O que muda com Nani

Antes de mais algum pormenor de perspicaz e avalizada percepção táctica, que aliás já é corriqueiro aqui neste blog, tenho de dizer que receber jogadores com a capacidade e experiência de Nani, ainda por mais sem encargos e mesmo que só por uma época, é uma mais valia inquestionável.

O que muda para o plantel

Bom, a primeira coisa que muda é a situação de Mané e/ou Heldon. Ao contrario de muita gente que já só vê Capel de saída, eu penso que será difícil “despachar” o espanhol facilmente. O ordenado é uma questão sensível, seria razoável deixar o jogador sair por essa questão, mas olhando ao nível de uma competição Champions, Mané e Heldon dão menos garantias que o Diego.

Alem disso, Carrilho e Nani são bastante semelhantes no posicionamento, velocidade e estilo de jogo. Nesse aspecto Heldon oferece mais diversidade, especialmente no capítulo velocidade. Acresce o facto do brasileiro poder também actuar como 2º avançado, coisa que só também Mané poderá garantir.

Ter os 5 jogadores só será admissível se não existir substituto de Slimani. Mas será sensato pensar que provavelmente Mané ou Capel  devem sair.

À parte da concorrência pelo lugar, será motivador para qualquer atleta jogar ao lado de uma figura mundial que não será um Ibrahimovic, um Ronaldo ou um Messi, mas que durante alguns anos fez parte da 2ª linha de vedetas. A equipa sobe de potencial e a prestação individual de cada um pode dar um salto qualitativo.

Um aspecto a não menosprezar é a responsabilidade. Ao ter em campo um jogador como Nani, o peso dos resultados diminui ligeiramente para todos os outros, com o beneficio de este estar mais que habituado a esse factor. Sai responsabilidade, entra alegria e prazer de jogar...algo que, por exemplo, Montero precisa urgentemente.

O que muda para Marco Silva

Deve ter sido uma grande notícia para as ambições do Marco, saber que pode contar com um jogador com várias épocas no futebol da alta roda, ainda por mais numa posição em que as dúvidas subsistiam desde os tempos do seu antecessor. A partir do momento em que Capel não garantiu uma grande venda e Kostic foi uma investida infrutífera...as opções de acrescentar algo novo na equipa já tinham esmorecido.

Nani não é um ala clássico, não faz da linha o seu espaço natural, preferindo sempre zonas mais interiores. Não é um “cruzador” por excelência, opta normalmente por entrar na área para poder alvejar a baliza ou assistir um colega. O que Nani é mesmo é um jogador com uma técnica individual acima da média, que procura sempre a bola e a mantém graças a um domínio exemplar. Não sendo tão progressivo em posse como Ronaldo, garante muitas acelerações no jogo ofensivo...algo que por exemplo carrillo não oferece.

Marco Silva acabou de ganhar mais qualidade na posse e transporte de bola e sobretudo um jogador habituado à responsabilidade de ser um “game changer”. Ainda para mais Nani é sinonimo de golos, não muitos, mas bem mais do que Capel nos tinha habituado.

Um outro detalhe de mais valia indirecta. Ao colocar Nani numa ala e obviamente canalizar muito jogo a partir daí, permite a Carrillo “durar” mais tempo e estar mais apto a receber a bola com a equipa adversária descaída para o lado oposto. Tenho a certeza que ao nível táctico, Marco Silva vai explorar, e muito, esta nuance.

O que muda para os adeptos

Ter um regresso de um dos “da casa” é sempre feliz, tenham a idade que tiverem. E Nani nunca foi dos que “cuspiram no prato”. Regularente visitava o clube, especialmente a Academia de Alcochete com quem notoriamente mantinha laços de amizade muito fortes.

Nani é talento e será imediato a aproximação de hipóteses quanto a títulos. Ninguém sabe hoje o quanto pode dar o jogador, mas será normal que dê bastante mais do que se esperava das alternativas. Para os adeptos o regresso de Nani é esperança de vitórias, muitas.

O facto de após um ano Nani regressar ao ManUtd é o lado mais “down” de toda a operação...mas seria irrealista manter o ordenado do jogador e todos parecem conscientes desse obstáculo intransponível.

O que muda para o Sporting

Não é uma operação que possa vir a dar lucro directo, mas durante um ano, todos irão mais vezes aos estádios, isso também é lucro.

A marca Sporting sai altamente beneficiada. A Europa ficou pasma com a “upperhand” leonina neste negócio de Rojo e principalmente pelo produto Nani estar sobredimensionado em relação à Liga Portuguesa. As negociações “férreas” começam a ocupar muitas páginas de jornais por todo o mundo e outros clubes e empresários lêem-nas.

Notoriedade à escala mundial, muito positiva...custa muito dinheiro, mas desta forma aproximamo-nos mais do mote do nosso fundador.

Alem do mais e como resumo, se os jogadores, treinador e adeptos estão satisfeitos...o clube está unido nesta questão. Nani é unânime e já vai sendo difícil encontrar assuntos assim,

SL