terça-feira, 31 de março de 2015

2 anos de recobro

A entrevista ao Record do passado fim de semana foi extensa e passou em revista quase todos os assuntos do momento. A reestruturação financeira e a auditoria ficaram de fora, particularmente os dois assuntos de maior relevância para o clube e os menores para o factor desportivo e desempenho da SAD. Já esperava, foi uma entrevista de e para o momento.

De qualquer forma e sem haver surpresas, BdC reafirmou quase todas as respostas anteriores e deixou apenas levantar um pouco o véu quanto a possíveis mudanças no aparelho da arbitragem. Alguns recados a empresários (Carrillo, Rubio e Labyad) e muitas indirectas aos media compuseram a parte mais política da coisa...desportivamente o posicionamento foi coerente com a ideia desta presidência - gastar o que se tem, avaliar todas as hipóteses com calma e ponderação, jogar com o tempo na tomada de decisão.

Dizem que BdC está mais "calmo" e mais "ponderado". Eu penso que estando o Sporting na posição em que está, dificilmente poderia estar diferente, a não ser que fosse tonto (coisa que não é). Este presidente sabe que não estando na linha da frente, mostrar os dentes ao sistema é redundante e desgastante. Eu diria mais que BdC está a ganhar fôlego, vem aí (provavelmente) uma final da Taça e os jogos decisivos para atacar o (possível) 2º lugar e que ninguém espere "calma" ou "ponderação" caso algum obstáculo se atravesse no caminho.

Na ressaca de 2 anos de mandato, há mesmo "obra feita". Não foi à custa de dinheiro emprestado ou da ajuda de empresários ou fundos. Desta vez foi por génio e graça de muitos sportinguistas que arregaçando as mangas fizeram opções, aceitaram reduzir ordenados, aceitaram sair do clube, aceitaram ir para tribunal decidir as compensações pelas rescisões urgentes da SAD. Não há cenários perfeitos e fazer o downsize em qualquer instituição do tamanho do Sporting é matéria para muitas noites mal dormidas.

O que interessa valorizar é a aprendizagem, a experiência e o know-how acumulados por BdC e restante direcção. Arriscaria a dizer que, tal como em qualquer cargo, quanto mais épocas melhor será o desempenho e espero sinceramente que BdC saiba tirar as ilações destes 2 anos:

1/ O presidente é sempre o 1º a defender as equipas em público, mesmo que seja o 1º a criticá-las na privacidade;
2/ O Sporting é um clube enorme, com um grande mediatismo, se um alfinete cair numa SAD, os jornais saberão disso 1 minuto depois, não há "blindagens" possíveis...mas há formas de "filtrar" informação ;
3/ A crise económica em Portugal é para ser levada a sério. As famílias estão com orçamentos bastante inflexíveis e a situação manter-se-á durante alguns anos mais. Facilitar a vida (€€€€) aos sócios e adeptos é uma via fundamental para manter gente à volta do clube;
4/ O sistema não se combate com "paus e pedras". O arsenal vai ter de endurecer. Fazer cócegas não é o mesmo que lutar contra o status quo do compadrio e corrupção (activa ou passiva). A solução é derrotar...não chega hostilizar.
5/ Todos os grandes patrocínios estão fora de Portugal. O dinheiro deve ser procurado onde há em abastança - China, Emirados, Arábia Saudita...
6/ As Academias espalhadas pelo mundo devem produzir algo durante os próximos 5/6 anos, de outra forma serão apenas marketing, e como tal, efémeras
7/ O controle financeiro e rigor orçamental não é um trunfo para negociar ou uma óptima desculpa para não vencer troféus...é o único caminho a seguir. Aceitar a paixão dos "logo se vê" é repetir erros que quase encerravam Alvalade;
8/ Os maiores inimigos do Sporting são os "notáveis" Sportinguistas. Os que dizem bem ou mal do clube conforme a cor das notas. São os que se penduraram nos seus consócios para fazer "negócio";
9/ A imprensa é como uma cadela indisciplinada. Tem de ser dada trela suficiente para que se imagine independente e livre, deve ser posta na ordem logo que cometa uma asneira, deve receber estímulos positivos quando agrada ao dono.
10/ Ser popular não é fazer "tudo" o que os sócios pedem. Ser "popular" é fazer o que for fundamental para respeitar a crença e opinião dos sócios. Ninguém quis Marco Silva fora do Sporting em Dezembro e ninguém entendeu porque esteve em cima de alguma mesa essa decisão. Compreender é o verbo decisivo. Sem informação ninguém sabe o que deve decidir e em caso de ser zero, ninguém quer decidir nada, o mesmo é dizer que, ninguém defendeu Marco Silva...ninguém quis foi validar decisões sem matéria de julgamento. Os resultados não explicam tudo. Quem pede estabilidade, deve dá-la também.
11/ Candidato ou não candidato ao título é uma falsa questão. O problema é humildade ou falta dela. Ser ambicioso não é o contrário de aceitar que não se tem mais ou melhores armas que os demais. Tantas e tantas vezes, ao longo da história, a humildade é o primeiro passo para atingir a superação necessária para ultrapassar fasquias intransponíveis.

SL

quinta-feira, 26 de março de 2015

O jogo começou

Algo se passa nos bastidores de Alvalade. Sem que ninguém dê por isso, as peças de xadrez começaram a mover-se. Primeiro os "peões". A Juve Leo está a ser um verdadeiro terreno de batalha. Sim há mais do que uma Juve, sempre houve. A questão é se está a ser dividida para acabar com "alguma coisa" ou para "iniciar outra coisa".

