A Jaula de Pandora

A jaula, aquela coisa que o Orelhas mandou construir na banheira de cimento para receber os adeptos adversários, é uma obra paradoxal. Primeiro porque acho que é a primeira vez em Portugal que um adepto visitante é descriminado em relação aos seus anfitriões. Segundo porque costumam ser o adeptos do benfas associados aos mais tristes desacatos que aconteceram em estádios, nenhum na Luz, nenhum provocado por adeptos rivais.

Esta obra de engenharia é portanto um “cagalhão” desportivo, que serve apenas para “calar” e desincentivar a presença de adeptos visitantes. Será curioso ouvir o que têm para dizer os altos responsáveis, digníssimos palhaços da FIFA, UEFA, FPF e Liga sobre esta criatividade dos benfas. Se a obra está autorizada, fiscalizada e aprovada ninguém se parece perguntar, como será normal, em Portugal as entidades reguladoras não servem para nada.

Ocorre-me um pensamento trágico. E se todos imitassem o benfas? Uns com vidros, outros com arame farpado, os mais humildes com tábuas de madeira, barracos de chapa de zinco, grades de ferro, cada um com a sua criatividade. Já agora as cadeiras podem ser de amianto, serrilhadas, embebidas em álcool ou revestidas a plástico queimado. Pois é…de repente isto não é futebol, nem espectáculo, é apenas estupidez e muita…muita cabeça mesquinha a achar que tem grandes ideias.

O maior clube português dá cada vez mais provas de ser profundamente provinciano, cobarde e anti-democrático. O benfas está cada vez mais pequeno e a jaula é apenas mais um sintoma de que no clube dos 6 milhões, não há um gajo com tomates para ver o caminho absurdo que o clube leva há anos. Uma fotocópia reles dos métodos do Pinto…é isso que os benfas querem do seu clube?

Tudo isto…é caso para perguntar a cada benfas:

“Tão com miúfa…é?”

SL.