terça-feira, 26 de abril de 2016

Not All In

A visão de um Sporting eclético pode ser para alguns (especialmente os mais jovens) uma opção desnecessária. Cresceram a olhar o futebol como sensação mediática, a idolatrar os grandes craques do desporto-rei…numa altura em que não havia já basquete, hóquei e volei…e o andebol passava por um ocaso. O futsal foi sempre a grande exceção, quiça por se compreender que era uma extensão do futebol de 11 e pela grande expansão da modalidade na últimas 2 décadas. 

Mas para os que têm mais alguns anos de leão, as modalidades são o acompanhamento ideal para o prato principal. Porque o desporto não se joga só com os pés, porque as audiências e a publicidade não são tudo no compromisso do clube em ser grande. Milhares de praticantes, milhares de famílias que suportam outras tantas crianças e jovens não podem deixar de contar com o Sporting como meio para uma vida mais saudável, meio para um ideal de sociedade centrada no desenvolvimento humano.

Apoio a 200% o aumento de orçamento disponível para as modalidades, sendo que metade, 100%, idealizaria que dos 2.7 milhões de aumento, uma parte significativa fosse alocada ao apoio técnico e logístico das equipas de formação e não tanto para o engordar de salários de vedetas para o futsal, hóquei ou andebol. Mais até que no futebol, fazer a melhor formação pode vir a dar boas equipas a longo prazo.


SL

sexta-feira, 22 de abril de 2016

O Futuro do Futebol

Decorreu nos últimos dois dias a 2ª edição do congresso "The Future of Football". Alvalade acolheu muitas personalidades ligadas ao desporto-rei, muitas pessoas empenhadas num desporto mais justo, transparente e equilibrado. Como seria normal, a imprensa portuguesa pouca relevância deu ao evento...ou seja, quando se produz conteúdo ao mais alto nível para esclarecer e informar os adeptos, os media especializados passam ao lado. A saloice que está por detrás deste desinteresse é o exemplo mais puro de que muitos dos jornais, rádios e tvs que se alimentam do futebol, desejam o profundo "analfabetismo" nos seus consumidores, quiçá para que continuem a "papar" a insignificância e boçalidade dos seus conteúdos.

Ouvi, através da Sporting TV, várias das palestras e debates deste congresso e só vos posso dizer que é uma pena que todos os adeptos portugueses venham a passar ao lado do muito que foi dito em matéria de novas tecnologias, relação entre agentes desportivos e imprensa e sobretudo a realidade dos novos mercados asiáticos e americanos. Muitos mitos caem por terra ao ouvir pessoas, com créditos nestas áreas, a explicar o que se pode vir a passar dentro de 2 ou 3 anos. Espero que a Sporting TV agende várias reposições das palestras mais significativas, sobretudo se forem legendadas (a tradução simultânea não ajuda à experiência do espectador).

Ficam os meus parabéns aos organizadores. Foi um evento sem mácula, ao nível da importância do tema e sobretudo ao nível da expectativa de interessados como eu. É um orgulho que o meu clube promova este tipo de iniciativas, com esta qualidade.

SL

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Um cartão Rojo

Aqui neste blog, empresas como a Doyen sempre foram apontadas como parcerias a evitar pelos clubes. À primeira vista tudo parece excelente e se o produto a partilhar (jogador) for realmente bom as partes tendem a ser bem recompensadas (embora o papel da Doyen seja minoritário nesse mérito). O problema é quando o jogador não corresponde às expectativas. Aí o clube sai triplamente prejudicado: não vê um activo valorizado, queimou uma ida ao mercado e ainda por cima terá de ressarcir a Doyen do lucro que teria, exactamente como se estivesse a ser bem valorizado.