Tudo requer atenção. Pode não parecer, mas as claques são um bastião de poder dentro dos clubes e quem as controla detém uma parte do Sporting. Não sou como alguns que desprezam os "grupos organizados de adeptos" a ponto de prescindirem dos mesmos, acho que fazem muita falta ao espectáculo e vivência de um jogo, acho que são muitas vezes os primeiros a dar a cara em prol da defesa do clube, e muitos são de uma dedicação exemplar.

O pior é todo o resto. Haverá sempre num grupo de pessoas quem use esse mesmo colectivo para benefício próprio ou para actos quem em nada correspondem ao propósito do interesse inicial. Sabe Deus, ao longo das décadas das claques leoninas a quantidade de "aproveitamentos" que existiram da sua força e número...mas quem pensar que é a origem de todos os males, está completamente enganado. A verdadeira bandidagem dentro do Sporting não andou a carregar tarjas ou a ver jogos à chuva, nem sequer veste a camisola nos dias de jogo.

Sem conclusões, vamos aguardar pelas próximas movimentações, sabendo que os peões são só o kick off da coisa. Aguardam-se os "cavalos" e os "bispos"...quiça no final da época ou de um mandato uma "rainha" salte para o tabuleiro.

SL

terça-feira, 24 de março de 2015

Contas à vida

Salvo alguma hecatombe, o Sporting decidiu no Domingo que atrás do 3º não fica. Uma vantagem de 9 pontos para o Braga (que ainda recebe em casa) e 13 para o Guimarães coloca a equipa de Marco Silva quase de forma definitiva a salvo de não ser apurado para o playoff da Champions.
A ver vamos como decorrerá a nervosa luta dos candidatos até ao final e de que forma o Sporting pode, correndo por fora, aproximar-se.

Mas interessa entender outro parâmetro do que significa este ano o 3º posto da Liga. No ano anterior, o porto foi amplamente bafejado pela sorte, o Lille, não sendo um adversário frágil, esteve bem longe de competir sequer pela eliminatória...com 2 péssimas exibições (0-1 em casa e 0-2 fora) apesar de contar com um elenco de jogadores até interessante (Kalou, Kjaer, Basa, Mavuba, Rony Lopes, Ryan Mendes, Rozenhal, etc).

Mas quem estará este ano na poule do sorteio não é o Lille, para entender, no caso de ser o Sporting quais as probabilidades de ser cabeça de série, olhemos para o que está a suceder nas ligas pela Europa fora nos lugares de apuramento:

ESP - Valência ou Atl.Madrid
ING - Man Utd ou Arsenal
ITA - Lazio ou Roma
FRA - Marselha ou Lyon
ALE - Leverskusen ou M´gladbach
HOL - Ajax
RUS - CSKA Moscovo
UCR - Shaktar
TUR - Besiktas, Galatasaray ou Fenerbache

Façamos agora as contas, perante o ranking (para já) da UEFA:

Atl.Madrid - 5º
Arsenal - 8º
Man Utd - 10º
Valência - 13º
Leverkusen - 15º
Shaktar - 18º
Lyon - 24º
Ajax - 26º
SPORTING - 33º
CSKA Moscovo - 34º
Marselha - 35º
Galatasaray - 37º
Lazio - 38º
Roma - 47º
Besiktas - 58º
B. M´gladbach - 64º


Das equipas ainda a pontuar para este ranking, as que estão na Champions não estão neste lote hipotético playoff ou já estão muito acima do Sporting, como é o caso do Atl.Madrid. Na Liga Europa o caso é um pouco diferente:

Clubbe Brugges - 53º -  é o único emblema, que poderá passar o Sporting na classificação europeia e também ser apurado para o playoff, mas terá de chegar pelo menos à final para o fazer.

Além destes, ainda há clubes com algumas hipóteses (mais remotas dos que os da primeira lista) de acabar pré-apurados:

Nápoles - 22º
Sevilha - 25º
Shalke04 - 7º
PSG - 11º
Zenit - 14º
Man City - 16º
FC Basileia - 19º
Din.Kiev - 27º

Estes vamos rezar que não cedam ou não progridam, pois cada um deles nos empurrará para fora dos cabeças de série. Quando o 3º classificado de Portugal se juntar ao pré-apuramento, serão 20 as equipas em concurso. Algumas da primeira lista já terão entrado em prova (o 3º de França, 2º da Holanda, Rússia, Ucrânia e Turquia) e há a hipótese de alguns deles, tendo melhor ranking que o Sporting (Lyon, Shakar, Ajax), caírem antes do sorteio.

Resumindo, o Sporting para evitar os pesos pesados no sorteio precisa de uma enorme combinação de resultados. Se tudo parasse neste momento seríamos entre o 9º ou 10º (respeitando o playoff Suíço), ou seja, ficando acima ou no 10º posto, dentro dos cabeça-de-série no apuramento.

Vamos todos torcer que nenhuma destas contas seja precisa, que o Sporting ainda consiga atingir a 2ª posição. Ou para os mais pessimistas, que o Nápoles, Sevilha e Shalke04 não façam nenhum brilharete de final de época ou que o PSG, Zenit, Man City ou Basileia não se deixem escorregar pelas tabelas dos seus países.

