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O endividamento do clube e a asfixia
completa em termos de tesouraria;
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A criação de um modelo desportivo que
juntasse a uma base vinda da formação a detecção de valores extra para formar
equipas com capacidade de disputar títulos
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A adaptação comercial e tecnológica de
uma estrutura pesada e ineficiente com fortes discrepâncias salariais e
funcionais
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As alianças com rivais sem proveitos palpáveis
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A perda de influência politica e espaço
mediático no futebol português
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A corrupção efectiva da arbitragem
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A manutenção do clube como uma
superestrutura eclética
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Uma maior participação dos sócios na vida
activa do clube
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Aumento do número de associados pagantes
Para facilitar o raciocínio vamos lá chamar os
bois com nomes mais práticos:
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Banca
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Equipa
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Academia
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Recursos Humanos
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Alianças
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Arbitragem
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Ecletismo
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Sócios
Ora, olhando assim e vendo o que já foi feito
por esta direcção será aceitável por todos os quadrantes de adeptos do clube
que:
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Banca – Numa
altura em que já todos se “desculpam” com apertos financeiros, o Sporting virou
o disco, mas não tocou o mesmo. Acima de tudo houve racionalidade na construção
dos orçamentos e apenas isso facilitou que este tema começasse lentamente a
sair do “top of mind” das conversas sobre o Sporting, voltámos a falar de
jogadores, treinadores, vitórias e derrotas, ou seja voltámos ao normal. A
reestruturação financeira que tantos invejam, mas que foi talvez apenas uma
unha antes da derrocada do sistema bancário, pode ser mais aliado do que força
de bloqueio. Ainda assim, os bancos deixaram de ser “inimigos” do Sporting,
isso é uma nota positiva.
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Equipa - Avaliando uma época completa e um quarto
da actual o que se pode notar é um aumento de competitividade enorme. Pela
primeira vez em muitos anos deixámos um rival atrás de nós e valorizámos
tremendamente os activos da equipa. Voltámos a vender jogadores por preços de
mercado normais e a eleger bons treinadores para comandar a equipa. Há
necessidade de melhorar a pontuação (mais do que a qualidade de jogo) neste
ano, mas o ponto a melhorar parece ser a clarificação de responsabilidades e
influência dos dirigentes e da equipa técnica. Marco Silva é um excelente
treinador que merece protecção e resguardo, merece ser tratado como se de um
Mourinho ou Capello se tratasse...a sua calma e ponderação não devem ser
entendidos como falta de pulso ou ordem no plantel. Mas regra geral existe mais
exigência, mais assertividade e muito maior competência. As renovações com os
bons jogadores são o próximo passo a dar, sendo que muito desse trabalho tem
sido feito sem mácula, sobretudo no jogadores “da casa”. Nota positiva
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Academia –
Apesar das satisfações dadas por BdC na última “Hora do Presidente”, na minha
opinião, e valendo esta muito pouco (não sou um expert), este tem sido o
calcanhar de Aquiles desta gestão. Não é pelo facto de “se mexer muito”, mas
pelo simples facto de estarmos a “mexer” sem rumo aparente. Um líder
estrutural, um coordenador técnico, uma equipa estável de treinadores
especializados em formação, pessoal de apoio experiente e com fortes aptidões
pedagógicas, não se precisa de mais, mas não se dispensa de menos. Não é fácil,
não saem Ronaldos a cada ano, mas convém que saiam aqui e ali bons produtos
para a equipa principal. Convém também que não deixemos sair os “bons” para os
rivais, sabendo que isso depende muito mais da promessa de qualidade da
Academia no trabalho com os pais (numa primeira fase) e com os empresários (na
fase final). Aqui, nota negativa.