O problema do Sporting é que recorreu à Doyen numa altura em que não tinha dinheiro para recompensar a empresa investidora caso existisse um mau negócio e vai daí...carregaram-se contratos de alíneas que basicamente levariam quase todo o lucro de uma transferência, estabelecendo até prazos e clausulas em que o clube ou transferia o jogador ou teria de indemnizar a Doyen no valor correspondente à venda recusada. É neste ponto que a defesa do Sporting incide para tentar invalidar o contrato de Rojo. Muitos dos items do contrato que acarretam indemnização são autênticas aberrações jurídicas, com implicações desportivas graves...que invalidam qualquer margem de manobra por parte de uma das entidades que o assina. O Sporting reclama da validade dessas cláusulas (perante a lei geral que protege os cidadãos e empresas de contratos exploratórios ou "leoninos") a Doyen defende que os dirigentes do Sporting assinaram os contratos sabendo exactamente o que continham. Chegámos a uma questão que não é desportiva, mas sim civil, ou se quiserem de cidadania. Coisa que o TAS sinceramente não está moldado para apreciar.

Não sei como correrá o caso no Tribunal Federal da Suiça, não conheço o histórico da instituição a julgar casos de direito comercial ou ética contratual, mas sei que existem muitos especialistas em direito que defendem que se não hoje, um dia no futuro próximo, será dada razão a clubes ou empresas como o Sporting que denunciarem este tipo de contratos. Mas a questão agora é outra. O Sporting pagou caro o facto de ter tentado fazer jurisprudência nos tribunais e se existir recusa ao recorrer a um tribunal civil...a sentença estará muito próxima de ser final. Isso merece alguma reflexão. É certo que o adiantamento do ManUtd deu jeito, mas é quando indemnizarmos a Doyen que será feita a conta final, e tal como está agora, a penalização foi muito mais grave que um empréstimo de um banco. Repito, isso merece reflexão.

SL

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Mais umas "diferenças"

É engraçado como a imprensa destaca a informação que consta no processo do TAS em que um director da SAD Leonina supostamente contactou a Doyen para iniciar processos de vendas de jogadores como Patrício, Carrillo ou Rojo. Supostamente também deveríamos todos ficar chocados com os valores referidos pela Doyen como base de negociação. Não sabemos a data desse email, tal como não sabemos que lógica estaria agregada a esses preços. Como temos muito bons jornalistas e com muita cautela em passar juízos precipitados...para quem lê fica a sensação de que o Sporting estava a "saldo" e que o clube desejaria vendê-los todos. Enfim...

Já a notícia, essa sim factual, que o Carnide lucrou 7 milhões com Markovic e 9 milhões com Oblak ficará a navegar na espuma dos rodapés sem a sensação de mais nada que não um mero relato numérico.

Se existe SAD que se vangloria de operar nos grandes mercados de jogadores e faz questão que os jornais façam capas com os seus super-negócios, não seria mais sensacionalista a segunda notícia? Não seria mais contraditório um contraste que acabou mesmo por acontecer ao invés de um email inconsequente? Ninguém se interessa em aprofundar para onde foram os restantes milhões anunciados na imprensa? Ninguém acha que nos negócios do Carnide, o clube foi dos que menos lucrou? E sendo assim, porquê? Não interessa...

SL

terça-feira, 19 de abril de 2016

Mercado...ainda é cedo?