SL





sexta-feira, 20 de março de 2015

Brinquedo velho

As métricas de audiência da SportingTV não são o que se esperava? O share não corresponde às expectativas? Alguém se pode verdadeiramente confessar surpreendido? Honestamente, nunca pensei que seria um projecto para atingir metas de sucesso assinalável no mercado do audiovisual português, pelo menos numa primeira fase. Cada minuto de boa televisão custa muito dinheiro, uma verba que nem clube, nem empresa concessionada tem hoje para investir. Mas que diabos, o que temos não me envergonha, em muitos casos o conteúdo e o profissionalismo conseguido é bastante acima da mediocridade geral que são as nossas tvs.

O problema do nosso canal é igual ao de todos os outros clubes: é um gerador de entretenimento ou uma ferramenta de comunicação? É um encargo ou um investimento? Para mim, desde a primeira hora, sem reservas, é o meio mais eficiente de combate ao desfavorecimento comunicacional a que o Sporting está condenado pelo simples facto do marketing relacional ter chegado ao alinhamento editorial de todos os canais. Passar a mão no pelo benfiquista e portista satisfaz mais audiência e garante a simpatia do sistema. Por aqui estamos conversados.

Quanto à relativa indiferença que o canal tem junto do universo leonino, isso pode ter várias explicações, não sou competente sobre o assunto para ter certezas, mas posso dar um palpite a julgar pela minha própria opinião.
Futebol de Perdição é imperdível. O magazine de informação do Sporting Directo por vezes é impossível de acompanhar, mas costumo guardar para ver mais tarde. Os jogos das modalidades e formação vou acompanhando como posso. Não perco as entrevistas a jogadores, treinadores e presidente quando surgem...mas tudo o resto, sinceramente (e admitindo que tem qualidade) não me agarra ao ecrã.

Talvez a culpa seja minha, talvez os programas não sejam desenhados para o meu agrado, talvez o grande problema não seja a qualidade do que está no ar, mas sim o apoio, promoção e dedicação que todos nós não demos ao nosso canal.

Penso mesmo que nós sportinguistas, nesta como noutras questões, fomos como uma criança mimada de 8 ou 9 anos, que pede, chora, implora por um brinquedo novo, que "todos os outros meninos já têm" e depois quando lhe é oferecido, gera muito interesse nos primeiros dias e depois vai para o caixote ao lado de todos os outros a ganhar pó.
Pela minha parte mea culpa. Tentarei acompanhar mais e dar aqui, no facebook e no twitter mais atenção ao nosso canal. Ao meu canal do Sporting.

SL

quinta-feira, 19 de março de 2015

Percam 5 minutos a pensar nisto, vale a pena

A sociedade moderna confunde muitas vezes democracia com meritocracia. É certo que devemos ter todos os mesmos direitos e deveres, mas isso não se pode estender à valia do nosso trabalho ou talento para desempenhar uma função. Entre as utopias socialistas, em que todos recebem o mesmo quer desempenhem mais e melhor que o próximo e as loucuras liberais de uns ganharem pelo esforço de outros...há todos um meio termo onde de facto se caminha para a evolução de um colectivo, deixando as leis da selecção natural apurar os mais fortes e relegar para um segundo plano (não o vazio) os restantes.

A grande batalha do Sporting com os empresários cai neste paradigma como tantas outras incidências dos nossos problemas sociais. Todos os jogadores de todos os clubes de todo o mundo querem melhorar os seus contratos. Como é evidente, todos estes empresários seus representantes querem ver recompensados os seus serviços...e isso obriga todos os clubes a permanentemente estarem a subir a sua massa salarial. Desde a Lei Bosman, que os vencimentos dos jogadores aumentam exponencialmente época após época. O peso da massa salarial dos atletas nos orçamentos dos clubes passou de uma fatia importante, para níveis quase absolutos. Existem muitos clubes, que para manterem um quadro competitivo, têm de prescindir de alguns atletas todas as épocas. Isto é um disparate de insustentabilidade. Neste momento os jogadores ganham valores que o futebol actual não gera.

Porque nem todos os clubes são o Real Madrid ou o Bayern, a maioria dos emblemas mundiais, diria uns bons 99.9% têm enormes dificuldades em aliar um bom plantel a uma boa gestão orçamental. Eu penso mesmo que para quase todos os clubes, gerir responsavelmente é "desistir" de ter os bons jogadores durante o tempo suficiente para gerarem sucesso desportivo. Os que o fazem, vencem troféus, mas dependem das transferência para restituir os cofres pelo esforço despendido. Quando se falha 1 ou 2 épocas nesta equação, a ruptura salarial e o endividamento são inevitáveis.

A crise em Portugal trouxe tempos muito difíceis para todos os portugueses, os clubes sofreram com isso. Menos dinheiro nas famílias, menos investimento das empresas, menos receitas de publicidade...mas valha a estupidez de tudo isto...os empresários não deixaram de "exigir" mais dinheiro para renovar ou assinar, porque...o que não receberem aqui vão buscar "lá fora"...como se fosse um direito constitucional aumentar o ordenado já que "há outros interessados". Isto não é baseado na lei da procura e oferta...isto é baseado no caos de responsabilidades que o actual modelo de transferências gera.

