Cortes e caminhos

Não havia mesmo solução. O corte de relações oficiais com o Carnide era mesmo a única medida a tomar face à provocação e posterior resistência à condenação dos actos do fim de semana. Não resolve nada é certo, mas pelo menos serve como prova de que esta direcção leva o respeito institucional muito a sério. E faz bem. Ganhar troféus não é a única prova de grandeza. A auto-estima e salvaguarda do respeito de terceiros é fundamental para quem se preza pertencer a um grande emblema. Mais por mais, a relação já era bastante deficitária…esta tomada de posição só oficializa o que era a prática corrente, coisas que a aliança trouxe.

Agora, como desde o início do mandato de BdC, o Sporting caminha pelo seu pé, sem deveres ou obrigações para com nenhuma origem de poder no futebol. Se já não era muito relevante o que saía da boca de representantes de Carnide, agora é completamente irrelevante e facilmente entendido como a continuação de um comportamento alinhado com a estratégia dos amigos corruptos do norte. Agora sim a aliança fica completa, agora podem livremente conspirar para dividir o futebol português em 2 metades. A deles e a de todos os outros. Sendo que a que calha à santa aliança é a da promiscuidade, a dos empresários e Doyens, a da balbúrdia de uma arbitragem com capos ao serviço de interesses obscuros. 

Nós caminharemos pelo caminho que escolhermos. É estreito, será feito de forma isolada, mas quem corre por gosto, e com muita parte da razão pelo seu lado, não cansará. Mais tarde ou mais cedo as comadres zangar-se-ão e as víboras morderão a fruta com que se lambuzam. Nessa altura saberemos ter memória das tarjas e dos petardos, para nos ajudar a afastar os "convites" para novas alianças, sejam elas mais ou menos santas.

SL