é tão simples afirmar que atacamos menos bem que a época transacta. Aliás as duas problemáticas estão ligadas...e ajudaria e muito que a equipa conseguisse controlar mais o ataque dos adversários, coisa que não será tão fácil como parece com a atitude mais expansiva de Marco Silva que procura um domínio de todas as fases de jogo e que depende e muito da capacidade dos jogadores em saber gerir a sua posição com critério. Parece-me que acima de tudo, falta ao Sporting estabilidade nos resultados e exibições. Temos levado mais "lições" do que as que damos e isso deve deixar o jovem e talentoso Marco Silva em ponto de rebuçado. A solução pode aqui ou ali passar por reforços, mas o que imagino ser mais importante é adquirir uma dinâmica de bons resultados.  Nervosismo e ansiedade têm impedido muito critério de passe e muitos golos contra-corrente...e isso trabalha-se com vitórias. Principalmente vitórias.

SL

5 comentários:

  1. Eu "até" gosto dos nossos laterais, mas já enerva o número de oportunidades que oferecemos em bolas colocadas atrás da defesa, ou entre o central e o lateral. E se não sofremos mais golos nesses momentos, é porque temos lá atrás o Rui, que limpa quase tudo em 1x0 (em frente a um cromo do Paços, ou em frente ao Diego Costa ou o Hazard) e que nos tem safado de umas boas (o que não é novidade, nos últimos anos). E pensar no número de vezes que aquelas bancadas já o assobiaram, só me dá vergonha... (somos todos muito fãs da Academia e do Cristiano Ronaldo, mas a paciência para perdoar as falhas a putos de 20 anos deixamo-la para os outros). De resto, é preciso tirar o Adrien quando ele baixa o rendimento (e pior que isso, o discernimento ao decidir jogadas), mesmo admitindo o peso de quase-capitão que ele tem. Gosto do Rosell. Depois, à frente... Capel? Gostava de ver o Mané a entrar mais vezes. Quanto ao Tanaka, creio que tem a vida dificil. Montero é um craque do melhor que tenho visto em Portugal e o Slimani vai metendo-as na cesta.

    Tenho apreciado muito alguns momentos dos nossos jogos. Nunca liguei muito ao Estoril, mas comecei a gostar do Marco. Com o Marco, acho que temos razões para ser optimistas quanto às próximas 1-2 épocas. Gostava que todos tivéssemos maior capacidade para ver para além da próxima jornada de campeonato. E que só de mérito desportivo dependesse a nossa liga...

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    1. Já agora: bom trabalho, Javardeiro, gosto sempre de passar por aqui.

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  2. por acaso acho que a questão dos golos nao está correcta, o ano passado tinhamos mais golos marcados

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  3. Boa análise!

    O bloco mais subido deste ano expôs muito mais WC e a defesa às transições rápidas dos adversários. Parece-me que uma solução para este problema é jogar com um duplo pivot. O problema é que isso implica prescindir de WC, pois ele não sabe jogar dessa forma (vimos isso na seleção). Por outro lado, um duplo pivot exige um 10 daqueles! Daqueles que nós não temos guito para sustentar! A não ser que Nani faça esse lugar! E porque não? Confesso que gostaria de ver o Sporting experimentar este sistema:
    Patrício
    Cédric-P.Oliveira-Sarr-Jeferson
    Adrien-J.Mário (duplo pivot)
    Carrillo-Nani(10)-Mané
    Montero

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  4. Também penso que o problema defensivo é responsabilidade de todos e não apenas da defesa ser "fraca". Quanto às competições europeias não creio que causem problemas físicos por aí além, o problema é o tempo de treino antes de cada jogo, na época passada era ao domingo - jogo, segunda -folga, terça - treino de recuperação, e depois sobravam quatro dias para treino táctico ou treino focalizado no adversário, e novo jogo. Nesta época jogas, folga , recuperação, e 1, no máximo dois dias de treino táctico ou focalizado no adversário, muitas vezes o segundo dia com o sacrifício da folga. As condições são completamente diferentes com muito mais dificuldade para o treinador poder operacionalizar as suas ideias e para os jogadores as apreenderem. Os jogadores com menos folgas e com uma mutação tão rápida de ciclo tendem a cansar-se mais mentalmente pois têm de estar sempre em alerta, em principio iremos continuar nas competições europeias assim como na taça de portugal, o peso dos jogos irá sentir-se fisicamente lá para fevereiro/março se o treinador não começar já a rodar equipa, se formos apenas utilizar uma base de 13/14 jogadores por essa altura estaremos de rastos.

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