Quando um clube tem de "comprar" um passe tem de investir x de milhões de euros para o adquirir a outro clube. Essa verba não é calculada por nenhuma tabela oficial, é o clube e o empresário que a decide. O melhor exemplo que a definição destes valores é uma selvajaria económica desgovernada está à vista de todos, recordo-me de um certo lateral esquerdo, jovem, que o Beira-Mar emprestou ao Sporting que tinha a cifra de 1 milhão de euros para ser adquirido em definitivo pelo clube leonino. Sinceramente, o jogador que me desculpe, mas (salvo as devidas diferenças) vender Matias Fernandez internacional chileno por pouco mais de 2 milhões e comprar Joãozinho por 1 milhão parece-me exemplar para compreender que o problema não são os valores dos excelentes atletas, são todos os outros que lhes seguem atrás.

É esta dificuldade de aceder aos jogadores médios por valores acessíveis que gera um apetite insano pelos atletas em fim de contrato. Quais virgens louras num mercado de escravos árabe, um jogador ainda jovem, com alguns anos de competição, internacional ou em vias disso, com passaporte comunitário atrai tudo o que é clube com capacidade para "cobrir" as aspirações de vencimentos às vezes 500% mais elevadas. Repito isto não é a lei da procura e oferta, isto chama-se selva financeira.

Todos sabemos o que acontece a "mercados" onde existe hipervalorização dos activos. Ele engorda, especula, desenha castelos nas nuvens e um dia...rebenta na evidência da irresponsabilidade. Uma loucura que se inicia aos 15 ou 16 anos, quando um puto que dá uns toques na bola, vai acompanhado por um empresário (mandatado pelos pais ansiosos pelo euromilhões prometido) exigir ao clube um contrato semi-profissional de 5.000 euros mensais com a promessa de assinar 2 ou 3 anos mais tarde um novo vínculo por 3 vezes esse valor. Se alguém quiser reflectir na incrível anedota que isto representa, be my guest. Para mim, isto tem tudo para findar numa tragédia. Um drama onde 99.9% dos clubes mundiais já entrou e não deu por isso.

Não são as TVs que pagam pouco, as empresas que patrocinam pouco ou adeptos que não compram tanto. São os jogadores. Eles ganham demais. Absorvem 99.9% das receitas que o futebol gera. Se os clubes não têm dinheiro ele tem de ir para algum lado...empresários e atletas...é para lá que ele vai. Sempre. E vai independentemente se há crise ou não, a aumentar. Quando chegarmos à ruptura total dos grandes emblemas (que já começou) e quando não subsistir um árabe mecenas em nenhum deles talvez aí alguém acorde e ponha um travão nisto tudo. Imponha regras e defina tectos, devolva algumas fronteiras e limites. Não é democrático? Talvez não. Mas é sem dúvida o único antídoto à febre galopante liberal que está a destruir e a desequilibrar o jogo.

Cada vez mais são sempre os mesmos Golias que vencem as competições. Em cada país, são cada vez menos os Davids que conseguem surpreender. A incerteza é o sumo do futebol. Cada vez mais a tabela classificativa pode ser adivinhada pelo orçamento de cada clube.

SL

terça-feira, 17 de março de 2015

O caminho mais próximo para os títulos

Pode o 3º maior orçamento da Liga, vencê-la? A resposta é óbvia para todos, sim. Mas é apenas um sim retórico? Há quase 10 anos que uma das grandes questões do universo leonino é precisamente esta: até que ponto é legítimo esperar vencer tanto ou mais que os nossos rivais, quando não temos o financiamento para esse objectivo.

Existem 3 correntes de pensamento:

1/ 30 dos 34 jogos da Liga são frente a clubes com menos orçamento e logo piores infra-estruturas, base de apoio, equipas e treinadores que nós. Perder menos pontos que os nossos rivais nestes 30 jogos é o ponto decisivo e é possível.

2/ Ao longo de uma época, as lesões, castigos e abaixamento de forma de jogadores fundamentais tiram mais pontos aos plantéis menos apetrechados...será sempre preciso ao Sporting para vencer, que estes "azares" atinjam os nossos rivais de forma mais severa.

3/ Mesmo que o Sporting assegure o melhor plantel, haverá sempre interferências externas que servirão de bloqueio aos bons resultados.

Existe verdade nos três pontos. Mas qual estará mais próxima da verdade? Na época passada a primeira explicação parecia mais lógica. Nesta temporada apromixamo-nos mais da 2ª e 3ª...seja como for parece-me razoável que tendo menos dinheiro que os outros, saber gastá-lo melhor que os rivais será fundamental. E gastar dinheiro não significa "adquirir" novos jogadores, pode (e para mim deve) servir para revalidar contractos e manter as peças fundamentais, pois a estabilidade e a experiência acumulada de várias épocas a jogar juntos, também é um trunfo.

Ter o melhor scouting, o melhor treinador e o balneário mais estável. Acredito que com estas 3 vantagens, seja possível vencer os melhores orçamentos. Jogadores com qualidade também ajuda um bocadinho, claro.


SL


segunda-feira, 16 de março de 2015

Sinais

1/ Muita coisa fica esclarecida quando em ambas as vezes que o Sporting defronta o Marítimo na Liga, são assinalados penaltis claríssimos e os jogadores madeirenses crescem para o árbitro com "elevados níveis de contestação" ou seja, berrando e empurrando nos segundos seguintes...e nem um amarelo. Ficamos a saber que no entender de ambos os árbitros não é conduta anti-desporttiva...não podem é pedir amarelos...de resto...

...e no entanto é tão fácil aceitar penaltis e expulsões noutras partidas.