Podemos estranhar as notícias de movimentação dos grandes emblemas portugueses no mercado, a 4 jornadas do final da Liga, parece ainda existir muito por decidir. Mas será mesmo assim? A resposta pode ser encontrada no seguinte raciocínio: o título traz algumas receitas adicionais (a maior delas o prémio dos patrocinadores actuais por desempenho da equipa, outros contratos sobretudo publicitários serão imprevisíveis, pelo menos até meados de Julho (altura em que os patrocinadores "one-shot" ficam fechados para a época). Os acréscimos de bilheteira são relativos (o estádio de Alvalade e Luz recebem apenas mais 2 partidas) e o aumento de vendas de merchandising não atingirá valores significativos. Portanto em termos de 1º lugar estamos conversados, a diferença entre 1º e 2º poderá oscilar entre 3 e 5 milhões de euros.
Em matéria de apuramento directo para a Champions a conversa é bem diferente. Ao saber exactamente o que vai entrar, a receita torna-se fixa. O Porto aguardará apenas a possível vitória do Sporting frente ao União em casa, para tornar permanente o cenário de não poder "orçamentar" os milhões da Champions. Poderá passar a pré-eliminatória, mas tal como vimos nesta época com o Sporting...esse cenário surge tarde demais nos prazos para fechar contratações e ainda mais tarde para vender activos.
Os contratos televisivos estão fechados. A legalidade dos mesmos e o montante, apesar da vontade de benfiquistas...não deverão sofrer alterações de peso e o processo ir-se-á arrastar para bem dentro dos prazos de transferências de verbas...tornando o que não é legal numa mera formalidade jurídica.
Portanto, será mais que óbvio que os 3 grandes, já sabem com bastante rigor quanto vão ter para gastar na próxima janela de transferências e é isso que fez o Carnide ir a mais um empréstimo obrigacionista, neste preciso momento. É que os 3 clubes portugueses não podem, ou não devem, perder a oportunidade de fechar as grandes contratações antes que os restantes clubes europeus o façam. É que no mercado de transferências quanto mais perto do fecho, mais caro fica...e menos soluções existem. Acredito mesmo que no caso dos clubes de Lisboa, as grandes compras fiquem decididas até meados de Junho (antes do arranque do Campeonato da Europa e JO). Em termos de vendas (que pelo menos pesem no orçamento) não é evidente que qualquer negócio esteja definido e embora os jornais noticiem bastante interesse...até aos negócios fechados, muito há que percorrer. Quem quer que tenha jogadores nas provas internacionais deste Verão, aguardará a valorização e como tal não poderá contar com as verbas desses negócios para ir ao mercado.
Concluindo, não só não é cedo, como já se vai fazendo tarde para intervir no mercado.

SL

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Promessas

Deve ser lixado para um tal de Vieira que o seu clube rival cumpra as promessas que faz. Deve lhe recordar, mais vezes que o ideal, que as suas raramente vêem a luz do dia.
É que pode-se questionar o que se queira no mandato de BdC, menos que esta direcção não esteja a cumprir o mandato que lhe foi concedido. Esta época tanto o presidente, como treinador, anunciaram que o Sporting estaria na luta pelo título (o que é bem diferente de falar em "favorito" ou "nova hegemonia")...e aí estamos nós, a levar com as baterias todas da máquina lampiãnica na entrada para as últimas 4 jornadas, a um empate da liderança e com o 3º classificado já só com remotas e matemáticas hipóteses de nos "roubar" o acesso directo à Champions.

Mal ou bem, melhor ou pior, esta época revela um enorme salto qualitativo. Podemos não vencer nada, mas aproximamo-nos bastante do estatuto de favoritos, uma melhora que será preciso um spinning gigante para apontar como fracasso.

SL

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Os DDTs também choram

A birra do Carnide pela marcação da meia-final da Taça da Liga (contra o Braga na Luz) para o dia 21 ou 22 deste mês é simplesmente....tonta. Quem não tiver o curso de "Leitura de Choraminguices Benfas" até poderá achar que estão efectivamente contra a data. Seja porque razão for o protesto é absurdo. Afinal o Braga também esteve nas CE e até jogou um dia depois...e jogam ambos no dia 18 para Jornada 30, sendo que regressam também ambos no mesmo dia, à mesma hora para a Jornada 31. Seria até incompreensível, caso fosse verdadeiro. Mas não é. Como é habitual, os "responsáveis de comunicação" só estão a criar um clima de "adversidade" externa para a partida. Motivam-se os atletas, o público e ainda se tem o pretexto ideal para justificar um fracasso hipotético.

É que parece mentira, mas o monstro europeu, que só por erros do árbitro não eliminou o Bayern, está com receio de defrontar o 4º classificado, em sua casa, quando ainda há poucos dias lhes espetou uma goleada. Os adeptos benfas, mamam disto às pazadas e costumam gostar, por isso repete-se a dose e cavalga-se na tanga de serem os "coitadinhos" que não são protegidos por terem estado na Champions...conceitos de quem tem o rei na barriga, ou noutras partes posteriores.