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Recursos Humanos – Fazer despedimentos colectivos não é um facto agradável, mas pode ser
em alguns casos o mais correcto a fazer. Esta direcção não “acertou em todas”,
mas quando centenas de pessoas (e muitas delas dedicadíssimas ao clube durante
mais de uma década) abandonam uma empresa ou clube, vão ser cometidos erros de
julgamento em algumas, às vezes pelo simples facto de estarem no departamento
errado à hora errada. Entendeu-se que houve a intenção de rejuvenescer os
quadros e livrar o clube de muitos luxos salariais acumulados ao longo de
sucessivos mandatos. Houve provavelmente quem ganhasse bem e o merecesse, mas
na hora do “corte” prevaleceu a necessidade de poupança imediata. Ainda é cedo
para fazer julgamentos quanto ao sucesso de uma nova politica de gestão de
recursos humanos não competitivos, mas há sinais claros de maior actividade em
muitas áreas do clube. Nota positiva mas ainda muito prévia.
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Alianças – Os
sportinguistas quiseram-no e a direcção executou na perfeição. Acabou-se. Hoje
somos apenas nós, pensamos e agimos pela nossa vontade em nosso beneficio. Com
tudo o que isso implica, tivemos a coragem de enfrentar os nossos rivais olhos
nos olhos...e eu sei que isso implica muito mais trabalho e tomates do que muitos
podem pensar. O mundo não é das Floribelas nem nascem arco-íris por detrás de
cada montanha quando se vai de encontro às paredes do futebol português. Nota
positiva.
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Arbitragem –
Das duas uma: ou aceitamos o que nos querem dar ou desafiamos o sistema. Esta
direcção optou pela segunda. Fê-lo bem. Até porque ser “disciplinado” neste
capítulo é o mesmo do que ser assaltado em plena luz do dia e achar que isso
pertence a uma normalidade aceitável. Não é. Os árbitros devem-nos o respeito e
isenção máximos. Somos como qualquer outro clube e merecemos o mesmo que
qualquer outro clube. Não é essa a realidade, mas o caminho que tem sido
desenhado por BdC tem sabido oscilar entre o dialogo e a “pedrada”...e não
sendo o perfeito é o mais apropriado dentro do nosso contexto. Nota
positiva.
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Ecletismo –
Com esta Direcção e sobretudo com o trunfo enorme da Missão Pavilhão, a verdade
é que muitas modalidades renasceram das cinzas e não me admiraria que algumas
já este ano ou no próximo conquistassem títulos. A mensagem de orgulho e
vontade de vencer de BdC teve sucesso e respira-se outra confiança e convicção
dentro de muitas secções e muitos departamentos técnicos. Nota positiva.
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Sócios – Pode
até parecer fácil, mas reerguer o Sporting é uma tarefa de Hércules. Demasiados
anos sem vitórias, um envelhecimento visível da base de apoio, duas décadas de
mercantilismo liberal em que os sócios eram “empecilhos” passaram uma factura
gigante a esta direcção. Lentamente e com muita paciência, quase de grande
insucesso a pequeno insucesso, a massa associativa vai despertando. Os
sportinguistas deixaram de ser comentadores do que os rivais faziam, deixaram
de desvalorizar o seu próprio clube e regressaram a Alvalade, pouco, mas
regressaram. Isso é devido a um maior envolvimento, uma maior preocupação com o
que os sócios anseiam. Isso é provocado por uma politica de comunicação mais
dinâmica e focada. As redes sociais são um exemplo, a bilhética é outro, faltam
apenas uma grande conquista, para pôr o motor a carburar como já esteve...os leões
estão lá, ainda bastante sedados e descrentes, mas estão lá. A activação dos
núcleos é o próximo passo desejável. Nota positiva.
Atenção que isto é apenas uma avaliação, sem
compromisso com “agendas” de ninguém. Este blog não é a bíblia, nem sou apóstolo
de nenhuma “verdade”. Quem quiser debater, debate, quem não gostar põe na borda
do prato. Agradar...só ao meu sentido sportinguista, mais nada.
SL
É mesmo assim, continua a escrever o que achas sem nenhum tipo de pressão. O SCP é o que realmente importa. Temos que ter um clube forte, respeitado, mas ao mesmo tempo isento e idóneo.
ResponderEliminara melhor postada que aqui foi escrita no último ano, sem prejuízo de (algumas) discordâncias que agora não tenho tempo para escrever
ResponderEliminarmais logo se tiver tempo venho ao debate
mas assim, ok, dá para discutir
És um brincalhão
ResponderEliminarahhh...apanhaste-me
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