2/ A calma e serenidade de Pedro Emanuel na flash interview de ontem (depois de jogar quase uma partida com um jogador a mais no dragão e mesmo assim perder) releva outro lado da nossa Liga - a exigência zero de alguns treinadores em determinados jogos.

SL

sexta-feira, 13 de março de 2015

O fundo de um crápula

A renovação de Carrillo. Assunto complicado dizem os jornais e afirmam-no sempre sem mencionar o principal problema desta extensão de vínculo - a percentagem pertencente a fundos detidos por empresários. A arma do jogador em não aceitar os valores do clube parece jogar a favor de uma transferência no final desta época, antes de se iniciar a última do seu contrato. Essa deve ser a intenção dos fundos, pois pelo escasso valor investido irão receber vários milhões de euros.

Mas como tudo na vida, existe outro interesse, o do Sporting. Carrillo será facilmente um jogador transferível por 12 ou 14 milhões, na minha opinião já vale mais do que isso. Portanto a arma do clube será sempre "ameaçar" os detentores terceiros do seu passe (que terão de o deixar de ser até ao final desta época) de que se não surgir uma proposta, digamos de 20 milhões, o Sporting deixará ir o contrato até ao seu término. Resultado, fica o clube e o fundo sem a fatia da transferência - todos perdem.

Bem jogadas as peças neste xadrez, o Sporting pode ou receber uma verba generosa pelo jogador, ou renovar baixando a sua cláusula de rescisão e comprando a preço justo a percentagem que lhe falta do jogador. Como se pode ver, a proibição do TPOs pela UEFA e FIFA, tem uma importância fundamental na restituição de poder negocial aos clubes...e é por essa razão que as Federações Espanhola e Portuguesa andam (a mando do dinheiro que enche os bolsos de muita gente) a ameaçar com mega processos de tribunal duas instituições que normalmente não têm a mais pequena partícula de atrevimento em desafiar em questões bem mais fundamentais. Uma coragem singular, que exibe a podridão do nosso futebol.

Ver e ouvir o Presidente da FPF a falar de "limitação dos clubes em não poder competir pelos grandes atletas sem os fundos" dá-me vontade de vomitar no televisor de tão crápula e desonesta que é essa afirmação. Ele e todos os outros sabem bem o que os fundos trouxeram ao futebol...e equilíbrio não foi uma dessas coisas. Para o ser, todos os clubes deviam ter acesso a ela. Todos os 18 clubes da nossa liga deviam ter jogadores internacionais colocados por fundos e empresários, pagando-lhes os ordenados e a simpatia de alguns árbitros em jogos fundamentais. Não acontece pois não, não é por acaso que a conversa do "equilíbrio" só é feita no contexto das competições europeias, esquecendo como é que os clubes se apuram para as mesmas.

Sem os fundos e empresários o porto estaria hoje em 2º ou noutra posição? Iria à Champions? Equilíbrio? Justiça? Ajuda aos clubes? Certo...e este é o melhor argumento, imaginem a validade dos restantes. Mas isso pouco preocupa Fernando Gomes, o futebol diz-lhe tanto como as gravatas de marca ou a imagem paladina de pessoa institucional com que "preocupa" em passar em cada entrevista. Crápula.

SL

quarta-feira, 11 de março de 2015

Recrutamento

Os próximos Adriens e Williams não estão na América do Sul ou no leste europeu. Tiremos daí a ideia. O Sporting não tem dinheiro, nem os bolsos amigos dos empresários para ir recrutar jogadores que se afirmem na rapidez e pujança necessária para serem os "tais" reforços que não conseguimos esta época.

Acredito que os substitutos dos bons valores que temos hoje no plantel, estão já hoje na equipa B e quanto mais nos convencermos que não vamos descobrir Yazaldes no Dinamo de Bucareste ou Peyroteus no Nacional de Montevideo, mais depressa valorizaremos o que foi, em devido tempo, adquirido e formado por Alcochete.

A operação Carrillo tenderá a ser o modelo. Leva anos, tem muitos retrocessos, não é unânime...mas funciona. E terá de ser aperfeiçoada. Sem mudanças de paradigma, sem excesso de contratações, mantendo a convicção que o talento trabalhado dá frutos, o Sporting poderá investir mais na estabilidade e renovações do que na permanente contratação e dispensa ano sim, ano sim.

Mas para que isso seja efectivo, convém manter pelo menos 2 pessoas nos mesmos lugares. O treinador principal da equipa A e B, trabalhando em conjunto durante alguns anos, poderão criar um modelo de transição eficaz e agilizar a entrada de novos talentos no momento ideal. O efeito "pegar de estaca" pode ser bem mais repetível que as pontualidades que temos conseguido com Mané ou Tobias. A mudar de treinadores de forma permanente, o diálogo das duas formações séniores sofrerá...e os processos de evolução recomeçarão quase sempre do zero.

Wallyson, Medeiros, Gauld, Rubio, Palhinha, Gelson, Matheus, Ponde, Podence, Chaby, D.Duarte, Geraldes...há muita gente a esperar pelos momentos certos.