SL

quinta-feira, 14 de abril de 2016

O Mistério de Pereira

A cada jogo que passa com Schelotto na posição de lateral direito adensa-se o enredo do misterioso desaparecimento de João Pereira das escolhas de Jorge Jesus. Ainda por mais, não se pode dizer que foi por ocaso do próprio. É certo que a derrota caseira frente ao Carnide exibiu algumas lacunas, mas a mais importante nem sequer terá sido a ineficácia dos laterais na manobra ofensiva. Os jogos vão passando e o italo-argentino continua a exibir grandes dificuldades no 1 para 1 e de posicionamento, o melhor é nem falar. É certo que tem uma passada e impulsão inatingível para o português, mas há tantos recursos técnicos e tácticos que serviriam de fiel da balança valorizando Pereira...que confesso não entender a opção de JJ. O mesmo raciocínio já não estabeleço no lado oposto na defesa...Bruno Cesar não é um lateral esquerdo, mas a verdade é que em muitas fases do jogo empresta mais jogo ao seu lado que Marvin consegue dar nesta altura. E na ausência de Jeff...e especialmente contra equipas que praticamente não atacam...

SL

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Achísmos

Acho muito mais lógico o interesse por Luiz Carlos do Braga do que a contratação de Ruiz do Colon.
O brasileiro, acaba contrato no final da época e tem alta rodagem na Liga, dificilmente (com a sua experiência) fará pior do que o que tem feito na equipa bracarense, onde tem sido a par de Rafa dos melhores...em todas as partidas.

Já o argentino Ruiz, tem uma curta carreira, pouca estabilidade nos clubes e muitos fogachos para podermos colocar grandes esperanças na sua adaptação ao Sporting. Teve um hype nos últimos meses pelos golos marcados, mas...a seu tempo veremos (vamos rezar) o que o scouting e/ou JJ viu no rapaz.

SL

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Olhando para baixo

A recente e crescente contestação dos adeptos do porto, embora ainda tímida, existe. Convém lembrar que estamos a falar de um clube que ainda vive num feudo onde muitas pessoas receiam dar voz e cara a críticas. A claque portista tem fama de "apertar os colarinhos" e "quebrar umas rótulas" quer a mando, quer por livre e espontânea vontade a todos os que não entendem bem o que devem e quando devem falar à imprensa.

Mas o que é certo é que a indignação cresce nos adeptos azuis e brancos e, aqui de longe, de quem se está nas tintas para os seus problemas…acho que vem com uns 8 ou 9 anos de atraso. Desde o surgimento do super-empresário Mendes que a SAD portista se "alargou" na arte de comissionar os grandes negócios com altos proveitos individuais, paralelos à actividade de membros da SAD ou dirigentes do clube. São biscates muito lucrativos, demasiado lucrativos. 
À boa maneira tuga, os familiares dos membros da SAD tornam-se todos empresários e muitos envolvem-se directamente com empresas de representações de jogadores. A cabeleireira de repente tem uma participação numa sociedade de advogados do Chipre, o taxista larga a "biatura" para se dedicar à gestão de uma empresa de segurança, passando pelo professor de Geometria que num ápice larga as equações pela consultoria financeira numa holding misteriosa com sede em Malta. Dá para quase tudo e quase todos.

Fora disto, bem longe, na Ribeira o adepto olha para o Relatório e Contas e coça a cabeça ao reparar nos itens que assinalam negócios de 10 milhões onde mais de 30% foram para comissões a empresas e onde se torna difícil decorar a lista de 79 empresas que comissionam os negócios do clube.
É claro que se a equipa estivesse em 1º lugar, bem distante dos rivais, nada disto seria um problema…muitos anos houve em que se aceitaram estas práticas debaixo do argumento "são grandes jogadores" ou "os bons negócios custam dinheiro" e até "desde que entre o dinheiro e a equipa ganhe". Mas agora que os resultados não surgem, a inteligência "desperta" e a indignação "acorda" para longos dias a imaginar os dirigentes muito mais preocupados em valorizar este e aquele jogador do que a criar condições para qualquer treinador levar a equipa a bons resultados.

