sexta-feira, 10 de julho de 2015

Money makes the world go round

É um assunto que cada vez mais provoca disturbios no mercado do futebol. Os impostos. Futebol não é só, mas é cada vez mais uma operação económica. E o dinheiro tem uma condição particular de procurar locais onde é valorizado e rentabilizado. Num estado ideal, ninguém pagaria impostos, mas a realidade é que as economias europeias são cada vez menos liberais nessa matéria e os países têm cada vez mais dificuldade em financiar os seus governos. A carga fiscal tem subido no Velho Continente ao ritmo do crescimento das outras potências geográficas e é por isso que a Turquia, a Russia, as "Arábias" e a China são pequenos oásis que o futebol, leia-se empresários, descobrem para fazer engordar as suas "galinhas" esquecendo muitas vezes que nesses contextos os "ovos de ouro" tendem a estagnar.

Não fora a valorização dos contratos televisivos na Inglaterra e Espanha e a melhoria organizativa das ligas Francesa e Alemã e o cenário de debandada poderia até ser muito pior. E sim, a Doyen e Mendes também trabalham parcialmente em contra-ciclo, mas a lógica de cartel ou clube restrito acentua mais desigualdades do que corrige. A verdade é que ver Nani ou Van Persie sair do ManUtd para um Fenerbache é um contra senso desportivo. A UEFA e FIFA pouco podem fazer, todos sabemos que não têm forma de "convencer" os estados a mexer em algo tão estrutural como os seus impostos, mas urge alguém começar a pensar nisto. Se deixarmos os mercados agir por si próprios, o futebol europeu perderá a cada ano que passa expressão e eu tenho dúvidas que os encaixes para os estados de umas poucas dezenas de jogadores (muito poucos em cada país têm vencimentos na escala dos milhões anuais) tenham alguma expressão...quer pelo numerário quer pelo exemplo ou equidade.

Se nada se fizer, dentro de pouco tempo, os grandes emblemas dos países com maior carga fiscal unir-se-ão de forma natural e reclamarão mais privilégios, justificando o seu contributo social e a especificidade das suas operações. É que todos os governos europeus têm máquinas fiscais muito "selectivas" que tendem a poupar à grande os maiores operadores do mercado...e quem tem muitos telhados de vidro, normalmente cede em conformidade.

SL

2 comentários:

  1. Espanha tem a lei Beckham, por isso tem um campeonato tão rico.
    (é auto-evidente que quanto mais impostos menos riqueza)
    Há no entanto algo de estranho em as pessoas aceitarem que os impostos sejam altos para tudo menos para o futebol (em Espanha).

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  2. Impostos, todos têm de pagar.
    Até o futebol..

    Não percebo a idéia ?
    É pedir isenção oh diminuição ?!

    Absurdo.
    E não venham com histórias de desporto.
    A bola é um negócio, ponto final.
    Há muitas empresas e muito dinheiro.
    No dia em que os bilhetes custarem 5 euros, não houver publicidade nos estádios, não houver empresários, então falamos com desporto, de utilidade pública, e aí em diminuir impostos.

    As ligas, as melhores ligas da Europa, são rotativas.
    Há 20 anos todos queriam jogar em Itália. Era o topo. Há 10 era em Espanha. Agora mais que Espanha é Inglaterra.
    Se daqui a 10 anos quiser ir tudo para a Turquia, não vejo qual seja o problema.

    Os craques vao atrás do dinheiro...
    Para mim dá-me igual se querem ir para o united ou para o gala.
    Eu sei é que as pérolas de Alcochete não vai fazer carreira em Alvalade... O resto, seja Rússia, Inglaterra ou turquia....

    Bom, pelo menos a Turquia é um país mais de futebol que a França, por exemplo.

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