Por agora parece-nos que conseguiu manter-se,
pelo menos, a salvo de uma retirada de confiança institucional junto da
direcção e existem relatos suficientes para poder dizer que manteve-se também
estável como líder da equipa. Para um treinador com tão poucas épocas
realizadas e com a sua idade, não é um feito para julgar de ânimo leve. Se o
nível de futebol tem oscilado, a sua postura fora do relvado é sem dúvida um
dos pontos a destacar...e não é nada fácil de manter como podemos imaginar.
Acredito genuinamente que estamos perante um
óptimo treinador, que devemos apoiar ao máximo e valorizar. É que no nosso
passado isso nem sempre foi regra e vale sempre a pena recordar os vários
“tiros no pé” dados com inúmeros equívocos em que quase sempre faltou visão
estratégica e sobejaram “cabeças quentes”. A carteira pagou sempre duas ou três
vezes. A indemnização do ex, a contratação do novo e o preço resultante do
fracasso dessa substituição.
BdC tem ao seu lado um homem que sabe muito
bem destas coisas. Inácio viveu na pele o que significa ser precipitadamente
“posto fora” do banco, tantas vezes mais pela falta de tomates de quem manda no
clube que propriamente por uma visão clara dos problemas e soluções para as
equipas. A tentação de resolver problemas mudando pessoas é óbvia, mas numa
eficiente gestão desportiva a pergunta deveria ser sempre: “vou substitui-lo
para resolver os problemas da equipa ou os meus?”
Na verdade todos sabem esta música de cor.
Todos fingimos que a equipa é fantástica, que só precisa de um tilt para
encaixar no sítio, que mudando de Marco para Vítor, os problemas magicamente
desaparecem e é este, o novo, o recém, este é que é bom e vai entender muito
melhor o que é preciso fazer. Se de Marco passássemos para José ou Gus isso até
pode muito bem ser o caso, mas na verdade é quase sempre passar do burro actual
para o burro novo...com a desvantagem do burro novo falar outras línguas.
Calma e racionalidade é a estratégia dos
grandes emblemas que conquistam mais do que os outros. Eles sabem que vale
muito mais reparar as peças do que mudar de piloto.
SL
"Inácio viveu na pele o que significa ser precipitadamente “posto fora” do banco, tantas vezes mais pela falta de tomates de quem manda no clube que propriamente por uma visão clara dos problemas e soluções para as equipas".
ResponderEliminarInácio, o gajo que tinha sido despedido para se ir buscar o Mourinho ao arqui-rival Benfica. De facto foi uma decisão com falta de tomates.
E o que é curioso é que no parágrafo seguinte ainda aparece um "Se de Marco passássemos para José ou Gus isso até pode muito bem ser o caso". Deduzo que o José não seja o da falta de tomates que precocemente iria substituir o Inácio.
Se isto é exemplo da calma e racionalidade que se pede, estamos arranjados.
Deus queira que este caso morra de vez, mas deu para perceber que as coisas estiveram muito azedas de parte a parte. Nunca vi nada assim no Sporting. Os jornais já se sabe que se esticam sempre, mas deve ter havido merda, os jornalistas sabem, puxam pelo assunto sempre que podem e depois esticam-se com a "informação".
ResponderEliminarO problema não foi só o comunicado no facebook do presidente do Sporting. Depois do jogo deve ter havido mosquitos por cordas e depois ainda foi mais essa no dia a seguir, os jogadores não gostaram nada, e vai daí mandaram recados também. E não foi um nem dois, foram vários. O mais "contundente" terá sido o Nani, mas em todas as outras declarações nenhum deu razão ao Bruno de Carvalho, o que significa que os jogadores não lhe reconheceram autoridade para fazer a cena que fez.
Isto de estilos e presidente-adepto é tudo muito bonito até que as coisas corram mal e aí é que se vê como as pessoas se portam sob pressão. Se esta merda se repetir é inadmissível. Há várias maneiras de ter e mostrar autoridade sem agastar os outros. F