Uma boa (di)gestão

Fartos de comer junk food desportiva, os Sportinguistas sofriam agudamente de más digestões, não engolíamos sapos, mas sim charcos inteiros. A incompetência era tempero a que estávamos a habituar o paladar, não que delirássemos com isso, mas sempre era melhor do que a fome de não saber ou ver.

Sinceramente, a cada acto desta direcção, somam-se mais as boas digestões do que as más, tanto que me sento à mesa com vontade de repetir. Nem todos os pratos estão magníficos, alguns têm mesmo um gosto duvidoso (empréstimo dos B´s ao Reus ou o empréstimo de Welder por exemplo), mas para ser justo, a maioria do que tem constado do cardápio é muito bom...comparado com o passado...é para estrela Michelin.

Há muito por fazer e isto de fazer omeletas com ovos XS não irá correr sempre tão bem. Este ano, com Jefferson, Montero, Piris, Mauricio, William, Slimani e Mané a coisa foi muito melhor do que o esperado...com Jardim...(a maior escolha e mais importante) a ter grande responsabilidade nestes acertos.

Hoje, ainda não sairam Elias e Jeffren...mas talvez já haja mais desenvolvimentos no futuro, uma vez que o plantel continua a ser "limado". A entrada de um central internacional sub21 com 1,92 é sempre uma boa novidade, a entrada de um internacional sub19 francês também...mesmo que seja para a B. Há largeza de horizontes no mercado e pudor algum em escolher fora da Academia...o que revela bom-sendo e afasta o medo de uma visão de mercado dogmática ou fundamentalista de Alcochete.

Juntando a estes, a chegada do "10" Shikabala fecha provavelmente (até às 00.00 tudo pode mesmo acontecer) o plantel. Não veio o tal central de categoria, não chegou o tal extremo para "sentar" Carrilho. Ainda bem. Primeiro porque mostra confiança no que já temos, tanto mais que mesmo Shikabala não é uma "substituição" de um jogador com prestações baixas, mas sim o acrescentar de opções entre o meio-campo e o ataque. André Martins poderá beneficiar a longo-prazo se tiver um bom exemplo para "inspirar" novas rotinas.

No essencial, o plantel irá passar por Janeiro incólume, o que por exemplo não aconteceu nos "milionários" rivais que perderam referências importantes no meio-campo. Isso só mostra que o trabalho foi feito quando devia ter sido feito...Janeiro é para acertos, não para reconstruir plantéis. Isso é o maior indicador de uma boa gestão desportiva. Isso é a razão de andarmos a "degustar" o futebol este ano. Não há apetitosas sobremesas europeias, nem aperitivos de taças...mas lá chegaremos.

Para já temos de apontar os talheres para o próximo prato, espero que "cheio", frente à Académica.

SL