Os palhaços ricos

Uns pobres, outros ricos, mas todos somos palhaços.

Nos piores momentos dos benfas, nos tempos do Azevedo, não me lembro de ter andado a picar os miolos de nenhum deles, nem nunca me pus em bicos dos pés a vaticinar "descidas de divisão" ou outros mimos. Primeiro porque nesse tempo o Sporting também não era propriamente uma super-equipa e depois porque não era assim tão estranho que o que estava a acontecer no outro lado da 2ª circular não pudesse um dia entrar pela porta 10A adentro.

Não vou dizer que dentro da minha casota, no meu sofá não vi esponjado grandes tariões de futebol que Tirsenses, Famalicões, Salgueiros deram em plena Luz. Não vou dizer que não enchi o prato de riso com as Operações Coração, os iates Lucky Me, os quadros do Jorge Brito ou as alcoolizadas gaffes de Vilarinho, mas fui um gajo como bom senso e da boca para fora...nada.

Se há coisa que escapa aos nossos compadres benfas é aquilo que no dicionário se pode encontrar na Letra H, lá para o finalzinho, Humildade. Não só deviam manter a pardaloca no sítio precisamente por já terem provado desta zurrapa chamada má gestão durante anos, como deviam olhar mais para os seus próprios problemas, que os têm em barda.

Sempre vou avisando as "aves" mais emproadas e de bicada fácil, que devem esperar (se quiserem calmamente...) pelo fim da era do senhor Vieira para poder ver como andaram a saltar em sonhos cor-de-rosa e o quanto não sabem sobre o grande Benfica, sobre os mistérios que os Relatórios e Contas (bem manipulados) nunca revelaram. Talvez nessa altura a queda seja bem maior e a fanfarronice dê lugar à histeria completa, algo que ninguém faz melhor que os adeptos do clube da roda da bicicleta.

Aos mais atentos, não passou em claro que da época passada para esta, o Super Benfica que ia papar a Champions ao almoço, arrumou os talheres e dobrou o guardanapo. Este ano o Benfica está com um discurso bem diferente, com menções a crise e estabilidade, que para mim já querem dizer muita coisa, quando estamos a falar num presidente que todos os anos prometia dezenas de troféus e espinhas de várias seleções. E veremos como será depois do final da época, se o novo Museu (quem financiou? quanto custou?) não tiver um caneco para exibir. Quando o Jesus for pregar para outra freguesia (rezo todos os dias que não seja a minha) ou quando os taxistas e empreiteiros se fartarem de servir de tapete vermelho para os sucessos dos nortenhos.

Deixem-nos fazer o nosso caminho e preocupem-se com o vosso é o meu conselho, nos entretantos falem uns com os outros e lembrem-se à quantos anos não há uma auditoria às vossas contas. Ou imaginem porque é que o senhor Vieira anda tão desesperado por sacar mais uma notas ao Oliveira (têm feito das figuras mais tristes a fingir que não vão mamar aquilo que o Jaquim quiser dar).

SL

PS - Hoje não houve nenhum candidato novo...pfff...que seca. Em compensação só a ideia do Coelhone ou o Moura do COP como presidentes do Sporting dá-me vontade de emigrar na mala do carro do Passos Coelho.