O que mais me agradou no Sporting-Porto do último fim de semana foi o resultado. Sem hipocrisias…o Sporting precisava de ganhar, precisava de corrigir aquele erro de percurso que foi a deslocação à Madeira. E fê-lo com distinção. Fora as euforias de goleadas como cheguei a ouvir nas roulotes antes do jogo, os leões fizeram o que sabem fazer e demonstraram que são mais do que candidatos…por agora…são "os" candidatos. Acompanhando a espaços o jogo em Guimarães…ficou a noção de que o "outro" candidato está a passear-se nas sortes dos jogos e a escapar a desaires pontuais como quem foge dos pingos de uma chuva que promete não parar.
E o espectáculo? Sim, foi bonito. Mais, foi glorioso. É o que acontece quando a confiança está ao lado dos adeptos, quando a promessa de "nota artística" acompanha o preço do bilhete. E no meio da festa, no meio de 50.000 pessoas a vibrar com o jogo….há quem, como eu, tenha vários flashbacks do que era o ambiente em Alvalade noutros clássicos recentes. Receio, cautela, ansiedade…a níveis que faziam do público mais testemunhas do que fás. Também tivemos a nossa dose de "minutos 70" o que equivale a muitos outros minutos de desconfiança quanto à capacidade da nossa equipa.
Hoje algo mudou. Os Sportinguistas estão mais vivos, mais seguros, mais apaixonados pelo que sucede naquele relvado (até quando…) e especialmente prontos a abraçar os momentos de glória que todos parecem adivinhar a cada aproximação à baliza contrária. Isto não é magia, não houve truques e são poucos os segredos que construíram este "estado de alma". Um presidente que dá 120% ao clube, um treinador que se empenha 120% com o desempenho da equipa, uma equipa que carbura a 120% da sua real capacidade. A palavra é superação. É a cultura que BdC trouxe ao clube, é o cartão de visita que JJ apresenta às suas equipas e os jogadores ou entendem o que isso quer dizer, ou vão fazer companhia aos Djuricic´s desta vida.
Tudo é perfeito? Não. Há muito para fazer ainda. A equipa está muito longe de ser uma "máquina". Está perto de ser uma equipa fiável, mas ainda longe de ser e parecer um organismo que, especialmente com adversários que fecham muito os espaços de jogo, opera correções automáticas ao seu jogo, mudando as partidas. Aliás não deixa de ser curioso que o Sporting perdeu pontos com os dois emblemas mais defensivos (e com os ataques mais inofensivos) da Liga: o União e o Boavista. Tondela, Arouca e Belenenses ameaçaram…traços em comum: equipas que fazem 2 ou 3 ataques (por jogo) às balizas contrárias.
Os meus receios não se escondem nos grandes jogos, mas sim nos encontros com formações que assumem a superioridade do Sporting e abdicam da missão atacante. É aqui que JJ tem de encontrar novas formas de "abrir" as defesas. O tal plano B anda preguiçoso. A minha esperança reside na subida de confiança do treinador na capacidade de Gelson e Matheus…a tal ponto que abdique de Ruiz nas alas, para que este se junte a Slimani na frente. Também poderia sugerir a inclusão de Montero atrás da dupla mencionada, mas isso implicaria a saída de João Mário ou Adrien do onze…o que neste momento é pornográfico. Mas algo tem de ser pensado e executado…a derrota contra o União terá sido o alerta vermelho para o sentido táctico de JJ. O Sporting não pode deixar tantos jogos arrastarem-se num 0-0 mentiroso…dependendo de marcar cedo.
Portanto…o seu a seu dono. Confio na astúcia do treinador e rezo para que os clubes endinheirados do futebol europeu ainda não tenham visto muitos jogos de atletas como João Mário, Adrien ou Gelson. Tanto como espero que surjam boas propostas pelos "caros" Labyad e Viola. Num Janeiro de sonho levavam-nos o que não precisamos e deixavam o que nos faz tanta falta. Já agora, mais do que um central…precisamos de um avançado. O desgaste que Slimani coloca em cada partida que disputa é tremendo. Junto-me aos "Sukianos"…e aguardo por uma prenda de Natal "fora de horas"
Preocupa-me a descida de forma do William. Deixa que lhe roubem bolas em transição, falha passes - e, invariavelmente a equipa fica à rasca quando isso acontece. E em termos de intensidade defensiva...está quase uma nulidade. Se o Bruno Paulista não é sequer alternativa, então é porque estamos mesmo muito mal servidos. O tal plano B até pode passar mesmo por aí: retirar William e entrar alguém mais à frente - porque Adrien é bem capaz de descer uns 10 metros no campo e fazer de 6 melhor do que o actual tem vindo a fazer - e aí já tens uma equipa de tracção à frente: seja com Gelson, seja com Montero. Era bom o Suk - mas será que o Tanaka não está a ser sub-aproveitado? É que não o venderão por menos de 3 milhões.
ResponderEliminarBruno Paulista (ainda) estará lesionado
EliminarQuanto a William: começou ´tarde a época, entrou mal na época e anda por ali "qualquer coisa" naqueles músculos, ele não se mexe, nem usa o corpo com o àvontade da última época.
(Isto em minha opinião, claro)
Já todos percebemos, que o presidente navega sempre em outras aguas. Ou seja... Se todos pedem Suks... Ele vai "oferecer" muito melhor!
ResponderEliminarEu já ficava satisfeito com o Suk. Além disso "as maiores" jogadas de mercado do nosso scouting estão por justificar. Parece-me que B.Paulista e Gauld serão bons jogadores...mas Suk já é...e no Vitória.
EliminarEu penso - posso estar enganado - que o Suk, apesar de bom jogador, é essencialmente um jogador rápido de contra ataque. Ou seja, mais ajustado a equipas pequenas ou de média dimensão, do que a um Grande que jogam , quase sempre em ataque continuado e por vezes contra autocarros. SL
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