SL

terça-feira, 10 de março de 2015

Fraquezas

Sim, o Penafiel é a equipa mais fraca desta Liga. E também sim, o Sporting tinha obrigação de não ter sofrido tanto para conquistar os 3 pontos frente à equipa mais fraca da competição em sua casa. Mas o futebol costuma pregar partidas estranhas, especialmente quando a juventude abunda na equipa e vem de resultados que provocaram imenso desgaste físico mas não só. 
Assim que Tobias foi expulso e depois do golo de livre, dois erros que podiam ter sido cruciais (a vencer 2-0 em casa, Tobias não devia ter arriscado tanto e a barreira no livre esteve absolutamente infeliz) adivinhou-se impediatamente que o Sporting iria passar um mau bocado. O que um não faz o outro aproveita e o Penafiel na primeira parte fez 3 ataques, num expulsou um jogador do Sporting, nos outros dois…marcou. 

Ao regressar do intervalo, a equipa fez o que podia ter feito, fez entrar Ewerton e continuou à procura da sorte que acabaria por, justamente chegar. Sinceramente não ficaria bem ao Penafiel levar pontos deste jogo…mesmo com 1 jogador a mais desde os 15m nunca assumiu o jogo e confiou na sorte que lhe trouxe os 2 golos para ser ainda mais feliz. Não foi. Diga-se que a expulsão foi justa, mas outros amarelos ficaram por mostrar…o árbitro andou a espalhar cartões evitando a acumulação…e só expulsou quando o Sporting já estava na frente do marcador, diga-se também, muito mal na 1ª expulsão do Penafiel.  É verdade que não se esperaria tanta dificuldade, mas realmente uma expulsão aos 15m e golo na sequência do livre…é duro para qualquer equipa, foi muito para esta. Abanou, mas não caiu, tremeu mas aguentou-se. Podemos subvalorizar o Penafiel o quanto quisermos para "querer ver" uma derrota nesta vitória, mas isso serve para quê? Para justificar não ir a Alvalade? Não pagar cotas? Mandar esta época às malvas e passar para o lado dos "eu sempre disse que…"? Boa sorte e que encontrem felicidade ou desabafo nessa trincheira. 

Existem dois (pelo menos) tipos de sportinguismo: o que é válido sempre e o que perde validade à medida que a diferença de pontos aumenta na tabela classificativa. Nenhum dos dois está contente, mas um resiste muito mais do que o outro à adversidade. 25 mil destes estiveram ontem em Alvalade.


SL

PS- Quando é que alguém enfia um trapo nos "assobiadores" do nosso estádio, irra...alguém que me explique para que serve assobiar os próprios jogadores...não dá para guardar até ao intervalo ou final da partida? É insultante estar a ver um jogo, a conter o nervosismo e a frustração e ter alguém ao lado que por tudo e por nada insulta os próprios atletas, assobia e quando o Sporting marca diz preciosidades como "f#da-se! é tão fácil...tão a ver otários?! É só jogar qualquer coisinha...marcamos logo!"...Mourinhos de aviário...

segunda-feira, 9 de março de 2015

Distâncias

Numa jornada onde 1º e 2º venceram e 4º e 5º perderam 3 pontos, não é preciso nenhum expert para concluir qual grupo devemos acompanhar. O Sporting deve aproveitar o jogo de hoje para começar a criar novamente distância atrás de si, operação que deve ser ampliada na próxima jornada com a deslocação do Braga a Carnide.

Caso façamos o nosso dever e entendendo que a pressão diminui assim que se torna mais ou menos aceite que o título é um objectivo longínquo, será normal (ou teremos de o tornar assim) que no final da próxima jornada o 4º classificado diste 7 pontos de nós e tendo, também nós, a vantagem teórica de um confronto directo em nossa casa. O 3º lugar não é nenhum prémio, mas do mal o menos, sempre que não conseguirmos medir forças com a regularidade dos nossos grandes rivais, ao menos que não deixemos para wannabes a última (possível) vaga para a Champions.

Tenho para mim, completamente fundada a opinião de que o tempo das grandes aquisições dos nossos rivais (com fundos ou não) termina no final desta época. Não será tão cedo que um emergente internacional argentino ou belga, ou mesmo brasileiro venha parar aos planteis de clubes portugueses, e nem mesmo as operações de Mendes terão a mesma preponderância. Agora há Deportivos e Valências para alimentar e a entrada directa para La Liga é mais sedutora que a nossa "Quinta do Duque".

A rivalidade financeira de porto e benfica deixará de ser medida em mais do dobro que a realidade comparativa do Sporting. Por mais que as aparências se mantenham, a verdade é que os dedos dos nossos rivais já não irão ter por muito tempo anéis como Gaitans e Jacksons. Por mais que tentem "vender" um novo paradigma como igual ao anterior, Pizzi não é Enzo, Cesar não é Luisão, Boubakar não é Jackson…e por aí fora. 

O mercado dos três grandes irá aproximar-se muito do que o Sporting tem feito, jovens esperanças (por testar) vindas de fora, algum trunfo oportunidade do momento e muito mais aproveitamento do mercado interno e da formação. Acho mesmo que Lopetegui e Jesus serão os últimos treinadores a terem acesso a jogadores oriundos de Real Madrid, Atlético, Boca Juniores, Milan, ou outro posto avançado do dinheiro europeu. Os próximos a vir, chegarão do Hannover, do Palermo, do Swansea ou do Newells…e muitos deles porque falharam e não porque brilharam.

O que parecia um sprint, tornar-se-á uma corrida de fundo e sobretudo uma corrida onde os "turbos" irão escassear. A aproximação de valor real dos planteis será uma realidade ainda mais visível do que já é neste momento e o Sporting deixará bem mais cedo do que hoje muitos entendem, de ser o patinho feio do trânsito dos valores emergentes de Portugal para a Europa endinheirada.