Atravessando todo este mar agitado, a Doyen esconde-se no porão, rezando para quem ninguém dê pela sua presença e pelos seus lucros…preferindo até disfarçar comissões usando filhos de presidente e esposas de directores da SAD. Aliás não está sozinha, muitos outros empresários fazem-lhe companhia e nervosamente contam os segundos para o final da época, altura em que retirarão os seus representados do Dragão evitando a purga de lucros que já se adivinha.
Se imaginam que a situação do Porto está problemática, então esperem pelo fim da época, vai ser um Verão épico de limpezas forçadas e isso vai…zangar muita comadre. 


SL

quarta-feira, 6 de abril de 2016

A verdade. A mentalidade. O lucro.

Como deve ser animador e reconfortante ter uma imprensa que se preocupa em dizer as verdades quando o nosso clube mais precisa delas. Hoje acordámos com um país mediático indignado com o "roubo" de Munique. A exibição merece tantos elogios que fiquei desconfiado que vimos partidas diferentes, mas depois de verificar a data e os nomes dos jogadores comprovei que vimos o mesmo jogo, mas com conclusões bastante diferentes.
Aos meus olhos, o jogo exibiu um Bayern arrogante, lento, previsível que depois de marcar aos 2 minutos achou que sem se mexer iria naturalmente fazer o 2-0, o 3-0 e por aí fora. O Benfica não abanou depois daquela entrada e manteve o plano (também imposto em Alvalade) de não afastar os jogadores, não dar espaços ao adversário, jogando muito pouco ou nada, dando toda a iniciativa de jogo ao adversário...até que este se canse de jogar sozinho. Ou seja, uma espécie de autocarro, não passivo, mas com pressão sobre o opositor. Nenhum dos jogadores do Carnide fez muito mais do que defender, ocupando espaços, linhas de passe, pressionando o portador da bola. Desde Mitroglou a Ederson a palavra foi defender...sempre. Correu relativamente bem, não foram goleados, mas fica a ideia que não será desta forma que vão eliminar os alemães. Salvaram a goleada? Sim, mas apenas isso.
Nos media porém a história foi outra e quem ler certas crónicas vai ficar com a ideia que o Carnide disputou a partida taco-a-taco com o Bayern e que teve as mesmas oportunidade de o ganhar e não fora pelos erros do árbitro teria quiça empatado ou vencido o jogo. Como é possível? Quem é honestamente capaz de distorcer os factos desta forma? Para quê?
Não há nenhuma vergonha em assumir que se meteu o autocarro em Munique, não há qualquer sombra de dúvida que sair da Alemanha com 0-1 é um resultado bom (atendendo à valia do clube bávaro) e muito menos há que disfarçar a naturalidade com que o emblema germânico se impôs em todas as vertentes do jogo e teve oportunidades para construir outro resultado. Grandes emblemas, muito mais fortes que o Carnide não o conseguiram fazer...portanto qual é a necessidade de pintar uma realidade completamente diferente? O que se ganha?
Penso...e chego sempre à mesma conclusão: esta distorção toda é apenas mais uma "afagadela no ego" encarnado. Nada mais, nada menos. Projectar o Carnide como um emblema que foi a Munique e que só por azar e antipatia do árbitro, não saiu de lá com uma vitória. Querer ser maior do que se é, é a melhor "mola" benfas que conheço....e vende. Pouco interessa a verdade ou trabalhar em contacto com esta, os media sabem que quando a verdade não é agradável, Vieira e pares distorcem-na, garantindo que passa a ser outra "verdade". Desporto? O que é isso? Merecer vencer? What?! Esta mentalidade tem um custo, mas não serão os media a pagá-la e nesta versão de Carnide de Vieira...o futuro é sempre alguma coisa que alguém terá de lidar...um dia.

SL

terça-feira, 5 de abril de 2016

Mais do que 3 pontos

Uma das vitórias mais importantes nesta Liga. O Sporting sabendo que não podia perder pontos para o Carnide e podia cavar maior distância em relação ao Porto, entrou a todo o gás no Restelo, tendo nas bancadas um mini-Alvalade que vibrou com uma 1ª parte tão convincente como a necessidade de somar 3 pontos.

