terça-feira, 19 de abril de 2016

Mercado...ainda é cedo?

Podemos estranhar as notícias de movimentação dos grandes emblemas portugueses no mercado, a 4 jornadas do final da Liga, parece ainda existir muito por decidir. Mas será mesmo assim? A resposta pode ser encontrada no seguinte raciocínio: o título traz algumas receitas adicionais (a maior delas o prémio dos patrocinadores actuais por desempenho da equipa, outros contratos sobretudo publicitários serão imprevisíveis, pelo menos até meados de Julho (altura em que os patrocinadores "one-shot" ficam fechados para a época). Os acréscimos de bilheteira são relativos (o estádio de Alvalade e Luz recebem apenas mais 2 partidas) e o aumento de vendas de merchandising não atingirá valores significativos. Portanto em termos de 1º lugar estamos conversados, a diferença entre 1º e 2º poderá oscilar entre 3 e 5 milhões de euros.
Em matéria de apuramento directo para a Champions a conversa é bem diferente. Ao saber exactamente o que vai entrar, a receita torna-se fixa. O Porto aguardará apenas a possível vitória do Sporting frente ao União em casa, para tornar permanente o cenário de não poder "orçamentar" os milhões da Champions. Poderá passar a pré-eliminatória, mas tal como vimos nesta época com o Sporting...esse cenário surge tarde demais nos prazos para fechar contratações e ainda mais tarde para vender activos.
Os contratos televisivos estão fechados. A legalidade dos mesmos e o montante, apesar da vontade de benfiquistas...não deverão sofrer alterações de peso e o processo ir-se-á arrastar para bem dentro dos prazos de transferências de verbas...tornando o que não é legal numa mera formalidade jurídica.
Portanto, será mais que óbvio que os 3 grandes, já sabem com bastante rigor quanto vão ter para gastar na próxima janela de transferências e é isso que fez o Carnide ir a mais um empréstimo obrigacionista, neste preciso momento. É que os 3 clubes portugueses não podem, ou não devem, perder a oportunidade de fechar as grandes contratações antes que os restantes clubes europeus o façam. É que no mercado de transferências quanto mais perto do fecho, mais caro fica...e menos soluções existem. Acredito mesmo que no caso dos clubes de Lisboa, as grandes compras fiquem decididas até meados de Junho (antes do arranque do Campeonato da Europa e JO). Em termos de vendas (que pelo menos pesem no orçamento) não é evidente que qualquer negócio esteja definido e embora os jornais noticiem bastante interesse...até aos negócios fechados, muito há que percorrer. Quem quer que tenha jogadores nas provas internacionais deste Verão, aguardará a valorização e como tal não poderá contar com as verbas desses negócios para ir ao mercado.
Concluindo, não só não é cedo, como já se vai fazendo tarde para intervir no mercado.

SL

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