SL

sexta-feira, 6 de março de 2015

Muito suado, demasiado suado

A primeira meia-final foi reveladora das dificuldades porque passa a equipa do Sporting nesta fase da época. Expectante, ansiosa, incapaz de por no campo o seu jogo (que o tem) e colocar o adversário exposto a erros. Os sucessivos desaires tiraram brilho ao Sporting e os jogadores parecem de alguma forma menos enérgicos, menos capazes de criar desequilíbrios e (como vem sendo hábito) finalizar as oportunidades criadas. Não está em causa a "dignidade"…está em causa a capacidade de mentalmente dar a volta à perda de objectivos e ilusão de sucesso.

Marco Silva fez descansar Cedric, recorreu a Jefferson, poupou Adrien e Montero ou Slimani. Nani está lesionado. Os que entraram Miguel Lopes, André Martins, Tanaka e Mané tiveram histórias bem diferentes durante a partida. O lateral levou um amarelo completamente absurdo, desnecessário e justo…para levar um vermelho na fase decisiva da partida, também ele absurdo mas desta vez injusto…começa a ser hábito erros graves de arbitragem calharem-nos sempre a nós. Regra geral e apesar do amarelo, Miguel Lopes esteve bem na partida a atacar, especialmente no apoio ao seu ala. André Martins fez o que costuma fazer, pouco intenso, a espaços inexistente…já são muitas oportunidades para se afirmar, se calhar será mesmo melhor para as duas partes que não renove. Tanaka foi outro que passou ao lado da partida, o japonês não soube "entrar" na partida, a culpa não será só dele…a equipa subiu pouco e quase sempre pelas alas enquanto esteve em campo. Nos jogos fora e na táctica de um ponta de lança sozinho é duvidosa a escolha deste jogador para o papel. Mané, resistiu à substituição da praxe que costuma colocar Capel em campo e ainda bem, já que marcou numa jogada óptima o golo do empate. Aliás penso mesmo que foi o melhor jogador em campo.

Quanto aos restantes, nada a salientar, apenas é importante referir a decisiva entrada de Adrien em campo, agarrando um meio-campo que William não estava a dar conta sozinho. Slimani ainda está bastante longe da sua forma ideal, somou erros e faltas, mas "chamou" os centrais e aguentou a defesa e isso foi o que Mané e Carrillo precisavam. O primeiro golo do nacional parece deixar Patrício em cheque, mas se nos lembrar-mos do que aconteceu a Gottardi na primeira parte, é mesmo de acreditar que a iluminação tenha de alguma forma condicionado o lance. O guardião madeirense teve sorte, o nosso não.

O que sai deste jogo é um resultado suficiente para entrar em Alvalade confiante na passagem. Mas foi um jogo muito sofrido, o que tendo em conta a valia do oponente, é de considerar a dificuldade que serão as próximas partidas da Liga. Felizmente que o calendário do 4º classificado é exigente (primeiro porto e depois carnide), esta equipa precisa de tranquilizar e redefinir os seus objectivos. Precisa também de voltar às vitórias e o Penafiel parece o adversário ideal para isso. Mas que ninguém se iluda, a equipa não está num bom momento de forma e os níveis de confiança estão a roçar os mínimos da decência. É hora de Marco Silva mostrar o que vale e se tem o balneário na mão, conseguir que entre nas partidas…pelo menos…focado em ultrapassar todas as dificuldades. Vai ser preciso.


SL

PS - Os dois golos do Sporting: Tobias e Mané. Quem dera que continuem a confiar nestes rapazes.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Mais um fósforo...

O paradoxo: todos os jornalistas, cronistas, arautos de algibeira elogiam Marco Silva. É unanime. E no entanto tantas notícias à procura de "sangue", reflectindo uma vontade "escura" que a sua permanência no Sporting seja bastante mais curta que a duração do seu contrato.

Para o establishment, é claro como a água, Marco Silva está mal no Sporting. As linhas tortas de cronistas apelam constantemente para a leitura do seu contrato, para as cláusulas, para a saúde da sua relação como BdC, com os adeptos e com tudo o que mexa no Sporting.

Alguns adeptos do Sporting, que ficaram na página da teoria mal demonstrada de José Eduardo, permanecem na barricada a dar tiros para o ar, imaginando que estão a fazer um favor enorme ao clube em acelerar o voltar de costas ao treinador.

Depois do clássico no Dragão, choveram as "observações" e a fogueira começou a ser montada, ainda falta madeira e a bruxa, mas isso é coisa que promete ser alimentada ao sabor dos erros, pois que MS tem de pagar pelos males da equipa, pois que os "milagres" não aconteceram e o "santo" vira amigo dos diabos num passo de inquisição leonina enfermado de ignorância e demasiados Records debaixo do braço.

Um treinador vale pelos resultados. Jardim valeu pelos dele, mas como alguém já observou recentemente não fica para "provar" as melhorias introduzidas e a cena do "anjo na terra", o "milagreiro de passagem" sabe a pouco quando há um crescimento gradual prometido aos adeptos.

Deixemos cada um fazer o seu trabalho. Marco Silva não é o melhor treinador do mundo, não será (de longe) o pior que passou por Alvalade nas últimas épocas...como nos esquecemos depressa...e na imperfeição natural, juventude e outras argumentações do momento, penso mesmo que terá um futuro difícil de ser comparado com as promessas que elevaram Domingos, Paulo Sérgio, Sá Pinto ou Oceano ao estatuto de "este é que vai ser o nosso Mourinho".