O Belenenses foi menos atrevido do que a versão "suicida" que recebeu o Carnide, mas ainda assim pagou caro uma incapacidade de segurar a bola. A guerra civil que assola por aquelas bandas faz da equipa uma vítima ideal da instabilidade que nem clube, nem SAD souberam criar esta época. Sinceramente não desejo mal ao clube do Restelo, mas tudo o que está a acontecer é fruto da desistência dos seus adeptos em encontrar uma pessoa, uma única pessoa que saiba devolver à instituição algum orgulho e capacidade de gestão. Estão a sair caras as "alianças" com portistas e benfiquistas, tanto como a sede do presidente da SAD em ser amigalhaço de Vieira e outros high profiles do futebol português.

Mas voltando ao jogo, algumas notas que o jogo destacou:

1/ Bruno Cesar voltou a servir de lateral esquerdo, o que parece uma solução boa para jogos em que é preciso atacar, pode ser um pesadelo em partidas mais equilibradas;

2/ A dupla Coates e Semedo parece ter "colado"…fica a dúvida se nas deslocações ao Porto e Braga, Paulo Oliveira não será chamado a mais uma nova dupla.

3/ Schelotto é o lateral direito mais desconjuntado que o Sporting já teve e interrompendo a boa forma de J.Pereira, não se pode dizer que seja convincente ao ponto de fazer esquecer o português. Rapidez e envergadura não lhe falta e os jogos têm sido ganhos, mas…há tantos sinais de trabalho por fazer…

4/ William vai acabar a época na melhor forma, menos mal.

5/ Adrien e João Mário simplesmente não dão folga aos seus admiradores, ontem mais uma jogatana do caraças!

6/ Ruiz e Teo, dois nomes do futebol mundial…a carburar lentamente para uma Copa América, nenhum foi brilhante, mas a dar à equipa o que sabem…e sabem muito.

7/ Slimani está, como diria JJ, "muita forte"

Não deixo de sublinhar a presença e apoio dos nossos adeptos. Eles sim são fenomenais. Quem viu as imagens do estádio do dragão ontem ao final da tarde deve ter pensado como eu, nunca…nem nas nossas piores fases, votamos a equipa aquele tipo de "abandono".


SL

sexta-feira, 1 de abril de 2016

A valorização um a um

O orgulho Sportinguista no seu clube é o seu trunfo mais forte, mas quando falamos do valor individual de alguns atletas entende-se que ainda temos muito caminho a percorrer. O que mais me espanta nos últimos tempo é alguns de nós acharmos que será razoável Slimani ser vendido por 20 milhões de euros. E espanta-me porque:

1- é um jogador do qual os adeptos sentem simpatia (quem compra valoriza isto);
2- tem revelado uma capacidade enorme para progredir em todas as funções do jogo;
3- é extremamente ambicioso e exigente consigo próprio e apesar de goleador nota-se uma vontade incansável de trabalhar para a equipa:
4- é dos avançados em maior destaque no futebol mundial, com uma média de golos (clube + selecção) que o posiciona no top10 europeu;
5- numa época em que grandes nomes estão a ser menos eficazes em frente à baliza (Ronaldo e Messi à parte), o argelino é dos poucos com estatísticas evolutivas:
6- já são raros os avançados com bom jogo aéreo;
7- valorizar-se-á no futuro com a continuidade da Argélia nas grandes competições de selecções;
8- Um titular tão importante como Slimani é no Sporting não pode sair por "valores médios". Terá de sair por valores quase irrecusáveis.


Em resumo, espero que o clube habitue os adeptos a quando tem mesmo de vender jogadores preponderantes na equipa, o faça de forma a tornar a venda num facto positivo em si mesmo. Espero também que os adeptos valorizem mais o que é nosso e partam sempre do princípio de que somos capazes de fazer negócios tão bons ou melhores que os nossos rivais (mesmo descontando as fortunas que estes enterram só para inflacionar aos olhos dos adeptos os valores relativos das vendas).

SL