Sim, ainda vivemos na quimera do treinador que de tão genial, sai debaixo das pedras para dar títulos improváveis ao clube, transformando pau em espada e fraqueza em força. Essa locomotiva messiânica tarda em dar à costa, mas entretanto (e ao sabor dos pasquins) vamos acendendo fósforos como quem queima treinadores...quem sabe haverá um que leve mais do que uma época a consumir-se. Quem sabe.

Entretanto, há filas de espera para que o nosso "queijo" no caia da boca.

SL

terça-feira, 3 de março de 2015

2 pontos no J

1/ O "caso" Jefferson não será o primeiro nem o último no futebol mundial. Cada vez mais será "normal" estas atitudes por parte dos jogadores, pois se há coisa em que o futebol mudou mesmo é a sobrevalorização dos jogadores. Os empresários também (não) ajudam. Longe vão os tempos do "amor à camisola". O dinheiro, sempre o dinheiro. Lamentavelmente. apesar de serem pagos estratosfericamente o profissionalismo é cada vez mais deficiente. Aos clubes não restam soluções como as que se aplicam a um puto de 6 anos. Castigos. Treinos à parte, não há recreio para quem não compreende as regras ou se projecta acima delas (tenha ou não argumentos para uma qualquer contestação). 

Jefferson pode ter toda a razão do mundo em lamentar que não lhe tenha sido comunicada uma oferta. Mas apenas isso. O clube vende se quiser, o clube comunica-lhe isso se a tal estiver contratualmente obrigado. E ponto final na conversa. Pode até toda esta polémica estar na base de uma "promessa" ou um "acordo" verbal acordado entre ambas as partes, mas ao jogador não deve ser lógico que BdC seja incumpridor ou mentiroso e deve lembrar-se sempre quem lhe assina os cheques mensalmente e tem uma função dentro do clube muito maior que "apenas" presidente. Esta birra do brasileiro (que parece destinada a terminar em mais um clássico pedido de desculpas) desvalorizou o atleta e fê-lo perder 2 jogos fundamentais na época. Algo que manchará a sua afirmação tanto interna, como internacional. 

À direcção o meu voto de confiança. Até agora tem sabido "tratar" destes comportamentos da única forma que acho ser positiva para a equipa e para a imagem do clube…com firmeza.

2/ Começo a não achar piada nenhuma quanto à forma como estes casos internos acabam, ponto por ponto, nos jornais. Não é a primeira vez esta época que factos ocorridos dentro do balneário saem para fora do mesmo. É grave. Sabendo-se da relação do clube com a maioria dos media…é quase uma traição ao emblema. Não desejando caça às bruxas ao nível do profissionalismo de atletas ou jogadores, gostaria muito que se tentasse identificar a origem destas "transpirações"…pois se o balneário é sagrado para umas coisas, também devia ser sagrado para estas. A imagem do clube e, mais importante ainda neste caso, da equipa está em causa.


SL 

segunda-feira, 2 de março de 2015

Levantar os braços

Esta é uma segunda-feira difícil. Não há para os Sportinguistas muitos motivos para sorrir. Na Liga, apesar de ainda faltarem muitos jogos, a percepção depois do clássico de ontem é a de que o Sporting vai mesmo lutar pelo 3º lugar. Ninguém o quer aceitar, eu muito menos, mas realisticamente o que importa mesmo daqui para a frente é ganhar jogos, esquecendo os rivais e dando importância ao que interessa - assegurar a pré-eliminatória da Champions. O Braga não parece equipa para nos roubar essa posição, mas convém não esquecer a lição de outras épocas.

A má exibição colectiva, apesar do bom jogo de alguns jogadores, que ficou de ontem mostra claramente que a equipa ficou afectada pela eliminação na UEFA e pela distância que já leva dos seus rivais. Aliás, pode-se dizer mesmo que este Sporting de Fevereiro é algo distante do que já foi nesta época. Mas. como venho escrevendo neste blog, a hora não é de carpir mágoas nem de cair em depressões desportivas. Está já aí a 1ª mão da meia-final da Taça de Portugal e é essencial que a deslocação à Madeira traga qualquer coisa de positivo. 

É também muito importante que a Direcção, os adeptos e seja mais quem for não faça desta hora uma caça às bruxas. Não é tempo para isso, lá chegaremos, mas começar já a mandar "tiros" nos próprios pés pode ser tudo aquilo que o clube não precisa. Se na Quinta-Feira a equipa esteve bem orientada, foi briosa e competiu com o Wolfsburgo da forma como o fez…não é depois de ir ao dragão (que é uma deslocação muito difícil) que tudo passa a ser intrinsecamente mau. Detesto sobretudo que se caia na opção fácil (mas não barata) de culpar o treinador.

Os objectivos da época estão de facto comprometidos e a equipa não parece na sua melhor fase. Mas há jogos para jogar e metas mínimas para alcançar. Exige-se agora a Taça, mas como é óbvio primeiro temos de chegar ao Jamor…e o Nacional já não é o "bobo da corte" do início da época. 
Aos adeptos, apesar da tristeza, só resta arregaçar as mangas e não entrar em más ondas, a contestação só por si não resolve nada….e sinceramente já estou farto de "chorar" por insucessos. A época não está a ser boa? Prepare-se já a próxima…um pouco melhor, se possível. Baixar os braços é que não constrói nada no futuro.


SL